Uma nova técnica de observação permitiu pela primeira vez que os cientistas detectassem as verdadeiras cores dos Núcleos Galácticos Ativos, o ponto mais central das galáxias, que inclui o buraco negro e seu disco de acreação, uma enorme região de gases que vai sendo aos poucos engolida pelo buraco negro. Os cientistas acreditam que os discos de acreação são a maior fonte de radiação emitida a partir dos Núcleos Galácticos Ativos. Até recentemente, porém, esses discos de poeira galáctica eram unicamente suposições teóricas.
Agora, uma equipe internacional de astrônomos, coordenada por Makoto Kishimoto, do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha, descobriu uma forma para fazer observações diretas do conturbado e “empoeirado” ambiente do núcleo de uma galáxia. Os cientistas conseguiram eliminar a influência da poeira espacial, que contaminava todas as observações e impedia qualquer conclusão sobre o verdadeiro núcleo da galáxia, do disco de acreação e do próprio buraco negro.
Observando a emissão polarizada diretamente da região central do Núcleo Galáctico Ativo é possível determinar o espectro eletromagnético de toda a região – o espectro é a faixa de freqüências nas quais as radiações são emitidas, sendo que cada cor tem sua própria freqüência, ou comprimento de onda. A imagem mostra a representação artística das observações de um Núcleo Galáctico Ativo. Um buraco negro supermaciço na parte mais central é circundado pelo disco de acreação e por nuvens de poeira interestelar. Fortíssimos jatos de radiação são constantemente emitidos a partir do centro do disco de acreação. Conforme era previsto pela teoria, as observações comprovaram que esse ponto central de emissão de radiação é de uma cor azul intensa.