A Ufologia Brasileira deu mais uma significativa demonstração de amadurecimento e seriedade nos dias 22 a 25 de maio, ao ser realizado em Curitiba o 36º Congresso Brasileiro de Ufologia Científica – ou XI Diálogo com o Universo –, evento único na história dos discos voadores no país. Um público estimado em 300 pessoas, de todo o Brasil, compareceu ao auditório do Hotel Lizon, na capital paranaense, para prestigiar duas dúzias de conferencistas de várias nações, alguns de grande projeção mundial. Entre os palestrantes estavam, ineditamente, autoridades e militares que se apresentaram oferecendo apoio à causa que pede o encerramento dos segredos ufológicos militares, através da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já.
Entre as autoridades, os decanos vereadores curitibanos Paulo Salamuni (PV) e Jorge Bernardi (PDT) prestigiaram o evento e participaram das solenidades. Bernardi freqüenta eventos sobre Ufologia há 20 anos, tendo sempre demonstrado simpatia ao trabalho quanto aos ufólogos brasileiros. E entre os militares, os coronéis Antonio Celente Videira, da Escola Superior de Guerra, Leonidas de Araújo Medeiros Júnior, atual comandante do 2º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), e o brigadeiro José Carlos Pereira participaram do evento e deram importantes contribuições ao estudo da presença alienígena na Terra.
O 36º Congresso Brasileiro de Ufologia Científica contou ainda com a ilustre presença do primeiro astronauta brasileiro, o tenente-coronel Marcos Pontes, que fez uma emocionante palestra sobre sua carreira e conquistas. Nunca se viu um astronauta em congressos de Ufologia em parte alguma do mundo, exceto do I Fórum Mundial de Ufologia, também realizado no Brasil, em 1997, do qual participou o cosmonauta Alexandr Balandine. Em Curitiba, no entanto, Pontes foi o primeiro astronauta a oferecer apoio aos ufólogos, somando fileiras aos militares e às autoridades presentes. No conjunto, a Ufologia Brasileira nunca recebeu tanto suporte num evento, o que é uma demonstração inequívoca de que o congresso foi um passo definitivo na pavimentação do futuro da disciplina no país.
Como das vezes anteriores, que vêm se repetindo anualmente há mais de duas décadas, o 36º Congresso Brasileiro de Ufologia Científica foi organizado pelo Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), tendo à frente o ufólogo e co-editor da Revista UFO Rafael Cury. “Foram meses de muito trabalho e de uma meticulosa organização da pauta do evento, cujo resultado se mostrou muito positivo”, declarou. O evento contou com o apoio desta publicação, do Instituto Wilson Picler e da Mythos Editora, sendo também mais uma etapa da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já. Vários integrantes da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), que mantém o movimento, estiveram presentes para detalhar os passos mais recentes dados junto às autoridades brasileiras para a abertura dos arquivos secretos sobre UFOs no país.
Entre os conferencistas internacionais, particularmente interessantes foram as palestras dos jornalistas Jaime Maussán e Jaime Rodríguez, respectivamente do México e do Equador. Maussán, que há mais de 10 anos tem um programa de televisão semanal sobre Ufologia e temas afins, já se apresentou em mais de mil eventos na área em cerca de 30 países, mostrando a espantosa casuística ufológica mexicana, uma das mais ricas, complexas e diversificadas do mundo [Veja UFO 109 e 112].
O Fenômeno das flotillas
Respeitado nos mais importantes círculos ufológicos internacionais, o jornalista foi o escolhido pelo general Vega Garcia, diretor da Secretaria de Defesa Nacional (Sedena), para receber farto material ufológico, em especial sobre o Caso Yucatán, obtido por militares em diversas partes do México. Maussán manteve a numerosa platéia do evento sob suspense por quase duas horas, enquanto apresentou dezenas de novas filmagens de UFOs e flotillas sobre várias partes do globo. “As flotillas constituem o maior fenômeno da Ufologia Moderna e todos os esforços devem ser envidados para garantir que sejam registradas e estudadas a fundo”, declarou à UFO.
O equatoriano Rodríguez, que também tem um programa de TV em seu país e já produziu mais de 170 documentários sobre Ufologia e temas interligados em 23 nações, também apresentou surpreendentes filmagens recentes de fenômenos ufológicos registrados por militares, inclusive uma flotilla de cerca de 60 objetos sobre a capital, Quito, filmada e observada simultaneamente por grande número de testemunhas. Rodríguez é idealizador e responsável pelo processo de abertura ufológica no Equador. Ele foi chamado pelo governo para coordenar a Comissão Equatoriana para Investigação do Fenômeno OVNI (CEIFO), criada em 2005 pelo Ministério da Defesa. No Equador, assim como no Peru, no Uruguai e no Chile, os discos voadores são reconhecidos oficialmente e a Ufologia é estudada abertamente por grupos mistos de civis e militares. “A abertura ufológica é absolutamente necessária em todos os países da América Latina. O Brasil tem que iniciar este processo, e talvez até liderá-lo, em função de sua importância no continente”, declarou Rodríguez, que trouxe ao Brasil documentos que mostram como as autoridades equatorianas tratam da questão.
