Logo após seus incríveis feitos no espaço, a bordo das naves precárias e primordiais da NASA, os astronautas americanos fizeram várias excursões pelo mundo, visitando países diferentes, fazendo conferências e debates – verdadeiros shows – sobre suas experiências.
No Brasil, muitos deles se apresentaram q, invariavelmente, mentiram! No início dos anos 70, por exemplo, James Lovell, veterano espacial que esteve nada menos do que em duas missões Gemini (Gemini 7, de dezembro de 1965, e Gemini 12, de novembro de 1966, esta última vez junto com Edwin “Buzz” Aldrin, que seria o escalado para comandar, três anos depois, a Apollo 11) e em duas missões Apollo (Apollo 8, de dezembro de 68, e Apollo 13, desastrada missão que quase matou seus tripulantes em abril de 1970), esteve em Porto Alegre, onde fez várias apresentações públicas.
Numa reunião â imprensa, em uma ensolarada tarde gaúcha, Lovell afirmou: “Não acredito na existência dos discos voadores. Em nossos vãos espaciais, nunca vimos nada de anormal…” Pura mentira, como veremos a seguir, no artigo preparado em 1972 pelo extinto Grupo Paranaense de Estudos das Civilizações Extraterrestres (GPECE), uma das mais brilhantes pérolas da Ufologia Brasileira em seus primórdios, e infelizmente acabado justamente após ter publicado o artigo que passamos a transcrever.
O GPECE foi o responsável – ao lado de outras organizações pioneiras no Brasil, como o ICCS, o CICOANJ, a SBEDV e outras poucas – por boa parte dos dados ufológicos de qualidade sobre ocorrências nos anos 50, 60 e 70, quando a Ufologia passou a decrescer em tamanho. O GPECE, embora seus remanescentes afirmem o contrário, teve seu fechamento seriamente influenciado pela repercussão atingida com a divulgação do resultado de suas pesquisas sobre o sigilo do governo dos EUA – e da NASA, em especial – aos fenômenos ufológicos presenciados no espaço por seus astronautas.
O artigo que transcrevemos a seguir foi publicado, originalmente, no nº 9 da revista Planeta, em seus tenros primórdios em que tentava a todo custo sobreviver. Foi uma de suas melhores edições justamente devido ao artigo do GPECE, elaborado por Carlos e Maurício Varassim. Neste trabalho, podemos ter idéia clara e cristalina das manobras executadas para se manter o assunto UFO era total sigilo. Apesar de antigo, mais do que nunca agora este trabalho se mostra atual e oportuno para se resgatar a memória dos vôos espaciais, cuja principal conquista foi encontrar “outros seres ” do universo, no espaço.
(A. J. Gevaerd)
“Aqui Friendship Seven, transmitindo e gravando. Temos um brilhante nascer do sol, de cor vermelha forte, ofuscando minha vista pelo periscópio. E também milhares de pequena partículas luminosas voltejando sobre a nave e se afastando a uns oito quilômetros por hora. Posso vê-las agora, mesmo estando o sol cerca de 20 graus sobre o horizonte”.
É isso, exatamente, o que se lê na página 161 do relatório oficial da NASA sobre o primeiro vôo orbitai tripulado norte-americano. Friendship Seven é o nome da cápsula Mercury de onde a transmissão foi feita. O astronauta é John Glenn, e na ocasião ele sobrevoava a estação rastreadora da ilha Canton, no oceano Pacifico, numa altitude de 210 quilômetros. A data era 20 de fevereiro de 1962, na primeira órbita, 1 hora, 19 minutos e 38 segundos depois do lançamento.
E as misteriosas partículas? A NASA não as explicou até hoje. John Glenn voltou a avistá-las, novamente sobre o Pacífico, durante sua segunda órbita, mais ou menos na mesma altitude e posição. O relatório da NASA reproduz suas palavras integralmente: “…todas essas partículas – existem milhares delas – não estão saindo da nave. Elas são alguma coisa que já estava aqui em cima e cobrem uma enorme parte do céu. Posso vê-las em todas as direções, até uma grande distância…”
Poeira cósmica? Gases congelados dos motores da nave? Elas permanecem até hoje um mistério sem explicação, e se incluem na crescente galeria de objetos e fenômenos estranhos registrados durante muitos dos vôos espaciais de astronautas soviéticos e norte-americanos. Antes de John Glenn, em abril e agosto de 1961, Gagarin e Títov também avistaram “objetos luminosos” nas proximidades de suas naves Vostok 1 e Vostok 2. Seus comentários espantados foram captados pelos gravadores de várias estações de rastreio ocidentais.
