As seis principais consequências sociais do Fenômeno UFO
Da afirmação de que UFOs nos visitaram no passado até a corrente casuística ufológica, é só um pequeno passo para se dizer que seus tripulantes “conheceram as filhas dos homens e as acharam belas”, como consta, em outras palavras, na Bíblia. Depreende-se daí que alguns de nós poderiam ter sangue celestial nas veias, o que nos faria superiores aos demais. A ideia de “povo eleito” é velha e perdeu a razão em décadas recentes, mas uma forte crença em uma suposta intervenção extraterrestre poderia reviver esse conceito primitivo, com pessoas reivindicando privilégios que acreditam ter por descenderem de exploradores estelares. Já vimos que quando a suposta comunicação com tripulantes de UFOs toca em aspectos políticos cruciais, tende a enfatizar tendências totalitárias. Claude Vorilhon ou Räel, fundador e líder do Movimento Raeliano, por exemplo, reporta que seres alienígenas lhe disseram que a democracia era obsoleta. Outro famoso contatado dos anos 70 e 80, o autor Raymond Bernard, teria sido instruído para esperar uma suposta reversão de velhos valores.
A ideologia dos contatados mina a imagem de que somos donos de nosso próprio destino
A começar pela ideia da Atlântida e dos deuses astronautas, passando pelas interpretações de Yaveh como extraterrestre, a literatura dos contatados está repleta de sugestões de que as grandes realizações da humanidade teriam sido impossíveis sem a intervenção extraterrestre. Deveríamos ser gratos aos ETs por nos terem dado a agricultura, o domínio do fogo, a roda e a maioria de nossas tradições religiosas? A qualquer um que tenha estudado um pouco de história, tais ideias, romanticamente atraentes, soarão infundadas. O melhor e o pior dos seres humanos subsistem em todas as culturas que conhecemos — as primeiras civilizações foram tão competentes para erguer pirâmides e construir canais quanto para exterminar seus inimigos. Quatro mil anos se passaram e ainda incorremos no mesmo comportamento, embora ergamos prédios, construamos canais e exterminemos inimigos, agora mais cientificamente.
A crença nos UFOs aumenta a distância entre o público e as instituições científicas
Um dia nossa sociedade pagará o preço da negligência da comunidade científica em relação aos UFOs. Disso já nos alertava o pioneiro ufólogo e astrônomo J. A. Hynek. Mesmo que seja crescente o número de testemunhas de alta credibilidade do Fenômeno UFO que se apresentam para narrar suas experiências, elas são sumariamente rejeitadas pelas instituições militares e acadêmicas nas quais pensaram que podiam confiar, e isso aumenta a já enorme distância que se abriu entre o público e o científico. O público não só pode dar as costas a qualquer forma de ciência — e considerar qualquer investimento feito nessa área um completo desperdício —, como também procurar um substituto a ela em misticismo, pseudociências e filosofias hedonistas. Esse movimento rumo à superstição irá se contrapor ao dos cientistas, que o tomarão como evidência de que o Fenômeno UFO realmente não merece ser estudado seriamente, e assim o círculo vicioso se perpetuará.
A atenção crescente dada aos UFOs leva ao conceito de unificação do planeta Terra
Esse é talvez o tema mais comum e recorrente que se encontra nos estudos em relação a grupos contatistas. Por meio de sua crença em discos voadores se expressa uma tremenda ânsia por uma paz global. Conforme foi captado por romancistas como Arthur Koestler [Autor de livros como Os Sonâmbulos, O Fantasma da Máquina e Janos] e J. C. Newman, o Fenômeno UFO está focalizando a atenção da sociedade para fora da Terra. Se isso vai se tornar um fator de promoção para uma mudança social positiva ou negativa, dependerá da maneira com que essa atenção será canalizada [Veja detalhes no livro Contatados, código LIV-018 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].