Segundo cientistas, 2024 poderia ser o ano em que a humanidade finalmente descobriria vida extraterrestre num planeta extrassolar (ou exoplaneta)
“O Telescópio Espacial James Webb pode já o ter encontrado, só que neste momento eles (NASA e ESA) não querem revelar ou confirmar os resultados até terem muita certeza”, comentou na altura o astronauta britânico Tim Peake quando consultado pela CNBC.
O exoplaneta K2-18 b, localizado a 120 anos-luz de distância, parecia ser o candidato a levar o destaque como principal protagonista da descoberta, já que nele o telescópio James Webb havia detectado moléculas ricas em carbono. Agora, o professor de astrofísica e ciências planetárias Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, forneceu novos detalhes em uma atualização sobre o tema. No ano passado, tivemos algumas observações com o Webb deste planeta e da sua atmosfera. “Detectamos pela primeira vez moléculas portadoras de carbono, como o metano e o CO2, e não detectamos outras moléculas, como o amoníaco, o que sugere que é provável que haja um oceano sob a atmosfera”, disse o astrofísico em entrevista para o Canal LBC.
“Também observamos um sinal provisório da presença da molécula de sulfeto de dimetila, embora não tivéssemos certeza. No entanto, a mera possibilidade de estar presente é enorme. Qual a importância desta molécula? É importante porque no nosso planeta só é produzido a partir de vida, principalmente de microrganismos dos oceanos da Terra. É conhecido por ser um biomarcador robusto se detectado em ambientes planetários, conforme previsto. Estávamos procurando por ele e por isso é muito importante saber o quanto há dele”, acrescentou.
Assista a entrevista completa acionando legendas para português. Fonte: LBC
O prof. Madhusudhan também confirma que estão atualmente tentando rever qualquer outra possibilidade que possa explicar esta detecção e que não seja necessariamente a presença de vida alienígena. “Muitos alarmes falsos podem ocorrer, mas, se não for esse o caso e isto finalmente se concretizar, será um momento importante e não o encaramos levianamente”, disse o cientista, que admitiu que após a detecção das moléculas poderá não dormir bem durante uma semana pensando nas implicações da descoberta.
Madhusudhan destacou que muito provavelmente se trata de vida oceânica e especificou que, por enquanto, a probabilidade de que este seja o caso é de 50/50 – algo sem precedentes para um planeta fora do sistema solar! No entanto, alerta que atingir 100 por cento de certeza será um processo lento que exigirá meses de estudo antes de qualquer anúncio oficial e público.
“Não obteremos a detecção de vida com uma única observação. Provavelmente nos aproximará da verdade e desencadeará uma série de outros estudos, teóricos e observacionais. Será gradual, não será um resultado imediato, mas cada passo que nos aproxime da verdade será um grande avanço”, concluiu.