Cientistas disseram na quinta-feira ter descoberto um planeta de dimensões e leveza incomuns, em órbita de uma estrela, descoberta que pode obrigá-los a ter de rever as teorias sobre a formação dos planetas. O planeta gigante, batizado como HAT-P-1, é cerca de 30% maior que Júpiter, mas sua massa corresponde à metade da do maior planeta do Sistema Solar, disseram os astrônomos do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica. O planeta tem cerca de 25 por cento da densidade da água, afirmou Gaspar Bakos, num comunicado. “É mais leve que uma bola de cortiça gigante”. O HAT-P-1 dá uma volta completa em torno da estrela a cada quatro dias e meio, numa órbita que corresponde a um sétimo da distância entre Mercúrio e o Sol, segundo Bakos e os outros astrônomos do Smithsonian.
A estrela em torno da qual ele gira faz parte de um sistema com duas estrelas e está a cerca de 450 anos-luz da Terra. Os cientistas detectaram o planeta porque a luz da estrela diminui quando o planeta passa em frente dela. Assim como um outro planeta descoberto da mesma forma, o HAT-P-1 revelou-se maior do que o previsto em tese, disseram os cientistas. “A nova descoberta sugere que alguma coisa pode estar faltando em nossas teorias sobre como os planetas se formam, ou talvez tenhamos que criar uma nova categoria para classificar os planetas”, disse Robert Noyes, outro astrônomo do Centro de Astrofísica.
Os cientistas disseram que a dimensão do planeta pode ser resultado do calor gerado em seu interior, embora eles ainda não saibam como isso poderia acontecer. No total, os pesquisadores já descobriram cerca de 200 planetas fora do Sistema Solar. Um outro grupo de cientistas do Smithsonian disse ter criado uma maneira de determinar se planetas distantes podem ou não ter vida, comparando os principais gases da atmosfera do planeta com a formação histórica da atmosfera terrestre. Uma atmosfera composta de muito gás metano poderia criar um ambiente apropriado para bactérias anaeróbicas, como aconteceu na Terra há 3,5 bilhões de anos, disseram eles. A presença de oxigênio poderia significar a possibilidade de formas de vida mais complexas.