Os eventos coincidentes de 15 de fevereiro, quando 16 horas antes da passagem próxima do asteroide 2012 DA14 um meteoro explodiu sobre a cidade de Chelyabinsk, na Rússia, contribuíram para chamar a atenção da humanidade para esse problema real. O Congresso norte-americano realizou no último dia 19 de março uma audiência, a fim de questionar o que a NASA, a Casa Branca e a Força Aérea estão fazendo a respeito.
Todos os especialistas afirmaram que os dois eventos foram uma completa coincidência e que as chances de um impacto catastrófico com a Terra no futuro próximo são remotas. De acordo com John Holdren, conselheiro científico do presidente Barack Obama: “As chances de um objeto próximo à Terra causar uma catástrofe e severos danos à infraestrutura são muito pequenas, mas as consequências em potencial de um evento como esse são tão graves que faz sentido considerar seriamente esse risco”.
O congressista republicano do Texas, Lamar Smith, líder do Comitê de Ciência, Espaço e Tecnologia, afirmou que não é confortável saber que a NASA detectou somente dez por cento dos objetos próximos à Terra maiores que 140 m. Holdren estima que existam centenas ou milhares desses corpos, posicionados a até um terço da distância da Terra ao Sol e que permanecem desconhecidos.
Em 2005 o Congresso norte-americano incumbiu a NASA de rastrear e identificar 90% dessas rochas espaciais. Contudo, o administrador da NASA, Charles Bolden, disse na audiência que a agência espacial não conseguirá cumprir a tarefa se depender do orçamento atual: “Nossas estimativas são de que, com a verba nos níveis de hoje, só atingiremos essa meta em 2030”.
Bolden criticou os congressistas por limitar as ações da NASA com seguidos cortes de verbas: “Vocês nos dizem para fazer algo, mas o problema é que o orçamento não é suficiente”. Ele lembrou que o objetivo de encontrar maneiras de responder à ameaça dos asteroides tem sido repetidamente interrompido pelos congressistas que dizem não haver dinheiro para gastar.
O republicano Bill Posey perguntou o que a NASA faria se um grande asteroide fosse descoberto no dia da audiência, em curso de colisão com a Terra, e houvesse somente três semanas antes do impacto. Bolden respondeu: “Se for cair em três semanas, reze. A razão de não podermos fazer nada nessas três semanas se deve a décadas de redução em nosso orçamento”.
As preocupações do administrador da NASA são divididas pelos militares, que se queixam de que sua capacidade em rastrear esses objetos e também lixo espacial tem diminuído. O General William Shelton, do Comando Espacial da USAF, disse: “Atualmente somos menos capazes disso. Os cortes orçamentários têm severas consequências. Dependemos do espaço, seja para nosso modo de vida ou para operações militares, e estamos sacrificando isso”.
O General Shelton fala durante a audiência
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O meteoro, o asteroide e as mistificações
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