CONFIRMAÇÕES – Depois veio o vôo da nave americana Aurora 7, uma Mercury pilotada por Malcolm Scott Carpenter. No dia 24 de maio de 1962, o astronauta avistou e fotografou um objeto sólido, cilíndrico, do qual saiu outro objeto menor em forma de disco. As fotos foram divulgadas pela NASA, que se recusou, entretanto, a fazer qualquer comentário oficial.
No ano seguinte, o fato se repetiu de maneira ainda mais espetacular. Leroy Gordon Cooper, astronauta tripulante da nave Mercury batizada Faith 7, avistou um “misterioso objeto que emita luz verde e possuía uma espécie de cauda vermelha”. O objeto voava no sentido lesle-oeste, contrário à direção de vôo de todos os satélites terrestres. A observação foi feita durante a 152 órbita, sobre a estação rastreadora de Muchea, na Austrália. Naquela época, nem americanos nem soviéticos haviam lançado no espaço satélites com luz própria, e tanto Cooper como qualquer outro de seus colegas de profissão sabem reconhecer sem dificuldade os diferentes tipos de veículos espaciais fabricados na Terra. O próprio Cooper, alguns minutos antes, havia observado e reconhecido o último estágio de seu foguete, que também estava em órbita e cruzara sua nave.
Mais importante ainda: a “coisa” que cruzou a nave de Gordon Cooper também foi avistada pelos técnicos da estação de Muchea e por alguns jornalistas visitantes. A rede noticiosa NBC News divulgou imediatamente O estranho encontro, mas quando Cooper regressou a Terra ele se recusou a fazer qualquer comentário por ordem da NASA, que prometeu para mais tarde um relatório oficial. É desnecessário dizer que esse relat&oacu
te;rio jamais foi entregue à imprensa.
Cooper, entretanto, não estava proibido de falar em seu próprio nome, e no livro “We Seven”, publicado pouco depois, ele escreveu que “há muitos exemplos inexplicados de objetos não identificados em torno da Terra, indicando a possibilidade de existir vida além do nosso planeta”.
Como explicar, então, a reticência oficial das autoridades espaciais americanas? Na realidade, nem a NASA nem a Academia Soviética de Ciências admitem que foram avistadas “coisas estranhas no céu”. O motivo? Segurança! Nos Estados Unidos, o estudo dos chamados objetos aéreos não identificados era responsabilidade direta do ATIC (Air Technological Intelligence Center), o órgão oficial de investigações secretas da Força Aérea Americana. Na União Soviética, essas investigações ficam a cargo de uma Comissão Espacial, também ligada à Força Aérea. Em ambos OS países os técnicos civis e militares estão proibidos, sob pena de punição, de prestar declarações públicas sobre o assunto.
“COVER-UP” – E um bom exemplo desse “silêncio oficial” aconteceu menos de um mês após o misterioso encontro espacial de Gordon Cooper. Valery Bykovsky, cosmonauta soviético, informou pelo rádio que sua nave Vostok 5 foi seguida em órbita por um misterioso objeto sólido de forma oval. Não houve comentários na União Soviética…
Depois veio o ano de 1965, com numerosos vôos tripulados e vários casos de observação de objetos estranhos no espaço. No dia 18 de março, a União Soviética lançou a astronave Voskhod 2, com os cosmonautas Leonov e Belyayev. Durante seu vôo, eles viram e descreveram pelo rádio um “objeto cinza fosco” voando nas proximidades da nave. Três meses depois, no dia 4 de junho a NASA coloca em órbita a nave Gemini 4 com os astronautas McDivitte White. Quando sobrevoavam as ilhas do Hawai, na vigésima volta de sua viagem, os dois avistaram e fotografaram “um misterioso objeto – palavras de Edward White – com projeções laterais parecidas com antenas”. Alguns minutos mais tarde, os astronautas norte-americanos viram dois outros objetos semelhantes sobre o Caribe.
