Já dizia o grande cientista e Carl Sagan: “A história está repleta de pessoas que, como resultado do medo, por ignorância ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que em verdade pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo”. A história da humanidade ensinada nas escolas e universidades tem sido alvo de constantes críticas, feitas não sem fundamento, pois há muitos estudantes, pesquisadores e profissionais que exercem com grande lucidez uma atividade que pode ser aprendida pelo ser humano: o pensamento crítico. A contestação não é simples teimosia desses estudiosos, mas sim uma forma de buscar a verdade sobre as maiores de todas as perguntas: de onde viemos e por que estamos aqui?
Essa discussão ganha ares ainda mais polêmicos quando embarcamos rumo à aurora da humanidade. Dela, o que temos são relatos de nossos antepassados, quase todos classificados como sendo mitos, e que por isso recebem todo tipo de interpretação, o que equivale a dizer que aquele pesquisador com melhor retórica vence o debate e ponto final. Porém, para tristeza desses verdadeiros catalogadores de mitos, ano a ano são descobertos artefatos e construções de interesse histórico e arqueológico inseridos em contextos incomuns, aparentemente impossíveis dentro da cronologia histórica convencional. Por meio de olhares mais críticos é possível enxergar um grande esforço dos mantenedores do status quo para encaixar todas as evidências, textos antigos e achados arqueológicos dentro da cronologia científica tradicional, custe o que custar.
Para agravar este debate, surgiu uma teoria paralela que a cada dia ganha mais adeptos dentro e fora das academias, apesar do olhar cético e pouco amistoso de alguns doutores. É a chamada Teoria dos Antigos Astronautas ou do Paleocontato, que consiste na conjetura de que seres extraterrestres visitaram a Terra na Antiguidade e fizeram contato com os humanos — os proponentes da ideia sugerem que as divindades antigas eram seres extraterrestres cuja tecnologia, naquelas eras remotas, foi tomada como prova de sua condição divina.
Segundo os estudiosos, o contato com tais espécies avançadas influenciou o desenvolvimento cultural, tecnológico, biológico e religioso humano. Inicialmente, parece ser algo extremamente difícil de acreditar. Mas, se assim é, então qual seria a razão de tal teoria ter se transformado em um fenômeno mundial e alcançado tamanha popularidade? A resposta é muito simples: a tese faz sentido e existem evidências que lhe dão suporte. À luz de textos antigos, apresentaremos nesta matéria uma pequena fração das pistas que indicam um caminho que, por sua vez, pode esbarrar muitas vezes em uma área de acesso muito restrito e perigoso: o ego humano.
Mitos antigos?
Vamos começar imaginando um homicídio. Durante sua investigação policial são colhidas evidências que se baseiam em provas materiais e testemunhais e, por fim, muitas vezes, necessário se faz entendermos os motivos de tal ato brutal. Agora, vamos imaginar um júri presente ao julgamento desse homicídio. Durante os trabalhos em corte são apresentadas provas materiais duvidosas e nossos jurados ficam surpresos porque, embora elas não sejam sólidas, de alguma forma fazem algum sentido para ele. Logo após são apresentadas testemunhas que contradizem as provas, mas, mesmo assim, como nossos jurados são muito teimosos, eles acreditam que as testemunhas estejam mentindo. Resumindo, o júri tem uma teoria em mente e dela não abre mão, mesmo diante de provas que a provam errônea.
Infelizmente, com a história da humanidade é a mesma coisa. Provas duvidosas são apresentadas, as testemunhas são consideradas loucas — pois o que elas dizem é incrível demais para se acreditar — e, no final das contas, não existe motivo para os acontecimentos históricos. Para muitos céticos, os escritos mais antigos do mundo não passam de mitos, mas e se começarmos a dar ouvidos a esses relatos ao invés de descartá-los totalmente? Parece mais razoável.
Exatamente isso é o que fazem os teóricos dos contatos extraterrestres no passado. Em um cenário mais justo, as testemunhas são ouvidas e, acreditem, elas têm muito a dizer. Os defensores citam histórias antigas para apoiar seus pontos de vista, baseados na ideia de que antigas histórias da criação, nas quais deuses desceram do céu para a Terra para criar ou instruir a humanidade, são realmente representações de visitantes extraterrestres, cuja tecnologia superior fez com que fossem recebidos como deuses.
Assim, as antigas e sagradas escrituras, abandonadas à luz da ciência, voltam a ter grande importância, pois seriam relatos de contatos com seres de outros planetas que modificaram toda a nossa história — eis um motivo para a caminhada humana. Um fato interessante sobre as civilizações antigas é que nenhuma delas atribui seu nascimento, formação, desenvolvimento e conhecimento aos méritos humanos. Todas, sem exceções, atribuem sua organização a seres que vindos do céu, os quais hoje são chamados de deuses.
E qual seria a origem da palavra deuses? O leitor já refletiu sobre ela? A palavra vem do termo proto-indo-europeu deiwos, que significa “celeste” ou “do céu”, ao contrário de terrestre. Dizendo isso de outra forma, deiwos não são da Terra, mas sim extraterrestres. Esse raciocínio simples sobre o verdadeiro sentido da palavra abre novos caminhos a serem explorados. Da mesma maneira, paira uma névoa sobre o significado da palavra deus no Antigo Egito, que, segundo alguns especialistas, seria pronunciada como neter, sendo seu significado ainda motivo de discussão entre os egiptólogos.
A palavra deuses no Antigo Egito era neteru, uma variação de neter. Todos os deuses do panteão egípcio eram os neteru, e muitos estudiosos acreditam que esses seriam parte de um mesmo conjunto, de um deus único. Para nós, pessoas do mundo moderno, entendermos o significado dessas assim chamadas deidades, precisamos nos transportar para a época em que eram cultuadas. Seria neter um planeta? Um povo? Muitos acreditam que neter seria o culto a um único criador. Então, quem seriam os neteru?
Um deus muito conhecido e cultuado nas margens do Rio Nilo era Toth ou Djehuty, em egípcio. A esse neteru são atribuídas certas façanhas e características muito interessantes. Sendo o deus do conhecimento, Toth ensinou aos humanos a filosofia, a música, a magia e inventou a escrita egípcia antiga. As faculdades desse neteru não se parecem em nada com os atributos de um deus metafísico.
A criação do homem na Bíblia
Desde pequenos, no mundo ocidental cristão, ouvimos dizer que Deus, o Criador, fez o homem à sua imagem e semelhança. Entretanto, pouquíssimas pessoas se deram ao trabalho de verificar o que realmente está escrito no livro mais vendido e impresso de todos os tempos. Em Gênesis 1:26 está escrito: “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Muitas pessoas, ao receberem essa informação, ficam chocadas, sem entenderem muito bem o que isso quer dizer — para compreender é necessário ir ao versículo inicial do Gênesis em hebraico.
Temos variadas traduções para o português de Gênesis 1:1, como a versão católica, “no princípio, Deus criou os céus e a terra”, ou na versão Almeida, “no princípio, criou Deus o céu e a terra”. Inicialmente, nada de errado. Mas quando examinamos a versão em hebraico desse versículo, “bereshit bara Elohim et hashamayim ve’et ha’arets”, nos deparamos com algo realmente diferente de tudo que nos foi ensinado. A tradução correta da expressão, segundo vários especialistas, seria: “no princípio, criaram os deuses o céu e a terra”. A palavra Elohim é plural, não singular.
Agora que entendemos o verdadeiro texto da concepção do homem, ou seja, que ETs nos criaram à sua imagem e semelhança, onde isso se encaixaria na Teoria dos Antigos Astronautas? O Homo sapiens é resultado de uma experiência de ETs?
Elohim, esta é a chave para se entender porque o homem foi feito à imagem e semelhança deles. Essa palavra, que significa deuses, é o nome de Deus que mais vezes aparece na Torá, o equivalente aos cinco primeiros livros da Bíblia, sendo vista em 2.570 ocorrências. Esta é uma informação valiosa que não pode ser descartada. E como ficaria a criação do homem no versículo 1:26? “Então, os Elohim disseram: ‘façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança’”. Desde aí aparece uma mudança radical em como temos que encarar a criação.
Agora que entendemos o verdadeiro texto da concepção do homem, ou seja, que “eles” nos criaram à sua imagem e semelhança, onde isso se encaixaria na Teoria dos Antigos Astronautas? Segundo a tese, o Homo sapiens é resultado de uma experiência genética dos extraterrestres, que, inicialmente, teria manipulado geneticamente alguma espécie de símio ou um hominídeo pré-histórico, até que o ser resultante da experiência ficasse com aparência e inteligência similares às deles.
Uma grande descoberta
O capítulo 4 do Gênesis, nos versículos 1 e 2, primeiro livro da Bíblia, conhecido como Bereshit em hebraico, vem deixando leitores boquiabertos por muitas gerações. Lá encontramos que, “quando os homens começaram a se multiplicar na Terra e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas e escolheram para si aquelas que lhes agradaram”. O leitor mais atento verá claramente que neste versículo existe a distinção entre duas espécies de seres, os filhos dos deuses, os Elohim, e as filhas dos homens. Nos estudos teológicos oficiais, os filhos dos deuses seriam os chamados anjos — a palavra vem do grego ángelos e quer dizer mensageiro. É importante salientar que esses seres não nasceram na Terra e, portanto, são mensageiros extraterrestres que nestes versículos não são representados de forma metafísica ou espiritual.
E qual foi o resultado desse flerte interestelar? No versículo 4, do capítulo 6 do Gênesis está escrito que, “naqueles dias havia nefilins na terra, e também posteriormente, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos”. Assim como em outras religiões da Antiguidade, a cópula das fêmeas terráqueas com estas supostas deidades acarretou o nascimento de filhos superdotados, híbridos. Após isto a história relata o famoso dilúvio. Qual seria a origem da história desses acontecimentos narrados na Bíblia?
No século XIX foi descoberta a antiga cidade de Nínive, onde estava instalada a biblioteca do grande rei dos Assírios, Assurbanipal. Naquele momento, a civilização ocidental redescobriu as grandes civilizações mesopotâmicas e suas tradições. Tal biblioteca apontava para outros locais, como Ur, Uruk, Nipur e Shurrupak, na Antiga Suméria. E na biblioteca estava o livro que iria balançar a sociedade da época, A Epopeia de Gilgamesh.
Esse livro, conhecido como o épico mais antigo da história da humanidade, foi achado incompleto, gravado em tábuas de argila com escrita cuneiforme. As primeiras traduções das tábuas foram feitas pelo arqueólogo George Smith. Para sorte de nossos contemporâneos, a tábua em melhor estado era uma que falava do grande dilúvio. Imaginem o susto de uma sociedade fortemente cristã, como a da época, quando recebeu a notícia de que a história do dilúvio, no Gênesis hebraico, era de origem suméria e não celestial — ou seja, que a história era de inspiração humana. O pior é que, segundo as tradições sumérias, outros deuses lançaram o famoso dilúvio sobre a humanidade.
Do céu para à Terra
A partir de então, a história começou a fazer sentido, inclusive o termo Elohim, citado anteriormente. Abraão, o famoso patriarca bíblico, era sumério, nascido em Ur e provavelmente teria levado consigo algumas tradições de seu país natal até as terras longínquas. Posteriormente, muito mais tábuas foram encontradas — inclusive em antigas cidades sumérias — e elas descreviam seres que se chamavam Anunnaki, que, traduzido ao pé da letra, significa “os que do céu vieram à Terra”, ou simplesmente extraterrestres, nomeados pelos acadêmicos como divindades da Antiga Mesopotâmia.
Com a incrível descoberta da biblioteca de Assurbanipal indicando uma civilização ainda mais antiga que a Assíria, que se desenvolvera no sul da Mesopotâmia, uma série de divindades e supostos mitos foram revelados. O próprio nome daqueles “deuses” tinha uma conotação extraterrestr
e: Anunnaki ou aqueles que do céu vieram à Terra. As traduções de algumas tábuas revelaram uma versão um tanto obscura da história da humanidade, como no texto redigido há aproximadamente 3.600 anos, chamado Epopeia de Atrahasis. “Quando os deuses eram homens, eles faziam o trabalho forçado, suportavam a labuta. Grande, em verdade, era a labuta dos deuses, o trabalho forçado era pesado, grande era a miséria”. Em uma primeira leitura é possível observar que esse texto não está se referindo a deuses metafísicos, mas qual o trabalho que estariam fazendo? “Os deuses estavam cavando canais de água. Eles abriram canais para a vida do solo”. Com um olhar mais atento é possível observar que se tratava de mineração.
