Nave New Horizons faz correção de curso para encontro em 2019
Em 01 de fevereiro, a nave New Horizons, da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), acionou seu motor a fim de realizar uma correção de curso. A manobra é uma preparação para sua missão estendida, que em 01 de janeiro de 2019 a levará a visitar o objeto 2014 MU69. Este é um pequeno asteroide medindo entre 21 a 40 km de extensão e situado 1,6 bilhão de quilômetros além de Plutão. A New Horizons terminou em novembro de 2016 o envio da imensa quantidade de informações colhidas quando passou pelo último dos clássicos planetas no histórico encontro de 14 de julho de 2015 [Veja em UFO 226], e agora está inteiramente dedicada a seu segundo objetivo.
Essa manobra foi a primeira em preparação para o encontro, que deve proporcionar novas informações sobre as origens do Sistema Solar. Acredita-se que o 2014 MU69 seja um objeto muito antigo, que, como outros daquela remota região, como o Cinturão Kuiper, represente as sobras da formação do Sol e dos planetas. Durante a manobra, a New Horizons estava a 4,53 unidades astronômicas (AU) de Plutão e a 38,47 AU da Terra.
Mais planos para estudar os mundos de Alpha Centauri
A descoberta de Proxima b, planeta habitável que orbita a estrela mais próxima de nós, pode já estar incentivando o desenvolvimento tecnológico terrestre. A descoberta se deu poucos meses após o anúncio do projeto Breakthrough Starshot, do qual um dos promotores é o astrofísico Stephen Hawking, que pretende no espaço de uma geração enviar uma numerosa frota de minúsculas naves, cada uma do tamanho de um selo postal, para Alpha Centauri, distante 4,3 anos-luz.Propelidas por velas solares impulsionadas a laser, essas nanonaves poderiam atingir 20% da velocidade da luz, alcançando seu objetivo em somente 20 anos.
Simulações em computadores
O plano original previa somente sobrevoos aos planetas, devido à imensa velocidade das sondas. Contudo, Proxima b é um alvo interessante demais, e por isso René Heller e Michael Hippke, do Instituto Max Planck, apresentaram um trabalho, publicado no The Astrophysical Journal Letters, no qual detalham as simulações que realizaram em computadores. De acordo com a dupla, pode ser possível utilizar as próprias velas das naves para desacelerá-las, graças à pressão luminosa das estrelas do sistema — e então os veículos desacelerariam ainda mais graças à gravidade dos astros.
Técnicas para explorar o sistema estelar mais próximo
A capacidade de manobrar as nanonaves seria fundamental para que pudessem entrar em órbita de Proxima b e outros possíveis mundos que existam nas outras estrelas, Alpha Centauri A e B. Conforme já acontece com as missões exploratórias atuais, uma nave em órbita de um mundo colhe uma quantidade de informações incomparavelmente maior do que uma missão de sobrevoo. Contudo, o trabalho de Heller e Hippke apresenta ainda alguns problemas — como o fato de as velas solares inicialmente pretendidas, de cerca de 16 m², serem insuficientes para desacelerar as nanonaves. Haveria necessidade de velas de 100.000 m² para colher luz estelar suficiente para o processo.
Pressão da radiação do Sol
Além disso, as nanonaves não poderiam viajar a mais do que 4,6% da velocidade da luz, significando que chegariam a Alpha Centauri 95 anos após o lançamento. Por outro lado, velas solares tão imensas poderiam funcionar sem a necessidade de lasers, utilizando somente a pressão da radiação do Sol no lançamento. Assim, os dois cientistas propõem que sua ideia seja desenvolvida em paralelo com o projeto Breakthrough Starshot original, em um conceito que funcionaria em prazo mais longo. O próprio Hawking [Foto ao lado] afirmou que o programa depende do desenvolvimento tecnológico que acontecerá nesta e na próxima geração, a fim de resolver os problemas necessários para essa ambiciosa missão.
Faleceu Richard Hatch
O ator Richard Hatch lamentavelmente faleceu em 07 de fevereiro, aos 71 anos, após uma batalha contra o câncer de pâncreas. Hatch teve como seu papel mais famoso o de Capitão Apolo na série de enorme sucesso Battlestar Galactica. Exibida no Brasil pela Rede Globo em 1981 como Galactica: Astronave de Combate, a produção se baseava na teoria dos deuses astronautas para mostrar a luta pela sobrevivência de uma frota de naves de humanos contra os cilônios, uma civilização de máquinas. A famosa abertura se iniciava com a narração: “Existem aqueles que creem que a vida aqui começou lá em cima, com tribos de humanos que podem ter sido os antepassados dos egípcios, dos toltecas ou dos maias. Seres que podem ser irmãos do homem e que até agora lutam para sobreviver, em algum lugar muito além daqui”. Hatch recebeu uma indicação ao Globo de Ouro pela atuação.
Discussões sobre o comportamento humano
Ele participou de vários filmes e seriados e retornou a Battlestar Galactica na nova série, que estreou em 2004. Esta produção adotou um clima bem mais sombrio e militarizado, propondo profundas discussões sobre o comportamento humano, a política e a vida em si. Hatch desta vez interpretou Tom Zarek, um líder radical de uma facção dentro da frota de naves liderada pela Galactica. Um de seus últimos papéis de destaque foi o do comandante klingon Kharn nos fanfilmes Prelude to Axanar e Axanar, baseados no universo de Jornada nas Estrelas. Richard Hatch tinha uma dedicação toda especial para seus fãs — inclusive enviou mensagens de apoio ao fanclube brasileiro da série, Battlestar Galactica Brasil.
Astronauta se depara com novas realidades
A Maurício de Sousa Produções lançou em dezembro Astronauta: Assimetria, terceira Graphic MSP do personagem e a 14º do selo. Novamente com roteiro e arte de Danilo Beyruth e cores de Cris Peter, como nos volumes anteriores, é aproveitado um fenômeno natural — o imenso hexágono formado pelas nuvens no polo norte de Saturno, descoberto pela nave Cassini —, como ponto central da trama. Após um período sabático o Astronauta retorna à agência espacial Brasileiros Astronautas (Brasa) e parte para o gigantesco planeta.
Entidades cósmicas poderosas
Ali ele trava contato com outros personagens e juntos confrontam entidades cósmicas imensamente poderosas. A história mergulha fundo na ficção científica, com o Astronauta questionando as escolhas que fez na vida, comparando com algumas versões suas das outras realidades a que a aventura o leva. O elogiado final melancólico lembra outras produções clássicas da ficção científica e deixa pontas soltas a serem exploradas em outras edições, em mais um excelente lançamento do selo Graphic MSP de Maurício de Sousa.