É fato concreto que os fenômenos ufológicos das ilhas de Mosqueiro e Colares, em especial, mas também de toda a vasta área quase selvagem do litoral fluvial do Pará, continuam a ocorrer frequentemente — e se não têm a hostilidade e a intensidade verificadas durante a Operação Prato, também não apresentam características casuísticas comuns, como as que encontramos em qualquer parte do país. Os fatos naqueles rincões são muitíssimo mais impactantes, profundos e significativos. Somando-se esta conclusão às novas revelações sobre o tema, fica clara e evidente a necessidade de se instalar um trabalho renovado de investigação dos casos, com novas visitas aos pontos atingidos, a começar pela Baixada Maranhense e culminando na região do Baixo Amazonas, passando por pelo menos 10 ilhas da extensa área.
Prova clara de que os fatos, pelo menos em Colares, continuam espantando ufólogos e desafiando explicações científicas está nos depoimentos de dois personagens bastante conhecidos na região, o radialista e oficial da Marinha Mercante Hilberto Freitas e o ex-camioneiro e locutor José Rodrigues. Freitas é diretor da Rádio FM Rosário, comunitária, que funciona em Colares e é referência no local quando o assunto é discos voadores. A emissora tem em sua programação um evento semanal exclusivo sobre Ufologia e temas afins, o Além da Imaginação. Através dele, Freitas esclarece a população sobre os fatos que ela vivencia.
Relatos de todos os tipos
“Recebemos perguntas de pessoas de toda a ilha e até do continente, que querem saber o que são esses fenômenos. Sempre tentamos responder com informações claras e sólidas sobre Ufologia, para ajudar essa gente humilde a entender o que se passa”, diz o radialista. Devido à sua verdadeira militância pelo Fenômeno UFO em sua comunidade, é a Freitas que os moradores se dirigem quando têm acontecimentos ufológicos a narrar — o que não são poucos. “Recebemos relatos de todos os tipos, que indicam claramente que a onda de UFOs em Colares continua ativa, mas menos intensa que no passado”, diz.
Em uma entrevista o marinheiro apresentou um vasto repertório de casos, como o do radialista Rodrigues, que teve no mês de julho de 2003 uma observação marcante junto à sua esposa. Ele conta que estava na Praia de Humaitá, a uns 400 m do centro da Vila de Colares, banhada pelo Rio Pará, quando ambos viram sobre um farol de pedra situado a uns 600 m da areia um verdadeiro “show aéreo”. Rodrigues relata que sua esposa acordou primeiro e foi ver o que se passava, quando chamou o marido pra também presenciar o fenômeno.
“Objetos menores saíam de um objeto maior e depois todos se misturavam em um espetáculo de cores impressionante”, disse Rodrigues, um evangélico reputado na ilha como pessoa correta e séria. Sua esposa, devota ainda mais fervorosa, surpresa e perplexa diante do que via, exclamou ao marido: “Não sei se já estou pronta para testemunhar a volta de Jesus Cristo” [Veja matéria nesta série]. Na manhã seguinte à experiência, Rodrigues procurou Freitas e lhe narrou o caso. Freitas garante que esses fatos são regulares — e não está exagerando. Outras testemunhas de fenômenos recentes são o professor Sebastião Oliveira e o pescador Ailton Ferreira da Silva. Eles relataram ter visto uma esquadrilha de objetos voadores não identificados sobrevoando ao longe o Rio Pará, justamente em frente à ilha. “Aquilo não era coisa desse mundo”, declarou Ferreira.
Incidência ufológica intensa
Oliveira e Ferreira acreditam que o que presenciaram seja o mesmo fenômeno que se manifesta no México e que é conhecido como flotillas. “Era como um enxame de abelhas, com vários objetos esféricos, mas a grande distância. A observação durou poucos minutos, o suficiente para a gente ver que não se tratava de nada conhecido”. À experiência da dupla e de Rodrigues se somam inúmeras outras, praticamente diárias, que ocorrem na bela paisagem de Colares. A incidência ufológica do local é tão intensa e única que até o ex-prefeito da vila, o biólogo Ivanito Monteiro Gonçalves, acredita ser necessária uma investigação complementar sobre os fatos.
Em sua opinião, como a de Freitas, a Operação Prato deixou mais perguntas no ar do que respostas. “Nossa população merece ser esclarecida do que tem testemunhado e observado”, diz o radialista. Enfim, o clima em Colares ainda é de muita apreensão com a chegada de cada verão, época em que as ocorrências se mostram ainda mais ativas. Em áreas como o Machadinho, uma praia fluvial de areias brancas no lado oeste da ilha — onde os integrantes do grupo do coronel Uyrangê Hollanda tiveram boa parte de seus contatos —, chegaram a ser preparadas rústicas instalações para os ufólogos que forem a Colares para pesquisas e investigações. “Os fatos que rondam a ilha são muito variados e estão aí para quem quiser estudá-los. Basta conversar com nossos moradores”, finaliza Freitas.