Giro pelo continente revela o que pensam os militares sul-americanos sobre os UFOs
É amplamente sabido que militares de diversos países têm conhecimentos técnicos e detalhados sobre a presença alienígena na Terra. Afinal, a eles cabe a vigilância, segurança e proteção de suas pátrias contra invasores — como muitas vezes os UFOs são vistos e tratados. Eles dispõem de forte aparato para manter a ação de discos voadores monitorada nos territórios de suas nações, como sistemas de defesa e controle de tráfego aéreo que contam, inclusive, com radares de última geração e outros dispositivos.
Embora apenas algumas admitam desenvolver pesquisas oficiais e rotineiras de ocorrências ufológicas, de forma aberta e com relativo conhecimento de suas populações, a verdade é que quase todas as nações desenvolvidas do mundo têm atividades de investigação de tais fatos, porém em segredo — elas são conduzidas por suas forças armadas. Entre os países que pesquisam francamente a questão, alguns garantem que não há segredos sendo mantidos, e entre aqueles que o fazem secretamente, um ou outro eventualmente decide abrir seus arquivos para revelar o que sabe, como é o caso do Brasil, que atendeu ao pedido da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) contido na campanha UFOs: Liberdade de Informação Já [Veja edições UFO 111, 160 e 170, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br].
Mas se o nosso país tomou a atitude de liberar quase cinco mil páginas de documentos ufológicos antes secretos, assumindo uma postura de vanguarda no continente, como pensam os dirigentes e militares das demais nações sul-americanas a respeito da ação na Terra de outras inteligências cósmicas? Para responder à pergunta, esse editor tem viajado a várias capitais da América do Sul e, a exemplo de como fez no Brasil, entrevistado seus militares encarregados de lidar com a questão. Em nosso continente, Uruguai, Chile, Peru, Equador e Argentina têm comissões de pesquisas oficiais do Fenômeno UFO.
Participação de ufólogos civis
A última viagem realizada com essa finalidade ocorreu entre 14 e 18 de junho, quando fui a Lima, no Peru, entrevistar dois fundadores da entidade local de investigações ufológicas, a Oficina de Investigación de Fenómenos Anómalos Aeroespaciales (OIFAA), órgão oficial da Força Aérea Peruana (FAP). A oficina — que significa escritório — foi fundada pelo governo daquele país em dezembro de 2001, contando com participação de ufólogos civis. Hoje temporariamente desativada, a OIFAA tem um longo histórico de pesquisas de avistamentos e aterrissagens de UFOs no Peru, assim como de abduções e até de perseguições aéreas. Uma rica casuística, como a de quase todos os países sul-americanos.
A América do Sul é o continente que reúne o maior número de países com entidades oficiais de pesquisas ufológicas. Até o momento, Uruguai, Chile, Peru, Equador e Argentina já estabeleceram a sua. Compreender como operam pode ajudar a implantação de um órgão congênere também no Brasil
Os entrevistados da Revista UFO em Lima foram o comandante Julio César Chamorro Flores e o advogado Anthony Choy, que tomaram parte na criação e foram membros da diretoria da OIFAA — Chamorro foi seu diretor desde o início das atividades até a paralisação, em 2002. Entre os fatos que se buscava conhecer nos relatos desses homens estavam importantes ocorrências relacionadas com os primórdios da entidade, e as conversas com Chamorro e Choy foram imensamente proveitosas, resultando na aquisição de valioso e abundante material para publicação.
A viagem foi parte de importante agenda elaborada para que se alcance um objetivo muito específico: as entrevistas com as principais lideranças militares do continente, que estejam ou estiveram envolvidas em pesquisas ufológicas, visam reunir elementos para mostrar ao Governo Brasileiro o que se faz nessas nações. A lógica é: se países com territórios e economias bem menores que as do Brasil podem manter entidades oficiais de pesquisas ufológicas, também podemos e devemos fazer o mesmo aqui — e elementos em nossa casuística não faltam para estimular nossas autoridades a adotarem postura semelhante à de nossos vizinhos.
Arquivos secretos
Essa estratégia começou ainda no Brasil com entrevistas realizadas com os brigadeiros José Carlos Pereira, do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), e Sócrates Monteiro, ex-ministro da Aeronáutica do Governo Collor, publicadas em nossas edições UFO 141, 142 e 163. É de Pereira a expressão “não é mais cabível manter segredo em torno do Fenômeno UFO e é hora de se abrir os arquivos secretos do Governo Brasileiro sobre o assunto”, que demonstra a visão quanto ao assunto de um dos homens mais respeitados da elite militar brasileira. Por sua vez, o ex-ministro Monteiro afirmou à UFO que “o Brasil nunca se descuidou da questão e sempre manteve acompanhamento do tema”.
