Análise da atividade ufológica em áreas específicas da Terra e sua explicação
É comum ouvirmos que determinada cidade ou região é um polo de atividade ufológica constante. Geralmente, esses são lugares que já convencionamos tratar como hotspots de UFOs e até a imprensa se refere a eles como “pontos favoritos” de nossos visitantes extraterrestres no planeta. Alguns exemplos quem vêm à mente são, no Brasil, São Thomé das Letras e Varginha, em Minas Gerais, Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. Em outros países temos Roswell, nos Estados Unidos, Stonehenge, na Inglaterra, e Victória, na província argentina de Entre Rios. Isso apenas para citar alguns exemplos — são inúmeros os pontos da Terra que têm fama de serem locais onde os ETs se sentem em casa.
Mas essas localidades apresentam realmente um número de ocorrências ufológicas maior do que no resto do planeta? Não necessariamente, e há algumas considerações que devem ser feitas para se entender por quê. Em primeiro lugar, temos que diferenciar as áreas que têm elevada atividade ufológica por razões óbvias, como locais onde há uso de energia nuclear, bases militares estratégicas, estações de lançamento de foguetes e regiões com grande quantidade de minérios. Esses são pontos que de fato atraem o interesse de nossos visitantes, como comprovado nos documentários Destino Terra e Destino Terra 2 [Códigos DVD-024 e DVD-047 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. As inteligências que nos observam parecem vigiar locais onde desenvolvemos nossas tecnologias — especialmente de natureza bélica. Já áreas ricas em minérios, como a Serra da Beleza, no oeste do Rio de Janeiro, também parecem interessar nossos visitantes, que ali buscam algo relacionado a tais materiais — que talvez sejam fontes de energia para eles.
Em mais de 300 cidades
Em segundo lugar, é bastante conhecido na literatura ufológica um fenômeno para o qual ainda não há explicação: as ondas ufológicas. Elas são ocasiões que podem durar horas, dias e até semanas em que UFOs concentram suas atividades, muitas vezes centralizando-as em uma região específica, mas também podendo se estender para todo o globo. Tivemos inúmeras dessas ondas nas últimas décadas, entre as quais, com destaque, a de 1954 na Europa, de 1967 em todo o mundo e de 1978 na Oceania. No Brasil já foram registradas várias, entre elas a que durou os primeiros meses de 1982, tendo como picos o Caso VASP Voo 169, de 08 de fevereiro, e o Caso Morenão, de 06 de março — a ocorrência se deu sobre aquele estádio de futebol de Campo Grande (MS), recebendo seu nome, mas UFOs foram simultaneamente vistos em mais de 300 municípios de 8 estados em um intervalo de 30 minutos.
E, em terceiro lugar, há outra razão que nos faz pensar que determinadas cidades sejam pontos preferidos de nossos visitantes, e essa de natureza bem prosaica: o hábito dos moradores de tais localidades. Estamos falando de municípios que receberam a fama de hotspots de UFOs simplesmente porque seus habitantes, como parte de sua rotina, observam mais os céus de suas terras do que os de outras cidades, fazendo com que nelas se registrem mais ocorrências, naturalmente — quanto mais pessoas olharem o firmamento, e por mais tempo, maior a chance de se avistar um UFO. Ainda nessa categoria de manifestações temos também cidades onde aparentemente há mais avistamentos porque, igualmente como costume local, seus residentes são abertos à questão ufológica e não se sentem reprimidos em relatar eventuais fenômenos observados. Somem-se esses dois fatores e teremos localidades como Guarabira (PB), Alegrete (RS) e Mucugê (BA), entre outras, que já foram até batizadas de “capitais brasileiras dos UFOs”, devido à intensidade da casuística local.
Na hora e no local certo
Há ainda mais uma consideração a se fazer quanto ao assunto, que reside em um fator sociológico atrelado ou não às condições acima descritas, ou seja, podem ocorrer em localidades em que há combinação dos fatores relatados e em outras onde nem um deles se registra costumeiramente. Em determinados municípios, uma simples observação ufológica que tenha ocorrido na hora certa, no local certo e com a pessoa certa pode levá-lo a adquirir a mesma fama. Tome-se como exemplo a cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, aqui escolhida não por acaso, mas por ter sido palco do que se quer descrever, nos anos 70. Basta que uma pessoa conhecida na cidade — no caso, foi o prefeito — tenha um avistamento e o relate aos amigos e parentes, e que o fato chegue ao conhecimento da imprensa. Imediatamente, a notícia se espalhará no município, fazendo com que outras testemunhas de coisas semelhantes, ocorridas na mesma época ou não, sigam o exemplo da primeira e também resolvam revelar seus casos — e se alguns desses também forem noticiados pela mídia, mais interesse será despertado na população e mais gente resolverá também contar o que viveu. E assim, sucessivamente, uma coisa alimenta a outra e em questão de dias tem-se a impressão de que a cidade é mais uma “capital brasileira de UFOs”.
Qual é, afinal, a razão que faz com que certas cidades e regiões pareçam ter maior incidência ufológica do que outras? Pode-se dizer que nossos visitantes extraterrestres tenham seus locais favoritos na Terra?
Alguns dos municípios mencionados nesse texto passaram por isso, como Mucugê, no final dos anos 80, Guarabira, no começo dos 90, Alegrete e Dourados, nos anos 70, e por aí vai. Todas são cidades que receberam a mesma fama, mas sempre por um período relativamente curto de tempo — obviamente, fama não dura para sempre.
Visão de 360 graus
E existe ainda uma condição que, somada ou não às anteriores, explica a razão da grande atividade ufológica em locais como a Chapada dos Guimarães e a Chapada Diamantina, entre outros pontos elevados de cerrado: são áreas de grande visibilidade do céu, o que obviamente ajuda muito a observação de discos voadores. A Chapada dos Guimarães, por exemplo, está a 811 m do nível do mar, em uma área exuberante onde se tem um campo de visão de praticamente 360 graus — um belo local para se ver um UFO. E o que muita gente que alega ter tido experiências em pontos assim tem em comum? Elas vão para lá justamente para observarem o céu, com grande esperança de ver um fenômeno. O mesmo serve para São Thomé das Letras, que, embora não goze de tão boa visibilidade, é ponto de peregrinação de pessoas que contam com a possibilidade de avistarem um UFO.
Em todas essas circunstâncias, no entanto, um fator que se mostra decisivo para aumentar a casuística de dada localidade é a existência de um ufólogo ou grupo de pesquisa lá, que irá providenciar para que os fatos sejam conhecidos da Comunidade Ufológica Brasileira e, assim, que a cidade seja reconhecida por sua incidência ufológica. Essa é mais uma boa razão para o surgimento de novos pesquisadores do tema.