Salvador foi a sede, de 17 a 19 de setembro passado, de um dos mais importantes e significativos eventos ufológicos já realizados no Brasil: o 2° Congresso Nacional de Exobiologia. Com o sugestivo título de “A idade nova dos discos voadores, cada vez mais identificados”, o evento contou com a participação de ufólogos das mais diversas correntes de pensamento da Ufologia Brasileira, da mística à científica, passando pela espiritualista e esotérica. Aliás, segundo sua organizadora, a ufóloga baiana Ana Santos, essa era justamente a intenção do evento, “É chegada a hora de se desfazerem os limites imaginários e insustentáveis que separam os ufólogos científicos dos chamados espiritualistas”, disse Ana à Revista UFO. “A cooperação mútua entre todas as correntes de pensamento e linhas de pesquisa do Fenômeno UFO é necessária para que se chegue a algum lugar”, completou, recebendo apoio maciço dos presentes ao evento.
O 2º Congresso foi realizado pelo Centro de Estudos Exobiológicos Ashtar Sheran (CEFAS), uma entidade baiana que, na oportunidade, completou seus 20 anos de existência e mostrou mais uma vez que a força da união remove preconceitos. Tanto é assim que uma entidade ufológica de cunho essencialmente místico, como o CEEAS, baseada em mensagens recebidas do controverso personagem Ashtar Sheran, deu o exemplo e o primeiro passo chamando para proferir conferências juntos a ufólogos de linhas até então antagônicas. A Revista UFO participou do evento através de seu editor, A. J. Gevaerd, que endossou abertamente a decisão dos organizadores de se fazer, daqui para frente, eventos mistos onde todas as linhas e formas de manifestação da pesquisa ufológica possam ser apresentados lado a lado.
O evento, realizado no auditório da Casa do Comércio de Salvador, foi ainda importante por poder contar com a presença, durante os trabalhos de abertura, de várias autoridades locais, entre elas o reitor da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), professor Joaquim de Almeida Mendes, e o presidente da Câmara Municipal de Salvador. Durante a solenidade de abertura do 2º Congresso, uma oportuna homenagem foi prestada a um dos maiores pioneiros da Ufologia Brasileira, general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa. Ao mesmo tempo em que foi impecável em sua organização, o evento, que contou com um pequeno exército de eficientes coordenadores e auxiliares chefiados por Ana Santos, prestou grande serviço à comunidade baiana por abordar temas atuais dentro da questão ufológica, entre eles até as mutilações de seres humanos por ETs, tema de nossa última edição.
O público correspondeu às expectativas da comissão organizadora que, ajudada pela redescoberta do assunto pela Rede Globo, que levou ao ar dois programas Globo Repórter sobre a questão, compareceu em massa. Quase 300 pessoas participaram do 2º Congresso, uma média só igualada em muito poucas ocasiões no Brasil e exterior. A imprensa baiana também prestou enorme contribuição na divulgação do evento e transformou-o em acontecimento do ano. Raramente se viu tanto apoio a um conclave onde o tema é a polêmica Ufologia. Isso mostra, por um lado, o quanto a imprensa a população estão carentes de informação sobre o assunto e querem saber o que está ocorrendo, e reflete, por outro lado, a credibilidade que o grupo CEEAS atingiu em seus 20 anos de intenso trabalho de divulgação do assunto. Mais uma importante razão para que se desfaçam os ranços preconceituosos que a Ufologia Científica manteve contra a Mística por tantos anos.
Circuito Nacional – O evento de Salvador, segunda edição da série, já pode com certeza ser incluído entre os eventos nacionais sobre Ufologia, com ocorrência regular, que merece a atenção dos leitores e demais interessados no setor. Apoiado por forte esquema promocional, a série de Congressos Nacionais de Exobiologia pretende, com razão, transferir parte das discussões ufológicas nacionais do eixo Rio-São Paulo, onde se concentram atualmente, para o Nordeste, onde pouquíssimos eventos são realizados. Essa descentralização é imensamente necessária para que se popularize a Ufologia em grandes centros, e a Revista UFO pretende prestar total e irrestrito apoio a iniciativas do gênero. Organizações ufológicas de cidades como Belo Horizonte, Porto Alegre, Goiânia, Fortaleza, Recife, Manaus e Belém apenas para citarmos algumas, deveriam se esforçar para seguir o exemplo baiano, para caracterizar ainda mais a descentralização tão necessária à Ufologia. “Num país das proporções do nosso, é impensável que a Ufologia seja debatida publicamente apenas em alguns grandes centros”, declarou Gevaerd no plenário do evento, repetindo o apoio à iniciativa do CEEAS.
