Bases científicas registram UFOs no continente
Os UFOs fizeram uma de suas mais longas e espetaculares aparições na Antártida na base argentina da Ilha Decepção, no dia 2 de julho de 1965, voltando a aparecer no dia seguinte, quando o fenômeno foi também presenciado pelo pessoal das bases do Chile e da Grã-Bretanha, situadas nas vizinhanças, na mesma ilha, e em uma das Ilhas Shetland do Sul. Atendendo a inúmeras consultas feitas em Buenos Aires, ao transpirar o conteúdo de radiogramas recebidos da base de Decepção, a Secretaria da Marinha argentina divulgou, no dia 6, um comunicado intitulado “Observação de objetos voadores não identificados na Antártida Argentina”. Segundo as agências telegráficas, foi este o primeiro documento oficial da história em que um governo faz referências a discos voadores.
UFOs na base argentina
Dizia o comunicado que no Destacamento Naval de Decepção, no dia 3 de julho de 1965, às 19:40 h, “foi observado um objeto voador de formato lenticular, de aspecto sólido e de coloração predominante vermelha e verde, por momentos apresentando também tonalidades amarelas, azuis, verdes, alaranjadas e brancas”. O objeto passou em um ângulo de 45 graus acima do horizonte, a uma distância aproximada de 10 a 15 km da base, deslocando-se para leste e momentaneamente mudando seu curso para oeste e permanecendo estacionário, com velocidades variáveis e sem produzir ruído.
O fenômeno durou de 15 a 20 minutos, sendo observado em condições ideais de visibilidade, com céu claro e lua minguante, pelo meteorologista e mais 10 pessoas da base.
Acrescenta ainda o comunicado que na tarde do mesmo dia o UFO em questão foi também observado noutra instalação argentina nas Ilhas Orcadas do Sul, que é o mais antigo observatório estabelecido na região antártica. Instalada em 1904, a base vem funcionando desde então. Registros contínuos do magnetismo terrestre são feitos ali desde 1905, com o uso de aparelhos de vários tipos, tais como variômetros Eschenhagen, magnetômetros Kew e indutores terrestres Schulze.
Por isso, assumem uma importância muito maior os registros de UFOs obtidos por este instrumental durante sua passagem, como o caso observado no dia 3 de julho, quando o objeto provocou perturbações no campo magnético, acusadas nos traços magnetográficos.
Segundo fontes autorizadas da Secretaria da Marinha Argentina, citadas pelos jornais daquele país, a observação visual do fenômeno naquela base se prolongou por pouco mais de 20 minutos, enquanto que a presença do UFO pelos registros do instrumental da base durou aproximadamente uma hora e dois minutos. Segundo as mesmas fontes, as alterações magnéticas registradas não têm qualquer explicação natural dentro da estrutura do atual conhecimento científico.
UFOs na base chilena
No ano de 1965 também foram registrados vários casos de visitas extraterrestres à Antártica. A primeira observação do ano ocorreu no dia 19 de junho, na base chilena Aguirre Cerda, situada na Ilha Decepção e destruída por erupção vulcânica em 1969. Um radiograma enviado ao quartel-general da Força Aérea Chilena (FACh) informava que um estranho objeto teria permanecido visível durante 20 minutos, fazendo evoluções próximo à base, para em seguida tomar rumo noroeste, desaparecendo à alta velocidade e em curso oscilante.
No dia seguinte, 20, a base chilena se comunicou com a base britânica vizinha, que confirmou a observação, descrevendo ainda o objeto como sendo de cor vermelha, com variações de amarelo e verde. Os britânicos ainda disseram que o UFO pareceu ficar estacionário durante dez minutos, antes de desaparecer para cima. Também a base argentina na ilha, consultada pelo rádio, confirmou a observação, informando que láseus membros haviam tirado dez fotografias coloridas do objeto. Despachos das agências noticiosas, citando fontes da FACh, descreveram uma segunda observação feita ainda no dia 20 de junho, como “algo parecido com uma nave espacial estranha, de cor alaranjada, que durante 40 minutos realizou numerosas manobras sobre a base, afastando-se velozmente a seguir, rumo ao sul”.
Observações semelhantes voltaram a ser feitas na Base Aguirre Cerda no dia 5 de julho de 1965. Os despachos das agências noticiosas, e mesmo as reportagens dos jornais argentinos da época, fazem confusão entre as datas das diferentes observações. Mas não há dúvida, porém, de que as aparições se repetem em dias sucessivos. O objeto visto naquele dia, durante 20 minutos, conforme divulgou a FACh, brilhava à grande altura com uma luz branca e ia em direção sudoeste, à considerável velocidade, descrevendo ziguezagues e às vezes se detendo no ar. Também o pessoal da base britânica viu o misterioso objeto, descrevendo-o como amarelo em alguns momentos, verde em outros, mas sempre brilhando como uma estrela de primeira magnitude. Ainda de acordo com as fontes chilenas, a observação foi igualmente confirmada pelo destacamento naval argentino.
O objeto dali avistado mudava alternadamente de cores e deixou um longo rastro luminoso ao cruzar o céu.
UFOs na África do Sul
Há fatos semelhantes registrados pelas bases da África do Sul, da Nova Zelândia e dos EUA no Último Continente. Um relato enviado pela Base Sanae, da Expedição Antártica Nacional da África do Sul, e citado no boletim Antartic, da Sociedade Antártica da Nova Zelândia, informava que, às 20:07 h GMT do dia 18 de março de 1962, um objeto luminoso brilhante havia sido avistado a noroeste daquela estação, situada na costa da Antártida, a 70 graus de latitude.
O disco voador deslocou-se de leste para norte, à pouca altura acima do horizonte, permanecendo visível durante apenas 10 segundos. No mesmo número da publicação citada aparece o relato de outra observação, feita em data diferente na Base Hallett, mantida conjuntamente pela Nova Zelândia e EUA, que é situada na costa da Antártida exatamente oposta (através do Pólo Sul) à Base Sanae.
Segundo radiograma assinado por Claude Taylor, chefe da base, o objeto apareceu às 11:10 h GMT do dia 7 de julho de 1962, levando entre 3 a 4 minutos para cruzar o horizonte de sul a norte (faço aqui o comentário de que a coincidência de datas de observações em anos diferentes é interessante).
Clarão de luz – O objeto apresentava algo como três manchas distintamente separadas, uma delas muito mais brilhante que as outras duas. Percebia-se uma forma acinzentada ao redor das manchas, que os observadores interpretaram como uma possível trilha de condensação de vapor. Quando estava ao norte da base, emitiu um forte clarão de luz, porém sem qualquer alteração de órbita ou forma. Não se ouviu qualquer
ruído.
Diz ainda o relatório que, apesar de sua grande altitude, o objeto parecia estar bem dentro da atmosfera terrestre e abaixo do nível da aurora austral. Uma fotografia aumentou o mistério em torno dessa observação na Base Hallett, registrada depois por um aparelho fotográfico especial denominado All-sky Camera, destinado ao estudo das auroras polares (boreal e austral).
O aparelho conta com um espelho hemisférico que permite tomar fotografias de toda a abóboda celeste, a freqüentes intervalos. Segundo posteriormente divulgou o Departamento de Pesquisas Científicas e Industriais da Nova Zelândia, as fotografias coloridas obtidas pela câmera confirmaram as observações visuais do UFO.
Uma das fotos, de longa exposição, mostra um rastro luminoso cortando toda a fotografia, porém numa direção que seria leste-oeste – perpendicular, portanto, à da observação visual. Não se pode, todavia, precisar a natureza do objeto.