
Devido às monumentais dimensões de nosso país é verdadeiramente impossível conhecer e descrever toda a extensão de nossa casuística ufológica. Mesmo assim, ao longo de sua trajetória, a Revista UFO tem buscado levar aos seus leitores fatos ufológicos ocorridos nos mais diversos rincões do Território Nacional – da Floresta Amazônica à Lagoa dos Patos, do Agreste Nordestino ao Pantanal. Em todos estes locais, discos voadores e seus tripulantes têm sido registrados com espantosa regularidade. Agora chegou a vez de Fernando de Noronha – um dos mais belos paraísos ecológicos brasileiros – ter sua casuística analisada. E coube ao ufólogo e mergulhador Wallacy Albino, diretor geral do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG), fazer tal trabalho, que apresentamos inédita e exclusivamente nestas páginas.
Situada 4 graus abaixo da linha do Equador e distante 360 km do continente, Fernando de Noronha é uma formação de 21 ilhas e ilhotas com aproximadamente 26 km², tendo a principal cerca de 17 km². A ilha é o topo de uma cordilheira vulcânica com uma base de 4.000 m de profundidade e sua temperatura média é de 26°C, caracterizando um clima tropical. A população gira em torno de dois mil habitantes, que vivem da exploração do turismo. A ilha está autorizada a receber diariamente 420 pessoas, pois seu acesso é extremamente controlado.
Desse total de turistas, 100 deles, ao chegarem à ilha, instalam-se no Hotel Esmeralda do Atlântico, o único do local, sendo que os demais visitantes distribuem-se nas 50 pousadas restantes, todas preparadas para receber em média seis pessoas cada uma. Um local absolutamente paradisíaco e incrivelmente lindo, Fernando de Noronha também vive às voltas com constantes observações de misteriosas bolas de luz que sobrevoam as casas dos moradores. Tais ocorrências se dão tanto à noite, quando proporcionam um espetáculo de luz maravilhoso, quanto de dia, provocando ainda mais polêmica em torno das visitas de UFOs ao local. A infra-estrutura de Fernando de Noronha é singela. Há no arquipélago uma única estrada asfaltada, a BR-363, uma estação de televisão retransmissora da Rede Globo e uma rádio FM – respectivamente a TV e Rádio Golfinho.
Além disso, Noronha conta com um porto preparado apenas para receber pequenas embarcações, um modesto aeroporto, uma única escola, hospital, farmácia, banco e agência de correios. Seus moradores estão felizes como que têm. As ocorrências de objetos voadores não identificados no arquipélago não são recentes. Os moradores mais antigos descrevem fatos envolvendo pessoas e embarcações que chegam às ilhas já há muito tempo. O famoso folclorista Câmara Cascudo, em seu livro Geografia dos Mitos Brasileiros, escreve sobre a lenda da Alemoa ou Alamoa, uma luz interpretada como algo misterioso que aparece constantemente em Noronha. Era bastante comum observá-la próxima ao Pico do arquipélago, uma baliza de basalto com 330 m de altura. A Alamoa tem seu nome derivado da palavra alemã e foi assim batizada pelos moradores por ser uma luz esbranquiçada.
A natureza como um todo – “A Alamoa aparece nas ilhas seduzindo os incautos para matá-los de medo e transformá-los em esqueleto”, diria Cascudo. “E uma alma penada em penitência de tentação, lutando para encontrar um homem forte que a siga e desenterre um tesouro escondido na altura do Pico”, completa. O ufólogo Antonio Faleiro, especialista em Folclore Ufológico, também tem sua forma de interpretar a lenda. Segundo ele, embora particular de Fernando de Noronha, a Alamoa está na galeria dos principais mitos brasileiros há muitas décadas, e foi registrada pela primeira vez em 1916. Para ele, não resta dúvidas de que os antigos ilhéus viram UFOs e, por não saber como interpretá-los, como ocorre com tantas e tantas outras lendas, criaram o mito da Alamoa.
O coração do turista que chega a Fernando de Noronha bate mais forte no momento em que tem contato com a beleza natural das ilhas. O intenso azul do céu e do mar, as águas cristalinas repletas de golfinhos e de uma enorme quantidade de peixes coloridos, corais e o vôo das aves marítimas levam o visitante a pensar que está sonhando e a fazê-lo não querer acordar jamais. Essa tranqüilidade é assegurada com a pequena infra-estrutura local, basicamente voltada para atender os visitantes com uma Central de Artesões, vários barcos e veículos de aluguel – incluindo buggies, jipes e motos -, algumas empresas de mergulho e outras encarregadas na filmagem dos passeios turísticos. O atendimento às ilhas é garantido com uma usina termoelétrica de extração, distribuição e tratamento de água e de lixo, além de um sistema de esgoto ainda em implantação.