O processo de entrevistar lideranças militares em outros países, para confrontar o que pensam com as posições dos oficiais brasileiros, teve continuidade em novembro de 2010, quando falou a essa publicação, com exclusividade e de forma aberta, o coronel Ariel Sánchez. Ele é o atual comandante da Comisión Receptadora y Investigadora de Denuncias de Objectos Voladores No Identificados (Cridovni), sediada na Base Aérea de Borto Lanza, da Força Aérea Uruguaia (FAU), em Montevidéu. Sánchez também teve sua entrevista publicada na Revista UFO, na qual afirmara, entre outras coisas, que “o Uruguai trata seriamente da questão ufológica, a ponto de investigarmos ocorrências em todo o território nacional” [Veja edições UFO 185 e 186, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br].
Apoio de Ollanta Humala
Ainda em 2012, no mês de abril, esse editor entrevistou outro nome respeitável entre os poucos militares sul-americanos que tratam de maneira franca o Fenômeno UFO. Em Santiago, Chile, acompanhado do coeditor da Revista UFO Francisco Pires de Campos, conversei longamente com o general Ricardo Bermúdez, diretor do Comité de Estudios de Fenómenos Aéreos Anómalos (CEFAA), a entidade chilena de pesquisa ufológica que está subordinada à Diretoria Geral de Aeronáutica Civil (DGAC). “O assunto é da maior seriedade e estamos envidando todos os esforços possíveis para conhecê-lo em profundidade”, disse-nos Bermúdez. Sua entrevista será publicada em breve.
Em Lima, terceiro ponto desse giro pelo continente, encontrei fatos extremamente interessantes. Lá, o comandante Chamorro, que foi o mentor da criação da OIFAA e hoje trabalha como piloto navegador de uma companhia privada que opera aviões Antonov na Amazônia Peruana, relatou alarmantes casos de perseguições a UFOs sobre bases aéreas. Tanto ele quanto Choy, nosso outro entrevistado no Peru, são bem relacionados com Ollanta Humala, o atual presidente, de quem buscam novo apoio às suas atividades — Humala, como se sabe, é egresso do meio militar e tem muito interesse pela questão ufológica, não declarado oficialmente.
Hoje aposentado da Força Aérea Peruana (FAP), Chamorro concedeu um depoimento interessantíssimo. Ele relatou diversas experiências pessoais extraordinárias com discos voadores e descreveu em detalhes a rotina da oficina, uma das poucas entidades do gênero no planeta — de natureza governamental e dentro das forças armadas de um país. O comandante respondeu com atenção a todas as perguntas apresentadas, que passaram de 60 e consumiram mais de quatro horas de entrevista. Entre o que foi abordado estavam os motivos que levaram à atual paralisação da OIFAA. Sobre isso, Chamorro disse que está em adiantado processo de reativá-la e acredita que, para tanto, poderá contar com apoio do novo comando da FAP.
O avistamento de Fujimori
Uma surpresa quanto à Oficina de Investigación de Fenómenos Anómalos Aeroespaciales (OIFAA), sobre cujas atividades já publicamos vários artigos na Revista UFO, foi saber ter sido criada a partir de uma determinação do próprio ex-presidente Alberto Fujimori, ainda nos anos 90, após uma escalada de avistamentos ufológicos substanciais ocorridos no Peru. Os casos mais marcantes se deram sobre Lima e áreas militares estratégicas nos desertos do sul do país, como a Base Aérea de La Joya, em Arequipa — lá, UFOs eram constantemente registrados pelos radares, a ponto de, nos anos 80, o piloto de caça Oscar Santa Maria ter sido despachado em seu avião Sukhoi para perseguir um a curta distância e por cerca de 40 minutos.
Quando esteve no 8º Encontro Ufológico de Peruíbe realizando conferência a convite da prefeitura daquela cidade, entre 13 e 15 de abril passado, o comandante Chamorro já descrevera o contato que Fujimori teve com uma nave alienígena em Iquitos, na Amazônia Peruana, que o teria estimulado a inquirir seus generais sobre o assunto — ainda que de forma reservada. Agora, entrevistado em seu próprio país, Chamorro estava bem mais à vontade para tratar desse e de muitos outros assuntos, além de casuística e de aspectos sociais do Fenômeno UFO. Foi assim que o comandante revelou o que pensa sobre o aumento da atividade de outras inteligências cósmicas na Terra.
Quando questionado sobre a razão de a população do Peru — hoje um dos países mais ativos do mundo em número de observações ufológicas — ser tão aberta quanto à questão, Chamorro respondeu: “É porque, ao contrário dos povos que vivem em outras partes do mundo, que foram ensinados a ver o homem como o centro do universo, as populações andinas — não apenas as peruanas — se sentem parte integrante e ativa dele, e assim tratam da questão da vida extraterrestre de maneira mais natural”. Sem dúvidas! Sua entrevista completa está passando pelo processo de transcrição e tradução para logo ser publicada em UFO.
Dando continuidade à viagem a Lima, em 17 de junho o entrevistado foi o advogado Anthony Choy, especializado na casuística ufológica do litoral peruano — no dia anterior, fui com ele a Chilca, pequena vila de muitos avistamentos às margens do Oceano Pacífico, cerca de 100 km a sudoeste de Lima, encontrar testemunhas de interessantes ocorrências. Em sua detalhada entrevista, Choy relatou incidentes de observação e aterrissagem de UFOs e até de contatos com tripulantes no Peru, apresentando à Revista UFO pesquisadores de várias partes do país. Todos narraram suas experiências e investigações, podendo-se perceber que têm grande trabalho para dar conta da fenomenal casuística — o Peru tem dimensões respeitáveis e boa parte dele é inacessível, como a Cordilheira dos Andes, as florestas tropicais e muitos desertos.
Queda de nave na selva
Uma área ufologicamente muito ativa é Huánuco, em uma região de mata no centro do país. Ainda na entrevista que concedeu com exclusividade, Anthony Choy falou de fatos que ocorrem naquela zona e em outras do Peru, entre os quais está a queda de uma nave e o resgate de seis tripulantes — parte vivos, parte mortos — por forças militares peruanas e norte-americanas baseadas naquela localidade, executando operações conjuntas de combate ao narcotráfico. “Ao final dos procedimentos, todos os destroços e seres apreendidos foram levados aos Estados Unidos”, disse Choy. O episódio relatado é muito parecido com o Caso Varginha e logo será publicado na Revista UFO, além da entrevista completa com o advogado.
O Peru também é o país onde surgiram muitos movimentos contatistas nos anos 70 e 80, como o Grupo Rama, encabeçado por Sixto Paz. Ele foi entrevistado por esse editor em viagem anterior a Lima, em 1995, quando relatou suas polêmicas experiências. O Rama já desapareceu, mas, ainda hoje, por razões desconhecidas, abundam no Peru os chamados contatados, a exemplo de Asís, que também conversou com a UFO em encontro proporcionado pelo comandante Julio César Chamorro Flores, que o apoia. Residente em Lima, Asís tem uma história interessante de contatos com UFOs e seres, assim como de obtenção de imagens em vídeos de suas naves — casos como o dele são bastante controversos devido aos fatores psicológicos que envolvem tais pessoas, mas sempre dão curiosos resultados quando investigados.
Asís é um administrador de empresas de menos de 40 anos, um tanto tímido e bastante sensato em suas colocações, que não está buscando nenhum tipo de publicidade para suas experiências. Como descreveu, fenômenos insólitos — não apenas de natureza ufológica — o perseguem por toda a vida. O mais curioso sobre sua experiência de contatismo é que, ao contrário de Paz e mais próximo do caso do italiano Antonio Urzi [Veja edição UFO 168, agora disponível na íntegra em ufo.com.br], pessoas em sua companhia também veem naves e podem até filmá-las. “Muita gente que me acompanhou em várias ocasiões pôde registrar que esses objetos são reais”, disse a esse editor.
Continua o giro
Enfim, o Peru é uma terra inspiradora para qualquer buscador, especialmente para ufólogos, e lá se sente de maneira intensa a presença alienígena na Terra. Agora, tendo entrevistado militares no Brasil, Uruguai, Chile e Peru, as próximas viagens serão para o Equador e Argentina, países que também têm atividade oficial de pesquisa ufológica. O primeiro criou a Comisión Ecuatoriana para la Investigación del Fenómeno Ovni (CEIFO) dentro da Força Aérea Equatoriana (FAE), em 2004, e o segundo inaugurou em 2010 uma organização para esse mesmo fim em sua Aeronáutica, a Comisión de Investigación de Fenómenos Aeroespaciales (CIFA). Todos os resultados alcançados com essas viagens serão apresentados aos nossos leitores.