É incrível pensar que há 25 anos ainda se debatia se realmente havia outros planetas no universo além daqueles do Sistema Solar. Agora, já os encontramos até em outras galáxias.
Um eclipse de curta duração em uma fonte de raios-X extremamente brilhante situada a 23 milhões de anos-luz da Terra, na Galáxia Whirlpool, iluminou um mundo do tamanho de Saturno orbitando um sistema estelar binário.
O potencial planeta, chamado de M51-ULS-1b, é o primeiro a ser encontrado além de nossa Via Láctea, e foi anunciado por uma equipe liderada por Rosanne Di Stefano, no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.
Rosanne Di Stefano encontrou o planeta buscando entre os dados de 2.624 observações feitas pelo telescópio espacial Chandra X-ray Observatory.
As medições do Chandra indicam que se o planeta for real, é um gigante gasoso ligeiramente menor do que Saturno, orbitando a dezenas de unidades astronômicas (UA) o centro do sistema binário – pelo menos tão longe do sistema quanto Saturno está do Sol.
O M51-ULS-1b foi detectado examinando os dados do Chandra em busca de sinais de trânsitos, que ocorrem quando um planeta bloqueia a luz ao passar na frente de uma estrela ou outro objeto brilhante.
Uma confirmação dificil
Espera-se, agora, que haja possibilidade de confirmação da descoberta. Crédito: NASA
Para garantir que encontrassem apenas trânsitos reais e não flutuações dos próprios objetos brilhantes, os pesquisadores procuraram apenas instâncias em que toda a luz fora bloqueada.
“É emocionante, mas não inesperado”, disse Angelle Tanner, da Universidade Estadual do Mississippi. “Não há absolutamente nenhuma razão para pensar que não haveria planetas em outras galáxias”.
Mas segundo Matthew Kenworthy, da Universidade de Leiden, na Holanda, “é perigoso afirmar alguma coisa pq há apenas um trânsito. O padrão de ouro são três trânsitos igualmente espaçados um do outro, porque então você sabe que se repete”.
E se for mais do que algumas unidades astronômicas, “vai levar décadas até que volte e cause um trânsito novamente”, diz ele. “Não consigo pensar em uma boa maneira de confirmar isso”.
Os dados do Chandra abrem novas fronteiras, semelhantes à descoberta do primeiro exoplaneta pelos laureados com o Prêmio Nobel Michel Mayor e seu colega Didier Queloz, encontrado em outubro de 1995, no Observatório Haute-Provence no sul da França, usando instrumentos feitos sob medida.
A descoberta deles abriu uma nova era na exploração da humanidade em nossa vizinhança galáctica e mudou para sempre nossa visão do cosmos. Desde então, mais de 4.000 exoplanetas foram encontrados em nossa galáxia.
Todas essas descobertas respondem a uma questão muito antiga que foi bastante debatida por filósofos, diz Mayor: “existem outros mundos no universo? A única maneira de descobrirmos é desenvolver técnicas que nos permitam detectar a vida à distância”.
Fonte: Daily Galaxy
Veja, abaixo, um documentário sobre exoplanetas: