Como já havia sido previsto desde os acontecimentos semelhantes registrados no ano passado, os agroglifos catarinenses surgiram de novo em Ipuaçu, mais uma vez em dupla e na época habitual: últimos dias de outubro, primeiros dias de novembro. O local onde foram encontradas as duas figuras de 2014, na manhã de domingo, 26 de outubro, por volta das 07h00, é o topo de um aclive que fica na propriedade do senhor Angelo Aléssio. Sua fazenda já havia sido palco de agroglifos em anos anteriores, como em 2009, quando um sinal em forma de triângulos sobrepostos foi observado [Veja edição UFO 161, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Neste ano, a fazenda era uma das poucas em que o trigo ainda não havia sido colhido, como ocorreu com a maioria das propriedades ao redor, talvez a razão para ter sido eleita como palco do fenômeno.
Um dos dois agroglifos podia ser visto claramente a partir da estrada vicinal não pavimentada SCT-451, que liga Abelardo Luz a Ipuaçu, estando próximo do CTG Herança de Guapo, a cerca de 2 km do centro da pequena cidade. Era uma imensa e harmônica figura, que a Polícia Militar de Santa Catarina estimou ter entre 150 e 200 m, mas que o perito criminal e consultor da Revista UFO Toni Inajar Kurowski mediu posteriormente como tendo 110 m de diâmetro. A imagem tinha círculos internos e externos e elementos geométricos dentro, como uma pirâmide de base triangular ou tetraedro. Infelizmente, no entanto, poucos tiveram a oportunidade de vê-la e fotografá-la, porque às 08h00 da mesma manhã em que foi descoberta, a figura foi destruída por ordem do proprietário, que mandou seu capataz passar uma máquina agrícola sobre o agroglifo.
Evidentemente, como nos anos anteriores, os boatos do surgimento das imagens se espalharam rapidamente por toda a região e logo curiosos e a imprensa chegavam de vários lugares buscando informações. Um dos primeiros estudiosos a tomar conhecimento da nova figura em Ipuaçu foi o jornalista Ivo Hugo Dohl, que acompanha o fenômeno desde seu princípio em Santa Catarina. Este autor foi alertado por Dohl e também pelo funcionário da Prefeitura Municipal Jorge Dal Zot, permitindo que em poucas horas alcançasse a cidade para as investigações.
Somente visível do alto
A segunda figura descoberta em 2014 estava a não mais do que 300 m a nordeste da primeira e a cerca de 2 km da rodovia SC-480, que liga Bom Jesus a Ipuaçu por via pavimentada, a menos de 2,5 km do centro da cidade. Ela, felizmente, não foi destruída logo de imediato, mas, apesar da proximidade da outra, no entanto, era quase impossível vê-la da rodovia e até mais de perto, a partir das estradas rurais que cortam a propriedade. Na verdade, mesmo a quem estivesse dentro da figura e caminhando pelos seus elementos e “corredores”, não era possível vislumbrar seu formato, de tão grande que era. Foi preciso usar o drone da Revista UFO, um modelo Phantom 2 Vision Plus com câmera estabilizada de 14 megapixels, que filma em alta definição, para conhecer seu aspecto.
Este agroglifo pôde ser explorado com detalhismo durante as várias horas em que este editor esteve em Santa Catarina, acompanhado de moradores e dos integrantes da Polícia Militar Leandro de Oliveira e Evandro de Oliveira, ambos cabos, um com 20 e outro com 18 anos de serviços prestados à entidade. Eles executavam, já há vários dias, rondas pela região com o objetivo de apreender eventuais autores das figuras — e nenhum foi capturado, levando o órgão a admitir não reconhecer a autoria humana das imagens. “Estivemos durante dias andando por estas lavouras e não vimos nenhuma atitude suspeita”, disse Leandro. A plantação em que ambas as imagens surgiram era trigo em estágio próximo da colheita, estando a vegetação muito uniforme e dourada, o que permitiu a boa visibilidade de seu formato a partir do alto.