O texto segue nos apresentando de forma dramática que os “deuses” que estavam sofrendo com trabalho pesado se revoltaram contra o seu feitor e “atearam fogo às suas ferramentas, colocaram fogo em seus espaços, incendiaram suas cestas de trabalho”, ainda segundo a epopeia. A situação ficou tão grave que uma assembleia dos Anunnaki foi convocada e, na reunião, foi decidido que a única solução para o problema seria “criar, então, um ser humano, um homem. ‘Deixemo-lo suportar o jugo’. Que o homem assuma o trabalho penoso dos deuses”, ainda de acordo com o épico — a criação desse homem teria sido feita por meio de manipulação genética para livrar os deuses de um fardo.
Huangdi, o primeiro soberano da China, veio do céu ‘na barriga de um dragão’, segundo a lenda. Ele tinha o poder de voar em seu dragão no momento em que bem entendesse, assim como o leitor tem seu carro na garagem e pode pilotá-lo quando quiser
Outro documento encontrado, ainda mais polêmico, é a Lista de Reis Sumérios, uma relação de governantes da Antiga Suméria usada como base para o estudo da cronologia da Mesopotâmia. Dezesseis cópias — indicadas como A, B, C até P — desse texto são conhecidas, todas elas escritas em sumério. Nelas os historiadores desse mundo antigo e desconhecido encontraram frases como “após a realeza descer dos céus, o reino estava em Eridu”, ou “em Eridu, Alulim tornou-se rei, ele governou por 28.800 anos”.
O texto segue com uma série de reis com idades sobre-humanas até “cinco cidades, oito reis governaram por 385.200 anos. Então o dilúvio varreu tudo”. Ou seja, os sumérios deixaram escrito para a posteridade que o dilúvio dizimou sua civilização, que já existia há 385.200 anos. O leitor atento pode se perguntar se os 300 mil anos se referem a anos solares, e a resposta é sim. Comprovado logo a seguir, onde é descrita uma série de reinados de forma minuciosa, “23 reis governaram por 23.310 anos, 3 meses e 3 e meio dias”. Sem dúvida, esse é um dos textos mais misteriosos do mundo.
Os misteriosos vimanas
Entretanto, não foram apenas os sumérios que registraram a passagem dos extraterrestres por nosso planeta — em alguns textos sagrados da literatura indiana são citadas aeronaves extraordinárias, chamadas de vimanas pelos antigos. Entre os mais famosos textos antigos que mencionam tais carros aéreos estão o Ramayana e o Mahabarata. Os indianos consideram os épicos como parte verdadeira de sua história. Entretanto, os arqueólogos e historiadores ocidentais consideram a descrição das naves como um conto de poetas criativos.
No livro Vimana: Aeronáutica da Índia Antiga e da Atlântida [Madras, 2003], de David Hatcher Childress, lemos que “o Ramayana descreve um vimana como uma aeronave circular ou cilíndrica de convés duplo, com vigias e um domo. Ele voava com a ‘velocidade do vento’ e produzia um ‘som melodioso’”. Os antigos textos sobre os vimanas são tão numerosos que seria preciso vários livros para relacionar o que eles têm a dizer — os próprios indianos antigos escreveram manuais de voo sobre o controle de diversos tipos de vimanas, dos quais restaram basicamente quatro: Shakuna Vimana, Sundara Vimana, Rukma Vimana e o Tripura Vimana. Essas aeronaves, que segundo a história prosaica não passam de ficção, portavam armas de destruição em massa, como descrito no próprio Mahabarata:
“Gurkha, voando em um rápido e poderoso vimana, disparou um único projétil carregado com todo o poder do universo. Uma coluna incandescente de fumaça e fogo, tão brilhante quanto 10.000 sóis, ergueu-se com todo o seu esplendor. Era uma arma desconhecida, um raio de ferro, um gigantesco mensageiro da morte que reduziu a cinzas toda a raça dos Vrishnis e os Andhakas. Os corpos estavam tão queimados que não podiam ser reconhecidos. Seus cabelos e unhas caíram. A cerâmica estilhaçou-se sem causa aparente. Os pássaros tornaram-se brancos. Depois de algumas horas, todos os alimentos estavam infectados. Para escapar deste fogo, os soldados atiravam-se nos rios para lavar o corpo e o seu equipamento”.