A Baía dos Golfinhos é o melhor local do mundo para se observar os golfinhos rotatores, do gênero Stenella longirostris, cuja espécie só é encontrada em alto-mar. Seus saltos em volta do próprio corpo – de onde vem o nome rotator – chegam a 2 m acima da superfície do oceano. Esses animais aquáticos atingem mais de 2 m de comprimento e 90 quilos de peso e, em ambiente natural, vivem cerca de 30 anos. Seu maior predador é o tubarão. Habitualmente, com o nascer do Sol, vários grupos chegam à Baía e, no meio da tarde, retornam para o alto-mar em busca de alimentos. Muitas das áreas da ilha estão fechadas pelo Ibama para proteção e preservação dessa e outras espécies marinhas.
Mergulho e Ufologia – Com esse magnífico cenário e visibilidade de até 50 m, Fernando de Noronha é considerado o melhor lugar do Brasil para a prática do mergulho. A região é banhada pelo ramo norte da corrente sul – equatorial o que propicia águas límpidas e quentes. Os mergulhos ao lado dos golfinhos, tartarugas marinhas, peixes, corais, raias, moréias e até eventuais tubarões – que dão um show à parte – são emocion
antes.É pura emoção e adrenalina mergulhar em Noronha. Em meio a tudo isso, para quem se interessa por Ufologia, ouvir as dezenas de histórias dos moradores e pescadores de Noronha é realizar uma viagem igualmente cólica. E difícil encontrar alguém que resida no local há anos sem que tenha uma única experiência para contar, como veremos neste artigo.
Devido a apenas 20% do seu território ser habitado e possuir uma iluminação bastante precária, sendo cercada por vários picos e montanhas que proporcionam incríveis mirantes com vistas de quase 360° no horizonte, Fernando de Noronha é um verdadeiro ponto estratégico para espetaculares vigílias ufológicas bem-sucedidas, já que qualquer ponto luminoso movendo-se no céu é facilmente notado. Talvez por isso seja tão comum ouvir relatos de pessoas que dizem ter visto luzes sobrevoando a ilha, entrando e saindo do mar, além de casos envolvendo a famosa Alamoa – que hoje também é conhecida como mulher de branco. Em especial, os condutores de jipes e buggies que trabalham levando turistas para passeios pela ilha são os alvos prediletos de tais aparições.
Durante a estadia deste autor nas ilhas de Noronha, há alguns meses, foi possível fazer uma breve análise de inúmeras ocorrências ufológicas que tiveram os moradores locais como testemunhas. Um dos fatos que mais chamou a atenção foi o ocorrido com Paulo Francisco de Assis, no verão de 1996 para 97. Francisco contou a este autor ter avistado, por volta das 22h45, juntamente com quatro amigos, um objeto esférico nas cores laranja, vermelho e azul, que subia e descia em trajetória circular até quase tocar a superfície do oceano. “Nós achávamos que aquele estranho objeto estava em contato com o mar ou observando alguma coisa”, afirmou a testemunha. Segundo ele, o UFO não transmitia som algum e permaneceu visível por cerca de uma hora. “O objeto subia até sumir de vista, como se fosse em direção ao espaço. Mas de repente voltava numa rapidez que não podíamos acreditar”, concluiu. Casos como o de Francisco não são raros: muita gente tem fatos idênticos ou semelhantes para narrar, como o senhor João Cardoso.
