O Detector de Ondas Gravitacionais GEO600, uma operação anglo-germânica, dá início a um período de 18 meses de atividade no qual, esperam cientistas, será possível observar o fenômeno da onda gravitacional, uma das mais importantes previsões ainda não testadas da Teoria geral da Relatividade. Uma vez encontradas, ondas gravitacionais poderão ser usadas para estudar fenômenos e partes do Universo que não podem ser analisados por meio da astronomia tradicional, que depende de radiação eletromagnética. “Se houver uma supernova em nossa vizinhança nos próximos meses, nossas chances de detectar e medir as ondas gravitacionais resultantes são boas”, diz Karsten Danzmann, chefe do Centro Internacional de Física Gravitacional, administrado em conjunto pelo Instituto Max Planck e Universidade de Hannover.
Segundo ele, a astronomia de ondas gravitacionais permitirá que “observemos os 96% do Universo que está escondido de nós”. Os dados do GEO600 são tomados em conjunto com os dos observatórios LIGO, nos EUA. O GEO600 é um interferômetro laser, onde raios de luz concentrada percorrem tubos de vácuo com centenas de metros de comprimento. Esses raios são refletidos em espelhos e depois reunidos, gerando um padrão de interferência entre os diferentes feixes de laser. Uma onda de gravidade seria como uma pequena deformação no próprio espaço, e poderia causar uma mudança no padrão de interferência. Usuários domésticos da internet podem ajudar na detecção de ondas gravitacionais, oferecendo tempo livre de seus computadores para analisar os dados gerados no GEO600 e nos LIGO americanos, aderindo ao programa Einstein@home.