O incidente ocorreu em uma chácara situada próximo a localidade de Trevelín, em uma província Patagônica de Chubut (Argentina). Trevelín é uma pequena cidade, de aproximadamente 5.000 habitantes, muito pitoresca, situada a uns 20 km a sudoeste da cidade de Esquel e a uns oito quilômetros a leste do lago Futaleufú, e no extremo ocidental da província de Chubut, próximo a fronteira com o Chile, na Cordilheira dos Andes. O local exato do avistamento está indicado a três quilômetros do centro da localidade de Trevelín, numa chácara de propriedade de Emrys Evans, que se dedica a exploração de árvores frutíferas e uma pequena criação de aves. Com sotaque inglês, ele é um indivíduo comunicativo, amante do diálogo e que não fez nenhum tipo de oposição a nosso questionamento, chegando a reproduzir todos e cada um de seus movimentos em relação ao avistamento que testemunhou.
A primeira notícia que chegou as nossas mãos sobre o incidente de Trevelín foi uma extensa matéria do jornal El Chubut, que foi enviada por Rolando P. Coluccini e posterioremente a desinteressada colaboração de um investigador que visitou a cidade de Trevelin, na qual obtivemos os dados adicionais que nos permitiram ter um panorama total dos acontecimentos e traçar o seguinte relato pormenorizado: No domingo, 16 de agosto de 1981, às 21h00, Evans saiu da cozinha de sua casa para dirigir-se ao seu quarto. Ele deveria atravessar um pequeno pátio, de terra compactada. Logo após apagar a lâmpada da cozinha, saiu de sua casa munido de uma lanterna. A noite era muito escura e a temperatura exterior muito baixa – aproximadamente dois graus centígrados. O céu estava completamente limpo e não havia ventos de superfície. Quando saiu algo chamou a atenção uma luminosidade avermelhada que se surgia no oeste. Apenas uns instantes depois, notou um grande alvoroço produzido pelas aves do galinheiro, algumas chegaram a levantar vôo. Observou também uma inquietude entre os cavalos presos no curral distante uns 50 m do lugar.
Curioso, Evans decidiu aproximar-se do galpão, com a finalidade de constatar o motivo da inquietude dos animais e a origem daquela luz avermelhada. Chegando no galpão, observou que ali tudo estava em ordem porém ao dar a volta pôde ver por entre as árvores, uma espécie de língua de fogo, que parecia emergir de um denso grupo de pinheiros. Ao chegar as árvores, entrou pelo pequeno monte, deu alguns passos quando observou a uns 100 m o que a primeira vista parecia ser um veículo – havia chovido bastante durante 48 horas e os caminhos de terra estavam intransitáveis – que poderia ser uma espécie de farol, que emanava uma luz potente, e que atingia a vegetação de pelo menos uns 600 m do lugar.
Curioso em averiguar o motivo daquela presença, Evans decidiu se aproximar, dando uma uma pequena volta por entre as árvores. Assim pode aproximar-se a uns 60 ou 70 m do objeto, tendo então uma visão mais completa do fenômeno. O objeto em questão era escuro, largo, com o que Evans descreve como algo com umas janelinhas verticais, de que emanam uma luminosidade amarela, ainda que não podia observar nada em seu interior. Em um dos extremos a testemunha observou um farol de mais ou menos um metro de diâmetro, de luz muito branca, que a principio lhe havia parecida com roelas de caminhonete. O objeto não parecia estar apoiado em terra, dava a impressão de flutuar a uns dois metros e meio de altura, balançando e dando cabeçadas. Em que pesa a insólita visão, Evans decidiu aproximar-se o máximo possível do artefato, porém para ele, devia dar uma volta já que entre ele e o lugar sobre o qual estava o objeto desconhecido, corre um pequeno curso d\’água.