Holofotes gigantes – Contou Cardoso a este autor que, numa madrugada de 1991, levantou de madrugada para ir ao banheiro quando, ao olhar em direção à Praia da Conceição, observou duas circunferências no céu com uma claridade fora do comum. “Pareciam dois holofotes gigantes acesos no céu. Eram fluorescentes, estavam parados e, ao mesmo tempo, clareavam o mar como se fossem duas enormes tochas do tamanho de duas luas cheias. Brilhavam tanto que faziam o mar ficar espelhado. Nunca havia visto nada parecido com aquilo”, afirmou Cardoso. Os objetos permaneceram visíveis durante 5 minutos. Quando Cardoso pensou em acordar sua família para ver o que estava acontecendo, as esferas já começavam a sumir. “As luzes foram se apagando lentamente como se uma capa escura estivesse passando por cima daquela claridade, até que de repente sumiram”, finaliza. O jovem Fábio Trajano Flor, que reside em Fernando de Noronha desde 1986, também tem uma história interessante a narrar. Contou Fábio que, no ano de 1989, por volta das 22h00, estava pescando um peixe chamado agulhinha junto com seu primo quando, de repente, apareceu sobre eles um objeto enorme. “Nós não sabíamos o que era aquilo. Apenas vimos que era redondo e tinha várias luzes nas cores amarela, branca e verde na parte de cima e vermelha incandescente na parte de baixo. Além disso, aquele objeto não fazia ruído algum”, declarou o jovem, que acrescentou que no local estavam mais dois casais do Rio de Janeiro passando férias na ilha, os quais também puderam observar o inusitado objeto pairando sobre os rapazes. Fábio e seu primo saíram correndo da água em direção à praia e, depois de certo tempo, o UFO foi rumo à Pedra do Pico – que é o ponto mais alto da ilha. “Aquilo desapareceu tão rápido como se fosse um piscar de olhos”.
Estranhas luzes no horizonte – Adriano Mendes Araújo também passou por uma estranha experiência. O rapaz disse que costuma andar muito pela ilha e, num certo dia, por volta das 19h20, conversando com alguns amigos em cima do Morro do Francês, todos puderam observar uma pequena luz branca e bastante brilhante a baixa altitude. “Aquela luz estava um pouco acima da linha do horizonte, por isso podíamos observá-la sem ter que levantar nossas cabeças. De repente, ela começou a se movimentar muito rapidamente: subia e descia, além de pairar em linha reta para frente e para trás numa velocidade incrível”, declarou a este autor. Naquela tarde, recordou Adriano, ventava muito e como a luz não identificada não ia embora, mesmo depois de certo tempo, ele e seus amigos começaram a ficar com medo. “Alguns resolveram sair correndo do local, quando então aquilo desapareceu”, afirmou Adriano.
O Morro do Francês é um local privilegiado de Noronha, assim como a Pedra do Pico. Nestes pontos é comum a observação de estranhas luzes entrando e saindo do mar, caracterizando atividades submarinas por parte dos UFOs que rondam o local. Adriano é uma das muitas pessoas que teve experiências na região. Vale ressaltar que essa parte do oceano, voltada para o lado do tal morro, é a mais profunda.
“Aquilo foi uma coisa fantástica, como nunca havia visto. De vez em quando ainda subo no morro para verse volto a presenciar a tal luz, mas até agora ela não voltou a aparecer. Mesmo assim, continuarei indo lá até observar novamente o fenômeno, pois sou uma pessoa muito curiosa”, exclamou esperançoso. Também no Morro do Francês teve contato com algo inusitado o empresário Élcio Rodrigues da Silva, que tem um serviço de buggies na ilha. Há cerca de um ano atrás, juntamente com alguns amigos, todos viram luz no céu por volta das 00h30. “Era como se fosse uma luz fluorescente q
ue pulsava e se deslocava de um lado para o outro, sempre fazendo o mesmo movimento: indo da esquerda para a direita e vice-versa”, descreveu. Élcio disse também que, de repente, a luz começou a acelerar bem rapidamente e foi sumindo no céu, até ficar bem fraca e distante, voltando em seguida a se movimentar para baixo e para cima. “Tudo isso durou cerca de 15 minutos, até que uma amiga começou a ficar com medo e pediu para que fôssemos embora. Portanto, não pudemos ver como aquela luz desapareceu “, relatou.
Estes são apenas alguns depoimentos que colhemos entre os moradores de Fernando de Noronha. Eles são representativos de uma grande quantidade de fatos inusitados testemunhados por homens e mulheres simples que vivem a centenas de quilômetros do continente e, de certa forma, isolados do resto do Brasil. Suas histórias são repletas de emoção, que se confunde com a emoção de se viver num paraíso como aquele. No futuro, recomenda-se que uma pesquisa mais completa e aprofundada seja feita no arquipélago, objetivando coletar mais informações sobre avistamentos e, quem sabe, abduções de ilhéus por seres extraterrestres.