Há situações que são difíceis de esquecer. E o surpreendente caso de abdução ocorrido em fins de julho de 1990, em Berberá de Vallés, uma vila próxima a Barcelona, na Espanha, foi uma delas. Neste local, uma mulher de meia idade, Sra. Mariví Caballero, vinha sofrendo já há muitos anos as incômodas visitas de alguns seres extraterrestres de cabeças grandes, corpos de aparência frágil e olhos desproporcionadamente grandes em relação aos seus corpos – seres que a senhora identificava como extraterrestres. O caso já vinha sendo estudado por este autor e o ufólogo Josep Guijarro há bastante tempo, mas merecia, sem dúvida, uma nova entrevista com Mariví e seu marido, o qual também participa de algumas destas fantásticas experiências. Mariví nos recebeu, mas com um olhar frio nos manteve no umbral da porta: “Não sei se os deixo entrar… Há muitos meses estamos sendo visitados por estes seres e a investigação que vocês e outros ufólogos têm feito não resolveu nada ainda”, nos disse consternada. “O que é pior de tudo isso é que não sabemos ainda como nos defender deles”, completou.
A reprovação que a testemunha apresentava com relação à pesquisa estava justificada. Como ufólogos, nós não éramos capazes de diagnosticar um tratamento que acabasse com esse pesadelo – seja ele real, no sentido materialista da palavra, ou subjetivo. De fato, ninguém até agora tinha levado muito a sério a procura de uma solução para as dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo que, de uma hora para outra, sentem-se incomodadas por estas entidades não identificadas que, abrigadas na cumplicidade da noite, parecem não só examinar como também agredir suas vítimas, os abduzidos. As estatísticas realizadas em todo o mundo indicam que milhares de pessoas são contatadas por ETs de vários tipos (e várias origens) a cada ano, e muitas são levadas para o interior de naves para serem examinadas com instrumentos e métodos semelhantes aos utilizados por médicos humanos – porém, geralmente bem mais dolorosos.
Até poucos anos atrás, os ufólogos ainda não tinham se dado conta de que os abduzidos e contatados por aliens são mais do que meros objetos de sua pesquisa ufológica. São pessoas, seres humanos, que em muitos casos estão traumatizados e precisam ser tratados
PRIMEIRAS TENTATIVAS – Há 11 anos, o grupo de investigação ufológica norte-americano Project Visit, de Friendswood, Texas, dirigido pelo estudioso John F. Schuessler, é dedicado exclusivamente à investigação de casos de abduções, publicando um exaustivo estudo sobre tais eventos. Seu método é original e inédito no mundo, e consiste em avaliar os ferimentos resultantes de um contato próximo com um UFO, quando se pode classificar os danos ou efeitos mais freqüentes sofridos por abduzidos em três categorias fundamentais: (a) temporais, aqueles cuja natureza é passageira e se circunscrevem à paralisia da testemunha, vertigens, náuseas, vômitos, dores de cabeça, cegueira, percepção de odores e, finalmente, audição de sons de alta freqüência. (b) Crônicas, constituídas basicamente por lesões na pele, queimaduras produzidas por radiação e outros efeitos duradouros. E por fim, uma terceira categoria, que Schuessler denomina de (c) parapsicológica. Nela os efeitos causados pela experiência de se estar próximo a um UFO ou ET se manifesta com um inusitado desenvolvimento de faculdades de percepção extrassensorial (PES), e isso ocorre em alta porcentagem entre as testemunhas de uma observação ufológica ou logo após experiências a bordo de um UFO.
A estes efeitos, Budd Hopkins (autor dos livros Missing Time e Intruders), somou alguns novos tópicos que podem ser incorporados à classificação de Schuessler. Hopkins disse, durante sua última conferência no evento anual UFO Expo West, em Los Angeles, em maio deste ano, que descobriu novas constantes e padrões que aparecem com freqüência entre contatados e abduzidos. Entre elas estão os que indicavam que, no corpo destas pessoas, aparecem com regularidade cicatrizes bem determinadas, especialmente nos dias seguintes ao momento da abdução, quando as vítimas foram submetidas a operações por parte dos ocupantes dos UFOs. “Também descobri o intranqüilizante fato de que a abdução não é um episódio que acontece uma única vez na vida da pessoa, e sim que parece ser um processo contínuo, que se inicia na infância e recomeça mais tarde”, declarou Hopkins em sua entrevista – um fato que a maioria dos ufólogos já reconhece como absolutamente real há anos.
