Anúncio da NASA sobre a possibilidade de um asteroide atingir a Terra no próximo ano pode preocupar a população, especialmente pela reprodução equivocada das informações sobre o caso. Mas não há motivo para pânico.
Em 6 de maio de 2022 existe uma chance de que o asteroide 2009 JF1 atinja a Terra. Mas fique tranquilo, a probabilidade é de 0.026%, ou seja, 1 em 3.800. A escala de Turim, que classifica o risco de colisão e o potencial destrutivo de asteroides e cometas, avalia o risco em zero. Mesmo se formos atingidos, os cientistas não têm motivo para grandes preocupações. Ele pesa 2.800t, o que equivaleria ao peso de um pequeno prédio, e seu diâmetro é de 13m, consideravelmente abaixo do que a ciência encara como “potencialmente perigoso”.
O professor Roberto Costa, do Instituto de Astronomia e Geofísica e Ciências (IAG) da Universidade de São Paulo, explica que os riscos: “Objetos com dezenas de metros implicam em danos locais importantes. Centenas de metros causariam danos regionais. Objetos acima de um quilômetro de diâmetro podem causar danos ao planeta todo. Esses são os responsáveis pelos eventos de extinção.” Segundo o professor do IAG, o impacto oferecido pelo Asteroide 2009 JF1 é de danificar janelas ou telhados. Porém o mais provável é que caia no oceano.
Uma explosão misteriosa em 1908, provavelmente causada por um meteoro, arrasou uma floresta siberiana em Tunguska. Esta foto foi tirada em 1938, durante uma expedição do mineralogista russo Leonid Kulik, que investigava o evento.
Fonte: Sovfoto/Universal Images Group/Getty Images
“O último objeto com mais de 1Km atingiu a Terra há 66 milhões de anos e causou a extinção dos dinossauros”, explica. Todos os anos, inúmeros asteroides e meteoros pequenos caem na Terra. “Se você considerar o tamanho de centímetros ou milímetros, somos atingidos todos os dias. São as estrelas cadentes, todos já devem ter visto alguma. São pequenos objetos que entram na atmosfera e se queimam por atrito com o ar. A grande maioria nem chega ao solo”, explica o docente.
Um evento parecido aconteceu em 2013, na cidade de Chelyabinsk, na Rússia. Um asteroide de cerca de 20m de diâmetro e 10.000t entrou na atmosfera terrestre. A população local viu uma bola de fogo rasgando o céu e explodindo sobre a cidade. Ele causou a quebra de janelas e o desabamento de telhados, deixando feridos com os estilhaços e queimaduras da radiação ultravioleta.
O asteroide de Chelyabinsk é o segundo maior registro de impacto na Terra desde a queda de um meteoro na Sibéria, na cidade de Tunguska, em 1908. Na ocasião, o objeto arrasou 2.000km² de árvores na região. Há quem diga que a devastação tenha sido causada pela queda de um UFO, mas essa já é outra história.