Uma equipe internacional de astrônomos pode ter descoberto até cinco novos exoplanetas com características jamais observadas até hoje, por darem a volta em torno de seu astro em menos de um dia terrestre, de acordo com um artigo que será divulgado na quinta-feira na revista científica britânica Nature.
Os exoplanetas orbitam outras estrelas que não o Sol e não brilham com a luz. Kailash Sahu, do Space Telescope Science Institute de Baltimore (Maryland, Estados Unidos), e seus colegas americanos, chilenos, suecos e italianos, consideram que poderia se tratar de uma nova classe de planetas que eles batizaram de “planetas em período de revolução ultra-curta” [USPP, sigla em inglês].
Durante a última década, os astrônomos localizaram mais de 200 planetas em órbita em torno de uma estrela como o nosso Sol. Os mais velozes levam entre 1,2 e 2,5 dias para dar uma volta em torno do astro. Sahu e sua equipe concentraram seus esforços em uma porção do bulbo galáctico, a região central e rica em estrelas de nossa Via Láctea, na região de Sagitário.
Graças ao telescópio espacial Hubble, eles identificaram 16 exoplanetas potenciais. Estas descobertas foram realizadas pelo método de trânsito: os astrônomos localizaram estes exoplanetas enquanto passam diante de sua estrela, provocando uma diminuição de sua intensidade, fraca porém recorrente.
Sua existência deve agora ser confirmada por um outro método, nem sempre aplicável. Sahu e sua equipe se dizem convencidos que pelo menos sete dos 16 objetos localizados são planetas e não estrelas de massa fraca ou “anãs marrons” (estrelas abortadas). O mais veloz dos novos exoplanetas daria a volta em sua estrela em 0,42 dia.
Os cinco USPP potenciais giram em torno de estrelas de uma massa inferior à do Sol, o que os distingue dos “Júpiteres quentes” (os gigantes gasosos até aqui considerados os mais velozes dos exoplanetas). Se for levado em conta a menor dimensão de sua estrela mãe, os USPP não estão mais próximos do coração de seu sol que os “Júpiteres quentes”, ressalta Sahu.