Pesquisadores do Observatório de Pádua, na Itália, publicaram um artigo científico em que afirmam ter fotografado pela primeira vez o astro misterioso
Em 2019, astrônomos do Observatório de Astrofísica de Turín, na Itália, alegaram a existência do exoplaneta Proxima C, na órbita da anã vermelha Proxima Centuri.
Os cientistas deduziram a presença do astro a partir de movimentos de oscilação da estrela que, segundo eles, podem ter sido causados pela força de atração do planeta.
Os indícios, entretanto, não são suficientes para confirmar a real existência do Proxima C. Contudo, isso não impediu que outros grupos de pesquisadores seguissem investigando o exoplaneta.
Agora, pesquisadores do Observatório de Pádua, também na Itália, publicaram um artigo científico em que afirmam ter fotografado pela primeira vez o misterioso astro.
Telescópio Sphere
Observatório Europeu do Sul, no Chile
Crédito: The Atlantic
“Este planeta é extremamente interessante porque não está muito próximo da estrela do sistema” disse Raffaele Gratton, do Observatório Astronômico de Pádua, na Itália, principal autora do estudo.
“A ideia era que, como este planeta está longe da sua estrela, seria possível que pudesse ser observado em imagens diretas. Encontramos um candidato razoável, parece que nós realmente o detectamos”, afirmou Gratton.
Para capturar as imagens, o grupo de astrônomos recorreu ao telescópio para pesquisa de exoplanetas de alto contraste espectro-polarimétrico (Sphere), do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.
Os cientistas viraram o equipamento para a posição especulada do Proxima C e se depararam com 19 possíveis astros que poderiam representar o exoplaneta.
Dentre eles um chamou atenção especial por apresentar um brilho até seis vezes mais intenso do que os astros a sua volta.
O planeta Saturno em relação a seus anéis.
Crédito: The Washington Post
De acordo com o estudo, caso o objeto de captura seja de fato o Proxima C, o exoplaneta apresenta uma massa pelo menos sete vezes superior à da Terra.
Além disso, ele ainda é de dez a 100 vezes mais brilhante do que um planeta com a mesma massa estimada deveria ser.
Os pesquisadores afirmam que essa luminosidade pode ser resultado de uma grande quantidade de poeira ao redor do planeta, distribuída em um vasto sistema de anéis que é três vezes maior que o de Saturno.
Em busca do planeta desconhecido
Sonda Gaia. Crédito: ESO Brasil
A confirmação ainda permitiria que cientistas estudassem mais a fundo o sistema Proxima Centauri. Seria possível, por exemplo, investigar o ângulo em que o exoplaneta orbita a estrela.
A partir do pressuposto que todos os planetas do sistema estão no mesmo plano, como acontece em nosso Sistema Solar, o registro do ângulo de órbita do Proxima C a facilitaria a descoberta de novos astros.
Apesar de estarem otimistas, os próprios autores destacam as fragilidades do estudo. Eles reconhecem que há chances significativas de que a imagem não seja realmente um planeta.
Os astrônomos ainda pontuam que a posição aparente do suposto Proxima C contrapõe estimativas anteriores baseadas em observações da sonda Gaia, da Agência Especial Europeia.
Fonte: Olhar Digital
Assista, abaixo, um documentário sobre a descoberta de exoplanetas: