por Paulo R. Poian
DEPOIS DE DEBATE, VATICANO ADMITE POSSIBILIDADE DE VIDA EXTRATERRESTRE
A Igreja Católica levantou novamente a questão da possibilidade de vida inteligente extraterrestre, agora durante um seminário sobre astrobiologia realizado em novembro, durante o qual um dos participantes expressou a convicção de que uma descoberta estava relativamente próxima. O padre Chris Impey, astrônomo da Universidade do Arizona, se disse certo de que “em alguns anos serão encontradas formas de vida no universo, seja no Sistema Solar ou fora dele”. Também destacou que progressos incríveis foram feitos na pesquisa sobre os planetas e lembrou: “Foi apenas em 1995 que encontramos o primeiro planeta fora do Sistema Solar e agora conhecemos mais de 400”. O diretor do Observatório do Vaticano, padre José Gabriel Funes, declarou que “as perguntas que fazemos sobre a origem da vida e a possível presença dela fora da Terra, pelo universo, são legítimas e merecem uma séria consideração”.
O evento foi promovido pela Pontifícia Academia para as Ciências e pelo Observatório do Vaticano. Em entrevista à imprensa, Funes disse ainda que, “mesmo se não encontrarmos vida, as pesquisas nos ensinam coisas importantes e úteis sobre nosso mundo, com implicações filosóficas e teológicas”. O debate reuniu 30 cientistas, astrônomos, biólogos, físicos, geólogos e químicos. Os convidados eram especialistas em seus campos de estudo e “não lhes pedimos certidão de batismo”, disse Funes, preocupado em mostrar a abertura da Igreja. Em maio de 2008 ele havia sido um pouco menos reservado: “Os ETs existem e são nossos irmãos. Não considerar a existência de outras espécies avançadas no universo e menosprezar a capacidade criativa de Deus”, disse na ocasião [Veja edição UFO 143].
DESCOBERTOS 32 NOVOS EXOPLANETAS
Cientistas anunciaram a descoberta de mais 32 novos planetas fora do Sistema Solar, o que se soma à idéia de que o universo está repleto de possíveis palcos de vida. Utilizando telescópios do Observatório Europeu Meridional (ESO), baseado no Chile, pesquisadores não encontraram nenhum planeta do tamanho da Terra que parecesse habitável ou incomum. Entretanto, a revelação eleva o número de exoplanetas já descobertos para mais de 400. Seis dos novos corpos são algumas vezes maiores do que o nosso planeta, aumentando o total das chamadas “Superterras” em mais de 30%. A maioria dos orbes descobertos até agora é muito maior, do tamanho de Júpiter ou mais. Dois deles são pequenos, com até cinco vezes o tamanho da Terra.
O astrônomo Stephane Udry, da Universidade de Genebra, disse que os resultados dão apoio à teoria de que a formação de planetas é um fenômeno comum, especialmente ao redor de um certo tipo de estrela. “Estou confiante de que há planetas semelhantes à Terra por toda parte”, disse Udry em entrevista coletiva. “A natureza não gosta do vácuo. Se há espaço para pôr um planeta lá, haverá um planeta lá”. Os especialistas dizem que é especialmente interessante a alta proporção – cerca de metade – de um tipo de sistema estelar com estrelas relativamente leves que contam com planetas ao redor. Isso é mais do que a teoria atual sobre a formação de corpos celestes esperaria. “Dois dos planetas encontrados junto a tais estrelas têm tamanhos próximos ao da Terra”, disse o astrônomo Xavier Bonfils, do Observatório Grenoble, na França. As descobertas foram feitas pelo Buscador de Planetas de Velocidade Radial de Alta Precisão [Harps, na sigla em inglês], que procura por instabilidades sutis no movimento de uma estrela, que podem ser causadas pela atração gravitacional e um orbe próximo.
CURSO VAI CAPACITAR PROFESSORES DE ASTRONOMIA DA REDE PÚBLICA
Um curso oferecido a distância com o objetivo de capacitar professores da rede pública de ensino fundamental e médio para lecionarem astronomia é uma das primeiras iniciativas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT). A estimativa é que 15 mil professores sejam habilitados a cada ano. O INCT faz parte de uma iniciativa do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), ligada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A pesquisadora Elysandra Figueredo conta que o curso faz parte de um dos cinco objetivos estratégicos do INCT – o de criar uma linha de ação voltada para a disseminação de conceitos básicos da matéria no âmbito escolar. “Um professor da rede pública tem uma média de 50 alunos em sala de aula, então ele multiplica conhecimento. Nossa idéia é disseminar conceitos de astronomia por meio da capacitação de professores”, aponta Elysandra. “Este curso pode ser considerado como um retorno que estamos dando para a sociedade, pois, afinal, é ela quem custeia as universidades públicas”, completa. Serão dezenas de cientistas envolvidos com o curso e mais informações podem ser obtidas no site da USP, no endereço: http://www.usp.br.