O ufólogo curitibano Rafael Cury, veterano organizador de eventos ufológicos (que já conseguiu reunir mais de 10 mil pessoas e 100 conferencistas em cerca de 50 diferentes congressos em Curitiba e outras cidades do sul do país), apresentou no congresso novidades ate então desconhecidas sobre o que se convencionou chamar de “a noite oficial dos UFOs no Brasil”. A noite em questão é de 21 de maio de 1986, quando mais de 20 UFOs esféricos e de cerca de 100 metros de diâmetro praticamente entupiram os radares que controlam o tráfego aéreo entre as principais cidades brasileiras, especialmente São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. “A importância do evento pode ser medida, por exemplo, pela atitude do então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Moreira Lima, que chegou a ir à TV e declarar que de fato vários UFOs estavam sendo registrados pelos radares do Rio e São Paulo”, disse Rafael, reconhecido nacionalmente por sua experiência.
O ministro também chegou a garantir que a Aeronáutica forneceria um relatório completo sobre o caso em 30 dias, mas até hoje não o liberou. Também de postura incisiva, o pioneiro ufólogo argentino radicado em Salvador, Alberto Romero, apresentou uma conferência em que teceu comparações entre os ETs e seres que, durante a história da Humanidade, for
am tratados às vezes como anjos, noutras como demônios. Romero, que se autodefine como um “baiantino”, aquele tipo de argentino que virou baiano, é presidente do saudoso Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zenith (G-PAZ), com décadas de existência mas há anos hibernando, sem atividade. Foi justamente o grupo CEEAS que interrompeu o prolongado período de inatividade e promoveu o retorno do G-PAZ ao cenário ufológico. Também foi o CEEAS que projetou a pequena mas ativa Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro de Freitas (SEULF), que tem em Emanoel Paranhos Correia seu diretor e que, no 2º Congresso, apresentou interessantes casos de observações e contatos na Bahia. Romero e Paranhos deram a dimensão casuística tão necessária a um evento desse porte.
Transcendência – Ademar Eugênio de Mello, matemático, ufólogo e astrólogo de renome internacional apresentou um dos mais interessantes trabalhos do evento: a reestruturação emergente da Ufologia. O tema teve tudo em comum com a proposta do CEEAS ao realizar o congresso: trazer novo enfoque para a questão ufológica. Ademar conseguiu, de forma técnica e didática, expor tal proposta em termos claros, mostrando que não é só emergente, mas também urgente a necessidade de se reestruturar a Ufologia. “Precisamos começar a ver o ETs de forma mais realista e objetiva. Estes seres estão aqui com um propósito claro e parece que fingimos não perceber”, declarou Ademar. Dentro deste enfoque, nosso editor mostrou que a questão dos ETs é muito mais presente em nosso dia a dia do que imaginamos. Com uma conferência sobre UFOs no Brasil e no mundo. Gevaerd apresentou alguns dos mais importantes casos recentemente ocorridos em todo o globo, com uma bateria de 100 fotos inéditas e uma seqüência especial sobre o Caso da Represa de Guarapiranga (ver edição anterior). Entre suas declarações, o ufólogo deixou claro para a audiência “que o mesmo interesse que nos move a pesquisar os ETs deve ser o que os move (os alienígenas) a nos pesquisar. É importante uma tomada de posicionamento mais adequada e uma postura mais igualitária no lido com a questão ufológica. Para tanto, a união das diversas linhas de pesquisa é fundamental”, concluiu Gevaerd.
