Polêmica quanto à rocha fotografada pelo rover Opportunity
Em uma conferência de imprensa em 23 de janeiro, o principal cientista da missão Opportunity, Steve Squyres, da Universidade de Cornell, falou a respeito de um misterioso objeto que surgiu diante do rover em Marte, fato divulgado em 16 de janeiro. Uma insólita rocha surgiu no sol [Dia marciano] 3.540 da missão. Porém, nada havia lá na foto do mesmo local obtida no sol 3.528, duas semanas antes. A NASA trabalha com duas hipóteses: a rocha ter sido atirada por uma das rodas do rover ou ser resultado de um impacto de meteorito nas proximidades. Sem qualquer fundamento, muitos têm acusado a agência de mentir a respeito da imagem, como Rhaw Joseph, que processou a NASA para que investigue a fundo o artefato.
Porém, os cientistas da missão já fizeram isso e os instrumentos do Opportunity determinaram que a rocha é rica em enxofre e magnésio, tendo o dobro de manganês de qualquer outra observada em Marte. Até mesmo William Shatner, o capitão Kirk na clássica série de Jornada nas Estrelas, enviou mensagem via Twitter durante a conferência do dia 23 cobrando explicações. Squyres reiterou que a maior possibilidade é de que a rocha tenha sido virada por uma das rodas do rover, e que a agência espera obter uma explicação em breve.
Stephen Hawking afirma não existirem buracos negros
O conhecido físico agitou o mundo científico em janeiro apresentando a teoria de que buracos negros não tenham um horizonte de eventos e, portanto, não existiriam. A controvérsia existe desde a alusão a esses corpos pela Teoria da Relatividade de Einstein. Buracos negros surgiriam da morte de estrelas muito grandes — e os maiores entre eles, chamados de supermassivos, ocupariam o núcleo da maioria das galáxias, incluindo a Via Láctea. Devido às suas massas colossais, contidas em um tamanho muito reduzido, eles teriam tamanha força gravitacional que nem a luz conseguiria escapar. O horizonte de eventos seria a fronteira a partir da qual é impossível retornar da atração desse corpo. Hawking publicou no site ArXiv um pequeno artigo defendendo que, na verdade, o que existe é um horizonte aparente, que muda seu formato conforme as flutuações quânticas dentro do buraco negro.
Fox e NatGeo lançam novo trailer da série Cosmos
A série Cosmos, exibida pela TV Globo no começo dos anos 80 e apresentada pelo saudoso Carl Sagan, marcou época e até hoje é comentada pelos entusiastas. Agora, a Fox e o National Geographic estão produzindo uma nova versão, Cosmos: A Spacetime Odyssey [Cosmos: Uma Odisseia do Espaço-Tempo], apresentada pelo astrônomo Neil Tyson, cuja estreia nos dois canais está marcada para 09 de março em 170 países e em 48 idiomas. Na série original, atores interpretaram grandes nomes da ciência, como Tycho Brae e Galileu Galilei. Agora, sequências históricas serão recriadas em animação, como, por exemplo, a trajetória de Giordano Bruno, um dos primeiros a propor que as estrelas eram sóis distantes com seus próprios planetas e civilizações. Do painel da série participaram o apresentador Tyson, Ann Druyan, viúva de Sagan, Brannon Braga e Mitchell Cannold, todos produtores.
O fim da UFO Updates
Um dos principais fóruns de debates e troca de informações ufológicas online do mundo encerrou suas atividades em dezembro último. Errol Bruce-Knapp criou em 1995 a UFO Updates e logo ela passou a ser frequentada pela elite da Ufologia Mundial. A lista, como era conhecido seu formato de troca de e-mails, desempenhou importante papel no desenvolvimento da pesquisa ufológica. Em sua mensagem de despedida, Bruce-Knapp afirmou que o tráfego de mensagens teve uma dramática redução nos últimos anos devido ao avanço de outros ambientes online, como o Facebook, o que o levou a encerrar a lista. Contudo, seus valiosos arquivos permanecerão à disposição, no endereço ww.ufoupdateslist.com.
Rover lunar chinês Yutu apresenta problemas
No começo de janeiro, a sonda Chang’e 3 e o rover Yutu sobreviveram incólumes a seu primeiro período de hibernação durante a noite lunar, que dura 14 dias. Para tanto, contam com aquecedores movidos por pequenas baterias nucleares. Em 25 de janeiro iniciou-se outro período de escuridão e pouco depois o robô emitiu um sinal de problemas para o controle da missão. De acordo com a agência estatal Xinhua, “o Yutu exibiu uma anormalidade mecânica de controle e os cientistas estão organizando reparos”. A missão pousou no Mare Imbrium em 14 de dezembro de 2013 e tanto a sonda quanto o rover têm sofisticado equipamento para realizar pesquisas. Análises já permitiram identificar os elementos magnésio, alumínio, cálcio e ítrio na superfície lunar. A China tem dado passos ousados em sua política espacial e, diante do que considera boicote de Estados Unidos, Rússia e Europa, afirmou recentemente que pode buscar parcerias com outros países, como Brasil, Índia, Japão e Coreia do Sul, inclusive em seu programa tripulado.
Viajar mais depressa do que a luz pode ser possível
As imensas distâncias no universo sempre foram consideradas um problema intransponível para longas viagens espaciais, além de uma das principais justificativas para a negação das visitas extraterrestres ao nosso planeta. Porém, o físico Harold White, do Centro Espacial Johnson, da NASA, refez cálculos publicados em 1994 pelo cientista mexicano Miguel Alcubierre e descobriu que pode ser viável reproduzir um dos principais artifícios da ficção científica: a velocidade de dobra. Alcubierre aponta em seu postulado que nada impede que o tecido do espaço-tempo seja dobrado, comprimido adiante de uma nave e estendido atrás desta, trazendo o ponto de destino até os tripulantes. “Pode-se dizer que o veículo ‘surfaria’ uma onda de espaço-tempo em uma bolha, e como dentro dessa bolha as leis da Relatividade são respeitadas, seria possível chegar ao destino viajando até 10 vezes mais depressa do
que a luz”, afirmou White. Contudo, uma descomunal quantidade de energia, equivalente à massa de Júpiter, seria necessária.
A vida pode ter surgido no princípio do universo
Exoplanetas rochosos situados na região habitável de suas estrelas — onde a água líquida é possível em suas superfícies — podem não ser os únicos mundos onde a vida exista. Em nosso próprio Sistema Solar as luas Europa, Titã e Encelados se situam distante da zona habitável do Sol e são candidatas a abrigar vida. Um estudo do astrofísico de Harvard Abraham Loeb aponta para a possibilidade de que a vida pode ter se iniciado no universo somente 15 milhões de anos após o Big Bang, que ocorreu há 13,8 bilhões de anos. Loeb afirma ainda que estrelas massivas, produzidas em regiões de maior concentração de matéria, já poderiam ter explodido e espalhado elementos mais pesados, capazes de formar planetas rochosos. Assim, tais mundos, se existissem em época tão recuada, poderiam ter os elementos essenciais à vida, e esta pode ter surgido pela primeira vez.