Em 2011 o Exército Brasileiro enviou um ofício ao então deputado Chico Alencar, respondendo às indagações do parlamentar em relação ao Caso Varginha. Embora publicitado à época, o documento ficou esquecido pelos pesquisadores. Até agora.
Grande parte dos ufólogos e dos interessados por Ufologia acredita que a única ocasião em que o Exército Brasileiro se envolveu de forma oficial no Caso Varginha foi quando a arma estabeleceu um Inquérito Policial Militar (IPM), encerrado em 1997.
Mas isso não é verdade. Há uma documentação importante e valiosa que não recebeu a devida publicidade, passou despercebida e não foi mostrada em palestras, lives, programas de TV e reportagens sobre o caso.
Estamos falando de as respostas dadas pelo Exército Brasileiro, em 2011, aos questionamentos feitos no requerimento de informações 679, de autoria do então deputado Chico Alencar com assessoria da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), à época presidida por Fernando Ramalho.
No ofício, o Exército responde de forma inédita a 11 perguntas relativas ao Caso Varginha, por intermédio de o general de divisão Mauro Cesar Lourena Cid, chefe do Gabinete do Comandante do Exército.
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Documentos e informações são a base de qualquer pesquisa de caso
Crédito: Revista UFO
Em outubro de 2011, em sua edição 180, a Revista UFO fez uma longa e completa matéria sobre o assunto, explicando de que forma as perguntas foram elaboradas, como se deu a intervenção do deputado e como foi o andamento do processo para se chegar às respostas.
A matéria da UFO pode ser lida integralmente aqui. Ela traz também diversos links para todos os passos do processo de liberação de documentos fruto da campanha Ufos, Liberdade de Informação Já, capitaneada pela Revista UFO e pela CBU.
Para baixar uma cópia do documento emitido pelo Exército, por favor, clique aqui.
Embora as respostas dadas pelo Exército Brasileiro não tenham lançado novas luzes ao evento, o documento faz parte da história do Caso Varginha e não pode ficar “esquecido” apenas porque não traz novas informações.
Segue abaixo a transcrição do questionário:
As declarações das testemunhas identificadas na JUSTIFICAÇÃO deste Requerimento como “1º Militar”, “2º Militar” e “3º Militar”, gravadas e sob posse de vários ufólogos que investigaram o Caso Varginha, são de conhecimento desse Ministério da Defesa?
Embora a pergunta seja dirigida diretamente ao Ministério da Defesa, são meramente outras versões de pessoas não identificadas e, portanto, não são do conhecimento do Exército Brasileiro ou sequer foram arroladas nos procedimentos administrativos instaurados à época.
Por que as testemunhas diretamente envolvidas nos avistamentos e nas capturas das criaturas supostamente extraterrestres de Varginha, como as estudantes Kátia Andrade Xavier, Fátima da Silva e Valquíria Aparecida da Silva e os militares de menor patente do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e da Polícia Militar (PM) de Minas Gerais, não foram ouvidos nem na sindicância e nem no Inquérito Policial Militar (IPM) nº 18/97 instaurado na Escola de Sargentos das Armas (EsSA)?
O comando da Escola de Sargentos das Armas (EsSA) instaurou a sindicância para apurar o suposto envolvimento de militares da Escola, conforme noticiário escrito, televisivo e radiofônico, na região das cidades de Varginha – MG e Três Corações – MG. Todos os militares citados pela mídia foram arrolados na sindicância, restando apurado que os mesmos não participaram de qualquer operação de transporte de carga.
Quais as reais versões do Exército para o relato da testemunha “1º Militar”, sobretudo no tocante aos horários e às descrições morfológicas das estranhas criaturas vistas em Varginha, uma vez que, segundo os autos do IPM (Fis. 219, 220, 261, 322, 323, 324, 325, 326, 327, e 328) levados a cabo para fins de conclusão, o ser avistado na tarde do dia 20 de janeiro de 1996 pelas estudantes – não ouvidas no referido IPM – teria sido fruto de uma confusão com o “ Sr. Mudinho”, e não um “ser extraterrestre”?
A real versão do Exército Brasileiro é o que resultou apurado nos procedimentos administrativos instaurados, nos quais não consta a inquirição de testemunha intitulada “1º militar” e sim pessoas com seus dados básicos de qualificação.
Caso o Exército tenha recebido a primeira criatura do CBM na manhã do dia 20 de janeiro de 1996, conforme afirma o “1º Militar”, qual foi o destino final dado à mesma, onde se encontram os documentos ou quaisquer outros tipos e formatos de dados referentes a essas informações, e qual a atual classificação de sigilo delas?
Não houve o recebimento ou embarque de qualquer tipo de carga em material de emprego militar e os únicos documentos produzidos pela Instituição foram a sindicância e o Inquérito Policial Militar (IPM).
