Começou ontem em Belém, a 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Mário Novello, físico brasileiro de fama internacional, fará um breve inventário dos “modos de criação do universo”. Encontro vai até dia 13.Novello é um dos primeiros cientistas a dizer que a idéia de uma grande explosão não se sustentava, e que o “Big Bang” não poderia explicar a origem do universo. Segundo ele, ao longo do século XX, os cientistas desenvolveram um cenário cosmológico de um universo dinâmico em expansão. A mais simples expressão deste cenário foi consubstanciada na identificação de um “começo” explosivo ao qual associou-se o nome “Big Bang”.
Mais tarde, explica o físico, no final daquele século, os cosmólogos foram além e começaram a examinar seriamente diferentes modelos para produzir uma alternativa mais racional destes primórdios. Estabeleceu-se uma série de modos não-equivalentes de descrição da origem da fase expansionista em que vivemos. Novello é pesquisador e professor titular do Instituto de Cosmologia e Relatividade Astrofísica, organismo vinculado ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) do Ministério da Ciência e Tecnologia. É formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem doutorado em Física pela Universidade de Génève e pós-doutorado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. É autor, entre outros livros, de O que é Cosmologia, da editora Jorge Zahar Editor.
O que é a reunião anual da SBPCA. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência reúne representantes de todas as áreas da ciência brasileira desde 1948, quando foi fundada em São Paulo com o objetivo de defender o avanço científico e tecnológico do país e o seu desenvolvimento educacional e cultural. A reunião anual é a oportunidade dessa comunidade se manifestar sobre questões fundamentais para a independência e desenvolvimento econômico nacionais. Todos os anos, ela é realizada em diferentes pontos do país, com o objetivo de ampliar o debate para todos os Estados, com a participação de 83 sociedades e associações científicas.
Milhares de pessoas, incluindo cientistas, professores, estudantes e outros interessados participam desses encontros que desempenham duas funções importantes. A primeira é servir de ponto de encontro e unidade dos cientistas do país, tratando tanto de temas estritamente acadêmicos como dos problemas mais gerais que afetam a atividade científica. O segundo é mais geral, ou seja, discutir as grandes questões sociais, econômicas, políticas e tecnológicas que afetam o país como um todo. A primeira reunião da SBPC, realizada em outubro de 1949, realizado em Campinas, interior de São Paulo, reuniu 104 participantes. Este ano são esperados aproximadamente 15 mil participantes. Mais informações pelo site www.sbpcnet.org.br.
Saiba mais: