Sabemos que o Fenômeno UFO está longe de ser algo restrito ao nosso tempo. Na verdade, a presença de discos voadores em nossos céus parece cada vez mais associada aos grandes mistérios do passado — e até mesmo da origem da humanidade. Hoje é consenso dentro da Ufologia Mundial a existência de uma ligação direta entre a ação alienígena na Terra em nossa antigüidade, representada por naves e seus tripulantes, e o surgimento de inúmeras tradições e mitos folclóricos, fatos que acabaram por dar origem a diversos seguimentos religiosos—isso para não falarmos de uma intervenção direta “deles” na história de muitas das civilizações terrestres do passado. Do Oriente ao Ocidente encontramos as mesmas histórias, que revelam a chegada à Terra de deuses, anjos e outras criaturas cujos poderes estavam além das possibilidades de compreensão de nossos antepassados. Esses seres muitas vezes apareciam associados a objetos que podiam se movimentar pelos céus, como “carros de fogo”, “na\\>ios voadores”discos de fogo”, “ovos voadores”sóis noturnos” etc, todas expressões que abundam nos registros históricos.
De acordo com alguns desses autênticos registros ufológicos, homens da Terra também foram levados ao espaço a bordo desses artefatos voadores e carregados em jornadas pelo firmamento — alguns nunca mais voltaram. A própria Bíblia está cheia de relatos, e não é por acaso que o Vaticano, desde o início da chamada Era Moderna dos Discos Voadores, a partir de junho de 1947, se envolveu diretamente no estudo da presença alienígena na Terra, focando seu interesse não só nas manifestações ufológicas de nossa época, como, principalmente, nos sinais da ação de extraterrestres no passado de nosso planeta. Ou, pelo menos, na busca de um entendimento dos reais significados dessas ocorrências, que envolveram personagens no Antigo e Novo Testamento.
Silenciando hereges na fogueira
Entretanto, em um passado mais distante, a Santa Sé, como expressiva parcela da humanidade, resistiu enquanto pôde à aceitação de idéias relacionadas à pluralidade dos mundos habitados, básicas para a discussão da presença extraterrestre em nosso meio. E chegou, sempre que necessário, a atos extremos para silenciar aqueles “hereges” que defendiam tais posturas — pessoas que, apesar de viverem sobre o julgo e poder da Igreja, estavam envolvidas diretamente com a busca e a divulgação da verdade. Acabaram em fogueiras da “Santa” Inquisição.
Curiosamente, no entanto, um dos maiores exemplos de abertura na área ufológica surgiu dentro do próprio meio religioso — e talvez devido justamente a isso causou tanta aversão e predisposição para que a ignorância, no sentido mais literal da palavra, fosse manifestada em níveis extremos. Estamos falando dos episódios que envolveram o frade, teólogo e filósofo dominicano Giordano Bruno, uma das mentes mais cultas de seu tempo. Bruno foi autor de vários livros que traziam conceitos muito próximos de algumas das idéias mais atuais sobre a natureza do universo, incluindo a defesa da Teoria da Unidade, base da física moderna. Ele também defendia a idéia de um universo infinito, onde haveria outros sistemas solares com seus respectivos planetas, não só semelhantes a Terra, mas também habitados.
Caso existisse naquele momento alguém que verdadeiramente desafiasse as bases do poder constituído no Ocidente, essa pessoa era Giordano Bruno, que foi condenado a uma morte terrível em uma fogueira inquisitória. Não só estávamos diante de uma mente brilhante, como de um ser humano disposto a levar a luta pela liberdade e o direito à verdade até as últimas conseqüências. Consta nos registros históricos que, ao ser pronunciada sua sentença de morte, ele teria declarado ao responsável pela leitura da mesma que este tinha mais receio da Força ou do Poder Maior do que o filósofo de sua condenação. O primeiro grande mártir da causa ufológica foi queimado vivo em 17 de fevereiro 1600. A execução aconteceu em Campo de Fiori, em Roma. Mas para que se tenha uma idéia ainda mais precisa da insanidade humana e do ponto que aqueles que manejavam e hoje continuam controlando o poder nesse planeta podem chegar, além de arder em uma fogueira da Inquisição, o frade italiano teve pedaços de madeira pregados à sua língua, para que parasse de blasfemar contra Deus.