A publicação dos livros Intruders, do próprio Hopkins, e Communion, de Whitley Strieber, onde este confessa ter sido agredido por entidades aparentemente alienígenas [Editor: o Intruders foi editado no Brasil em 1993 com o título de Intrusos; já o Communion foi editado em 1992 com o nome de Comunhão], transformam este assunto das abduções em algo de interesse para a opinião pública em geral, quase sempre alheia aos fatos da Ufologia. Não devemos esquecer que, desde que Communion foi publicado nos Estados Unidos, Strieber recebeu mais de 10 mil cartas de seus leitores, nas quais estes confessam ter tido experiências similares as dele. Outras tantas cartas recebeu no ano seguinte, quando publicou uma ampliação de seu relato num novo livro com o título de Transformation. Isso significa mais de 20 mil cartas. Seriam mais de 20 mil abduzidos? A cifra é arrepiante, principalmente quando a esta podemos somar as milhares de cartas com relatos parecidos recebidos por Hopkins em sua casa em New York, ou os resultados periódicos de enquetes em jornais, rádios ou televisões, que demonstram a extensão deste tipo de experiências. Não é estranho, então, que ante semelhante avalanche de relatos alguns investigadores tenham decidido passar da teoria à prática, ou seja: de seus gabinetes à ação.
Casos ocorridos ainda bem antes disso, como o do guarda de segurança italiano Fortunato Zanfretta, em dezembro de 1978, deveriam ter promovido essa motivação anteriormente, mas antes tarde do que nunca… Zanfretta afirma ter sido abduzido pelo menos 5 vezes consecutivas por seres de cerca de 3 metros de altura e aspecto horripilante, que o teriam submetido a todo tipo de exames médicos dolorosos, no interior de sua nave. O resultado de tudo isso foi o espantoso envelhecimento prematuro do abduzido, o qual, além do mais, afirmou que guardava em lugar seguro uma esfera que os alienígenas ordenaram-lhe que entregasse a um determinado investigador [Editor: a Revista UFO entrevistou Zanfretta em maio de 1991, durante o 1º Congresso Mundial de Ufologia, em Tucson, Arizona, mas não teve permissão para publicá-la ainda]. Investigadores deste caso asseguram que, apesar de terem encontrado uma situação de raptos reincidentes, não foram capazes de achar um mecanismo que os detivesse. O próprio ufólog
o italiano Rino di Stefano, autor de uma monografia sobre Zanfretta, lamenta ver isso acontecer e não poder fazer absolutamente nada.
Outros ufólogos também procuram esse mecanismo para impedir que os raptos reincidentes se prolonguem, ou que sejam pelo menos não tão dolorosos para as vítimas. No outono de 1989, Hopkins decidiu fundar uma entidade para auxiliar pessoas nessa situação.
GRUPOS DE APOIO – Surgiu então a Intruders Foundation, um grupo de apoio que, segundo definem seus integrantes, trataria de aliviar psicologicamente nos abduzidos o stress que acumulam por não encontrarem ninguém com quem dividir suas experiências, sob o risco de serem considerados loucos. “Atualmente, as pessoas entram em contato conosco porque estão descobrindo que têm partes de sua vida sobre as quais não se recordam, algo como uma quantidade de \’tempo perdido\’, ou porque descobrem marcas estranhas no corpo e coisas assim. Esses são sintomas básicos de seqüestros inconscientes”, descreve Hopkins.
O pesquisador vai mais longe ainda e, entre suas técnicas para avaliar casos potenciais de seqüestros inconscientes por alienígenas, entrevista detalhadamente essas pessoas, tratando de matizar e realçar lembranças de suas infâncias, examinando se têm lembranças de sensação de pânico ou de medo terrível em seu dormitório, ou se lembram de “gente estranha” entrando de seus quartos à noite. “Nos relatos de alguns jovens que entrevistei, há todo tipo de sintomas recorrentes e típicos de abduzidos. A medida em que vamos nos aprofundando em seus casos, encontramos anomalias emocionais características. Por exemplo, eles desejam muito seriamente saber o que está acontecendo consigo e estão dispostos até a se submeterem a hipnoses regressivas, para averiguar o que realmente lhes aconteceu”. Tivemos uma conserva muito interessante com Hopkins há poucos dias, na qual ele nos assegurou que suas técnicas dão ótimos resultados. Um deles, por sinal, o conduziu a um novo tipo de estudos, sobre uma série de símbolos muito interessantes que os abduzidos vêem dentro das naves. “São idênticos em alguns casos de contatados que nunca se conheceram”, completa.
