
Entre os países que detêm grande incidência ufológica e oferecem forte subsídio à pesquisa da presença alienígena na Terra encontra-se um com uma peculiar e fascinante cultura, cujas raízes inseridas em crenças indígenas — em especial guaranis — resistem ao tempo e se estendem até a atualidade. Insinuando-se nas páginas de sua história, seguindo um caminho oculto e ainda não devidamente explorado, o Fenômeno UFO tem sido registrado no Paraguai por milhares de pessoas nas mais diversas épocas, que testemunham manifestações aéreas que contradizem as leis da natureza e cuja mera existência parece desafiar a razão.
De fato, avistamentos de UFOs nos céus paraguaios e a constatação da ação de seus tripulantes em seu meio ocorrem desde os tempos mais remotos, mas seu reconhecimento ainda permanece insuficiente ou inexistente por parte da grande imprensa e de setores formadores de opinião. A casuística ufológica no Paraguai é tão rica quanto a de várias outras regiões do globo terrestre, o que ajuda a comprovar que, diferente do que afirmam muitos detratores da Ufologia, bem como indivíduos desinformados sobre o tema, a fenomenologia ufológica não é exclusiva de países mais adiantados.
Ocorrem no Paraguai desde avistamentos de estranhas luzes e contatos imediatos de segundo grau — os pousos —, até contatos diretos com seus tripulantes. Curiosamente, inclusive, episódios ocorridos recentemente encontram extraordinária semelhança com relatos ancestrais dos povos indígenas paraguaios, que interpretavam das mais diversas maneiras as anomalias que observavam nos céus e em terra, tendo a presença de objetos voadores e criaturas estranhas inserida em sua cultura [Veja edição UFO 150,agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
UFOs na mitologia indígena
Um bom exemplo disso é o caso dos índios Mbyá Guarani — ou Embiá Guarani, em português —, um dos povos da grande etnia guarani que habita o Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai. Os Mbyá Guarani têm ligação, no Brasil, com os Kaiowá e os Ñandeva, todos de rica cultura. Lingüisticamente, são classificados como pertencentes ao tronco Tupi da família Tupi-Guarani, usando a língua guarani. Eles se diferenciam entre si apenas por detalhes de ordem sociocultural e por diferenças dialetais, mas estão muito próximos quando se refere ao registro de UFOs e seres extraterrestres.
Os Mbyá Guarani guardam até hoje suas tradições cósmicas através de curiosas simbologias, permeadas de estranhos objetos brilhantes que brincavam no céu, como as descritas carruagens voadoras. Em outras partes do Paraguai, o mesmo tipo de tradição é encontrado entre outras etnias nativas, que em sua mitologia se referem abundantemente a entidades do céu e extraordinários espetáculos de objetos voadores não identificados. Uma análise de tais registros históricos nos revela descrições de avistamentos ufológicos e contatos alienígenas muito semelhantes aos que temos na atualidade, em todo o mundo.
Operado por uma inteligência
Um caso bastante antigo e digno de nota, citado pelo conhecido investigador e escritor argentino Antonio Las Heras em seu livro OVNIs: Los Extraterrestres Entre Nosotros [UFOs: Os Extraterrestres Entre Nós, Ediciones Santiago Rueda, 1978], envolveu as Reduções Jesuítas de São Ignácio de Ypané, em 10 de agosto de 1631. Na referida data, algo estranho e luminoso foi visto cruzando os céus paraguaios, entre as 18h00 e 19h00. Era um globo luminoso parecido com a Lua, porém de tamanho extraordinário, que se ergueu a leste e deslocou-se devagar em sentido oeste. De repente, o artefato adquiriu velocidade e disparou rápido como um relâmpago, com seu brilho aumentando em intensidade até se apagar por completo, de forma súbita e inesperada. Alguns segundos depois, ouviu-se um tremendo estrondo, como
o de um trovão.
Este foi um dos primeiros casos ufológicos paraguaios de que se tem conhecimento, que despertou interesse e curiosidade de uma geração de ufólogos — como este autor —, particularmente porque ocorreu muito antes da invenção do aeróstato ou de qualquer outro artefato aéreo produzido pelo homem. Tampouco os fenômenos astronômicos conhecidos se comportam com as características e a manobrabilidade observadas na descrição do que evidentemente parece ser um objeto operado por alguma inteligência. Sua rápida duração, somada aos movimentos aparentemente planejados do artefato, também descartam a possibilidade de um fenômeno natural.
Através de contato com o sacerdote jesuíta e escritor paraguaio Bartomeu Meliá, profundo conhecedor da história dos jesuítas e especialista em fatos a eles relacionados, tentei obter acesso ao documento original de 1631. A idéia de que seria um registro raro e difícil de conseguir, talvez uma carta escrita de um religioso a outro, se desfez quando o mesmo foi encontrado no livro Jesuítas e Bandeirantes no Itatim, uma coletânea de manuscritos que vão desde o ano de 1596 até 1760. O relato completo e original, escrito em espanhol antigo, acabou por confirmar que o episódio ocorrera em 1650 e não 1631, como supôs Las Heras. E o documento registra algo mais, outro fenômeno parecido que se dera em uma região que vai do Rio Paraná até o Rio Uruguai.
O registro original faz alusão a características do estranho artefato voador observado pelos jesuítas: “De altura mediana, como das nuvens mais próximas, voava devagar”. Mais adiante o antigo texto descreve o ruído produzido pelo estranho elemento ao chegar perto das colinas: “Ouviu-se um tremendo estalo, como o de um trovão ou de um tiro de um canhão que acabou despertando espanto e medo. Seu percurso parecia ser de 16 léguas”. Em outro trecho do documento, o autor explica que, no entanto, não foi possível ter certeza do que se tratava: “Para um cometa, sua aparição foi muito curta e seu deslocamento foi muito rápido”.
Um caso ufológico similar — exceto pelo estalo — e também extraído de registros históricos foi o protagonizado por militares brasileiros estacionados a 59 léguas da Baía de Assunção, sobre o Rio Paraguai, no ano de 1846. Isso se deu 18 anos antes de um dos mais cruéis conflitos ocorridos no país, a Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai, que será tema de outro artigo.
Ondas de avistamentos
Quanto à casuística ufológica das últimas d&eac
ute;cadas, também há episódios ufológicos espantosos no território paraguaio. Um dos que foi investigado profundamente, que se pensava um caso isolado, acabou se mostrando um acontecimento inserido em uma marcante onda ufológica envolvendo também a Argentina, Brasil, Chile e, claro, o Paraguai. É o chamado Caso Nova Estrela, que conta com o relato de uma testemunha no livro do argentino Héctor Anganuzzi, Historia de los Platos Voladores en la Argentina [História dos Discos Voadores na Argentina, Editorial Plus Ultra, 1976].
Narra a testemunha que em 24 de junho de 1967, uma noite de São João — data festiva que se dá no mesmo dia no Brasil —, com poucas horas de intervalo, vários UFOs apareceram inicialmente na Argentina, Chile e Paraguai, muitos deles com estranhas luzes azuis e brancas. Lê-se no livro de Anganuzzi: “Por volta das 22h00, surgiram no céu de Assunção três grupos de seis UFOs, chamando a atenção por seu majestoso vôo e perfeita coordenação de suas manobras. A torre de controle do aeroporto internacional informou que, em determinado momento em seu trajeto de norte a sul, os objetos permaneceram parados por vários minutos, interrompendo as comunicações”.
Em uma tentativa de determinar com mais exatidão o espantoso acontecimento de 1967, infelizmente descrito de forma insuficiente para os rigores da Ufologia Moderna, buscou-se mais dados entre antigos moradores de Assunção — uma vez que o autor da citada obra, e que investigou o caso, Anganuzzi, está inativo na Ufologia. Foi assim que se descobriu outro caso de grande importância ocorrido em data próxima. A testemunha desse novo incidente é o senhor Miguel Amadeo González, um mecânico de 73 anos que na época, com 37 anos e trabalhando como chofer de transportes públicos na capital, teve uma experiência impressionante. Na rota de trabalho de González estava, no ponto final, o Hospital das Clínicas de Assunção.
Ele conta que fazia diariamente cinco viagens de ida e volta desde o bairro de Zeballos Cué até o de Varadero com seu veículo de transporte, uma antiga Kombi alemã da marca Volkswagen e modelo anos 60, e que se encontrava em perfeito estado graças aos seus cuidados e conhecimentos mecânicos. Na ocasião do incidente, González se encontrava no bairro de Nova Estrela, em uma rua com declive. “Entre as 23h00 e 23h30 de um sábado, despedi-me de minha noiva e segui em meu carro. Mas ao girar a chave no contato para arrancar, o motor não pegava e notei um forte ruído”. Foi nesse momento que sua experiência teve início.
