por Rogério Chola
Alienígenas ancestrais e metódos de abdução ultrapassados
Inicialmente, gostaria de agradecer a todos os leitores que constantemente me escrevem comentando minhas seções e textos, apresentando questionamentos, críticas e sugestões. Como não é possível responder a todos, faço-o através deste espaço. Obrigado! Voltando a comentar a edição UFO 112, tema do último Espaço do Ombudsman, cito a válida observação do consultor de UFO Paulo Poian, que pergunta o que teria a ver o termo tsunami com as fotos de tornado que aparecem no editorial Um Tsunami Ufológico, do editor A. J. Gevaerd. “Um tsunami ufológico seria diferente?”, pergunta Poian. Como já falei inúmeras vezes, é necessário maior cuidado com a escolha de títulos, chamadas e imagens ilustrativas para a Revista UFO.
Já na edição 113, a revista mostrou estar de parabéns pela escolha do entrevistado do mês. Sem dúvida, Vicente-Juan Ballester Olmos é leitura obrigatória para quem pretende profissionalizar a Ufologia. Na seção Mensagem do Editor, o texto A Importância dos Eventos de Ufologia – sobre o sempre interessante evento ufológico Cosmos, de Araçatuba –, destaco algumas passagens. Uma delas foi a afirmação proferida pelo co-editor de UFO Marco Petit, que alega a possibilidade da evolução dos ETs se darem por processos que conhecemos, entre eles a reencarnação. Sem entrar no mérito da existência ou não de extraterrestres ou da reencarnação, quem realmente conhece este processo? Outra parte do texto ficou confusa para o leitor: “O Fenômeno UFO parece ser bem maior do que a soma de suas partes”. Quais seriam as partes a ser somadas?
Visitantes Ancestrais — Na mesma edição, o texto O Legado de Visitantes Ancestrais, do novo consultor José Augusto Fonseca, exibe um tema recorrente que sempre se mostra intrigante e cativante. Porém, o assunto invariavelmente se apresenta calcado nas mesmas bases frágeis que levam a erros de conclusão, que irremediavelmente se tornam mitos. Um exemplo é a citação do autor sobre as famosas pegadas de pés calçados fossilizados nos Estados Unidos, que de real somente possuem o trilobite que foi esmagado (ou prensado) por camadas geológicas, formando marcas muito comuns na região de formação cambriana de Wheeler, em Antelope Springs, Utah. O ponto que deve ser questionado, quando se estuda figuras e representações rupestres, é o que realmente representam. Se interpretarmos com uma visão científica moderna, símbolos e figuras ancestrais nos levam, inevitavelmente, a erros de conclusão. Imagine, então, interpretar esses mesmos dados com a visão tendenciosa da Ufologia?!
No artigo A Incrível Abdução de Filiberto Cardenas, de Virgilio Sanchéz-Ocejo, que trata de outro tema controverso – e qual não é? – da Ufologia, é sempre bom frisar que a hipnose regressiva não garante que um fato realmente tenha acontecido. É interessante notar, nesse caso, que os extraterrestres, além de aparentemente não ter nada de útil para fazer – a não ser raptar pessoas para lhes mostrar um possível futuro –, ainda revelam seus planos malignos e sua capacidade de controlar qualquer um, em qualquer lugar. Seria esta forma de pensar digna de uma raça inteligente? Numa das citações do autor, ele diz que “…muitas pessoas serão seqüestradas e inseminadas por eles [Os ETs]. Algumas retornarão às suas casas, mas não se lembrarão de nada do que lhes aconteceu”.
Métodos antiquados — Para encerrar, em cima do artigo Estranha Coincidência, do editor A. J. Gevaerd, faço alguns questionamentos sobre fatos que nunca são explicados ou levantados pelos estudiosos das abduções. Primeiro, se as abduções são milenares, como defendem alguns, os alienígenas não evoluem em seus métodos de examinar as vítimas? Se hoje temos técnicas de clonagem e inseminação artificial, por que os alienígenas insistem em utilizar metodologias antiquadas? No texto é dito que o “exame médico feito pelos ETs é delicado”, apesar de as testemunhas alegarem que são literalmente violentadas. Noutro ponto é dito que “nossos visitantes têm exatamente a morfologia humana”, mas isso significa exatamente o quê? Que somos produto deles? Será que os ufólogos não vão parar para pensar que a forma humanóide pode ser a que mais representa uma excelente relação custo versus benefício para interagir com o universo concreto? É a forma que consome menos energia, ao mesmo tempo em que proporciona uma flexibilidade e capacidade de manipular objetos. Obviamente, a ciência espera encontrar formas de vida superior semelhantes à humanóide.