Como e por que a sindicância instaurada pelo Comandante da EsSA, general Sérgio Pedro Coelho Lima, apenas seis dias após a coletiva de imprensa dada na casa do advogado Ubirajara Franco Rodrigues, com o objetivo de “apurar fatos acerca de notícias veiculadas na imprensa sobre a participação de militares daquela Escola na apreensão do “ET de Varginha”, apresenta como justificativa para à movimentação anormal dos caminhões do Exército, observadas no epicentro das ocorrências durante o final de semana que foi do dia 20 (sábado) a 22 de janeiro de 1996, dois documentos, sendo um a nota de empenho nº 96NE00033 do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), datada de 23 de janeiro de 1996, a favor da referida concessionária, e a respectiva fatura dos serviços lavrada pela empresa em 29 de janeiro de 1996 (Fls. 43 c 44 do IPM)?
Os documentos citados contêm a descrição das viaturas deslocadas para a cidade de Varginha, a fim de receberem serviços de manutenção na referida concessionária.
Ainda que o comboio de caminhões do Exército tenha ido a Varginha para serviços mecânicos dias antes dos mesmos serem realizados na Automaco SA – o que não consta nos depoimentos da sindicância – o que estariam fazendo essas viaturas no Jardim Andere, bairro onde as primeiras criaturas teriam sido avistadas e capturadas, e nos hospitais Regional e Humanistas. para onde teriam sido levadas posteriormente, uma vez que esses epicentros do Caso Varginha distam quilômetros (cidade adentro) da rota que liga a concessionária Automaco à EsSA. em Três Corações/MG?
Decorridos mais de quinze anos do supostamente acontecido, torna-se impossível precisar o motivo o deslocamento daquelas viaturas na região mencionada.
Por que razão o Exército não informou a existência do IPM ao Ministério da Defesa. quando esse foi instado oficialmente pela Casa Civil da Presidência da República, em 2008. a se manifestar sobre a geração ou posse de documentos ufológicos por parte das Três Forças Armadas, tendo vindo a fazê-lo apenas em 2010, quando esta Câmara dos Deputados o requereu por meio do RIC 4470/2009?
No protocolo geral do Gabinete, não foi encontrada qualquer solicitação sobre o assunto, no ano de 2008. Apenas em 21 de janeiro de 2010 houve a primeira solicitação para
que o Comando do Exército se manifestasse sobre o Requerimento da Comissão Brasileira de Ufólogos, tendo sido respondido a esse Ministério por intermédio do ofício nº 0170-A4/3.2, de 11 de março de 2010.
Qual foi o motivo para o suposto receio do Comando da EsSA, ou da Inteligência do Exército, que impediu o esclarecimento e a divulgação entre os ufólogos e à imprensa em geral, das diligências internas adotadas por aquela Escola entre maio de 1996 e junho de 1997, e das suas conclusões de que o “ET de Varginha” não passaria do “Sr. Mudinho?
Em nenhum momento a Força omitiu ou deixou de esclarecer os fatos que devessem ser de domínio público. Alegações em contrário constituem meras especulações.
Que razões levaram ao “educado, simpático e justo” pedido de silêncio sobre IPM, feito por militares da EsSA ao pesquisador e advogado de Vitório Pacaccini, Ubirajara Franco Rodrigues?
Como descrito no próprio Requerimento de Informações, a citação postada na internet pelo senhor Ubirajara Franco Rodrigues é um comentário recente e como tal, não foi alvo das apurações realizadas pelos procedimentos administrativos instaurados à época.
Finda a sindicância em 21 de maio de 1996 sem que nenhum militar da EsSA tenha sido punido por ter cometido algum ilícito, por qual razão o próprio comandante daquela Escola instauraria novo procedimento de apuração, desta feita o TPM, oito meses depois, com a finalidade de saber se os autores do livro “Incidentes em Varginha – Criaturas do Espaço no Sul de Minas”, Vitório Pacaccini c Max Portes, cometeram novos ilícitos, se tudo o que foi registrado no livro já havia sido dito pela imprensa, ufólogos, e apurado pela igualmente sigilosa sindicância anterior da ESSA?
O IPM, instaurado em 29 de janeiro de 1997, teve como finalidade apurar o conteúdo da obra intitulada “Incidente em Varginha – Criaturas do Espaço no Sul de Minas”.
Fora as discutidas diligências que resultaram na sindicância e no IPM, a Força Terrestre executou algum outro procedimento interno ou em conjunto com outra instituição governamental, a exemplo do Corpo dec Bombeiros ou da Polícia Militar de Minas Gerais, utilizando-se de sua logística naqueles meses iniciais de 1996 na cidade de Varginha e cercanias, em que resultasse na captura de criaturas estranhas e/ou resgate de objeto não identificado, encaminhamento dessas coisas a outras instituições como o Hospital Humanitas e a Universidade de Campinas, guarda das mesmas em áreas militares ou transporte e cessão do material para outros órgãos, conforme demais testemunhas civis citadas na obra de Pacaccini e Portes, mas que não foram ouvidas nos apuramentos da EsSA?
Nenhuma instalação militar ou material de emprego militar foi utilizado para armazenar ou transportar qualquer tipo de carga, como a referenciada no Requerimento de Informações nº 679, de 2011. As informações c apurações verídicas sobre os aludidos acontecimentos na região de Varginha – MG e Três Corações – MG constam nos procedimentos administrativos instaurados e devidamente encaminhados à 4a Circunscrição Judiciária Militar, Órgão do Poder Judiciário, a quem coube deliberar sobre o assunto.
Assista, abaixo, um programa especial sobre o Caso Varginha: