Afinal, faremos contato oficial com ETs?
O que pensar sobre os discos voadores? Eles existem? Se existem, o que são? De onde vêm? Por que visitam a Terra? E por que não se mostram abertamente a todos nós? Estas são apenas algumas das indagações mais comuns feitas constantemente aos ufólogos, pessoas obstinadas que, pelas mais variadas razões, lutam para esclarecer o significado do Fenômeno UFO. Tais perguntas são formuladas pela sociedade em geral, que também quer respostas e esclarecimentos. Mas onde estão tais respostas? Elas existem? São conclusivas? Em 24 de junho passado, quando completamos 58 anos da famosa observação de Kenneth Arnold sobre as Montanhas Cascade, nos Estados Unidos – que deflagrou a chamada Era Moderna dos Discos Voadores –, a Ufologia constatou que ainda não tem todas as respostas que gostaria, mas tem várias que pode, certamente, oferecer à população de maneira clara.
Algumas certezas os ufólogos já têm até de sobra, que os permitem fazer afirmações ousadas e impactantes. Uma delas, claro, é a de que os discos voadores de fato existem. Quanto a isso não há mais dúvidas, e os que duvidam apenas não conhecem as informações existentes. Há literalmente milhões de registros de observações de naves alienígenas nos arquivos das forças armadas de quase duas centenas de países – até mesmo no Brasil. Nossa Aeronáutica, de maneira absolutamente inédita e surpreendente, admitiu aos ufólogos da Revista UFO, em seu histórico encontro de 20 de maio passado [Veja edição 111], que desde 1954 registra sistematicamente a passagem de objetos não identificados por nosso espaço aéreo, mantendo tais casos em arquivos específicos e confidenciais, que os pesquisadores agora tentam abrir para a população através da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já.
Mundos mais avançados — Mas se os UFOs existem, de onde vêm? Certamente, vêm de fora de nosso planeta, sendo por isso chamados de extraterrestres, alienígenas ou mesmo exoterrestres. Vêm de mundos que, assim como a Terra tem feito mais timidamente, lograram avanço tecnológico tal que permitiu às suas sociedades visitarem outros planetas, fazendo-o numa escala muito mais ampla do que nos permite o nosso estado evolutivo. A civilização terrestre, até o momento, pode apenas e rudimentarmente instalar robôs em Marte e Vênus ou fotografar com câmeras remotamente operadas os planetas do Sistema Solar, tais como Júpiter, Saturno e Netuno, por exemplo. Só isso. Já os seres que nos visitam, provenientes de outros planetas, têm veículos mais sofisticados, mais eficazes e mais rápidos, que usam formas de energia que ainda desconhecemos, imensamente mais potentes do que as que conhecemos aqui na Terra.
Enquanto nossas façanhas em direção ao cosmos nos enchem de emoção, justificadamente, elas são – e isto devemos reconhecer – primitivas, limitadas e ainda insignificantes se analisadas em escala cósmica. E o são porque a Terra possui uma civilização jovem, que ainda tem muito a crescer e a se expandir, principalmente em termos tecnológicos e astronáuticos. Ainda vivemos uma tenra “infância cósmica”.
Talvez daqui 30 ou 40 anos já tenhamos condições de enviar tripulações de homens e mulheres a planetas distantes, de outros sistemas estelares e até mesmo de outras galáxias. Hoje, nosso alcance máximo são os planetas de nossa vizinhança, que podemos considerar uma espécie de “quintal da Terra”. Vendo por esse ângulo – e tendo o bom senso de admitir que o universo é cheio de planetas onde a vida também floresceu – fica bem mais fácil entender que muitos desses mundos tenham raças mais antigas e mais avançadas do que a nossa, e possam fazer hoje o que pretendemos fazer nas próximas décadas, se não nos extinguirmos antes com nossa insanidade bélica.
Que os UFOs existem, não resta dúvida.Mas de onde vêm e por que estão aqui? As respostas podem ser bem menos glamurosas do que imaginam a população e os ufólogos
Mesmos anseios — Mas por que os UFOs vêm à Terra, afinal? A resposta, que pode parecer complexa e misteriosa, à primeira vista, é na verdade banal. Ora, os UFOs vêm à Terra pela mesma razão que nos faz enviar nossos robôs a Marte e a Vênus, ou nossas sondas a Júpiter, Saturno e Netuno. Nossos visitantes buscam fora de seus planetas, na vastidão do universo, exatamente aquilo que nós buscamos fora do nosso: outras formas de vida, mais conhecimento sobre nossas origens e mais controle sobre nossos destinos. É bem possível até que “eles” tenham sentimentos e anseios bastante semelhantes aos humanos – entre os quais o de expandir suas fronteiras cada vez mais, de ampliar seus limites incessantemente, de vencer seus obstáculos. Por causa desse instinto nós fomos à Lua, por causa dele tentamos explorar o espaço, e pela mesma razão buscamos outras formas de vida lá fora. Certamente, serão idênticos ou muito semelhantes os motivos que levam outras civilizações do cosmos – mais avançadas e esclarecidas do que a terrestre – a fazerem o mesmo. E ao fazê-lo, encontram a Terra entre seus destinos, como certamente também encontram muitos outros mundos, parecidos com os deles e com o nosso. Isso é coisa natural para eles, como um dia será para nós.
