Rover Curiosity encontra mais elementos favoráveis à vida em Marte
O robô móvel Curiosity, da NASA, passou o último ano analisando as encostas do Monte Sharp, que fica praticamente no centro da Cratera Gale. O rover já realizou o feito histórico de comprovar a existência de um ambiente favorável à vida no planeta há bilhões de anos — e mais recentemente tem feito descobertas no sentido de que ainda hoje determinados locais em Marte poderiam abrigar vida. O Monte Sharp é formado por várias camadas sedimentares e o rover, conforme sobe, encontra terrenos mais jovens do que os mais baixos. Analisando material de várias perfurações, o Curiosity descobriu a presença de hematita, vários tipos de argila e boro, a primeira detecção desse elemento em Marte.
Tantos materiais sendo misturados no ambiente líquido que existiu na região poderiam, de acordo com os cientistas da missão, ter dado origem a formas de vida que talvez ainda possam existir em Marte. A hematita, encontrada nos níveis mais altos, indica que no passado recente do planeta as temperaturas eram mais elevadas, favorecendo assim a presença de vida. O boro, por seu lado, na Terra é importante na formação da ribose, componente do RNA.
Busca por planeta habitável em Alpha Centauri
A descoberta de Próxima b, planeta potencialmente habitável que orbita a estrela mais próxima de nosso Sistema Solar, já influencia iniciativas de pesquisa. Uma das mais promissoras é o Project Blue, que almeja lançar um pequeno telescópio ao redor da Terra a fim de obter imagens desses mundos vizinhos. O nome é uma homenagem à famosa imagem do Pálido Ponto Azul, a foto distante da Terra obtida pela nave Voyager 1, da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), em 1990. Como o sistema de Alpha Centauri está muito próximo, a somente 4,3 anos-luz de distância, um pequeno telescópio do tamanho aproximado de uma geladeira e um espelho de meio metro de diâmetro poderia fazer imagens diretas de um planeta em órbita. E caso se confirme mesmo que tal mundo é azul, a cor indicaria a presença de oceanos e uma atmosfera nele.
Tecnologias inovadoras vêm aí
A equipe do projeto esperava levantar até dezembro um milhão de dólares, via campanha de financiamento pelo site Kickstarter, para dar início aos trabalhos. O objetivo é que o lançamento ocorra em 2019 e a missão vá até 2022, dedicada exclusivamente a estudar o sistema Alpha Centauri a obter imagens diretas de planetas que orbitem as três estrelas. Espera-se que a missão tenha um custo total entre 10 e 50 milhões de dólares, e a iniciativa é liderada pela Mission Centaur e pelo Instituto BoldlyGo, organização sem fins lucrativos que apoia missões espaciais e de pesquisa. O Projeto SETI [O programa de busca por vida extraterrestre inteligente] e a Universidade de Massachusetts também colaboram, e o projeto está desenvolvendo tecnologias inovadoras, como espelhos deformáveis e bloqueadores de luz estelar. Devido à posição muito favorável do sistema Alpha Centauri em relação ao nosso, os especialistas envolvidos afirmam estar otimistas em conseguir imagens de mundos onde possivelmente exista vida.
SpaceX adia retorno aos lançamentos espaciais
Em meados de dezembro, a companhia SpaceX anunciou o adiamento para o início de janeiro de 2017 de seu retorno aos lançamentos espaciais. A empresa ainda estava investigando e realizando correções técnicas em seus foguetes Falcon 9 após a explosão na plataforma de lançamento, ocorrida em 01 de setembro. O caso resultou em inúmeros rumores, completamente sem fundamento, de que um UFO havia sido avistado durante o teste prévio ao lançamento que resultou na explosão — vários sites de duvidosa reputação comentaram ainda a possibilidade de sabotagem.
Correções nos foguetes
O que a SpaceX revelou foi a ocorrência de uma grande ruptura no sistema de hélio criogênico do tanque de oxigênio líquido do segundo estágio do Falcon 9, o que causou a explosão. A empresa anunciou em dezembro que ainda estava investigando o acidente e trabalhando nos procedimentos e modificações necessárias para retornar aos lançamentos. A empresa ainda precisa de autorização da FAA, a agência responsável pela segurança do espaço aéreo nos Estados Unidos, para a qual deveria enviar um relatório sobre o acidente, além da descrição das mudanças dos procedimentos e correções nos foguetes, a fim de garantir sua confiabilidade. No voo de janeiro devem ser lançados satélites da companhia Iridium.
A criação do Dia da Ficção Científica
No início de dezembro aconteceu uma reunião na Biblioteca Pública Viriato Corrêa, em São Paulo, por parte de entusiastas e autores de ficção científica, para propor a criação do Dia da Ficção Científica Brasileira. Com o fim de homenagear e incentivar a produção do gênero no país, a data escolhida foi 11 de dezembro, dia do nascimento do escritor Jerônymo Monteiro (1908-1970). Conhecido no meio como pai da FC no Brasil, ele foi um dos precursores do rádio teatro, diretor da Magazine de Ficção Científica, da Editora Globo.
Admirável mundo novo
Monteiro foi fundador, entre outros, da Associação Brasileira de Ficção Científica, em 1969, e divulgou o gênero e vários autores na coluna Panorama, na Folha de S. Paulo, de 1957 até seu falecimento. Escrevia também, de 1958 em diante, na coluna Admirável Mundo Novo no jornal A Tribuna de Santos. Ele foi o primeiro editor do Pato Donald no Brasil e criou vários nomes brasileiros de personagens da Disney, como Huguinho, Zezinho, Luizinho e Tio Patinhas. Em sua obra, Jerônymo Monteiro mostrava preocupação com a conduta humana e a responsabilidade do escritor em incentivar a imaginação do leitor, e espera-se com a instauração do Dia da Ficção Científica Brasileira estimular a publicação dos inúmeros bons autores brasileiros do gênero.
Nave Cassini inicia última fase
Em 04 de dezembro último, a nave Cassini, da NASA, passou a cerca de 91.000 km das nuvens mais altas de Saturno — e muito próxima do local onde as pequenas luas Janus e Epimetheus criam um tênue anel. A nave deverá realizar mais 19 dessas passagens, cada uma separada por uma semana, até 22 de abril de 2017. Nesse dia, Cassini passará próxima a Titã, maior lua do planeta, que modificará sua órbita para que a nave viaje entre Saturno e seu anel interno, situado a somente 2.400 km do gigante gasoso. Essa será a fase final da missão, na qual a Cassini fará 22 passagens por essa região, até mergulhar na atmosfera de Saturno, em 15 de setembro de 2017, quando será destruída. Essa manobra se destina a impedir que aconteça qualquer contaminação caso a nave caia em Titã ou Enceladus, os satélites candidatos a abrigar vida extraterrestre. Até o final da missão a Cassini, lançada em outubro de 1997 e que chegou a Saturno em julho de 2004, ainda deverá coletar mais informações sobre o planeta e seu sistema de anéis e luas.