
Há uma grande quantidade de casos ufológicos registrados na Região Amazônica. Desde muito tempo, seres extraterrestres têm visitado os estados da Amazônia — e nem sempre com boas intenções. Muitos pesquisadores já foram atraídos pelos mistérios vindos de lá, entre eles o francês Jacques Vallée. O ufólogo paraense Daniel Rebisso Giese também é um dos que se especializaram em casuística amazônica [Veja matéria nesta série]. Contudo, apesar do esforço destes estudiosos, ainda há poucas respostas comparadas com a quantidade de interrogações deixadas pela fenomenologia ufológica daquela região.
De todo o território amazônico, os estados que mais registraram casos ufológicos foram o Pará e o Amazonas (além do Maranhão), ambos atingidos pelo chamado chupa-chupa. Tal fenômeno — inusitado até mesmo para a casuística ufológica mundial — se manifestava no final da década de 70 e início da 80 através de misteriosos feixes de luz projetados por UFOs. Muitas vezes, esses raios queimavam homens e mulheres. Segundo o depoimento de testemunhas, tais feixes sugavam o sangue de suas vítimas, originando daí o nome do mistério. O fato se manifestou com mais intensidade em 1977, quando houve verdadeiro pânico entre a população, pois o chupa era algo assustador e não escolhia suas vítimas.
Comunidades ribeirinhas, agricultores, seringueiros, indígenas, qualquer um, enfim, podia ser atacado a qualquer momento. Essa é uma triste evidência de que nem sempre os UFOs e seres extraplanetários são amigáveis. Segundo o ufólogo Giese, que pesquisou com profundidade o fenômeno, o chupa amedrontavam muitas pessoas. “As noites de outubro a dezembro de 1977 foram bastante intranquilas e temidas pelos moradores ribeirinhos do Rio Amazonas”, afirma o estudioso, que tem sua base em Belém. “Todos se protegiam dos vampiros extraterrestres, evitando sair à noite sozinhos ou dormir sem a devida companhia de parentes, pois, segundo a crença popular, tais criaturas saíam de suas naves em busca de sangue humano”, completou. Várias regiões do Pará, além da Baía do Sol, registraram aparições de UFOs. Nos municípios de Ourem e São Domingos do Capim, por exemplo, os objetos foram até fotografados pela Força Aérea Brasileira (FAB), em manobras conduzidas pela já bastante conhecida Operação Prato. Registros não oficiais ou boatos sobre os acontecimentos, sem dúvida, não faltaram.
Os tripulantes pareciam asiáticos
Alguns acreditavam que os UFOs faziam parte de um programa secreto japonês de contrabando de sangue, visto que muitas testemunhas descreviam os tripulantes das naves alienígenas como asiáticos, em razão de seus olhos oblíquos. Jornais da época chegaram a publicar inúmeras reportagens a respeito do caso, com manchetes em primeira página do tipo “Bicho sugador ataca homens e mulheres”. Os diários também publicavam casos de vítimas do chupa, que não foram poucas. Em19 de novembro de 1977, o jornal A Província do Pará publicava que Aurora Nascimento Fernandes, então jovem de 18 anos, se encontrava lavando louça em sua casa, por volta das 21h00, quando uma forte corrente de ar frio a tomou de surpresa, juntamente com uma luminosidade de cor vermelha. “Aurora ficou apavorada e chamou sua mãe, mas, antes que esta chegasse, foi envolvida pela luz vermelha, que a deixou atordoada. Ao mesmo tempo, a moça sentiu furadas muito finas que eram dadas em seu seio, o que a fez desmaiar imediatamente”, descreveu o diário [Veja matéria nesta série].
Outra vítima foi Rosita Ferreira, uma senhora com 46 anos, na época, que foi sugada pela luz. O raio a atingiu no seio esquerdo, deixando-a adormecida. Segundo seu relato, a experiência pareceu um pesadelo em que era atacada por algo que tinha unhas fortes e finas. Mas o fenômeno chupa não atingiu somente as mulheres — há vários registros de homens que também foram atacados, porém em menor proporção. Ainda hoje, a casuística da Amazônia atrai a atenção de pesquisadores do mundo inteiro. Recentemente, o ufólogo grego Stelio Agathos esteve em localidades do Pará e Amazonas investigando casos antigos e novos. Todas as informações coletadas por Agathos serão publicadas em um livro que será lançado na Grécia. Dentre as ideias defendidas por ele sobre a casuística amazônica está a de que os UFOs identificados durante a onda ufológica do chupa-chupa podem ser provenientes do mar e não do céu.
Vestígios e evidências físicas
Ele chegou a esta hipótese devido à evidência de que todos os casos ocorreram próximos a praias ou grandes rios, como o Amazonas. No início de 1995, Agathos esteve na Amazônia novamente investigando os inúmeros casos que continuam acontecendo todos os dias. Coletou uma significativa quantidade de informações que dão conta de que a atividade extraterrestre na maior floresta do mundo ainda é intensa. Agathos, surpreso com o que encontrou de vestígios e evidências físicas da passagem de UFOs, promete continuar juntando ocorrências. “Não serão poucos”, diz. Uma parte do que já conseguiu apurar está nos parágrafos a seguir.
O pesquisador grego afirma que uma fazenda de gado na pequena cidade de Santa Isabel do Pará passou, em 1992, a ser palco de estranhos acontecimentos ufológicos. As aparições de UFOs foram acompanhadas por uma multidão de aproximadamente 1.500 pessoas, sendo que a imprensa também esteve no local e chegou a filmar os objetos. Contudo, a febre inicial teria durado poucos dias e os meios de comunicação deixaram o assunto de lado, ficando no local somente um ou outro pesquisador que não se contentava com as respostas óbvias sugeridas pela imprensa. “Eu, particularmente, posso dizer que fiz do estábulo da fazenda a minha moradia”, disse.
“Foi algo simplesmente incrível”
Logo no início da sua pesquisa já surgiu a primeira surpresa: o boato da aparição de um chupa-chupa na cidade. As manifestações também continuaram a acontecer, só que ninguém mais via as multidões madrugando em frente à pequena fazenda para ver UFOs — aquilo tudo já não era mais novidade para ninguém. A população de Santa Isabel já passava a achar comum observar fenômenos como bolas de luz fazendo evoluções variáveis. As pessoas já não se incomodavam com o comportamento desses artefatos que faziam modificações de luminosidade, tonalidade e também alterações da sua própria matéria — sem falar de quando apareciam dançando no céu, ora em zigue-zague, ora em linha reta.
Os moradores nunca poderiam imaginar que por trás desta luminosidade fantástica podia existir
matéria similar à nossa — tridimensional, pois simplesmente viam o que lhes parecia uma estrela com massa variável deslocando-se por várias direções. As pessoas não se preocupavam em tirar conclusões a respeito do que acontecia, e com o decorrer do tempo tudo foi esquecido, restando apenas alguns registros nos arquivos das emissoras de TV. Porém, 40 dias após ter acontecido o avistamento principal, o fato mais estranho de todos se deu. É algo que poderia inclinar a balança para o lado dos que defendem uma provável relação entre UFOs e dimensões superiores e veem os alienígenas como seres multidimensionais.
“Foi algo simplesmente incrível e interessante, mas sem fundamento e sem compreensão tecnológica ou qualquer outra denominação. Não há outra forma de classificar aquilo tudo, principalmente porque a tecnologia terrestre ainda não permite que se tirem conclusões definitivas sobre este tema”, disse Stelio Agathos. Ele relatou o que aconteceu em Santa Isabel, quando avistou um objeto voador não identificado feito de matéria sólida. “Era algo triangular que podia ser fabricado em nosso planeta, similar a um caça F-11 da Força Aérea Norte-Americana (USAF), porém mais simples, e surgiu de repente no céu”.
Primeiramente ele ouviu um zumbido extremamente agudo e, em seguida, um facho luminoso focando em sua direção. Alguns segundos depois Agathos percebeu uma massa triangular sobrevoando o local como uma ave pré-histórica — nesta hora, sentiu um calafrio que atravessou sua espinha e a pele começou a formigar.
