Astrônomos detectaram o que parece ser a primeira emissão de rádio feita por um planeta além do nosso Sistema Solar. Seria de uma civilização inteligente e avançada querendo se comunicar?
A resposta para a pergunta ainda permanece sem resposta e ainda não há motivos para comemorações do pessoal do SETI, que busca por sinais de civilizações extraterrestres: O sinal parece ser uma emissão natural do planeta, que não apresenta condições de habitabilidade.
“Apresentamos um dos primeiros indícios de detecção de um exoplaneta no domínio do rádio. O sinal é do sistema Tau Bootes, que contém uma estrela binária e um exoplaneta. Defendemos uma emissão pelo próprio planeta. Pela força e polarização do sinal de rádio e do campo magnético do planeta, a emissão é compatível com as previsões teóricas“, disse Jake Turner, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
Se a detecção de emissão de radiofrequências por exoplanetas for confirmada por outros radiotelescópios, que agora serão apontados para o sistema, isso representa uma nova ferramenta para que os astrônomos possam estudar esses mundos distantes, cuja luz é fraca demais para permitir estudos detalhados na faixa da luz visível.
O planeta é um “júpiter quente”, ou seja, um gigante gasoso que orbita muito próximo de sua estrela. A equipe também já tem outras duas possíveis emissões de rádio, ainda por serem confirmadas, oriundas dos sistemas 55 Câncer e Ípsilon Andrômeda.
Assinatura de rádio e campo magnético
A emissão de sinais de rádio envolve o campo magnético do planeta, o que pode trazer informações sobre sua atmosfera e seu interior, assim como sobre a física da interação entre os corpos celestes do sistema.
É o campo magnético da Terra que nos protege do vento solar, mantendo o planeta habitável. “O campo magnético de exoplanetas semelhantes à Terra pode contribuir para sua possível habitabilidade, protegendo sua própria atmosfera do vento solar e dos raios cósmicos, e protegendo o planeta da perda atmosférica”, disse Turner.
Dois anos atrás, Turner e seus colegas examinaram a assinatura das emissões de rádio de Júpiter – do nosso Júpiter – e extrapolaram essas emissões para imitar as possíveis assinaturas de um exoplaneta distante. Esses resultados se tornaram o modelo para a pesquisa da emissão de rádio de exoplanetas de 40 a 100 anos-luz de distância.
Contudo, a assinatura detectada com o radiotelescópio LOFAR, nos Países Baixos, é fraca. “Permanece alguma incerteza de que o sinal de rádio detectado seja do planeta. A necessidade de observações de acompanhamento é crítica”, reconheceu Turner.
O plano consiste em usar vários radiotelescópios, em vários pontos da Terra, para seguir o sinal de Tau Bootes por um período maior, confirmando sua existência.
Fonte: Inovação Tecnológica