Adilson Usier Leite, diretor do Hospital Regional do Sul de Minas, ao ser entrevistado pela Equipe UFO, disse que realmente houve uma movimentação de carros da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e outros, no hospital. entre os dias 20 e 22 de janeiro. Isso teria acontecido por causa da necropsia do corpo de um rapaz que, supostamente, suicidou-se dentro da cadeia da cidade. “O que aconteceu foi o seguinte: o secretário da segurança pública havia me ligado e os legistas de Belo Horizonte disseram que iam fazer a exumação do corpo desse rapaz no cemitério e queriam tirar raio-x da coluna lombar, pois o advogado e a família suspeitavam de que ele tinha apanhada na cadeia e fraturado o pescoço. Deixei trazer, contanto que viesse em um invólucro por causa do odor. Trouxeram-no no rabecão. Junto ao Corpo de Bombeiros, Policia Civil, militares e civis, chegaram mais de 30 carros. Se não me engano, isso foi na manhã seguinte ao dia 20 de janeiro”, disse o senhor Adilson.
Ao perguntarmos sobre os documentos que poderiam provar esse fato, falou-nos para irmos ao IML ou à delegacia, pois o rapaz não havia falecido nas dependências do hospital (apesar de o IML ficar lá dentro). Como havia a suspeita dele ter sido espancado e morto pelos próprios policiais, isso explicaria a presença dos militares. Porém, segundo fax recebido dia 24 de maio, do Instituto Médico Legal da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Minas Gerais, o corpo indicado como sendo de José Maria Misael Filho, de 23 anos, foi exumado no IML, que realmente fica nas dependências do Hospital Regional. Consta que a necropsia foi realizada no dia 30 de janeiro, ou seja, mais de uma semana após a data em que as testemunhas afirmam ter visto a movimentação no hospital.
Em contrapartida, o capitão Alvarenga, comandante da 13ª Companhia de Bombeiros de Varginha, alegou que a corporação não foi requisitada no dia 20 de janeiro de 1996, que a viatura sequer saiu da garagem nesse mesmo dia e que tampouco tiveram participação no transporte do cadáver do jovem: “Não houve a necessidade da participação do Corpo de. Bombeiros no transporte do cadáver. Desconheço o fato de terem requisitado nossa lona para envolverem o corpo. Talvez o senhor Adilson tenha se equivocado quando afirmou isso”. Disse também que o IML tem uma viatura própria para esse tipo de operação. Como pode o senhor Adilson ter confirmado a participação do Corpo de Bombeiros no transporte do corpo para exame no IML, e o capitão Alvarenga ter negado esse fato? O diretor de um hospital poderia, como disse o capitão, ter se equivocado? Se ele é o comandante da corporação, não é correto pensarmos que ele tem que ter conhecimento de tudo o que ocorre em sua jurisdição? Mesmo que isso tenha acontecido coincidentemente em seu dia de folga, será que o Corpo de Bombeiros não faz um relatório que contenha todas as ocorrências diárias: quando foram solicitados e por qual motivo, nem que seja para a simples captura de um gato preso em cima de uma árvore?
Outro problema mal resolvido foi o fato de o capitão Alvarenga ter dito que, mesmo que realmente tivessem sido chamados para capturarem o suposto ET, “(…) não temos equipamentos em condição de atuar nessa área. Quem dá apoio na captura de animais é a prefeitura (…), temos que nos preocupar com coisas mais importantes”. Em qualquer outra cidade, as pessoas chamam o Corpo de Bombeiros para prender animais fugitivos, tanto domésticos como silvestres.