Mas isso não é tudo. Hopkins tem um grupo de apoio para aqueles indivíduos que já chegaram ao fim de um longo processo de acompanhamento de suas abduções. Este grupo serve para reintegrá-los à sociedade, deixar que falem sobre suas experiências etc. “Não falamos apenas sobre o processo da experiência em si, como são os alienígenas, como andam, onde estão seus aparelhos etc. Tentamos ir mais além e conhecer os efeitos disso em suas vidas, como isto afetou sua relação na família, no trabalho, com os filhos etc”. Se a experiência de abdução se deu com uma criança, obviamente o processo é um pouco diferente e implica na utilização de técnicas de comparação, desenhos e jogos para assimilar os fatos vividos pela vítima. O trabalho com abduzidos exige uma metodologia diferente, pois o ufólogo lida com todo tipo de pessoas, desde engenheiros nucleares até donas de casa aterrorizadas, com as quais se precisa ser flexível. Como o leitor pode ver, a Fundação Intruders funciona não muito diferentemente de grupos como os Alcoólicos Anônimos.
Nos relatos de jovens abduzidos, há todo tipo de sintomas recorrentes e típicos pelos quais passam também os adultos. À medida que a Ufologia vai se aprofundando nestes casos, os pesquisadores encontram anomalias emocionais características. Por exemplo, os jovens desejam muito saber o que está acontecendo consigo e estão dispostos até a se submeterem a hipnoses regressivas, para averiguar o que lhes aconteceu
Mas Hopkins não é o único neste tipo empenho. Whitley Strieber, também em 1989, fundou uma organização semelhante, surgida com sua própria iniciativa para tentar responder às milhares de cartas e pedidos de ajuda dos leitores de seus livros, principalmente Communion. Pessoas que passaram por experiências semelhantes às suas e que não tinham com quem compartilhá-las. Ao ter seu livro lançado, Strieber ajudou-as a liberar tais informações. Hoje, o autor dirige a publicação The Communion Letter, que coleta e publica uma parte desses esforços para buscar uma solução para o enigma das abduções. Seu trabalho é altamente reconhecido nos EUA e em outros países. No entanto, paralelamente a essas brilhantes iniciativas, quase terapêuticas até, não faltam os aproveitadores que se servem da histeria coletiva que se criou para vender de tudo, até detectores de UFOs que supostamente previnem seus donos da proximidade de uma nave cheia de potenciais abdutores… O descrédito é o principal inimigo que estas novas organizações enfrentam.
TEORIA NEUROLÓGICA – Mas como poderia um abduzido defender-se de seus agressores? Talvez, como postulam os mais racionalistas, a resposta esteja em que a maioria das abduções são experiências psíquicas, internas, e sua solução se encontraria num tratamento psiquiátrico, como se os abduzidos fossem doentes mentais. Nesse aspecto, são muito interessantes os resultados que o Dr. Michael Persinger, da Universidade de Ontário, Canadá, obteve ministrando uma droga conhecida como carbamazepina a alguns dos abduzidos, fazendo com que suas visões e lembranças de agressores alienígenas desapareçam quase por completo de suas mentes. Este medicamento atua especialmente sobre epiléticos, e com ótimos resultados. A hipótese de Persinger, de que a maioria dos abduzidos não sofre de outra coisa senão disfunções na atividade elétrica do cérebro, especialmente na região do lóbulo temporal, tem defensores e atacantes. Para a maioria dos ufólogos ligados às abduções, as explicações deste eminente neurologista canadense não satisfazem. Uma das incongruências marcantes de sua teoria são os casos de testemunhas alheias à abdução e que relatam avistamentos de UFO nas proximidades do lugar do seqüestro, sem saber que alguém, ali, seria seqüestrado.