A derradeira questão que resta entender é por que nossos visitantes não se mostram abertamente aos habitantes da Terra? E a resposta pode ser formulada com outra pergunta: por que fariam isso? Tal apresentação lhes traria algum benefício direto, que eles já não tenham em suas seculares explorações ocultas de nosso planeta, uma vez que são raças mais avançadas e têm mais capacidade tecnológica de explorar nosso mundo e seu ecossistema? Por outro lado, estaríamos nós, os terrestres, em condições de receber abertamente visitas de outras raças do universo, evoluídas e sofisticadas, sem que isso tenha um impacto tão profundo em nossa sociedade e trajetória evolutiva que rompa com nossa cultura? Historicamente, a resposta é não. É amplamente sabido que, quando uma sociedade mais avançada se aproxima de uma mais atrasada, a primeira subjuga e deteriora os padrões comportamentais da segunda. Se isso já aconteceu em centenas de exemplos épicos em nosso mundo, que dirá em escala cósmica!
E ainda que essa não fosse a razão para o não contato oficial e imediato, como tanto gostaríamos, haveria outra para que impeça uma raça cósmica de aproximar-se aberta e irrestritamente da Terra? A resposta também parece ser afirmativa, e ela pode ser interpretada através de números estatísticos sobre nossa espécie. Um deles é de que, dos 6 bilhões de seres humanos de nosso planeta, 2,3 bilhões passam fome, 1,5 bilhão está em estado de absoluta inanição e 2,2 bilhões em conflitos de todos os tipos – principalmente guerras, que têm como estopim, em 90% dos casos, disputas meramente religiosas1. Ou seja, os homens e mulheres de nosso planeta são aprenderam sequer a conviver entre si, de maneira minimamente racional e organizada, para pleitearem o direito de conviverem com raças mais adiantadas do universo. Será que é difícil entender uma equação tão óbvia? Pode ser para nós, mas certamente não será para humanidades mais avançadas e resolvidas, como devem ser aquelas as quais pertencem nossos visitantes.
Descomplicando os UFOs — A resposta para a falta de contato talvez deva ser entendida de uma maneira simples. Nossos visitantes parecem não desejar se apresentar de forma ampla e oficial porque, primeiro, não têm necessidade disso, já que dominam há séculos a capacidade de vir à Terra para observar ou buscar o que desejam. Segundo, porque não somos ainda, enquanto raça, capazes de entender e praticar uma convivência em escala cósmica, nem de absorver seus eventuais benefícios. Antes de sequer pensar em ter o benefício de um contato formal com raças avançadas do universo, os seres humanos terrestres precisam resolver nossos conflitos e desigualdades, alimentar e abrigar seus famintos, dar condições de vida a todos os membros de sua raça, extinguir as diferenças tão brutais entre os integrantes de sua humanidade.
Ainda assim, em condições ou não, talvez a humanidade logre tal contato de outra forma, pois tudo leva a crer que ele ocorrerá mesmo em meio ao caos em que vivemos. Essa certeza parece se tornar cada dia mais concreta quando se observam os números, que indicam um aumento gradativo e firme da casuística ufológica global, sem tréguas há décadas. Essa evolução na quantidade de casos de observações de UFOs e contatos com seus tripulantes sugere que iremos, em um período ainda não estimado, acabar estabelecendo um contato formal com nossos visitantes – ou pelo menos com alguns. Talvez isso ocorra não por iniciativa deles, como seria de esperar, mas sim porque o ser humano, em seu irreversível processo evolutivo, está indo cada vez mais longe no espaço, e lá fora há de os encontrar. Essa é uma questão de tempo – um tempo que não sabemos de quanto será, mas que está ligado ao tempo que precisaremos para evoluir como espécie e alcançar áreas mais longínquas do cosmos.
A ciência se fecha — E a Ufologia, enquanto isso, hoje reconhecida até mesmo pela Força Aérea Brasileira (FAB) como uma atividade de credibilidade e responsabilidade, continuará se esforçando, como tem feito nos últimos 58 anos, para obter mais respostas para o enigma representado pelo Fenômeno UFO – assim como encontrar mais sustentação para as respostas já apresentadas e difundidas. Todo esse esforço vem sendo feito numa tentativa explícita, por alguns, e implícita, por outros, de preparar nossa humanidade para o impacto – positivo ou negativo – que ela sofrerá quando o contato se concretizar. Certamente, quando isso ocorrer, precisaremos de toda a informação possível sobre nossos visitantes. Enquanto a ciência se fecha para a realidade dos UFOs, a Ufologia, quase sexagenária, permanece persistente em busca de conhecê-lo e explicá-lo à sociedade.