O grego estava em frente a um aparelho terrível, sem dúvida alguma, pois sentia uma presença alienígena com todo o significado da palavra, segundo descreveu. “O artefato não era familiar, tinha algo totalmente cósmico em sua aparência. Sua superfície era contínua e a tonalidade opaca e muito escura, como matéria carbonizada”, relatou. Na parte inferior do objeto havia duas linhas de quadradinhos luminosos, sendo uma verde e outra vermelha, que brilhavam como diamantes coloridos. Nas extremidades existiam três pequenas luzes brancas que acendiam e apagavam ordenadamente.
Na parte superior do UFO, podia ser observada uma cúpula e, na asa esquerda, um arco luminoso crescendo — uma longa e fina ponte à frente segurava um farol muito potente, cuja luminosidade furava as nuvens no céu claro. Mas inesperadamente tudo mudou e o zumbido cessou, as luzes se apagaram e o objeto começou a emanar uma fluorescência misteriosa, parecendo um diagrama triangular luminoso. “Tornou-se tão fluorescente que ofuscou a imagem de tudo o que havia à sua volta. Finalmente, subiu e continuou flutuando como uma estrela andarilha”.
São incontáveis os moradores da Região Amazônica, em especial em áreas ribeirinhas, que descrevem avistamentos de estranhos fenômenos
Ele disse ter tido a oportunidade de observar por duas vezes esse mesmo aparelho e, em seguida, um modelo pouco menor e menos luminoso. Certa vez, ele estava ao lado de um fazendeiro e sua esposa quando o objeto passou sobre a pequena fazenda. Primeiramente, viram uma massa luminosa em forma de bolha aproximando-se do infinito. Mas, de repente, aquilo desapareceu para surgir instantes depois, fazendo um zumbido infernal. Segundo as palavras do fazendeiro que o acompanhava, “abriu-se o céu e vimos este avião maravilhoso, todo iluminado como um navio que festeja um acontecimento”.
Os casos ufológicos continuam. Certo dia, o mesmo casal de fazendeiros voltava de uma reunião religiosa cheios de alegria, pois sentiam ter encontrado a luz divina, quando sua euforia durou pouco. Eles não imaginavam que, mais à frente, na entrada de sua fazenda, outro tipo de luz divina os esperava, mas para deixá-los assustados. “O que é isso?”, perguntou a mulher. “Sei lá, parece uma bola luminosa”, respondeu o marido. “Mas esta coisa vem em nossa direção. Que diabo é isso?” Nisso, o estranho objeto parou a alguns metros acima deles, deixando-os completamente pasmos, enquanto uma forte luz iluminava tudo. Eles não tinham outra alternativa senão permanecerem imóveis, assistindo àquilo que desceu dos céus. O objeto era oval como um chapéu antigo, tinha três patas telescópicas e superfície de um material parecido com alumínio.
Flutuando em um espaço irreal
O UFO ainda emanava forte brilho, sendo possível distinguir luzes verdes e vermelhas — ele emitia um leve zumbido, como o de um aparelho de ar condicionado. O fazendeiro Eduardo Machado e sua esposa foram entrevistados pela emissora regional de TV, mas o acontecimento é apenas mais um dentre os inúmeros casos que ocorreram na época. Outra observação que também reforça a suposição de que esses objetos voadores e seus ocupantes têm uma relação com outras dimensões, segundo o ufólogo grego, está no fato de que o UFO avistado estava imóvel ao lado de uma castanheira, quase tocando os seus galhos. “Esta mesma árvore foi observada por binóculos de fabricação inglesa, que deram a ela uma aproximação perfeita. Contudo, ao se observar a nave com o mesmo equipamento, nada se conseguiu modificar na aproximação visual”, declarou. O objeto permanecia do mesmo tamanho, mesmo atrás de lentes de grande capacidade de aumento. O uso dos binóculos se tornou inútil, talvez porque o objeto flutuasse em um espaço irreal ou em uma projeção de sua imagem real, teorizou Agathos.
“Verdadeiramente não conheço, até agora, nada que explique tal fenômeno, que se manifestou enquanto o objeto esteve em seu estado luminoso”. Por outro lado, quando o artefato se encontrava em estado físico, sólido, era perfeitamente observável com lentes de aproximação. Para muitos estudiosos consultados, este é apenas mais um dos mistérios de Santa Isabel, no Pará. Nos anos seguintes a estes episódios, como em 1994, outra importante ocorrência foi registrada na região. As informações foram transmitidas pelo morador e fotógrafo Jander Hungria, que, aparentemente perplexo, narrou o seguinte: “Em 26 de agosto de 1994, após a meia-noite, percebi uma estrela na direção norte alterando sua luminosidade e trocando tonalidades. Neste momento, estava em companhia de alguns colegas que também observaram o mesmo fenômeno”.
a na época residisse no Paraná, o biomédico Daniel Rebisso Giese acompanhou a onda chupachupa com atenção
Hungria não é ufólogo nem tem experiência alguma com o assunto, porém percebeu que tal “estrela” não era algo normal. Notou a diferença e ficou observando a misteriosa luz por certo tempo e, confirmando sua desconfiança, aquilo começou a realizar leves movimentos — em seguida, avançou em direção leste, deslizando a uma velocidade lenta. “De repente, ganhou uma velocidade inimaginável e atravessou o espaço do horizonte de um lado a outro em fração de segundos. E pouco antes de o UFO desaparecer no infinito, um forte raio luminoso clareou todo o espaço leste visível, transformando as trevas em ampla luz, algo como uma explosão sem barulho”, relatou Hungria.
“Reflexos multicoloridos”
O próprio pesquisador grego também teve a oportunidade de observar as mesmas “estrelas” voadoras por várias vezes, sendo um caso ocorrido na fazenda do citado senhor Eduardo Machado. A visualização começou com a manifestação de um disco amarelado — às vezes mais para o vermelho — em certo ponto do horizonte. O objeto ora se movimentava, ora pairava, ficando imóvel no ar. Na mesma noite que o fotógrafo Jander Hungria observou este fenômeno, outras pessoas também o presenciaram. A professora Rita Mara Gomes, por exemplo, pessoa muito séria e respeitada na cidade, ao voltar de uma reunião religiosa, foi testemunha de um estranho fenômeno. Ao chegar à sua casa e abrir a porta da cozinha, que vai para o quintal, percebeu duas fitas cintilantes que caíam do céu.
De acordo com seu relato, ela assistiu a algo maravilhoso e inacreditável. “Por instantes cheguei a pensar que não podia ser real. Mas era tudo verdadeiro. Fitas metálicas caíam à minha frente, projetando reflexos multicoloridos”, disse Rita. E continuou: “Percebi que as fitas diminuíam no percurso, porém sem perder o brilho. Completamente perplexa com esta visão, fechei a porta da cozinha, só reabrindo mais tarde, quando não havia mais nada no céu”. Na mesma época, Stelio Agathos foi procurado por um rapaz que disse ter visto círculos em um campo perto de Santa Isabel, cujos diâmetros eram de aproximadamente 17 m. Ele foi até o lugar verificar a impressão circular no solo e teve certeza de que as marcas eram de UFOs. Erosmar Mendes, a testemunha, saiu cedo para o campo, que está localizado a 100 m de sua casa, em 17 de janeiro de 1995, e teve uma grande surpresa ao encontrar um círculo na vegetação.
Em seguida, Mendes passou nas casas vizinhas para contar sobre o achado, porém, os moradores disseram que o fenômeno poderia ter sido causado por algum cavalo que tivesse pastando sobre o mato. Mas isso não seria possível, pois o círculo era tão perfeito que somente um gigantesco sistema giratório poderia formá-lo — o capim estava simplesmente amassado e não queimado. Eram dois círculos e os moradores ficaram preocupados com uma possível carga de radioatividade, pois os pés dos moradores começaram a apresentar manchas avermelhadas quando eles caminhavam ali. De fato, algo estranho aconteceu naquele lugar.