A frustração de chegar a Ipuaçu a apenas poucas horas de descobertas as figuras, após percorrer em apenas cinco horas cerca de 430 quilômetros desde Curitiba, e encontrar um dos agroglifos destruído, deu lugar à estupefação e à surpresa tão logo o drone da UFO foi acionado e passou a fazer fotos aéreas de variadas altitudes do agroglifo remanescente. A partir do alto, a pelo menos 500 m, já se podia vislumbrar o imenso desenho ainda intacto, cujo formato estarreceu até mesmo os policiais destacados para acompanhar os fatos por ordem de seu comandante. A partir de fotos e filmagens de alta resolução, e comparando as figuras com os automóveis estacionados na estrada próxima, Kurowski estimou as dimensões deste agroglifo — seu tamanho de ponta a ponta passava de 150 m, um colosso para todos os padrões da pesquisa internacional
do fenômeno [Veja diagramas].
Figura complexa e elegante
O segundo agroglifo descoberto podia ser descrito como a junção de dois conjuntos de elementos. De um lado havia um anel de cerca de 100 m de diâmetro de plantas dobradas em sentido horário com um círculo central de cerca de 25 m, também dobrado em sentido horário. O curioso é que o centro da figura estava deslocado para a direita. De outro lado estava um conjunto de dois círculos e dois arcos, de espessuras que aumentavam gradualmente de fora para dentro, sendo o arco externo mais fino e o interno mais grosso. Este grupo totalizava 85 m de diâmetro. A intersecção dos dois conjuntos levou à formação de um semicírculo no interior do segundo conjunto, que alguns ufólogos compararam a uma meia Lua. “Parece o cruzamento de dois sistemas estelares”, disse o coeditor da Revista UFO Fernando de Aragão Ramalho.
Após o registro minucioso do agroglifo ainda intacto, inclusive me
dindo sua condição eletromagnética e constatando-a como normal e idêntica à área externa do agroglifo, examinou-se também a primeira figura. Mesmo totalmente desfigurada pela máquina agrícola, ela foi avaliada, fotografada do solo e do alto, além de filmada de diversos ângulos com o drone. Após a destruição, somente se podia divisar, de cima, seu anel externo, com o tamanho estimado de 110 m de diâmetro, porque os elementos internos haviam sido irreversivelmente desmanchados. Ainda com o uso do drone — que foi adquirido com recursos que a Revista UFO captou do Grupo de Apoio ao Avanço da Consciência Cósmica (GAACC) —, foi possível filmar e fotografar ambas as figuras juntas, levando a determinação da distância que as separava.
Um fenômeno realmente impressionante ocorreu neste ano em Ipuaçu, para reforçar ainda mais a cidade como um polo de ocorrências de agroglifos — o único que se conhece no Brasil. As duas figuras rivalizavam com as de anos anteriores em beleza, mas as alcançavam facilmente quando se tratava de dimensões, pois nunca se registrou no país, e raramente em outras nações, imagens tão grandes. Logo a pequena multidão que acorria ao local, apesar de ser dia de votação em segundo turno da eleição presidencial, se dava conta de que estava diante de algo espantoso. A reação de alguns não deixou dúvidas do que pensam os moradores daquela região do Brasil. “Não há mãos humanas capazes de fazer isso. Moro aqui há anos e tenho visto isso ocorrer sempre, e estou convicto que há uma força muito especial, que não é daqui, fazendo as imagens”, disse um dos visitantes à UFO. Enquanto se filmava com o drone o agroglifo deteriorado por ordem do proprietário, o grupo de curiosos ali localizado, inclusive os citados policiais, ouviu novamente uma máquina agrícola operando. Lamentavelmente, às 17h00, o senhor Angelo Aléssio determinou ao seu capataz também a eliminação do agroglifo que ainda estava intacto. Nada restou dele.
Nova destruição
Por muita sorte, e contando como de imensa importância o fator tempo, este editor chegou a Ipuaçu rapidamente para fazer o registro da imagem de vários ângulos [Veja como assistir às gravações no box]. No final da tarde o mesmo dia em que surgiram, apesar das lástimas dos moradores e curiosos, ambas as figuras já estavam destruídas, impossibilitando uma análise mais aprofundada de suas circunstâncias. Em casos de pesquisas de agroglifos, o exame dos fatos in locu e o mais célere possível assegura um bom trabalho. A decisão do proprietário de desmanchar os elementos internos e externos dos agroglifos se deu em decorrência de sua preocupação com que os curiosos que se dirigiam para visitar os locais podiam causar ainda mais danos à plantação. O senhor Aléssio não quis se manifestar, mas, por seu capataz, deixou claro que não tolera a devastação de sua lavoura — não pelos agroglifos, mas pelos curiosos. Outros fazendeiros locais já agiram da mesma forma, infelizmente. E mesmo as argumentações do prefeito da cidade, Denilso Casal, para pedir que se preservem e isolem as figuras, têm sido infrutíferas. Outros proprietários rurais demonizam as imagens, acreditando ser um mau agouro que surjam em suas terras.
