No livro Seqüestros Alienígenas, Investigando Ufologia com e sem Hipnose [LV-07], o autor Mário Rangel relata dois episódios curiosos no capítulo 28 sobre o Caso Gonçalo. O pseudônimo adotado – Gonçalo –, que começa com a sétima letra do alfabeto, indica que o começo da pesquisa ocorreu em 1986, sétimo ano da atuação de Rangel na área ufológica. Em 12 de novembro desse ano iniciou-se o processo de hipnose no motorista que, na época, tinha 47 anos. Em vigília ele nos contou que em 1958, aos 19 anos, saiu do Rio de Janeiro dirigindo um caminhão carregado em direção à Barbacena (MG). Próximo de seu destino, entre 22:30 h e 23:00 h, avistou uma luz muito intensa. Inexplicavelmente, o motor parou, os faróis apagaram e Gonçalo conduziu o veículo para o acostamento. Ao acordar, estava embaixo do caminhão. Eram 05:00 h da madrugada. Ao entrar na cabine, Gonçalo vomitou, ficando com gosto desagradável na boca.
Após seu relato, Rangel iniciou a hipnose regressiva, enquanto este autor gravava os trabalhos. Pouco depois, prossegui pessoalmente com a hipnose e Rangel a encerrou. Quando chegou em sua casa, após a primeira hipnose, Gonçalo vomitou novamente e afirmou ter sentido o mesmo péssimo sabor de 28 anos antes. Durante as regressões, realizadas em noites frescas de primavera, na cidade de São Paulo, Gonçalo contou que foi levado pelos abdutores a uma pequena cidade, que desenhou e descreveu como “excessivamente quente e com Sol azulado”. Durante a regressão, transpirou abundantemente. Gonçalo não poderia de maneira alguma provocar voluntariamente tão intensa sudorese. Isso ocorreu porque a hipnose o regrediu à data da abdução e seu cérebro reproduziu exatamente a reação que teve naquela ocasião.
Muita Adrenalina — O suor é produto da secreção de glândulas sudoríparas, cujos canais se abrem na superfície da pele, através dos poros. O sistema nervoso vegetativo regula todas as funções do organismo como pulmão, coração, estômago etc, bem como a atividade dessas glândulas, que não são voluntárias. Quando o calor é mais forte, através de um sistema químico e neurológico, ocorre um aumento da função das glândulas sudoríparas. Sensores na pele comunicam à base do cérebro que estão recebendo calor. O tálamo passa essa informação à hipófise, que provoca um estresse, e a informação chega à supra-renal que, em atitude de defesa, gera adrenalina ou cortisona. A adrenalina provoca transpiração, vômito, excitação, palpitação, palidez e distúrbios neurovegetativos. O mecanismo da regulagem está no inconsciente.
Sob hipnose, Gonçalo mencionou também que lhe foi aplicada uma injeção. Além disso, tomou água, que considerou boa, e respirou um ar diferente. O resultado do exame laboratorial poderia indicar algo a respeito. Há também a possibilidade do vômito ser uma reação neurovegetativa decorrente do estresse pelo qual passou. Cólica renal, anestesia e enxaqueca também podem provocar vômito. Um fato qualquer gera um sentimento, uma emoção que também causa transpiração ou palpitação. Através da hipnose regressiva é possível identificar a origem da emoção que eventualmente está introjetada numa pessoa, provocando tais sintomas. A técnica fez com que Gonçalo revivesse as mesmas reações que teve ao ser abduzido há 28 anos. Essa é uma prova da autenticidade de seu depoimento – e uma confirmação de que a memória dos acontecimentos permanece íntegra, embora os ETs provoquem freqüentemente amnésias que ainda não conseguimos recuperar.