Geoff Marcy é um dos mais renomados astrônomos da atualidade, tendo descoberto nada menos que 70 dos primeiros 100 exoplanetas. Ele tem defendido acirradamente investimentos em novas tecnologias a fim de incrementar a pesquisa de mundos alienígenas, e recentemente sugeriu que o governo americano se comprometesse a enviar uma sonda ao sistema Alpha Centauri antes do final deste século.
Agora Marcy foi agraciado com uma bolsa de investimento no programa Novas Fronteiras em Astronomia e Cosmologia, ao lado de outros cientistas. A iniciativa foi financiada com uma duação da Templeton Foundation do Reino Unido, a fim de encorajar cientistas e estudantes para explorarem grandes e fundamentais questões desse campo de estudo.
A idéia de Marcy que tem recebido o maior destaque é procurar, nos dados do telescópio espacial Kepler, responsável pela descoberta de mais de 2300 candidatos a exoplanetas, sinais da presença de civilizações extraterrestres. Especificamente, o astrônomo pretende buscar evidências de grandes projetos de engenharia planetária ou solar, como Esferas de Dyson. Populares na ficção científica, essas estruturas podem de fato existir.
Nos anos 1950, o pesquisador Freeman Dyson especulou que civilizações altamente desenvolvidas, possivelmente o Tipo 2 da Escala de Kardashev, pudessem aproveitar todo o potencial energético de sua estrela natal envolvendo-a com uma concha, a Esfera de Dyson. Tornou-se logo claro que envolver um sol com uma esfera oca levaria a obstáculos tecnológicos quase intransponíveis, então a idéia foi retrabalhada no conceito do Enxame de Dyson.
Seriam grandes estruturas separadas, orbitando um sol distante, que servissem como estações captadoras da maior parte de sua emissão energética. O projeto de Marcy é buscar, nos dados coletados pelo telescópio Kepler, sinais de seguidos enfraquecimentos da luz estelar pela presença desses imensos coletores.
Anos atrás, o físico do Fermilab Richard Carrigan examinou dados do telescópio infravermelho IRAS [que, entre outros, descobriu o sistema solar em formação da estrela Vega, a 27 anos-luz, em 1983] buscando sinais de Esferas de Dyson. Ele buscava a assinatura infravermelha do calor estelar que escaparia de uma dessas estruturas. Carrigan realizou um estudo pioneiro de arqueologia cósmica, especulando também a respeito de sinais em atmosferas planetárias da presença de civilizações.
Marcy diz: “O Kepler já descobriu mais de 2000 mundos ao redor de outras estrelas, muitos deles menores do que duas vezes o tamanho da Terra, e vários destes com certeza devem possuir água na superfície. Esses planetas relativamente similares à Terra nos oferecem a primeira oportunidade de buscar espécies alienígenas que devem ter evoluído neles”. A verba que caberá a Marcy, US$ 200000, também será utilizada para a utilização dos telescópios Keck no Havaí, em busca por comunicações extraterrestres com o uso de raios laser.
O cientista comenta: “Civilizações tecnológicas podem se comunicar com suas naves através da galáxia por raios laser, seja no espectro infravermelho ou na luz visível. Esses pulsos de laser podem ser detectados por outras civilizações, já que a potência está concentrada em um raio estreito, e que tem uma cor ou espectro específico. O laser se torna muito mais visível que a luz da estrela natal dessa civilização”. Marcy está entre os mais ardorosos defensores de uma mudança de paradigmas do SETI, o programa de busca por inteligência extraterrestre, e a aprovação de seu projeto aponta que está no rumo correto.
Saiba mais:
Livro: UFOs na Rússia
DVD: UFOs: Evidências Definitivas