Nestes 65 anos da chamada Ufologia Moderna, aqui no Brasil os últimos 30 não deixaram nada a desejar aos estudos desta fascinante área de pesquisa realizados no exterior. Até meados dos anos 80, quando surgiu a Revista UFO, o período áureo dos discos voadores, indo da década de 50 a 70, fora coberto apenas pela imprensa genérica, quando tais ocorrências nem sempre eram estudadas, descritas e relatadas ao público de forma criteriosa — com raras exceções, boa parte do trabalho era feito por jornalistas sem entendimento do assunto. A lacuna resultante da falta de conhecimento específico dos profissionais da imprensa era relativamente preenchida por meio de livros, artigos e ensaios de renomados ufólogos, trabalhos lançados em publicações direcionadas e de alcance regional, mas, infelizmente, geralmente defasados em meses e até anos. Porém, há 30 anos o cenário começou a se modificar, pois, entre outras propostas, a UFO veio para resolver este problema, e praticamente revolucionou a forma de divulgação do assunto.
Sem dúvida alguma, um marco importantíssimo dessa longa história foi o lançamento da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, apoiada pela publicação, que resultou na abertura de milhares de páginas de documentos antes secretos sobre nossos visitantes. Depois disso, a Ufologia Brasileira nunca mais foi a mesma. Embora tenha sido lançada em 2004, a arquitetura dessa vitoriosa campanha começou a ser desenhada com as declarações bombásticas do coronel Uyrangê Hollanda sobre a Operação Prato, publicadas em 1997 justamente na UFO. E continuou com o vazamento de parte dos documentos do Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani), do IV Comando Aéreo Regional (COMAR 4), tendo seu ápice na inesquecível visita da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) às instalações do Centro Integrado de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em maio de 2005 — todas essas foram iniciativas apoiadas ou viabilizadas pela revista. Desde então, a pressão sobre os militares aumentou significativamente, uma vez que passamos a ser provas testemunhais de um acobertamento governamental sobre o assunto que, se não tínhamos a ideia exata de sua extensão, pelo menos sabíamos que era inquestionável.
Como resultante desse processo, os documentos da Força Aérea vieram a público em outubro de 2008, forçados pelo protocolo do Dossiê UFO Brasil na Casa Civil da Presidência da República. Assim, se aquelas declarações de Hollanda já assombraram o mundo ufológico, a confirmação, mais de uma década depois, desse e de centenas de outros casos por meio do envio das informações do Ministério da Defesa ao Arquivo Nacional, em Brasília, fizeram da Ufologia Brasileira uma das mais profícuas do planeta. Concomitantemente à divulgação desses fatos, a campanha colocou a UFO e a CBU definitivamente na vanguarda da luta mundial pela abertura e reconhecimento dos governos quanto à presença alienígena inteligente na Terra.
A entrevista histórica que a Revista UFO fez com o coronel Uyrangê Hollanda sobre a Operação Prato, em 1997, foi o estopim de grandes mudanças na Ufologia Brasileira e culminaram, há alguns anos, na campanha UFOs: Liberdade de Informação Já
Mas o trabalho da revista não parou com a abertura inicial promovida pelo Governo Brasileiro — ao contrário, sua responsabilidade aumentou significativamente, até por que, como é de conhecimento da nossa Ufologia, tudo indica que tal abertura exporia apenas a ponta do iceberg dos segredos ufológicos do país. O inaceitável processo de acobertamento infelizmente persiste, sobretudo no que se refere aos segredos do Exército e Marinha, pois nada do que estas armas detêm sobre UFOs foi enviado ao Arquivo Nacional, apesar dos inúmeros pedidos feitos por ufólogos através da Lei de Acesso à Informação — é justamente nesta frente de trabalho que a UFO está atuando no momento.
Em janeiro deste ano foi protocolado no Ministério da Defesa a Carta de Foz do Iguaçu, mais uma iniciativa da revista, gerada durante o IV Fórum Mundial de Ufologia, naquela cidade. O documento, já amplamente divulgado, foi a mais recente ação da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) para convencer o Ministério da Defesa a intervir diretamente nos comandos das nossas Forças Armadas — e já deu frutos. Seu resultado prático foi a convocação de uma reunião histórica entre os membros da CBU e representantes da cúpula da Marinha, Exército e Aeronáutica, mediada pelo referido Ministério, ocorrido em abril de 2013 e que será tema de uma edição em breve. O encontro fechou com chave de ouro as comemorações dos 30 anos da Revista UFO.