As abduções existem como tais e o maior desafio que enfrentamos é descobrir como tratá-las. Os ufólogos Alex Chionetti, da Sociedade Mobius, e Ann Druffel, conhecida autora ufológica norte-americana, esclarecem muitas dessas dúvidas. Foi Druffel quem escreveu, em 1980, junto a Scott Rogo, uma das mais impressionantes monografias já produzidas sobre as abduções, The Tujunga Camnyon Contacts. Nela, Druffel e Rogo se referem às experiências de 5 mulheres que, na região californiana de Tujunga, sofreram durante vários anos consecutivos um número notável de abduções. As investigações sobre os casos iniciaram- se em 1975 e foram revisadas novamente em 1989. Rogo desapareceu de cena há alguns anos, mas Druffel continuou estudando os casos, e garante que agora, em 1993, os contatos cessaram finalmente, embora deixassem seqüelas impressionantes. Por exemplo, é ext
remamente interessante o relato de uma das testemunhas, Lori Briggs, que sofreu uma experiência convencional de abdução que Druffel e Rogo descrevem no livro.
Lori, após ser abduzida pela primeira vez, sentiu que aquelas entidades extraterrestres estavam tentando contatá-la novamente, e talvez até seqüestrá-la. Assim, conseguiu desenvolver um método para resistir à sua aproximação. Lori disse à pesquisadora que, quando aqueles seres vieram até ela pela primeira vez, pôde escutar um ruído persistente parecido com o de um gerador elétrico, e que esse ruído foi seguido de uma paralisia total em seu corpo. Então, a testemunha pôde ver como essas entidades transportavam seu corpo para bordo da nave. Neste processo, Lori reconheceu o som, associou-o com aqueles seres e sua desagradável experiência e, simplesmente, desenvolveu a técnica de dizer não quando o som volta à sua cabeça, como que indicando a volta dos seres. “A testemunha fez isso instintivamente” – garante Ann Druffel – “mas o certo é que funcionou a contento e que aquelas criaturas não a procuraram mais. Até agora, recolhi pelo menos 30 casos de pessoas que desenvolveram técnicas mentais para manter estas criaturas ou entidades a distância”.
O relato de Lori Briggs, contudo, ainda oferece mais dados interessantes para o propósito desde artigo. Lembremo-nos que toda experiência de Lori desenvolveu-se em 1975, em Tujunga, quando várias entidades extraterrestres de pequena estatura e cabeça grande, envoltas em grande quantidade de luz, a tiraram de seu dormitório através da parede de sua casa, a conduziram ao interior da nave, onde foi examinada por uma espécie de aparelho de raios-x, e a submeteram a uma série de testes. Em seguida, foi convidada “a unir-se” de alguma forma aos extraterrestres. Lori, à parte de sua defesa psíquica baseada na negativa da aceitação, disse que desenvolveu uma espécie de som próprio, um tom parecido a uma nota musical que lhe serviu para voltar instantaneamente à sua cama. “Esse som, apesar de não ser nada parecido com um mantra, um som vocálico”- insistiu Druffel – “serve muito bem para a testemunha como meditação, relaxamento ou simplesmente para aumentar sua capacidade de concentração”. Enfim, cada um deveria aprender a encontrar esse som de autodefesa e aplicar ao seu caso, ou algum outro mecanismo que impeça os abusos cometidos por ETs.
PREVENÇÃO A SEQUESTROS ALIENS – Ann Druffel está entre os muitos investigadores – como Gordon Creighton, John Keel ou Jacques Vallóe – que atribuem uma procedência interdimensional às criaturas que provocam as abduções. Identifica fenômenos remotos como os íncubos, os súcubos ou os jinns arábicos (gênios) como manifestações passadas de entidades que, hoje, algumas testemunhas descrevem como ETs, e assegura que o melhor método para combatê-las é a própria mente humana, porque é fundamentalmente esta o objetivo de seus ataques. Não podemos também ignorar a sexualidade dos abduzidos: Druffel tem razão ao afirmar que o comportamento sexual de nossos visitantes é idêntico ao dos seres que originaram as antigas manifestações. Por exemplo, a intensa crença de que os extraterrestres fecundam mulheres para, aos 3 ou 4 meses de gestação, extrair-lhes os fetos e criá-los fora de ventre materno, já se encontra em relatos medievais sobre as fadas. Nestes mitos, encontram-se também amplas descrições de casos de bebês humanos substituídos por fadas, ao mesmo tempo em que os que foram subtraídos são criados num reino alheio à Terra (in vitro?).
“Os casos nos quais estou trabalhando são aqueles ou que as testemunhas informaram que foram capazes de resistir à aproximação das entidades, disse-nos Druffel. “Quero saber que tipo de personalidade está preparada e qual não está preparada para resistir a estas aproximações de intrusos como os seres alienígenas. Esse é o meu propósito final. Para desenvolver um sistema de defesa, estou recolhendo informações sobre várias técnicas que parecem ser efetivas contra o abuso das abduções, a partir das próprias declarações das testemunhas”, completa a pesquisadora, que tem como caso-chave um incidente ocorrido em Kingman (Arizona). Um homem daquela localidade esteve na guerra do Vietnam e, enquanto permaneceu lá, desenvolveu um método intuitivo para saber quando os vietcongs estavam se aproximando e podiam atacá-lo e a seus companheiros. Druffel está analisando exatamente este tipo de intuição, o tipo que resulta efetiva em muitas ocasiões. Quando este homem voltou para casa, começou a ser acossado pelos típicos seres extraterrestres de pele cinza, olhos grandes, rasgados e tudo mais.
Os seres alienígenas o abduziram algumas vezes até que, numa hora, o veterano de guerra cansou-se daquela situação e decidiu que aquelas experiências não deveriam se repetir. A partir daí, o homem desenvolveu um método subjetivo para detectar sua presença, da mesma forma que durante a guerra, quando sentia a proximidade dos vietcongs para salvar sua vida.
Agora, o abduzido usa essa mesma intuição, essa mesma técnica, podendo saber quando essas entidades estão se aproximando e se pretendem levá-lo de novo. Nesse momento, é indispensável dizer que ele tem que usar toda sua força mental contra os aliens. Druffel publicou um trabalho no qual mostra que o homem, no entanto, sofreu efeitos psicossomáticos e paralisia. “Mas quando alcança o ponto de começar a sentir paralisia em seu corpo, ele \’sabe\’ que pode evitá-la, acima da própria força mental das criaturas que o tentam dominar, li como se ele tivesse a capacidade de afastá-los, repelí-los”, disse Ann Druffel.
ANTÍDOTO CONTRA AS ABDUÇÕES – A grande questão é: se várias pessoas em todo o mundo conseguiram desenvolver técnicas próprias para repelir a aproximação de ETs, estes antídotos podem ser aplicados a outras pessoas que ainda não conseguem se livrar dos seres? Tudo indica que sim, e vários ufólogos estão trabalhando dia e noite para aplicar o conhecimento já adquirido aos casos de pessoas que ainda estão à mercê dos alienígenas. Existe uma técnica que vários abduzidos relatam e que, segundo eles, indica que as criaturas estão se aproximando e detém a paralisia (já se sabe que a paralisia está intimamente associada à aparição das entidades). Ainda que a paralisia tenha chegado, há contatados que conseguem lutar mentalmente, com todas as suas forças, contra a mesma e contra a ação dos alienígenas. Nesses casos, conseguem recuperar
os movimentos gradativamente, o que parece “quebrar” a força dos visitantes e os repele. Isso é precisamente o que faz os ufólogos pensarem que, quando uma pessoa está paralisada no início de um processo de abdução, é como se ela se encontrasse num outro estado de consciência, algo que pode ser parte de uma penetração interdimensional em nosso espaço tempo.
Os estados alterados de consciência estão conectados com outras dimensões. A margem das considerações pessoais de muitos ufólogos, ante a fenomenologia que investigam, vale a pena que se destaque as observações que a equipe da Mobius Society realizou sobre o assunto. Estes estudos concluíram que pessoas com grande conceito ou prática religiosa, quando agredidas por este tipo de entidade, utilizaram orações ou invocações a suas crenças, deuses, santos ou outras figuras poderosas para protegerem-se. Usaram sua força de vontade para repelir a aproximação destes seres, e com excepcionais resultados. O que fica claro, então, é que somente a ação individual, em maior número que os grupos de apoio de Hopkins e Strieber, é capaz de alcançar resultados nesta espécie de guerra psíquica que pesa entre nós e várias civilizações que nos visitam.