A mesma arma é também descrita no Ramayana: “Era uma arma tão potente que podia destruir a Terra em um instante. Um grande estrondo subiu entre fumaça e chama. E no meio deles instalou-se a morte”. Devido à riqueza de detalhes da narrativa, podemos considerar a história como verdadeira. No texto, seres humanos pilotavam essas naves, mas de onde provinha tal tecnologia, já que a história descrita nesses livros remonta há 15 mil anos? Talvez a resposta esteja no próprio Mahabarata, em seu capítulo mais polêmico, o Bhagavad Gità. Nele está escrito que “o filho mais velho, Hiranyakasipu, não tinha medo da morte de ninguém dos três mundos, porque ele recebia a benção do Senhor Brahma. Ele era orgulhoso e cheio de si por causa dessa benção e capaz de manter todos os três sistemas planetários sob o seu controle”. Parece que a criatividade dos nossos antepassados era avassaladora.
Celtas, chineses e extraterrestres
A principal deusa do panteão celta era Danu, tão importante na Antiga Europa que deu origem ao nome do Rio Danúbio. A deusa também era conhecida por outros nomes, tais comoMorrígan[Gralha da Guerra],Blodeuwedd[Dama das Flores, simbolizando a vida] eBrighid[A Mãe, símbolo da fertilidade]. Seu povo era originário de cidades que se localizavam no céu: Falias, Gorias, Murias e Finia. Esse povo celeste era chamado de Tuatha dé Dannan. Em um dado momento aquela etnia invadiu a Irlanda, vindo “em grandes nuvens negras”. A população local foi rapidamente conquis
tada. O que eram estas nuvens?
A antiga história chinesa também é envolta em grande mistério. Os chineses dizem que sua civilização foi fundada por Fu Xi ou Fu Hsi, chamado de Taihao, O Grande Luminoso, há 5.000 anos. Assim como ocorre na história contada por outras civilizações, como a egípcia, a irmã do imperador chinês também era sua esposa e seu nome era Nu Wa ou Nu Kua. A ela é atribuída a criação da humanidade. Já a Fu Xi os chineses atribuem à invenção da escrita, da caça e da pesca, do sistema de trigramas e hexagramas do Livro das Mutações, o I-Ching.
A distribuição específica dos hexagramas, chamada de Disposição de Fu Xi, é idêntica ao sistema de números binários de zeros e uns introduzido na Europa e que é atualmente utilizado como a base de matemática moderna. Fu Xi, Senhor dos Céus, era civilizador e sábio, dono de um grande conhecimento. Nu Wa era a mãe da China e criadora da humanidade. Apesar desses grandes atributos, sua aparência não agradaria à maioria das pessoas — ambos tinham corpo de serpente, cabeça de homem e muita sabedoria.
Huangdi, o Imperador Amarelo, considerado o primeiro soberano da China, veio do céu “na barriga de um dragão”, segundo a lenda — ele tinha o poder da luz e podia voar em seu dragão no momento em que bem entendesse, assim como o leitor tem seu carro na garagem e pode pilotá-lo quando quiser. Seu dragão voava pelo céu a impressionante velocidade e, no fim, em sua despedida, o grande dragão amarelo o levou embora para o céu, do qual nunca mais voltou.
Já Yu, o primeiro imperador da Dinastia Xia, nasceu da barriga do próprio pai. “Após nascer, Yu desceu das alturas e seu pai, Gun, virou um dragão amarelo”, refere-se a ambos a curiosa lenda. Ele não podia caminhar de maneira normal e seu andar ficou conhecido como “O andar de Yu”. Esse imperador venceu a grande inundação ou dilúvio, é lembrado pelas técnicas de controle de cheias e de barragens e por medir as dimensões do mundo de norte a sul e de leste a oeste.
Como podemos perceber, o mundo antigo está cheio de relatos fantásticos que são considerados lendas pelos céticos, em oposição à visão dos teóricos do Paleocontato e defensores da Teoria dos Antigos Astronautas. Mas a conotação extraterrestre destes relatos é um fato e nos resta saber, agora, se são uma realização de mentes puramente criativas ou uma descrição real feita por nossos antepassados sobre aquilo que viram e vivenciaram. Este autor fica com a segunda opção. Contudo, como disse Friedrich Nietzsche, “não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”.