Outros estudiosos baianos ou integrantes do CEEAS abordaram questões também fundamentais para o conhecimento por inteiro do Fenômeno UFO. O reitor da UNEB, professor Joaquim de Almeida Mendes, falou sobre a missão, os princípios e os valores do homem no limiar do terceiro milênio, marcando brilhantemente a presença da comunidade acadêmica local em um congresso de Ufologia. A médica Marly Santos e o publicitário Paulo Santos apresentaram em conjunto um trabalho que despertou o interesse de todos: o homem em harmonia com os mundos distantes, um tema básico e imprescindível a qualquer ufólogo já em atividade ou que queira ingressar no complexo estudo das naves extraplanetárias. Dentro desse embasamento, a musicoterapêuta Edelar Prohmann mostrou que a musicoterapia pode auxiliar – e muito – na reeducação do homem, ajudando-o a perceber outras formas mais sutis de manifestação dos extraterrestres em nosso meio. Como se vê, nem só de Ufologia é composto um evento que se queira completo sobre a área.
Maias e ETs – O estreante conferencista Luiz Alberto da Silva, um técnico em informática e componente da diretoria do CEEAS, apresentou um interessante trabalho sobre a civilização maia, especialmente retratando de forma prática como se pode, ainda hoje, utilizar o fantástico calendário legado por aquela civilização à Humanidade. “Para se compreender todos os complexos detalhes da presença de extraterrestres na Terra, é necessário, antes, que se analise sua convivência com antigas civilizações que já tivemos, entre elas a maia”, declarou Luiz. Por fim, o engenheiro eletrônico Clodoaldo de Almeida Neto expôs um interessante tema: da crise atual à unidade cósmica. Sua apresentação mostrou que podemos, se quisermos, sair do caos reinante e partirmos para a integração com um universo superior. A Ufologia é uma oportunidade ímpar para se praticar a personificação e a unificação do ser humano com o cosmo.
O 2° Congresso Nacional de Exobiologia deixou um saldo absolutamente positivo na balança da Ufologia Brasileira, especialmente por mostrar que um evento deste porte pode muito bem ser realizado fora do eixo Rio-São Paulo, onde se concentra a maioria das atividades ufológicas públicas no Brasil. O CEEAS está de parabéns por lançar a proposta de união da classe ufológica e, mais ainda por colocá-la em andamento, congregando neste evento pesquisadores de diversas linhas e correntes. A Revista UFO não faltará com seu apoio à esta e outras iniciativas que tenham por objetivo unir.
A participação da Revista UFO em congressos no Brasil e exterior
Com grande regularidade a Revista UFO é convidada a participar ou colaborar com a realização de eventos no Brasil e exterior. Os convites partem de praticamente todos os Estados e nossa Equipe tenta participar do maior número possível deles, sempre, evidentemente, sem ônus para os promotores dos mesmos senão as despesas oriundas da locomoção e hospedagem dos representantes da revista. Quando nossa presença não for possível, no entanto, UFO participa contribuindo com a divulgação do evento ou com a montagem do quadro de conferencistas, sugerindo nomes de ufólogos brasileiros. Geralmente, os eventos são comunicados ao público através de nossa seção Agenda, que só é publicada, entretanto, quando há eventos a se realizar.
Evidentemente, como a única publicação brasileira especializada no assunto, UFO é uma espécie de “porta-voz” da Ufologia Brasileira e pretende, assumindo involuntária mas quase obrigatoriamente esta posição, dar vazão à imensa quantidade de informações que é produzida a cada ano no Brasil e exterior. Divulgar a realização de um evento é importantíssimo, mas para que tal divulgação seja eficiente, é necessário que o grupo ou organização que promove o evento nos avise com bastante antecedência (pelo menos 5 meses antes). Só assim teremos condições de informar sua realização em várias edições, tornando o evento conhecido.
UFO também prevê outras formas de cooperação, sendo uma delas a possibilidade dos interess
ados se inscreverem no evento através de cupons inseridos na Revista. Isso é de grande interesse especialmente para nossos assinantes e leitores habituais, que, nesses casos especiais, como imposição da própria editoria da Revista, gozam de desconto no preço da taxa de inscrição. Igualmente, o Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) dispõe de um cadastro de mais de 45 mil nomes e endereços de interessados por Ufologia, no Brasil e exterior, e o coloca à disposição dos grupos que desejarem promover eventos. Em qualquer um desses casos, basta nos contatar por carta, telefone ou fax. Nosso endereço é: Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), Caixa Postal 2182, 79008-970 Campo Grande (MS), fone/fax (067) 384-3921.