Planetas alienígenas confirmados já são mais de 1.000
Em 23 de outubro de 2013 algo histórico aconteceu: dois dos catálogos online de exoplanetas exibiram um total de 1.010 mundos alienígenas fora do Sistema Solar, em um total de 770 sistemas estelares diferentes. O primeiro planeta extrassolar, 51 Pegasi b, foi descoberto em 06 de outubro de 1995 pelos astrônomos Michael Mayor e Didier Queloz, da Universidade de Genebra, pondo fim às alegações de que seria impossível detectar tais orbes. São suas as principais técnicas de caça a exoplanetas: a velocidade radial, em que o movimento da estrela, ocasionado pela gravidade de um corpo em sua órbita, é medido, e o método de trânsito, em que o mundo passa diante de seu sol e a consequente diminuição do brilho estelar pode ser captada por instrumentos em terra ou no espaço. Este último sistema foi utilizado pelo telescópio espacial Kepler, da NASA, que detectou 3.548 candidatos a exoplanetas, dos quais mais de 90%, de acordo com os astrônomos, devem ser confirmados.
Com base nos dados já obtidos, várias equipes de cientistas estimaram que nossa galáxia tem uma média de 1,6 planeta por estrela. Como o cálculo mais conservador do número de estrelas na galáxia é de 100 bilhões, logo devem existir ao menos 160 bilhões de mundos alienígenas somente na Via Láctea. Outros estudos apontam para a existência de 4,5 bilhões de mundos habitáveis na galáxia, o que já fez alguns cientistas, como Geoff Marcy — descobridor de 70 dos primeiros 100 exoplanetas —, se voltarem para a busca de civilizações extraterrestres avançadas, vasculhando dados de telescópios a fim de detectarem sinais de sua tecnologia.
Somos muito primitivos para detectar alienígenas?
A existência de vida extraterrestre tornou-se quase um consenso na comunidade científica nos últimos anos, e muitos afirmam que em breve descobriremos vida microbiana em algum mundo próximo, em Marte, na lua Europa de Júpiter ou outros. Encontrar vida inteligente, entretanto, tem sido um divisor de águas no meio astronômico e alguns defendem que não estamos preparados para isso. Disse o celebrado e saudoso autor de ficção científica Arthur C. Clarke: “O fato de ainda não termos encontrado alienígenas não me desaponta. Nossa tecnologia deve ser risível para eles, de tão primitiva. Podemos ser como selvagens tentando entender como funciona o rádio”. Sir Martin Rees, astrônomo real na Grã-Bretanha, afirma que os aliens podem utilizar métodos de comunicação que sequer conseguimos conceber, como à base de neutrinos ou de ondas gravitacionais.
E eles seriam muito avançados?
Sir Rees também afirma que seres extraterrestres podem ser tão diferentes de nós que talvez estejam nos observando de muito perto sem que consigamos vê-los. Já Frank Drake, pioneiro no Projeto SETI [O programa de busca por vida extraterrestre inteligente], confirma que a Terra, adotando transmissões por satélite e tecnologias digitais, está se tornando silenciosa e deixará de transmitir para a galáxia. Se a mesma evolução tecnológica tiver acontecido em outros mundos, estes seriam igualmente silenciosos para nós. O astrônomo Milan Cirkovic, do Observatório de Belgrado, aponta que teorias recentes dão conta de que a idade média de exoplanetas rochosos, como a Terra, pode ser 1,8 bilhão de anos mais avançada que a do nosso mundo, confirmando que civilizações alienígenas estariam igualmente muito à nossa frente.
A Terra não será atingida por asteroide em 2034
Em 08 de outubro foi descoberto por Gennady Borisov, do Observatório Astrofísico da Criméia, o asteroide 2013 TV135, que imediatamente chamou a atenção do mundo. Cálculos iniciais a respeito de sua trajetória indicavam uma passagem pela Terra a somente 1,7 milhão de quilômetros de distância, em 26 de agosto de 2032. Sites e veículos sem credibilidade deram a notícia como se o fim do mundo tivesse mais uma data marcada, mas como sempre nada disso irá acontecer. Com tamanho estimado em 410 m, o asteroide poderia, em caso de impacto, liberar uma energia de 2.500 megatons de TNT — equivalente a centenas de armas nucleares. Contudo, novos cálculos levaram Don Yeomans, do Programa de Objetos Próximos à Terra da NASA, a afirmar que a probabilidade atual de não haver um impacto do corpo com o planeta em 2032 é de 99,9% — o maior perigo segue sendo os rumores irresponsáveis.
Sonda da NASA partiu em novembro para Marte
A Maven, sigla em inglês para Evolução Volátil da Atmosfera de Marte, foi a última sonda orbital da NASA a partir rumo a Marte, em lançamento ocorrido em 18 de novembro. A nave deve entrar em órbita do Planeta Vermelho em setembro de 2014 e seu objetivo é analisar detalhadamente a atmosfera marciana. Os cientistas pretendem descobrir como o clima do planeta se alterou ao longo de bilhões de anos, de relativamente morno para o mundo desértico e frio que conhecemos hoje. A Maven leva vários instrumentos para descobrir como Marte perdeu boa parte de sua atmosfera, que hoje tem somente um por cento da densidade da camada gasosa da Terra. A nave funcionará também como satélite de comunicações entre os rovers em solo, Opportunity e Curiosity, e sua janela de lançamento — quando Marte e Terra estão em posição ideal — vai de 18 de novembro a 07 de dezembro.
Ison ruma para o Sistema Solar interior
Em 03 de outubro o Telescópio Espacial Hubble fotografou o cometa Ison, que não exibia sinais de que estivesse se desintegrando, tais como jatos de gás. Ao contrário do que sites sensacionalistas têm espalhado, passando no ponto mais próximo da Terra, a 64 milhões de quilômetros, o astro não oferece nem a mais remota possibilidade de perigo para o planeta — e é evidente que qualquer ideia de que naves alienígenas o acompanham é simplesmente mentirosa. Com órbita similar à do Grande Cometa de 1680, e membro da mesma classe de astros rasantes solares, o Ison deve passar a somente 1,8 milhões de quilômetros do Sol em 28 de novembro, na máxima aproximação, chamada de periélio. Se sobreviver ao intenso calor e à pressão da gravidade solar, o cometa pode proporcionar um magnífico espetáculo nos céus da Terra no começo de dezembro. Com um núcleo de tamanho estimado entre 0,2 a 2,0 km, a aposta da maioria dos astrônomos é de que o Ison deverá sobreviver ao periélio.