As declarações de Vitório Pacaccini e Ubirajara Rodrigues, de que o Corpo de Bombeiros capturou ETs em Varginha (MG), contradizem a palavra do comandante da 13ª Companhia do Corpo de Bombeiros, Pedro Alvarenga, que disse que a corporação não foi acionada para o atendimento de ocorrências locais no dia 20 de janeiro de 1996. O comandante afirmou que, por trabalharem em área pública, não conseguiriam esconder o caso da imprensa e dos próprios ufólogos. Disse também que os pesquisadores estão tentando envolver o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e o Exército no fato. \’\’Seria impossível esconder o caso. O aspecto emocional dos homens iria mudar, porque não é uma coisa comum, e não houve nenhuma mudança”, declarou Pedro Alvarenga.
Porém, Ubirajara e Pacaccini garantem ter testemunhas militares, que confirmam a participação dos bombeiros no atendimento a uma ocorrência por volta das 10h30 da manhã daquele dia no Jardim Andere. Segundo as testemunhas, os bombeiros compareceram ao local com quatro soldados em um caminhão dessa unidade. Encontraram uma criatura esquisita no local e o Exército acompanhou toda operação de peno.
A declaração do comandante foi a seguinte: “Naquele sábado, eu não estava no quartel. Houve envolvimento do nome do Corpo de Bombeiros de uma forma casual, não sei, mas acho que não havia verdade nisso”. O capitão Alvarenga disse que as testemunhas não eram realmente militares, pois “se fossem, falariam alguma coisa para a imprensa. A própria população iria cobrar-lhes mais fatos e indicações de que realmente tudo isso ocorreu”. Mas, segundo os ufólogos, se as testemunhas expuserem seus nomes, correrão o risco de perder seus empregos e até prejudicarão suas vidas. Além disso, Ubirajara e Pacaccini reconheceram as credenciais das testemunhas.
A imprensa tentou tirar fotografias e obter entrevistas, mas os bombeiros resistiram. O comandante tentou se justificar, dizendo que foi culpa da Rede Globo, por ter feito uma reportagem sobre o ocorrido. Segundo o capitão Alvarenga, o Corpo de Bombeiros não quis se expor para evitar complicações com a imprensa. “O fato complicou porque no dia que falaram dessa captura, houve a exumação de um cadáver na cidade e a família da vítima acha que a própria polícia matou o rapaz”. Alvarenga negou a participação do Corpo de Bombeiros no transporte desse cadáver e disse que “a unidade dos bombeiros de Três Corações tem mais contato com o Exército, portanto ela poderia ter sido acionada para alguma operação de instrução com a ESA ou feito o transporte dessa vítima”.
CONTRADIÇÕES — Dissemos ao comandante que o que estava nos contando era estranho e contraditório, pois, antes daquela entrevista, tínhamos conversado com o senhor Adilson Usier, administrador do Hospital Regional, que nos afirmou que o Corpo de Bombeiros de Varginha havia participado no transporte do cadáver. O capitão Alvarenga disse, então, que “houve um equívoco por parte do administrador\’\’.
A resposta do comandante foi que talvez o que poderia ter acontecido era o major Maciel — comandante do Corpo de Bombeiros na época do caso — ter mandado a viatura para apoio e ele não ter visto essa captura, porque, segundo ele, o Corpo de Bombeiros não tem equipamentos suficientes para atuar nesse tipo de operação. “Temos o apoio da prefeitura para captura de animais que fogem do zoológico, porque não temos equipamentos necessários e nem recursos para apreensão de animais, ainda mais se este for um extraterrestre”.
O capitão Alvarenga disse-nos que não acreditava em discos voadores e na visita de extraterrestres à Terra. “Primeiramente, se existissem seres de outros planetas, eles iriam aparecer na Terra com uma condição de vida melhor do que a nossa, além disso, já teriam feito algum contato. Hoje em dia, a própria mídia coloca na cabeça das pessoas muita coisa sobre vários assuntos, e se você não tem condições culturais e capacidade de entender, você começa a acreditar em tudo isso”.
Segundo o comandante, “os ufólogos envolvidos na pesquisa do caso, Ubirajara e Pacaccini, estão imaginando tudo isso e se aproveitando da situação, querendo fazer sem nomes aparecerem na televisão”. Pacaccini se defende: “sou uma pessoa muito respeitada, tanto em minha profissão como em minha vida particular. Jamais precisei da pesquisa ufológica para me promover”. O mesmo pode-se dizer de Ubirajara.