Algo parecido com a Lua
Descreve González que suas tentativas de fazer o motor pegar foram infrutíferas, o que o fez aproveitar o declive para deixar a Kombi descer em ponto-morto, para, mais abaixo, ver se pegava “no tranco”. “Consegui seguir uns 30 m ou mais, mas o motor ainda não pegava. Assim, acabei ficando parado em um terreno já plano, no final da descida. Insisti em girar a chave e nada. Achei aquilo muito estranho”, relatou. Sua saída foi pedir ajuda a um grupo de quatro homens que passavam por ali para empurrar o veículo. Nisso, González olhou para o lado e viu algo parecido com a Lua, mas com o triplo de seu tamanho. “Tinha uma cor azulada, fraca e parecia girar”.
O mecânico então alertou os homens que o ajudavam, que olharam o fenômeno e julgaram se tratar de foguetes na pista de pouso e decolagem de um aeródromo que ficava ali perto. E acabou não dando muita importância ao fato. O estranho objeto, porém, parecia acompanhar o grupo, e em cerca de dez minutos ficou estacionário sobre a pista. “Agora, já sozinho, me perguntei: ‘o que faço?’ Não tinha nenhuma lanterna”. Para sua sorte, no entanto, o artefato desapareceu e o carro voltou a funcionar. González foi então para casa descansar, sem imaginar o que teria ocorrido naquela noite.
Interferência nas comunicações
No dia seguinte, os jornais de Assunção traziam a notícia de um grande avistamento ufológico em vários bairros da capital — Aviação Sem Comunicação na Noite Passada era a manchete de um deles. Outro diário, o extinto El País, de 27 de junho de 1967, apresentava uma matéria intitulada O Mistério dos Discos Voadores, na qual o jornalista Emilio Saguier Aceval relatava sua pesquisa do fato e analisava fenômenos não identificados no Paraguai, que garantia terem ligação com a presença alienígena na Terra. “O inusitado objeto que avistei pessoalmente em um sábado foi, sem dúvida, do mesmo tipo relatado em várias cidades e povoados do interior do país”, escreveu Aceval tratando do mesmo caso do mecânico Miguel Amadeo González Turitish, que também paralisou as telecomunicações e a aviação do Paraguai [Veja edição UFO 026, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
A conclusão do repórter foi de que o país fora visitado naquela noite não por um único aparelho estranho, avistado por acaso, mas por uma verdadeira esquadrilha de UFOs, devido à multiplicidade de relatos provenientes de tantas diferentes regiões paraguaias e das nações vizinhas, como se saberia depois. A formação se deslocou do norte para o sul provocando interferências também em redes de transmissão de energia elétrica, sistemas de telefonia e até de rádio, cujo funcionamento foi brusca e inexplicavelmente prejudicado enquanto o fenômeno se manifestava.
O país vizinho se abre cada vez mais para a realidade da presença alienígena na Terra e confirma ocorrências ufológicas em seu território há vários séculos, que hoje são parte da cultura de seus povos nativos
Estudiosos buscaram respostas variadas para a onda ufológica de 1967, alguns para explicá-la em termos naturais, alguns para atribuir o fato à ação na Terra de outras espécies cósmicas. Uma das hipóteses levantadas foi de que os artefatos observados seriam semelhantes aos foo-fighters que, durante a Segunda Guerra Mundial, provocavam perturbações elétricas em sua passagem. Mas em plena cidade de Assunção e mais de duas décadas após o fim do conflito? Como se sabe, esses objetos eram sondas de tamanhos variados, geralmente esféricas, avistados por pilotos perseguindo seus aviões durante a guerra — até hoje, não se explicou a natureza e o funcionamento dos foo-fighters de maneira satisfatória.
No lado oposto da explicação ufológica está a de que os fenômenos observados seriam raios globulares — em forma de bola — movendo-se sobre a capital paraguaia. Esses são uma forma pouco comum de raios de formato esférico e de consistência persistente, que podem se manifestar lenta ou rapidamente ou ficar im
óveis no ar, mas apenas por alguns segundos. Ou seja, sua ocorrência não pode explicar a onda de avistamentos sobre Assunção em 1967, que contou com inúmeras testemunhas, todas enfatizando que os objetos esféricos permaneceram visíveis por vários minutos — assim como a tese de raios globulares também não se aplica aos foo-fighters observados nos céus da Europa durante a guerra.
Testemunhas de projeção
Este se constituiu em um dos episódios mais marcantes da Ufologia Paraguaia, em meio a um vasto leque de casos de avistamentos e contatos imediatos que nossa casuística ufológica contém. Tais fatos muitas vezes envolveram testemunhas de alta projeção no país, como militares, tripulantes e até comandantes da Armada, que viveram experiências singulares a bordo de embarcações viajando pelo Rio Paraguai. Eles estão sendo nesse instante levantados para apresentação, visto que hoje, assim como no Brasil e em outras nações da América do Sul, o governo paraguaio relaxou sua política de segredo sobre ocorrências ufológicas oficiais. Esses e outros acontecimentos só confirmam que o país é rico em mistérios, oferecendo um vasto campo de pesquisa.
Caso paraguaio revela a dimensão da interação entre ETs e a população
por A. J. Gevaerd
Na pequena vila paraguaia de Orqueta, a cerca de 60 km da divisa com o Mato Grosso do Sul, um fenômeno que une Ufologia e parapsicologia, passando pelo misticismo religioso, se desenvolveu nos anos 80 e 90 como uma fonte inesgotável de material de pesquisa para estudiosos de ambas as áreas. Lugar extremamente pobre e sem recursos, Orqueta foi durante anos o local para onde se dirigiam comitivas de fiéis em busca de cura para os mais diversos males. Ônibus e excursões de todo o Brasil e de vários outros países da América do Sul chegavam diariamente à vila, carregando doentes de várias idades e credos que, desenganados pela medicina, procuram a cura nas sessões gratuitas de imposição de mãos que uma jovem adolescente realizava.
A moça não conversava com ninguém e não falava outra língua que não o guarani — e ainda assim muito mal. Ela sequer sabia por que realizava as curas, comprovadas por cientistas de várias universidades dos Estados Unidos e Europa. Sua rotina era acordar cedo e ir a uma espécie de tenda armada ao lado de sua casa, na verdade um barraco, onde atendia às pessoas que estivessem na interminável fila. Hoje nada mais existe na localidade e não se sabe do paradeiro da jovem — seu sumiço se deu há mais de 15 anos.
Linguajar estranhíssimo
A curandeira, que tinha até seu nome cercado de mistério, fazia alguns gestos simples com as mãos — nem sempre sobre os locais onde estavam os ferimentos de seus pacientes —, recomendava em um linguajar estranhíssimo que bebessem água de um poço da redondeza, em condições precárias, e os dispensava. Era uma corrida constante para o tal poço, que produzia uma água barrenta e provavelmente contaminada. Para agradar a curandeira, a sua mãe e a uma quantidade de irmãos e primos, os pacientes os presenteavam com balas, doces, roupas ou outras bugigangas, pois a jovem não admitia pagamento em hipótese alguma. As curas realmente aconteciam e motivavam um número cada vez maior de pessoas a visitar Orqueta. Mas o curioso é que ninguém conseguia obter da jovem uma resposta para a origem de suas capacidades paranormais. No entanto, sua mãe dava uma descrição do que lhe aconteceu. Segundo a senhora, sua filha passou a curar as pessoas depois que viu Jesus Cristo.
Jesus desce de uma nuvem
“É isso mesmo”, dizia ela embora em precário guarani. “Jesus Cristo um dia veio em uma nuvem bem branquinha, que desceu do céu e pousou ali naquele pasto. Daí, saiu uma escadinha e Jesus desceu por ela, procurando minha filha e tocando-lhe a cabeça. Depois disso, foi embora e minha filha começou a curar seus primos e irmãos de gripe e outras dores”. A história é realmente peculiar, e a partir dela a Menina de Orqueta, como é conhecida, passou a receber doentes de outros vilarejos da região e mostrou que podia realmente curá-los, como foi atestado por equipes de médicos que examinaram os fatos.
A notícia da “vinda de Jesus Cristo” se espalhou rapidamente e pacientes passaram a acorrer ao local em grande número, não se queixando das péssimas condições da viagem, do local ou mesmo da espera de horas sob o Sol escaldante do Paraguai. Tudo para receberem um pouco da misteriosa graça que o tripulante de um UFO — naturalmente confundido com a figura bíblica —, dedicou à pobre menina do país vizinho. Ou alguém realmente acredita que tenha sido Jesus Cristo quem desceu por uma escadinha de uma nuvem pousada em um pasto paraguaio?