Não se sabe quantos existem nem quem começou. Um interessado em descobrir o que são os objetos voadores não identificados (UFOs), ou apenas certificar-se se de fato existem, pode ser apenas um curioso, mas com certeza há outros que vão além do simples interesse e inquietude, buscando melhores respostas que os façam compreender esse comentado fenômeno. São esses os estudiosos do que chamamos Ufologia. Não se aventuram somente no descobrir, mas também ajudam outros igualmente interessados a formular as mesmas perguntas, investindo todo o seu saber nas tentativas de constatações. Uma atividade ainda moderna, frente a tantas ciências mal resolvidas e semelhantes a outras que fazem da humanidade uma espécie curiosa. Assim, diferentes pessoas, em todo o mundo, seja por impulso ou após profunda reflexão, se candidatam a continuar essas buscas.
A determinação de cada um, seus propósitos e ainda os métodos como conduzem essa tarefa poderão contribuir de muitas formas, podendo ainda apresentar diferentes e melhores conclusões. Porém, as muitas maneiras como um pesquisador de Ufologia interpreta todas as questões e possíveis respostas sobre os UFOs revelam apenas algumas faces desse fenômeno, quer sejam conclusivas ou não. O que de fato ocorre é que, paralelamente a tudo isso, os UFOs aparecem e criam perturbações a qualquer instante. Entretanto, a simples aparição, ao acaso, de algo desconhecido no céu, não revela necessariamente ser elemento preponderante, uma vez que a participação dos pesquisadores de Ufologia têm aqui um papel importante, em função de tantas descobertas verificadas – entre as quais a de que os UFOs não somente são reais, como parecem preferir áreas específicas.
Uma profusão de casos
Desde que os estudos ufológicos tiveram início, dentro da chamada era moderna dos discos voadores, em meados dos anos 50 do século passado, uma das regiões que confirmaram essa predileção foi Minas Gerais, que se destacou devido ao impressionante número de observações de fenômenos celestes e à profusão de casos. A apresentação de diversos fatos, testemunhas, evidências e constatações sobre a rica casuística do estado é objetivo desta edição de UFO Especial, que com enorme prazer, e fazendo cumprir um pouco do papel de ufólogo, apresento. E o que eleva minha satisfação em abrir este editorial é a tranqüilidade de poder permitir que sejam conhecidas apenas as verdades, ou que ocorra a máxima aproximação da realidade dos fatos vividos, colecionados e pesquisados por nós, editores convidados, alguns pesquisadores e grupos de estudos ufológicos mineiros.
A apresentação da casuística de Minas Gerais nos parece uma das mais importantes identidades da Ufologia Brasileira, e agregar a fascinante coleção desses casos às grandes referências em termos de nomes do estado é uma oportunidade que humildemente tentaremos corresponder. Contudo, peço licença aos consagrados estudiosos – tais como o professor Húlvio Brant Aleixo, o advogado Ubirajara Franco Rodrigues, o cientista político Alberto do Carmo, o historiador Antônio Faleiro e tantos outros – para transcrever um pouco da realidade que conheceram de perto, ao adentrarem por caminhos antes não percorridos. Inclusive, arrisco em minhas modestas palavras enumerar um pouco mais de seus esforços e objetivos, que foram diretrizes e bases muito bem formuladas, em época não muito distante, que moldaram a verdadeira Ufologia Mineira, tal qual os desbravadores bandeirantes representaram para nossa história.
E como não poderia deixar de ser, Minas Gerais tem nos apresentado as mesmas verdades, ou seja, que os objetos aéreos não identificados ou OANIs – sigla também adotada à época desse pioneirismo – jamais deixaram de aparecer, causando entre perplexidade e certeza, fatos que foram pesquisados com a determinação desses e de outros nomes, e que ratificam a cada dia a importância da pesquisa da manifestação ufológica naquele estado. Para brindar a série de edições de UFO Especial programadas para 2005, a serem produzidas a convite do editor aos pesquisadores que atuam de forma independente, fica a importância da pesquisa de campo, da parceria entre pesquisadores e de tantas referências que a presente publicação abriga. Inclusive, neste editorial, estão representados grupos diferentes, entre eles o Grupo Mineiro de Pesquisas Ufológicas (Grumpu) e o Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Identificados (Cipfani). Essa interação indica sinais de prosperidade e de perspectivas de organização.
O competente pesquisador mineiro Paulo Baraky Werner, que também assina esta edição, nos permite, através de pesquisas em conjunto com seu grupo, acessar uma Ufologia Mineira como deve ser. Espelhada também no trabalho dos grandes colaboradores que “abriram as portas” para muita investigação e determinação. Também é imprescindível que se registre aqui a importância dos vários centros de pesquisas ufológicas de Minas Gerais e de pesquisadores anônimos e colaboradores em geral. Afinal, a pesquisa ufológica mineira possui muitos valores, alguns deles ainda desconhecidos. Com a consciência do dever cumprido e confiança em nossas atividades, os editores convidados agradecem ao Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) e aos nossos amigos que colaboraram para a realização de mais esta empreitada.
Sem barreiras para a ação
Falar em nome da Ufologia mineira, seria o mesmo que minimizar as importantes colaborações não presentes, mas com um sentimento de cidadania esperamos ter colaborado para o crescimento do valor cultural de nosso estado. Mas por que Minas Gerais? Somos da opinião de que os limites geográficos não representam qualquer tipo de barreira nem indicam sintomas que dificultem a pesquisa ufológica. Pelo contrário, graças a um intercâmbio cada vez mais intensivo entre ufólogos, e graças à facilidade de comunicação advinda da modernidade da internet, casos de UFOs são relatados em qualquer parte do mundo. Também consideramos que a distribuição de pesquisadores seja responsável pelo maior ou menor número de casos. Se, por exemplo, tivéssemos um pesquisador em cada cidade brasileira, os registros de aparições aumentariam consideravelmente.
Alguns elementos que indicam existirem determinadas áreas específicas, inclusive em Minas Gerais, com um número acentuado de manifestações do Fenômeno UFO. Existe na casuística ufológica estadual fatos que apontam para essa realidade – às vezes indicando um tipo de região ou padrão de objeto observado, como pequenos pontos luminosos que são vistos em pedreiras e próximos a cursos d’água. Muitas vezes, são observados em circunstâncias que nos fazem pensar que, de alguma forma, os desconhecidos a
parelhos voadores parecem mesmo interessados nesses pontos característicos da região sudeste do Brasil. Entre algumas pesquisas, o leitor poderá verificar uma cronologia ligando as cidades responsáveis por boa parcela desse índice, além de gráficos e levantamentos cautelosos sobre o comportamento dos UFOs no estado. Além de características e dados interessantes, temos um fator preponderante em quase todas as pesquisas, que é o grande número de testemunhas. Conhecer o que dizem é tarefa para todo interessado em Ufologia, pesquisadores e descrentes dessa incrível e fantástica realidade que é a presença dos discos voadores na Terra. Boa leitura.