1959 e 1960 — Os doutores Philip Morrison e Giuseppe Coconni publicam na revista Nature o primeiro artigo moderno sobre o SETI, intitulado Searching for Insterstellar Communication [Procurando por Comunicações Interestelares], que abordava sobre o uso das ondas de rádio e microondas para comunicações extraterrestres. Já em 1960, o primeiro projeto SETI, chamado de OZMA, é conduzido pelo doutor Frank Drake no Observatório Nacional de Radioastronomia em Green Bank, Virginia Ocidental, Estados Unidos, usando uma antena de 85 pés [Cerca de 26 m].
1961 — A técnica ótica para o SETI, usando feixes contínuos de ondas laser, é proposta pelos doutores Robert Schwartz e Charles Townes. Neste mesmo ano, também foi realizada no Observatório Nacional de Radioastronomia a conferência sobre SETI, Ordem do Delfim. Na oportunidade, o doutor Drake apresentou um novo método estatístico para estimar o número de civilizações tecnologicamente avançadas na Via Láctea, conhecido hoje como Equação de Drake.
1962 — Seguindo os estudos da estrela do tipo Barnard [Descoberta em 1916 e sendo a mais conhecida na área científica devido a seu movimento próprio, cerca de 10 segundos de arco por ano, o que representa 1 grau em 350 anos], o doutor Peter Van de Kamp conclui que o movimento próprio destes astros pode ser melhor explicado pela presença de um ou mais planetas. Hoje, a questão dos planetas ao redor das estrelas de Barnard permanece não resolvida. No ano de 1966, os doutores Carl Sagan e I. S. Shkolovskyi publicaram o livro Intelligent Life in the Universe [Vida Inteligente no Universo].
1971 — Uma equipe de estudos da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), denominada de projeto Cyclops, é convencida a criar uma pesquisa com mil radiotelescópios para a detecção de sinais de rádio semelhantes aos gerados na Terra a distâncias maiores que mil anos-luz. Os altos custos do empreendimento impediram que a proposta fosse desenvolvida. Nesse período, os doutores Carl Sagan, Frank Drake e Philip Morrison encontram-se com cientistas russos na Conferência SETI US-USSR, em Byurakan, União Soviética para discutir o assunto.
1972 a 1974 — A NASA publica dados sobre o projeto Cyclops [A Design Study of a System for Detecting Extraterrestrial Intelligent Life – Projeto de um Sistema para Detectar Vida Inteligente Extraterrestre]. Na ocasião foram distribuídas 10 mil cópias do documento. Nesta época, as placas da Pioneer contendo uma mensagem sobre nosso planeta, destinada a localidades além de nosso Sistema Solar, foram lançadas nas sondas espaciais Pioneer 10 e 11. Em 1973, a Universidade Estadual de Ohio dá início ao Projeto SETI, em seu Observatório Big Ear, em Delaware (EUA). No ano de 1974, o radiotelescópio de Arecibo tem sua capacidade de recebimento de sinais aumentada e o doutor Drake envia a primeira transmissão para testar o equipamento, o que marcou o início das atividades.
1977 a 1979 — O Big Ear, telescópio estadual de Ohio, detecta o famoso Wow!, um sinal de banda estreita proveniente da Constelação de Sagitário. Nesse período as sondas espaciais Voyager 1 e 2 são lançadas carregando discos de ouro contendo imagens e sons da Terra. Em 1978, a revista Cosmic Search é publicada por John Kraus e o primeiro artigo é do doutor Carl Sagan, que aborda sobre as questões da inteligência extraterrestre [The Quest for Extraterrestrial Intelligence]. Já em 1979, Sagan, Bruce Murray e Louis Friedman fundam a Sociedade Planetária. Além disso, neste mesmo ano, foi lançado o projeto Serendip [Search for Extraterrestrial Radio from Nearby Developed Populations – Busca por Sinais de Rádio de Civilizações Extraterrestres Próximas].
1981 e 1982 — O senador William Proxmire desintegra o suporte do Congresso dos Estados Unidos para desenvolver a pesquisa SETI pela NASA. Durante a Conferência Internacional SETI, em Talliinn, União Soviética, muitos cientistas norte-americanos não compareceram e a Sociedade Planetária enviou representantes ao encontro. Neste período, a entidade começa uma forte campanha para que a NASA conduza as pesquisas por sinais extraterrestres. Após diversas conversas, Sagan, então presidente da Sociedade, persuadiu o senador Proxmire a parar a oposição contra a proposta. Então, em 1982 a agência começa as análises com a Pesquisa de Microondas de Alta Resolução [The High Resolution Microwave Survey – HRMS]. Neste mesmo ano, o doutor George Gatewood conduz uma investigação por planetas extra-solares no Observatório Allegheny em Pittsburgh, Pensilvânia.
1983 a 1984 — A pasta SETI do doutor Paul Horowitz é testada no radiotelescópio de Arecibo, Porto Rico. Nesse período, a União Astronômica Internacional estabelece a Comissão 51, dedicada à bioastronomia e à pesquisa por vida extraterrestre. Em 1983, os doutores Samuel Gulkis e Thomas Kuiper começaram a pesquisa no hemisfério Sul focalizada em linhas de vapor d’água numa antena de 64 m, do Deep Space Network [A rede internacional de antenas da NASA – DSN], localizado na Austrália. Também é lançado por Michael Papagiannis o Bioastronomy News, um informativo oficial da Comissão 51 da União Astronômica Internacional. O doutor Horowitz apresenta em Harvard, Massachussets (EUA), o projeto Sentinel, com a ajuda da Sociedade Planetária, usando o telescópio de 26 m de diâmetro. Em 1984, o Instituto SETI é criado visando o aprimoramento de pesquisas relacionadas a todos os aspectos de vida no universo. Inicialmente, as atividades da instituição foram promovidas pela NASA.
1985 a 1988 — Começa o projeto META [Megachannel Extraterrestrial Assay] no Observatório Oak Ridge, em Harvard, Massachussets, financiado por uma contribuição generosa do diretor de filmes Steven Spielberg. Neste período, Robert Stephens inicia uma pesquisa a partir do Rádio Observatório de Hay River, no Canadá. Sua análise recebe suporte da Sociedade Planetária, mas termina em 1988 devido à falta de investimentos. Em 1986, o Serendip II da Universidade da Califórnia Berkeley começa a varrer os céus. Robert Stephens estabelece o projeto TARGET [Telescope Antenna Researching Galactic Extraterrestrial Transmission] dentro do Programa SETI, no Rádio Observatório Algonquin. Tal empreendimento opera pesquisas em 21 cm da galáxia até 1991.
1989 a 1992 — A Sociedade Planetária cancela a publicação do Bioastronomy News. Em 1990, o Observatório COSETI [Columbus Optical SETI], desenvolveu a Pesquisa Ótica na Busca por Inteligência Extraterrestre [Optical Search for Extraterrestrial Intelligence – OSETI], sob a orientação do doutor Stuart A. Kingsley. Tal instituição tornou-se a primeira instalação para a pesquisa ótica SETI na América do Norte. Já perto de Buenos Aires, Argentina, o projeto META-II torna-se operacional, com o apoio da Sociedade Planetária. Em 1992, é lançado o Serendip I
II e as observações em HRMS da NASA são apresentadas no Observatório de Goldstone, Califórnia, e no radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico.
1993 a 1995 — O orçamento para as pesquisas HRMS da NASA é cortado pelo Congresso norte-americano. Em 1994, a The SETI League [Liga SETI] é fundada por Richard Factor, que indica o doutor H. Paul Shuch como diretor executivo. Tal instituição tornar-se-ia o maior programa observacional SETI da iniciativa privatizada. Neste mesmo ano é criada também a revista SETIQuest, fundada por Carl Helmers e Larry Klaes. No ano de 1995, a Liga aceitou pela primeira vez a entrada de membros amadores provenientes de mais de 56 países. O Instituto SETI lança o projeto Phoenix, na Austrália, uma continuação privatizada do HRMS, trabalho orientado da NASA. Nesse período também começa o projeto BETA [Billion-Channel Extraterrestrial Assay]. O 51 Pegasi B foi o primeiro planeta encontrado redor de uma estrela como o Sol, anunciado por Michel Mayor e Dedier Queloz [Em 1999, a lista de exoplanetas confirmados já chegava a 20].
1996 — A SETI League lança o projeto Argus, com cinco estações para ampla pesquisa no céu. Atualmente, existem mais de 80, sendo o maior grupo organizado de telescópios rádio-amadores. A Sociedade Planetária lança o projeto Serendip IV na Universidade de Berkeley, que após ter sido fechada devido a problemas em seus equipamentos, também apresenta o META II para refinar as pesquisas do céu na Argentina. Enquanto isso, o projeto Phoenix do Instituto SETI aprimora suas análises no Observatório Nacional de Radioastronomia, Green Bank, Virgínia Ocidental.
1997 a 1998 — Na Universidade da Califórnia, em Berkeley, o Observatório Leuschner começa a pesquisa SETI Ótica Pulsada, dirigida por Dan Werthimer. Neste mesmo ano, o projeto SETI Big Ear da Universidade de Ohio é listado no Guiness Book [Livros dos Recordes] como a maior pesquisa da história, justamente quando o mesmo foi demolido para dar lugar a um campo de golf. Em 1998, o SETI Ótico começa a ser aceito pelos pesquisadores. Além disso o Instituto SETI e a Sociedade Planetária iniciam pesquisas com sinais de luz. O projeto Phoenix continua suas investigações enquanto o programa SETI Ótico da Harvard, dirigido por Horowitz, torna-se operacional no Observatório de Oak Ridge.
1999 a 2005 — É criado um novo mecanismo de busca que visa uma maior integração entre os internautas e os cientistas. Trata-se do SETI@Home, um protetor de telas que se baseia na potência dos computadores caseiros para análise dos dados coletados pelo Projeto SETI. Em 2005, morre Philip Morrison, astrofísico norte-americano que participou na construção da primeira bomba atômica antes de lutar contra a corrida nuclear, deixando a comunidade SETI de luto.