UMA NOVA EQUAÇÃO PARA ESTIMAR A VIDA EXTRATERRESTRE
Astrobiólogos estão tentando elaborar uma equação matemática para quantificar o quanto outros planetas seriam adequados para a vida, semelhante à famosa Equação de Frank Drake, de 1961. A idéia, agora, é avaliar as chances de entrarmos em contato com civilizações extraterrestres. O exercício pode ajudar as futuras gerações a descobrirem para onde olhar ou onde se estabelecerem. Baseado em estudos de exemplos terrestres, os cientistas listaram três fatores: a presença de água líquida, os compostos químicos que podem ser combinados em reações orgânicas e uma fonte de energia para alimentar tais reações. Eles passaram a acreditar que os mundos habitáveis podem ser divididos em quatro categorias, cada uma com diferentes probabilidades para os organismos alienígenas. Isso tem grande potencial na busca de vida no universo, especialmente porque a tecnologia está na fase em que imagens diretas de planetas extrassolares já são possíveis.
CRUZADA CONTRA PROFETAS DO APOCALIPSE
O mundo não vai terminar em 21 de dezembro de 2012, garantiu a NASA em uma curiosa campanha para dissipar temores provocados pelos profetas do Apocalipse na internet e pelo filme 2012, lançado por Hollywood em 13 de novembro. A película, dirigida por Roland Emmerich, relata o fim da humanidade no solstício do inverno boreal de 2012, exatamente naquela data, após uma série de catástrofes naturais. O calendário estaria ligado a um alinhamento dos planetas no Sistema Solar, algo de mau presságio, segundo a crença popular. Conforme vários estudiosos do “fim do mundo”, este chegará quando um obscuro corpo celeste chamado de Nibiru, supostamente descoberto pelos sumérios, colidir com a Terra [Veja edições UFO 148 e 151].
Alguns sites acusam a NASA de ocultar a verdade, mas a agência qualifica estas histórias de engodo da internet. “Não há qualquer evidência para tais afirmações”, destaca em seu site. “Se a possibilidade de colisão fosse real, os astrônomos teriam detectado tal objeto pelo menos durante a última década, e ele agora seria visível a olho nu. Obviamente, tal corpo não existe”. Em outro trecho, afirma que nenhum cientista sério conhece alguma ameaça para 2012, recordando que a Terra existe há mais de quatro bilhões de anos. Uma colisão com nosso planeta foi prevista, inicialmente, por alguns profetas para 2003, mas a data foi adiada para 21 de dezembro de 2012, que corresponde ao fim de um ciclo do calendário maia [Veja edição UFO 159]. A NASA destacou ainda que as colisões catastróficas da Terra com corpos celestes são muito raras, e que a última ocorreu há 65 milhões de anos.
FALECE LONNIE ZAMORA
Na cidade de Socorro, no Novo México, nos deixou Lonnie Zamora, protagonista de um dos casos mais famosos da Ufologia Mundial, ocorrido em abril de 1964. Zamora era considerado uma das testemunhas mais confiáveis de seu tempo, com rara capacidade de observador experiente, pois era agente policial. Ficou muito próximo de tripulantes de um UFO ovóide que aterrissou às margens de um povoado, o que lhe permitiu não só descrevê-los como também detalhar um emblema que a nave ostentava. Idôneo, sério e cidadão respeitado, teve que se retirar de sua corporação por pressão cética, e acabou trabalhando em um posto de combustíveis. Mesmo assim, uma revista mexicana ainda chegou a publicar seu número de telefone residencial para que curiosos pudessem perguntar sobre suas experiências. Lamentável, mas agora ele descansa em paz.
TENDÊNCIAS
EXÉRCITO E MARINHA AINDA NÃO LIBERARAM SEUS ARQUIVOS SECRETOS
A Câmara dos Deputados enviou requerimento de informações ao Ministério da Defesa com o objetivo de saber como está o processo de abertura de documentos ufológicos nas três Forças Armadas. Tendo como parâmetros os documentos que já foram liberados pela Aeronáutica e enviados ao Arquivo Nacional, em virtude da pressão exercida pelo movimento UFOs: Liberdade de Informações Já, gerido pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), três deputados procurados pela entidade aceitaram acionar a Mesa Diretora da Câmara para que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, se manifeste sobre o tema. São eles Chico Alencar (PSOL), Guilherme Campos (DEM) e Wilson Picler (PDT).
Desde outubro de 2008, quando os papéis começaram a chegar à CBU e ao Arquivo Nacional, os ufólogos vêm notando a falta de muitas informações, além de casos inteiros, que foram solicitados através do Dossiê UFO Brasil. Outro detalhe importante é que, além da demora no envio de documentos para acesso público, já desclassificados por força da Lei 11.111/2005 combinada com o Decreto 5301/2004, apenas a Aeronáutica começou a abrir suas pastas. Até hoje, Exército e Marinha não se manifestaram oficialmente sobre a ação protocolada pela CBU naquele Ministério, forçando os ufólogos a solicitarem aos deputados o requerimento de informações via Congresso, visando o atendimento das solicitações de cidadãos amparados por corpo legal já vigente.