Uma das constantes menos referidas no marco das abduções é esse momento da experiência em que os raptores parecem convidar o abduzido a ir com eles para algum lugar. Esse “venha conosco” é, tanto para Druffel como para outros investigadores, o calcanhar de Aquiles dos episódios de abdução. Se nesse momento o abduzido é capaz de negar o convite, os agressores se desvanecem e desistem. O próprio Strieber faz referência a isto quando diz que, em vários momentos de suas experiências, ele deu permissão explícita a seus visitantes para que fizessem com ele o que desejassem, ainda que tivesse bastado um não na ocasião para deter o processo. Não obstante, se o abduzido deu esse tipo de autorização mental a seus captores para que atuem sobre ele, ainda ficam válidas algumas das técnicas expostas, evidentemente subjetivas, para que o abduzido tente se livrar de seus temores. Esta subjetividade dos métodos empregados reforça a postura de pesquisadores como Josep Guijarro e deste autor, expressada sobretudo na hipótese da Síndrome de Diana. Segundo esta teoria, quase a totalidade das experiências de “intrusos em nossos dormitórios” (não incluídos aqui os casos de abdução mais clássicos, em que as vítimas são levadas para bordo de UFOs à força) obedece mais às razões mentais da testemunha do que as estritamente físicas.
A CIÊNCIA PROCURA RESPOSTAS – Idêntica postura parece adotar o centro de pesquisas criado em 1990 pela doutora Rima E. Laibovv. No Centro para Tratamento e Investigação de Traumas Anômalos Vividos (TREAT) mantém-se a convicção de que o fenômeno de abdução só será corretamente interpretado junto ao conjunto de numerosos campos de estudo envolvidos, que vão desde o puramente físico ao ultrapsíquico, social ou antropológico. Esta equipe de profissionais experientes no tratamento de doenças mentais levantou recentemente uma considerável polêmica nos Estados Unidos, na qual muitos ufólogos viram colocada sua atividade a um segundo plano pelo tratamento totalmente clínico dos casos de abdução. Os resultados, pelo menos por enquanto, não foram tão espetaculares como esperado: só nos últimos meses estabeleceu-se um paralelismo no tratamento das desordens pós-traumáticas do stress (PTSD) e as abduções, concluindo-se que seria necessária uma ampla gama de técnicas de tratamento para atingir-se o âmago da questão das abduções. Essas técnicas, segundo o especialista Dr. John P. Wilson, do Departamento de Psicologia da Universidade de Cleveland, vão desde os grupos de apoio até a educação da pessoa abduzida sobre a dinâmica e sintomas dos PTSD – tudo isso para que se obtenha resultados satisfatórios com os abduzidos.
Entre as questões que nenhuma destas terapias científicas ainda consegue explicar encontra-se aquela do porque deste fenômeno estar sujeito a um elevado índice de contágio entre pessoas normais. Quer dizer: como explicar que, após o surgimento de um caso de abdução em uma zona geográfica concreta, surjam muitos outros casos de idênticas características em pessoas que não têm absolutamente nenhuma conexão entre si? A dúvida é mais inquietante do que podemos imaginar. Não temos apenas casos como o de Tujunga; a verdadeira epidemia de contatação alienígena está se espalhando inclusive dentro da comunidade ufológica.
Notáveis investigadores nesta área começam a reconhecer terem sido eles próprios protagonistas deste tipo de experiência. O primeiro a afirmar isso foi o prestigiado ufólogo britânico John Spencer, numa confissão pública que fez no decorrer do 2º Congresso Internacional de Ufologia, em Penedés, Espanha, em outubro de 1990. Ali, Spencer explicou como, naquele mesmo ano, enquanto investigava o caso de uma abduzida na Flórida, foi visitado por umas estranhas sombras que se infiltraram em seu quarto de hotel. A essa experiência de Spencer há de se somar as de destacados ufólogos como Edith Fiore ou o próprio Hopkins. A epidemia está estendendo-se sem controle. Por sorte, já existe alguém que trabalha na vacina, mas será que ela chegará a tempo?