Pressionada pela imprensa, a NASA deu uma explicação imediata: “McDivitt e White tinham visto apenas o satélite Pégasus, que também era grande e possuía dois longos “braços” com células para captar a energia solar\’\’. Bastou uma rápida verificação da trajetória de vôo do Pégasus para mostrar que, naquele momento, ele estava exatamente do outro lado da Terra! Pressionada novamente, a NASA explicou que “Houvera engano, realmente”. Mas não definiu o fenômeno. O máximo que a imprensa norte-americana conseguiu foi a justificativa de que “após cuidadosa análise, verificou-se que os objetos que apareciam no filme não se assemelhavam a nenhum satélite artificial da Terra…”
Agosto de 1965: Gordon Cooper e Charles Conrad, astronautas tripulantes da nave Gemini 5, avisam pelo rádio que “uma coisa em forma de disco, com brilho esverdeado, aproximava-se deles”. Cooper, que já vira antes outro objeto não identificado no espaço, fez comentários para a imprensa sobre o seu misterioso encontro e foi censurado oficialmente pela NASA.
Dezembro de 1965: Frank Borman e James Lovell batem o recorde de permanência no espaço a bordo da Gemini 7, girando quatorze dias em órbita. Durante esse vôo, avistaram e fotografaram diversos objetos estranhos, de formas e aparências diversas. Dois desses objetos tinha forma de pêra e voavam-juntos. Outros eram achatados .e outros, ainda, alongados.
PÊRA NO ESPAÇO – Anos mais tarde, quando o astronauta Richard Gordon visitou o Brasil, esteve no Rio de Janeiro e concedeu uma entrevista coletiva na Associação Brasileira de Imprensa. Nesse encontro, relatou ter visto um objeto não identificado em pleno espaço cósmico: foi no dia 13 de setembro, durante o vôo da nave Gemini 11. O veículo estava voando na sombra da Terra, pilotado pelo astronauta Charles Conrad. Richard Gordon, flutuando fora da nave, tirava fotografias de estrelas quando foi avisado pelo companheiro que o radar da nave acusava um corpo estranho viajando rapidamente em sentido contrário. A Gemini 11 e o objeto misterioso cruzaram-se muito depressa, mas Gordon conseguiu vê-lo bem e tomar algumas fotos. “O objeto tinha forma de pêra, cor alaranjada e emitia feixes de luz. Passou a menos de 100 metros de nossa nave”. Pressionado pelos repórteres, Gordon não quis dar mais detalhes. “Infelizmente o assunto é confidencial. Não posso dizer mais nada”, concluiu.
O encontro seguinte foi no dia 11 de outubro de 1968, quando vários objetos de forma estranha cruzaram em vôo a nave tripulada Apollo 7, sobre a Austrália, Um dos astronautas, Walter Cunninghan, viu nitidamente os objetos.
Todos esses encontros foram registrados no espaço, mas ainda relativamente próximos da Terra. Em 1969, porém, os tripulantes das naves Apollo 10, 11 e 12 registraram o encontro com objetos estranhos a meio caminho entre a Terra e a Lua. John Young, da Apollo 10, comunicou no dia 19 de maio que avistara dois objetos misteriosos que giravam e luziam fracamente, bastante afastados de sua nave. Em julho foi o famoso vôo da Apollo 11, quando Neil Armstrong e Edwin Aldrin desceram na Lua pela primeira vez. Durante sua missão, os dois avisaram estarem sendo seguidos por “misteriosos objetos luminosos”. A Apollo 12, lançada para a Lua no dia 14 de novembro de 1969, foi igualmente seguida por um objeto misterioso.
O que eram tais objetos misteriosos ainda não foi esclarecido. Mas, se algum dia vier a explicação oficial, ela não será dada nem pelos porta-vozes da NASA nem pelos cientistas da Academia Soviética de Ciências. Qualquer explicação desse tipo sairá, obrigatoriamente, das autoridades militares dos países responsáveis pelas investigações confidenciais dos chamados objetos voadores não identificados.