Começou a caminhar, quase sem perder de vista o fenômeno até que de improviso, o “farol” girou 90° e praticamente apontou para o sitio que ocupava a testemunha. Evans, tomado de surpresa, só pensou em cobrir seu rosto e se proteger atrás de uma árvore próxima. A súbita projeção de luz sobre ele, cegou seus olhos que passaram a lacrimejar intensamente e quase não podia manter-se em pé. Permaneceu com o rosto coberto e apoiado contra uma árvore por um período de tempo que não pôde precisar. Finalmente tomou a decisão de sair daquele local e buscar refúgio em sua casa. Evans começou a caminhar, e embora havia perdido sua lanterna, podia visualizar o caminho graças a luminosidade que irradiava o objeto. Quase ao chegar as imediações do galpão, voltou a olhar para o grupo de árvores entre os quais havia observado o objeto desconhecido, notou então que o luminosidade do objeto havia desaparecido. Sentindo-se a salvo. Ele permaneceu observando o lugar com atenção, sem voltar a ver a luminosidade, nem tão pouco o objeto até que finalmente e motivado pelo frio intenso, voltou para dentro de sua casa.
Possíveis provas físicas
Naquela noite Evans quase não conseguiu dormir. Apenas viu o nascer do sol, decidiu dirigir-se ao local do avistamento, para ver se o objeto estava ainda ali e tratar de encontrar sua lanterna que havia deixado cair ao ser iluminado pelo artefato. A lanterna, com suas baterias esgotadas, se achava junto as árvores onde Evans havia se escondido. Pôde notar as marcas de seus sapatos, firmemente marcada na terra úmida. Ao atravessar o riacho, Evans se citou no lugar onde supunha que havia aterrissado o objeto. Ali pôde notar que a terra parecia quase seca, em contrate com os arredores, numa extensão de uns cinco por 10 m. Não pôde observar marcas de pneus, no que descartou a possibilidade de o objeto ser um automóvel ou caminhonete.
Logo após o incidente, e no espaço de uma semana, a testemunha sofreu moléstias visuais que o levaram a consultar um oftalmologista da localidade de Trevelín, o qual diagnosticou uma leve conjuntivite, receitando-lhe umas gotas que dissiparam a moléstia em poucas horas. Assim mesmo, Evans declarou que nos dois dias seguintes ao incidente, sentiu que as pernas estavam pesadas, porém com uma persistente dor de cabeça. No caso que nos ocupa as circunstâncias, nos impediu de levar a cabo um estudo profundo da personalidade de Emrys Evans, o qual, como é obvio, nos impede de abrir juízos absolutos a cerca da confiabilidade de seu testemunho.Sem dúvida, ainda que com as lógicas reservas do caso, tratando-se de um incidente com uma única testemunha, entendemos que o relato de Evans pode ser considerado como a versão objetiva de um acontecimento.
A impressão que obteve nosso colaborador sobre o testemunho, somada aos testemunhos das pessoas do lugar que conhecem Evans a 30 anos ou mais, e que o definem como uma pessoa honesta, sincera e pouco aficionada a fantasiar, nos levam necessariamente a concluir que seu testemunho é certamente confiável. É certo que sem dúvida, a testemunha pode ter confundido com algum veículo terrestre ou aéreo, dadas a mas condições de luminosidade em que se efetuou a observação, ainda que algumas precisões sobre o lugar do incidente permitem descartar essa possibilidade.
Um jornalista de Trevelín, teve
a oportunidade de visitar o local do avistamento apenas 72 horas depois que ocorreu o incidente. Pode observar as marcas de Evans, porém nenhuma marca de pneu no local da aterrissagem. Para ele, não foi o caso de qualquer veículo terrestre convencional. Por outro lado, as dimensões do claro e pequeno bosque impedem a manobra de um helicóptero ainda que com dia claro, o qual somado a ausência de sons produzidos pelo objeto, permitiria descartar esse tipo de veículo aéreo como causa da observação. Por outro lado caberia perguntar, que faria ali um helicóptero em plena noite? Finalmente, as características do objeto permitem descartar qualquer fenômeno natural metereológico conhecido, como fonte motivadora da observação. Entendemos que estamos em condições de considerar como conclusão preliminar, que o relato de Evans tem uma origem real, tendo sido motivado por um elemento, ou objeto desconhecido.