Confirmada a existência de planeta em órbita da estrela mais próxima do Sol

Impressionante achado pode inspirar passos decisivos no desenvolvimento das viagens espaciais; anúncio confirma rumores que corriam desde a semana passada, confira vídeos a respeito

Equipe UFO

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Concepção artística do planeta habitável em Proxima Centauri, que pode vir a ser visitado por engenhos terrestres nas próximas décadas
Créditos: ESO

Agora é oficial: existe um mundo habitável circulando Proxima Centauri, a estrela mais perto do Sistema Solar, a somente 4,2 anos-luz de distância. Na semana passada rumores tomaram a internet acerca dessa descoberta, que foi anunciada neste 24 de agosto de 2016, mais uma data a entrar na história da busca humana pelo conhecimento. O exoplaneta, chamado Proxima b, é aproximadamente do tamanho da Terra e pode ter água líquida em sua superfície. Guillem Anglada-Escude, líder do estudo e professor de física e astronomia da Queen Mary University em Londres, comentou: “Esperamos que este achado inspire futuras gerações a continuar olhando para as estrelas. A busca por vida em Proxima b virá a seguir”.

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Guillem Anglada-Escude, por sinal, foi também o líder de outra espantosa descoberta, a de Kapteyn b, o planeta habitável mais antigo conhecido, situado a 13 anos-luz de distância. A descoberta de Proxima b tomou um longo tempo, sendo que nos últimos 15 anos os cientistas analisaram nossa mais próxima vizinha cósmica com instrumentos cada vez mais sensíveis, como o Espectrógrafo Ultravioleta e Visual Echelle (UVES), e o Buscador de Planetas por Velocidade Radial de Alta Precisão (HARPS), instalados em telescópios do Consórcio Europeu do Sul (ESO) no Chile. As primeiras evidências surgiram em 2013, porém ainda eram duvidosas, o que levou a equipe de Anglada-Escude a realizar a campanha de observação batizada como Pálido Ponto Vermelho, alusão ao fato de Proxima Centauri ser uma anã vermelha, e também à famosa fotografia que a Voyager 1 tirou da Terra, ideia do saudoso Carl Sagan.

A campanha foi de 19 de janeiro a 31 de março de 2016 utilizando o HARPS, capaz de detectar desvios na trajetória de uma estrela de até 3,5 km/h. Combinadas a outras observações do próprio HARPS, instalado em La Silla, e do UVES, que faz parte do VLT de Cerro Paranal, também no Chile, as evidências em favor do planeta alienígena começaram a se tornar mais sólidas. Como Proxima Centauri é uma estrela muito ativa, todo cuidado foi tomado para que algum fenômeno estelar não fosse confundido com um planeta em órbita. A pesquisa ainda apontou a possibilidade de ao menos mais um planeta orbitando Proxima Centauri, com um período orbital entre 60 e 500 dias. Proxima b tem uma massa estimada em 1,3 vezes maior que a da Terra, sugerindo fortemente que seja um planeta rochoso como o nosso. Ele dista somente 7,5 milhões de quilômetros de Proxima Centauri, completando uma órbita a cada 11,2 dias terrestres.

crédito: ESO / Pale Red Dot

Diagrama do sistema Alpha Centauri e do telescópio de La Silla

Diagrama do sistema Alpha Centauri e do telescópio de La Silla

POSSIBILIDADE DE VIDA ALIENÍGENA PRÓXIMA DE NÓS

Esse fato muito provavelmente indica que Proxima b deve ter um hemisfério permanentemente voltado para sua estrela, travado gravitacionalmente como a Lua está em relação à Terra. Um fato que depõe contra a existência de vida no exoplaneta é o fato de Proxima Centauri passar por frequentes tempestades solares e ejeções de massa coronal, bombardeando as regiões próximas com altas doses de raios-X. Ansgar Reiners, do Instituto de Astrofísica da Universidade de Gottinger, na Alemanha e coautor do estudo, contudo, defende a existência de uma atmosfera suficientemente densa para proteger a superfície do mundo alienígena, e ao mesmo tempo distribuir o calor mantendo as temperaturas no lado diurno e noturno do planeta em níveis confortáveis. Os cientistas também debatem quanta água Proxima b pode possuir, sendo que mundos formados mais distantes de suas estrelas costumam possuir mais água do que aqueles que surgiram nas proximidades de seus sóis. Mesmo estes, contudo, pode receber água nas épocas de formação de seus sistemas por meio de impactos de cometas ou asteroides, como a Terra.

crédito: ESO

Possível panorama do planeta Proxima b

Possível panorama do planeta Proxima b

Anãs vermelhas vivem um tempo incomparavelmente maior que estrelas como o Sol, permanecendo estáveis por centenas de bilhões de anos ou mais. E acredita-se que Proxima Centauri seja um pouco mais velha que o Sol, com estimados 4,9 bilhões de anos de idade. Para descobrir mais a respeito de Proxima b o ideal é que esse planeta realizasse trânsitos diante de sua estrela, o que é considerado pouco provável. Entretanto, é possível que uma imagem direta desse mundo possa ser obtida, utilizando-se a tecnologia do coronógrafo, um anteparo para bloquear a luz estelar e permitir que vejamos sua imediata vizinhança. E estando o sistema Alpha Centauri tão próximo de nós, é provável que a descoberta de um mundo habitável seja um poderoso incentivo para que missões exploratórias sejam lançadas na próxima década. As publicações tratando do assunto mencionaram o Projeto Starshot, apoiado pelo físico Stephen Hawking, que em poucas décadas poderá lançar um enxame de minúsculas naves a nossos mais próximos vizinhos.

crédito: Digitized Sky Survey 2

Proxima Centauri ao lado das estrelas do sistema Alpha Centauri

Proxima Centauri ao lado das estrelas do sistema Alpha Centauri

Leia o estudo sobre a descoberta de Proxima b na Nature

Guillem Anglada-Escude fala sobre a descoberta neste vídeo

Confira um vídeo sobre os resultados da campanha Pálido Ponto Vermelho

Vídeo do Pálido Ponto Azul

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Saiba mais:

Livro: Guia da Tipologia Extraterrestre

crédito: Revista UFO

Guia da Tipologia Extraterrestre

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Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.

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