Do tamanho de transatlânticos ou de um boeing, com aspecto gelatinoso e movimento de “limpador para-brisa”. Esses são alguns dos termos usados por observadores para descrever UFOs vistos no Brasil. As informações são de documentos oficiais da Aeronáutica, que eram mantidos em sigilo, mas que agora vieram a público e estão à disposição do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro.
Esses relatos, catalogados pela Força Aérea Brasileira (FAB) nesta década, foram feitos por pessoas que viram os objetos no céu enquanto estavam no chão e também por pilotos de avião, que avistaram UFOs durante suas viagens. Anteriormente, já foram abertos os arquivos referentes a essas ocorrências até os anos 90. Com os novos documentos, o que os ufólogos querem é conhecer melhor esses casos.
Em julho de 2007, por exemplo, um guia de turismo de Manaus entrou em contato com as autoridades para informar que havia visto dois flashes “claros e luminosos”, na cor branca, abaixo do nível das nuvens, com “lento deslocamento lateral”. Os objetos vistos por eles eram “meio gelatinosos”, segundo o relato, classificado até agora como confidencial. Outros testemunhos são mais misteriosos. Em janeiro de 2000, um homem de Foz do Iguaçu diz ter recebido de alguns extraterrestres a mensagem de que eles “iam dominar a Terra”.
“No avistamento de ontem, apareceram uma nave mãe em forma de balão e milhares de outros objetos quadrados e brilhantes. Estes [objetos] seguiram uma aeronave da Varig até que esta desaparecesse nas nuvens. Os objetos retornaram e formaram um Cruzeiro do Sul [constelação do Hemisfério Sul]“, diz uma testemunha num dos relatórios. Apesar disso, o oficial da Aeronáutica que coletou o relato diz ter ligado para o aeroporto local e os operadores informaram que não houve qualquer sinal suspeito no radar. Também em 2000, o piloto de um avião que voava próximo a Petrolina, em Pernambuco, diz ter visto uma luz branca, como se fosse a de um farol. De acordo com ele, o UFO trafegava como uma aeronave com faróis acesos, mas sem qualquer outra luz de navegação. Após cerca de um minuto, a luminosidade acabou sem motivo aparente.
Outros relatos indicam que o fenômeno pode apresentar o formato de animais. Um morador de Caiobá, no Paraná, diz ter visto um objeto esquisito, de cor vermelha, tamanho de transatlântico e forma de caranguejo. O oficial que coletou o relato fez questão de ressaltar que o homem estava “lúcido” enquanto contava sua experiência. “O observador não aparentava ter feito uso de drogas ou bebida alcoólica. O seu depoimento foi lúcido e lógico, demonstrando apenas ter medo do que viu”.
O pesquisador britânico Andy Thomas [Que esteve no Brasil no início do mês], considerado um dos mais conceituados investigadores de objetos voadores não identificados, disse ao Jornal da Record que é importante abrir esses arquivos. Entretanto, segundo ele, “o governo ainda deve manter em sigilo os casos mais importantes. De qualquer maneira, a comunidade científica vai instantaneamente atrás da informação nova para entender e conseguir ter um cenário completo do que vem acontecendo”.
Uma portaria publicada no Diário Oficial da União no mês passado regulamenta como a Aeronáutica deve lidar com assuntos ligados a UFOs no espaço aéreo nacional. Segundo o documento, o Comando da Aeronáutica (Comaer) deve se encarregar apenas do registro de ocorrências e do seu encaminhamento para o Arquivo Nacional. Saiba mais sobre o acompanhamento, nesta semana, do Jornal da Record na liberação dos arquivos ufológicos nacionais, desclassificados graças às iniciativas da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já e da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), com apoio incondicional da Revista UFO e Comunidade Ufológica Nacional.