Giorgio Bongiovanni, estigmatizado e ufólogo italiano já conhecido do público brasileiro, também fez reveladora apresentação de novos fatos sobre a presença alienígena na Terra, analisando a ação de civilizações extraterrestres em nosso passado, para antecipar o que pode nos esperar no futuro. Bongiovanni se apresentou sem o estigma em sua testa, que desapareceu em 2003 – os demais, nas mãos, pés e no tórax, permanecem, sangram regularmente e são reconhecidos como um fenômeno genuíno [Veja UFO 087]. O italiano tem um enfoque
que mescla profecias religiosas com o Fenômeno UFO, interpretando-as como presságios para nos informar sobre futuros eventos. “Toda a história da humanidade tem elementos religiosos, ao mesmo tempo em que há registros de que ETs estiveram presentes na Terra ao longo de nossa trajetória”, declarou. Outro estudioso a abordar temas polêmicos foi o norte-americano Joshua Shapiro, que falou sobre os misteriosos crânios de cristal. Programados para esta edição do Congresso Brasileiro de Ufologia Científica, o argentino Fabio Zerpa e os espanhóis José Antonio e Marisol Roldán não puderam comparecer.
Revelações militares
Um dos grandes destaques do evento foi a conferência do brigadeiro José Carlos Pereira, ex-comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), que deu uma reveladora entrevista à Revista UFO publicada nas edições 141 e 142, de abril e maio. Pereira nunca havia comparecido a um congresso de Ufologia, mas aceitou prontamente o convite feito por este editor, quando o entrevistou, e sentiu-se em casa entre os ufólogos brasileiros. “Sou um grande apoiador da causa destes estudiosos e inteiramente a favor da abertura dos arquivos secretos”, declarou o militar, repetindo o apoio manifestado na entrevista à UFO. Em sua apresentação, foi ainda mais enfático e garantiu que não medirá esforços para sensibilizar seus colegas de farda, na Aeronáutica e nas outras armas, para a questão ufológica. “Há um clima de transparência no país, sobre todos os assuntos, e a Ufologia precisa ser reconhecida”. Outro militar que falou abertamente sobre o tema foi o coronel da reserva da Aeronáutica Antonio Celente Videira, que expôs um estudo estratégico sobre a manifestação de forças alienígenas na Terra. Convidado pelo co-editor da UFO Marco Petit, Celente aceitou e passará a fazer parte do Conselho Editorial da publicação a partir do próximo mês, o que representa mais uma sólida adesão à Equipe UFO.
Na tarde de sábado, 24 de maio, uma emocionante cerimônia tomou conta do auditório do Hotel Lizon, quando todos os presentes homenagearam o astronauta Marcos Pontes e a Câmara de Vereadores de Curitiba, representada pelos vereadores Salamuni e Bernardi, ofereceu a ele o título de Cidadão Honorário da cidade. Para o ato, foi composta uma mesa impressionante, que nunca se viu antes na Ufologia Brasileira – e talvez apenas raramente teria paralelo na história da Ufologia Mundial. Os citados vereadores e militares, além de personalidades do meio empresarial paranaense e ufólogos da CBU, se revezaram nas manifestações de apreço e admiração ao astronauta. “Foi muito difícil conquistar a chance de ir para o espaço, e mais ainda foi realizar a tarefa. Mas cada momento da extenuante jornada foi extremamente gratificante e hoje podemos dizer que o Brasil chegou lá”, declarou emocionado. Além de maciçamente saudado por todos os presentes, Pontes ainda recebeu, através deste editor, agradecimentos de toda a Comunidade Ufológica Brasileira por sua participação no evento e seu apoio à pesquisa dos discos voadores.
Entre os brasileiros presentes no 36º Congresso Brasileiro de Ufologia Científica, muitos foram os destaques. Mas uma das conferências que mais chamou a atenção, no entanto, versou sobre um assunto tangencial à Ufologia: o ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. O trabalho foi apresentado pelo estudioso curitibano Maurício Guérios, que defendeu uma tese já amplamente discutida nos Estados Unidos e em todo o mundo – de que a tragédia nada teve a ver com um ataque terrorista, e sim com uma ação deliberada realizada pelo completo industrial bélico norte-americano, com o conhecimento do governo, para estimular os conflitos que se seguiram no Afeganistão e no Iraque, alavancando a produção de armas e de petróleo. Sobre este mesmo tema foi apresentado o documentário September 11: In Plane Site [11 de Setembro: A Olhos Vistos, The Power Hour Production, 2006], que faz uma análise detalhada de cada aspecto da tragédia, desde o ataque ao Pentágono – por um míssil, e não um avião comercial – aos choques com as torres. “A importância de se mostrar estes fatos é inquestionável. Mas, sobretudo, tem a função de demonstrar como um governo é capaz de atos desta natureza e os esconde de sua própria população. Assim como faz com o Fenômeno UFO”, disse Guérios.