A destruição tão rápida de ambos os agroglifos levou a uma reflexão: quantas outras podem ter surgido no ano passado, e em anos anteriores, mas nunca chegaram ao conhecimento dos ufólogos, dos moradores ou da imprensa porque foram imediatamente desmanchadas pelos proprietários das fazendas onde se manifestaram? Não se pode ter ideia, apesar de se saber que o fenômeno ocorre sempre dentro de um raio de 2 a 3 km de distância do centro de Ipuaçu, ou seja, em áreas semiurbanas onde as imagens podem ser vistas, como sempre ocorre, mesmo de suas ruas. Em ocasiões anteriores, os agroglifos que se manifestam na cidade sem falhar um ano, desde 2008, surgiram em pontos a menos de 500 m de seu centro, evidenciando a ousadia das inteligências por trás
do fenômeno.
Afirmou um dos moradores de Ipuaçu, surpreso com a figura no trigo: ‘Não há mãos humanas capazes de fazer isso. Moro aqui há anos e tenho visto isso ocorrer sempre, e estou convicto de que há uma força muito especial, que não é daqui, fazendo as imagens’
Assim, pelo sétimo ano consecutivo, sempre na mesma época, sempre no mesmo lugar, os agroglifos surgiram para agitar a Ufologia Brasileira. Desta vez mais vistosos do que em anos precedentes. Até hoje não se encontrou uma explicação para as figuras aparecerem sempre ali em Ipuaçu e nestes dias do ano. O que se sabe ao certo, sem a menor sombra de dúvida, é que são imagens construídas por alguma forma de inteligência não humana, não terrestre. O que significam, isso também ainda falta responder — e a resposta só virá com muita pesquisa diligente, exatamente o que a UFO faz desde que os fatos passaram a ocorrer. Pesquisar os agroglifos não é coisa simples. Nunca se sabe onde vão surgir para se montar um esquema de câmeras à espera do fenômeno, ou mesmo vigílias noturnas. A “janela” de tempo é sempre dos últimos dias de outubro aos primeiros de novembro, embora em 2012 uma figura tenha sido registrada precocemente em 13 de outubro.
Logo que foram anunciadas as imagens, surgiram com elas os céticos de plantão, sempre com alguma alegação qualquer para tirar a importância do fenômeno ou até mesmo desqualificá-lo com a presunção de que são fraudes, porém, sem se darem ao trabalho de irem aos campos examinar in locu o que neles ocorre. Agora, exatamente como nos anos anteriores, ficou patente que é impossível a realização de tais desenhos descomunais sem que sua fabricação fosse testemunhada por moradores — o que jamais aconteceu, e mais uma vez absolutamente ninguém viu nada. E para consolidar sua legitimidade, como atestado pela PM de Santa Catarina, nenhum sinal de ação humana foi encontrado.
Mesmo assim, insistentes, alguns céticos aludiram que conversas e risadas foram ouvidas pelos vizinhos do campo onde as imagens surgiram e que um pequeno toco de uns 20 cm de comprimento, achado no primeiro agroglifo destruído, fosse o instrumento usado para fraudá-lo. No primeiro caso, os vizinhos mencionados teriam que ter ouvidos excepcionalmente sensíveis para ouvirem conversas e risadas no local onde apareceram os agroglifos, pois moram a mais de 500 m do local. E, no segundo, é muita ingenuidade imaginar ser poss&i
acute;vel fazer uma figura de 110 m e outra de 150 m de comprimento, ambas extremamente complexas, com um pequeno toco. Mas, para quem quer desacreditar um fenômeno de tal magnitude, nada impede que os exageros evidentes se tornem meros detalhes. Os agroglifos de Ipuaçu resistem facilmente a isso.
Assista ao vídeo com as gravações aéreas
A Revista UFO fez mais de 50 minutos de imagens aéreas dos agroglifos de Santa Catarina com um drone Phantom 2 Vision Plus. Um condensado de cerca de 5 minutos das melhores cenas pode ser visto neste vídeo postado no Youtube:
http://youtu.be/x7BNOc2YPKc