Visão revolucionária e inovadora
O mais absurdo nessa história é que o poder que silenciou Giordano Bruno, na época, totalmente desvirtuado dos ensinamentos que deram origem à Igreja, teve sua gênese inspirada e alicerçada em fatos diretamente relacionados com sua visão revolucionária e inovadora. Ou seja, na presença mais remota ainda daquilo que hoje denominamos de fenomenologia ufológica. Quando os principais personagens do Novo Testamento entraram em cena e desenvolveram as bases do cristianismo, a presença alienígena na Terra estava longe de ser uma singularidade. Algumas das referências mais interessantes e verossímeis da ação de UFOs e seus tripulantes em nosso passado, por exemplo, podem ser achadas nos próprios registros históricos do Império Romano — e estão associadas ao período de tempo relacionado a estes acontecimentos.
Tito Lívio, Plínio, Dion Cássio, Julius Obsequens e Cícero, entre outros, escreveram a respeito de observações ufológicas e contatos com seres. Além de referências claras a objetos voadores não identificados semelhantes aos que se vêem atualmente, inclusive em seus formatos e manobras, tais registros algumas vezes revelavam ainda que as entidades observadas tinham aspecto ou conformação geralmente humana e estavam envoltos no que poderíamos chamar de uma aura de luz ou coisa parecida. Exatamente o mesmo padrão relatado rotineiramente nas observações de anjos registradas tanto no Antigo como Novo Testamento. A diferença é que os romanos não estavam descrevendo estes acontecimentos dentro de um contexto de religiosidade ou misticismo.
E o que dizer das inúmeras representações artísticas de nossos antepassados, produzidas séculos atrás em peças de todos os tipos, que insistem em relacionar os chamados discos voadores com a Virgem Maria, Jesus Cristo etc? São pinturas e tapeçarias, todas com as mesmas características óbvias, entre elas a imagem de objetos com formato típico de discos. Será que tudo isto foi fruto da imaginaç&a
tilde;o de mentes ingênuas? Definitivamente, não! Algumas destas peças podem ser vistas até mesmo no Vaticano, algo no mínimo muito curioso. Mas não podemos mensurar com certeza a quantidade de obras e documentos que a Santa Sé possui sobre o possível — para não dizermos evidente — relacionamento entre UFOs e a figura de Jesus, na área reservada de suas dependências.
Jesus Cristo e o Fenômeno UFO
Desde a Estrela de Belém, que anunciou seu nascimento, até os fatos de sua fase adulta, todos os principais momentos da vida de Jesus Cristo, e também de sua mãe, Maria, aparecem envoltos em uma roupagem ufológica. Evidentemente, não é por acaso que seu nome tem sido citado em inúmeros casos de contato diretos com seres extraterrestres da atualidade, quando abduzidos e contatados o ouvem de seus raptores e contatantes. Sobre o tal astro, aliás, o próprio texto bíblico aponta que, estranhamente, podia se movimentar e em seguida ficar imóvel. Portanto, a Estrela de Belém não poderia ser associada a conjunções planetárias ou a aparições de cometas, como muitos já tentaram fazer. Especialmente quando se leva em consideração o momento de sua ascensão definitiva no céu, no interior de uma “nuvem” descrita em várias representações artísticas do passado como algo proveniente do interior de um objeto semelhante a um ovo.
Manifestações do mundo divino
Fatos mais recentes nos levam a uma reflexão sobre todas estas evidências. É preciso perceber que, da mesma maneira que os ufólogos de vanguarda têm conhecimento das características do Fenômeno UFO, sua interação com nossas religiões não é apenas uma possibilidade a ser investigada. Décadas atrás essa questão já vinha influenciando e provocando uma postura de aprofundamento nas pesquisas realizadas dentro da Igreja Católica, que foram progressivamente acirrando a visão deste aspecto mais perturbador de nosso passado, pelo menos para o Vaticano.
Além das inúmeras evidências históricas e bíblicas existentes, incluindo não só as interpretações dos textos sagrados — alicerçadas e embasadas em incontáveis representações artísticas assinadas por nossos antepassados, que reforçam a ligação da presença dos discos voadores e seus tripulantes com o nascimento das religiões —, existem outros aspectos da presença alienígena na Terra que não podem ser negados. Ao longo de séculos, e mesmo durante os últimos milênios, a humanidade conviveu diretamente com deuses e anjos. Sim, pelo menos se pudermos confiar em nossos registros e na sanidade de nossos ancestrais.
Em alguns momentos especiais de nossa história, segundo registros, essas manifestações do “mundo divino” foram testemunhadas até por milhares de pessoas. Mas onde estariam hoje esses seres especiais, que se acreditavam deuses e anjos? Resolveram abandonar nosso planeta, nossa humanidade? Não! Na verdade, apenas a maneira de vermos tais criaturas foi progressivamente transformada, conforme a visão de mundo e da realidade que foi mudando através dos tempos, até a que temos. Naturalmente, nosso ponto de vista foi sendo modificado pelo avanço da ciência, como em momentos em que iniciamos nossa jornada pelo universo, desenvolvendo um programa espacial. As manifestações de anjos, deuses e outras entidades relacionadas ao que antes víamos como “mundo divino” têm hoje uma nova leitura.
Os encontros com tais entidades, agora, são exatamente iguais aos do passado, e os extraplanetários da atualidade atuam da mesma forma que antes, contatando representantes da humanidade tanto por meio de experiências diretas e físicas em processos de abduções alienígenas — que incluem intervenções em nossa genética e no desenvolvimento do homem —, como através de experiências chamadas de extrafísicas, que ocorrem durante os sonhos. Se formos realmente perceptivos, veremos que até nos textos bíblicos existem sinais deste intensivo acompanhamento e da intervenção de outras espécies cósmicas em nossa genética, propiciando o aparecimento de entidades especiais, como a Virgem Maria e seu filho.
Outros aspectos altamente relevantes desta questão, que mais uma vez relacionam as bases do catolicismo com o Fenômeno UFO, nos fazem voltar a falar do Império Romano. São fatos que motivaram a transformação do cristianismo em religião oficial da época, no ano 312 d.C. Durante uma batalha sangrenta com a presença e a participação do próprio imperador, um objeto luminoso em forma de cruz foi observado no firmamento, interpretado por Constantino como um “sinal do céu”. Segundo seu biógrafo, o acontecimento foi testemunhado não apenas por ele, mas por todos os seus combatentes. Esse fato e uma suposta visão de Jesus Cristo — que teria aparecido para Constantino na noite seguinte — levaram o imperador a fazer do cristianismo a religião oficial de Roma. Não foi a primeira vez, e nem seria a última, que artefatos com forma de cruz seriam vistos.
Mas existe um caso mais recente que evidencia a clara intervenção do Fenômeno UFO na Terra, com milhares de testemunhas, que com o passar dos anos também acabou sendo fundamental para que a cúpula da própria Igreja Católica percebesse a real natureza dessas manifestações. Estamos falando dos acontecimentos registrados na pequena aldeia de Fátima, situada na província de Estremadura, em Portugal. Apesar da existência de casos similares em datas anteriores e posteriores, não há dúvida de que o que ocorreu ao longo de vários meses de 1917, naquele país, mereceu atenção especial por parte da Santa Sé, em sua busca de entendimento do que eram as forças que se manifestavam cada vez mais em nosso meio — não só por toda a fenomenologia documentada, mas, sobretudo, pela investigação realizada pelo Vaticano a respeito [Veja edições UFO 106 e 157, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br].
e Fátima
Mesmo antes das aparições que as tornaram famosas no mundo inteiro, as crianças Lúcia dos Santos, Jacinta e Francisco Marto, seus primos — todas testemunhas principais das manifestações de Fátima —, tiveram várias experiências que serviram como preparação para seus futuros contatos. Nelas não faltaram intensas manifestações de luz, efeitos relacionados ao deslocamento de objetos voadores e a observação de uma forma humana de extrema beleza, uma jovem aparentando 15 ou 16 anos, conforme revela Icilio Felici em seu livro Fátima, lançado em 1943.
Analisemos a primeira aparição de 1917. Deu-se no mês de maio, quando as crianças levavam as ovelhas que pastoreavam à Cova de Iria, o principal local dos contatos, e lá brincavam quando viram no céu sem nuvens um clarão como um relâmpago. Elas apenas reuniram o rebanho para partir, pois pensaram que um temporal estava por vir. Mas logo houve um segundo clarão e, sobre uma pequena azinheira, viram uma “senhora vestida de branco, mais brilhante do que o Sol”, espargindo luz muito clara e intensa. Lúcia perguntou: “De onde vens?” E recebeu a imediata resposta da entidade: “Sou do céu”. Segundo as crianças, das mãos da senhora partia uma luz intensa que atingia a todos. Como se sabe, os relatos iniciais dos três jovens não faziam referência à Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo — esta interpretação só ganhou força e se tornou “real” após a Santa Sé tomar conta e controlar a “verdade” a ser divulgada. Assim, de um fato ufológico, a observação de Fátima se transformou em marco religioso.
Uma profecia anunciada
Nos meses seguintes, as aparições e os contatos das crianças com a “Virgem Maria” continuaram, até que a entidade profetizou algo especial para o dia 13 de outubro daquele ano. Os números são contraditórios, mas estima-se que no mínimo 50 mil pessoas estavam presentes em Fátima quando ocorreu o chamado “Milagre do Sol”, a profecia prometida. Chovia intensamente e as condições atmosféricas eram as piores. Mas, de repente, as nuvens se abriram e um pedaço do céu azul surgiu, permitindo que algo interpretado como o Sol pudesse ser observado, e o “milagre” teve início. Um fato chama a atenção desde o primeiro momento: Sol ou não, aquele objeto luminoso podia ser observado diretamente, ou seja, não ofuscava ou feria as vistas das testemunhas. O artefato esférico começou a tremer e a oscilar, executando movimentos abruptos para a esquerda e para a direita, e em seguida girou como uma enorme bola de fogo em torno do próprio eixo, com excessiva velocidade.
Neste instante, cascatas de cores verdes, azuis, vermelhas e violetas eram lançadas do objeto, fosse o que fosse, inundando a paisagem com uma luz irreal. As dezenas de milhares de pessoas que assistiram ao espetáculo viram, inclusive, o momento em que o que se imaginou ser o Sol simplesmente interromper aquelas evoluções, ficando imobilizado, como que para dar descanso aos fiéis. Logo a seguir, porém, o show teve início, com novas evoluções que faziam com que o objeto continuasse a derramar seus raios em todas as direções.
Os espectadores afirmaram que as cenas não poderiam ser descritas simplesmente por meio de palavras. Após uma nova pausa, a “dança solar” reiniciou pela terceira vez, com o mesmo esplendor. A aparição durou 12 minutos e foi testemunhada, segundo documentos, por observadores a até 40 km do local. Além dos movimentos inusitados do aparelho esférico — que reproduziu em detalhes vários dos conhecidos padrões de deslocamento apresentados pelos UFOs hoje —, ainda foram registradas outras singulares circunstâncias relacionadas aos discos voadores, incluindo efeitos sísmicos e a queda de material conhecido como “cabelo de anjo”. Estes são filamentos também semelhantes a teias de aranha, que se dissolvem em poucos minutos. Até depoimentos citando a observação de entidades no interior do objeto foram registrados — a própria fenomenologia que envolvia o surgimento de um ser para as crianças era algo no mínimo sugestivo.
Toda a história das aparições de Fátima tem forte conteúdo ufológico. Por exemplo, desde o início das manifestações havia uma espécie de nuvem que se posicionava sobre a azinheira, uma árvore típica da região, e em seguida a senhora deslizava para baixo dela no interior de uma projeção luminosa, até se deter acima da planta.
Uma investigação detalhada dos depoimentos e das evidências da ação de um UFO naquele cenário está no livro Intervenção Extraterrestre em Fátima [Editora Bertrand, 1982], do professor Joaquim Fernandes, consultor da Revista UFO. Fernandes faz uma substancial interpretação ufológica de todo o episódio, deixando claro que houve ali uma manifestação de outras espécies cósmicas. A seqüência dos fatos após as aparições em Fátima hoje é conhecida. Ao longo dos anos, contando com um acervo cujo potencial de revelação e esclarecimento não podemos avaliar em sua plenitude, reunido ao longo de décadas pelo Vaticano, a Igreja Católica progressivamente foi se tornando mais aberta para a questão da pluralidade dos mundos habitados e da própria presença alienígena na Terra.
Exoteologia, uma nova teologia?
A Santa Sé passou a desenvolver não somente investigações aprofundadas sobre a presença alienígena na Terra nos últimos tempos, como uma política de convivência com idéias sobre vida extraterrestre, buscando conciliar conceitos teológicos com a possibilidade de existência de formas de vida, quem sabe até superiores à nossa, fora da Terra.
Foi dentro dessa nova e necessária abordagem que surgiu o termo exoteologia, ou teologia extraterrestre, desenvolvido para definir parâmetros que permitam um entendimento religioso das conseqüências de futuros contatos com seres de outros planetas. Em tese, a exoteologia pretende realizar um exame das implicações teológicas advindas do provável contato com formas de vida alienígenas, e teria aplicação também em uma tentativa de compreensão de como seriam as possíveis crenças desses seres. Por fim, esse novo e revolucionário conceito propõe fornecer uma estimativa de como a nossa teologia seria afetada diante de uma prova incontestável da existência de vida extraterrestre inteligente, com o correspondente reconhecimento mundial desta realidade.
Redenção pa
ra ETs
O conceito de exoteologia e tudo o que ele engloba começou a ser notícia em 1996, quando o padre jesuíta, matemático e doutor em astronomia George Coyne, na época diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, levou a questão extraterrestre e suas implicações para uma discussão ocorrida durante a Conferência dos Bispos Italianos (CBI). O assunto teve ainda mais repercussão quando a revista oficial da CBI, em 18 de janeiro de 1997, publicou uma entrevista com o padre Piero Coda, um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica, que afirmou: “Criados por Deus e tendo suas falhas, eles, os extraterrestres, precisam da redenção através da palavra salvadora de Jesus Cristo”.
Meses antes da entrevista, outros teólogos igualmente destacados também haviam declarado ao respeitado jornal Corriere della Sera que “os extraterrestres também deviam ser considerados filhos de Deus”. Ainda no mesmo ano, o Vaticano iniciou no Monte Graham, no estado norte-americano do Arizona, a construção de um dos mais poderosos observatórios da Terra, para ajudar na pesquisa de sistemas estelares que possam ter planetas capazes de abrigar formas de vida — os chamados exoplanetas, dos quais hoje conhecemos cerca de 500. O próprio papa João Paulo II entrou na discussão e solicitou, durante um encontro com seus astrônomos envolvidos com o projeto, que “procurassem as digitais de Deus”.
Balducci e a realidade ufológica
Não só a questão alienígena passou a ser parte da realidade da Santa Sé como o próprio Fenômeno UFO começou a integrar a rotina de suas atenções. Para Coyne, que era também professor de astronomia da Universidade do Arizona, “a realidade dos UFOs é algo muito provável no infinito mistério da criação”. Mas ninguém falou de maneira tão abrangente sobre essa realidade como o monsenhor Corrado Balducci, teólogo da Cúria do Vaticano e uma das figuras mais respeitadas da Igreja Católica — que foi amigo e conselheiro pessoal do papa João Paulo II até falecer, em 20 de setembro de 2008. Para o religioso, não há a menor dúvida de que o universo está cheio de vida. “Não existe nada mais óbvio do que isto”, defendia. “Que estamos sendo observados por seres pertencentes a civilizações mais avançadas, idem. A questão está em entender o que querem aqui nossos misteriosos e curiosos visitantes”, declarou certa vez ao editor da Revista UFO A. J. Gevaerd, durante um congresso em San Marino [Veja edição UFO 067, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Balducci chegou a falar publicamente, inúmeras vezes, sobre vida extraterrestre e o Fenômeno UFO, inclusive na TV italiana. Foi conferencista em congressos ufológicos realizados em seu país e até no exterior, assombrando e surpreendendo a todos com sua percepção da realidade e, sobretudo, com a maneira corajosa como encarava o tema. O teólogo sempre acreditou que os extraterrestres que nos visitam estão em um estágio intermediário entre os humanos e os anjos. “Eles são mais espírito, nós somos muito mais corpo do que espírito”, garantindo ainda que o homem era algo frágil, feito de alma e matéria, e levado freqüentemente a fazer o mal em vez do bem.
Em sua opinião, os UFOs seriam um elo de ligação com anjos e, conseqüentemente, com Deus. “Os alienígenas não são entidades demoníacas, pois a misericórdia de Cristo não permitiria”, dizia, demonstrando uma posição que contrariava algumas linhas religiosas evangélicas, que, apesar de admitirem a realidade dos UFOs e seus tripulantes, defendem uma interpretação negativa e mesmo demoníaca para o fenômeno.
Ainda segundo Balducci, os ETs seriam superiores aos terrestres e, portanto, poderiam nos ajudar em nossa caminhada — inclusive no sentido espiritual. “Certamente são melhores do que nós. É difícil imaginar alguma coisa pior do que os seres humanos”, brincava. Como exorcista consagrado — sim, pouca gente sabe deste detalhe de sua biografia —, o monsenhor deixava mais evidente sua posição frente ao Fenômeno UFO quando afirmava que fazia parte de uma comissão do Vaticano que trabalhava com a possibilidade de um dia contatar alienígenas. Não era segredo para ninguém que uma de suas metas era fazer com que o restante do clero e dos católicos aceitasse a presença alienígena na Terra e tivesse uma relação mais aberta quanto ao assunto.
Novas revelações ainda mais fortes
Curiosamente, poucos meses antes da morte de Balducci, em 13 de maio de 2008 — quando se comemorava mais um aniversário da primeira aparição em Fátima —, o jornal L’Osservatore Romano, órgão oficial da Santa Sé, publicou uma entrevista detalhada e reveladora com outro integrante da cúpula católica. Desta vez era o padre jesuíta argentino e astrônomo José Gabriel Funes, que em 2006 fora ordenado diretor do Observatório do Vaticano, situado em Castel Gandolfo, na vizinhança de Roma. A manchete da entrevista foi “Os Extraterrestres São Nossos Irmãos” e o texto correu o mundo, arrancando as mais diversas reações [Veja edição UFO 143, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Funes declarou que não havia qualquer impedimento ou contradição entre a fé católica e a existência de outras formas de vida no universo, inclusive superiores ao homem. Chegou até a falar da possibilidade de haver seres que não tenham cometido o “pecado original”. “Como astrônomo, continuo a acreditar que Deus foi o criador do universo. Tal como existe uma multiplicidade de criaturas na Terra, poderia haver outros seres, igualmente inteligentes e criados por Deus”, afirmou o jesuíta, enfatizando a estimativa de 100 bilhões de galáxias, cada uma com bilhões e bilhões de estrelas, em torno das quais poderiam orbitar planetas. O que causou mais espanto, entretanto, foi a afirmação referente à existência desses seres. “Se existirem, os extraterrestres deveriam ser considerados nossos irmãos”.
José Gabriel Funes, duas vezes Ph.D. em sistemas estelares binários, não disse nada que já não tivesse sido afirmado antes por outras personalidades da Igreja. Sob certo ponto de vista, foi até mais controlado e manteve limites, mas desta vez, ao contrário de seus antecessores, havia uma inegável orien
tação na forma como deveria ser conduzida sua entrevista, de maneira a atingir um resultado previsto. Afinal, afirmações deste tipo, feitas por um dos principais assessores científicos do papa Bento XVI, não seriam publicadas com destaque no principal órgão de divulgação da Santa Sé sem uma precisa e refletida orientação. Aliás, eu diria até mais do que isto: as declarações de Funes, naquele momento, provavelmente faziam parte de mais um passo do processo que visa aproximar o Vaticano da verdade sobre a presença alienígena na Terra.
Preparação para um contato definitivo
Por trás das referências feitas por José Gabriel Funes e seus antecessores está a confirmação inequívoca de que o Vaticano reconhece a possibilidade de vida extraterrestre inteligente. Além, é claro, da confirmação do conhecimento da Santa Sé sobre a natureza do Fenômeno UFO e suas implicações, principalmente para as religiões. A Igreja está fazendo o caminho de volta para uma realidade que, por ignorância não só de alguns de seus líderes em um passado secular, mas da própria humanidade, foi sufocada. Estamos diante de um programa de preparação em nível planetário para um contato com representantes de várias civilizações espaciais, assim como a confirmação de sua ação em nosso passado misterioso e até mesmo em nossas origens. Não seria surpresa que a Igreja Católica venha ainda a tomar posições decisivas nesse contexto.
Em novembro de 2009, por ocasião do Ano Internacional da Astronomia, o Vaticano promoveu a Semana de Estudos sobre Astrobiologia, e mais uma vez seus pesquisadores receberam destaque da mídia. O evento comemorava, ainda, os 400 anos das primeiras observações telescópicas de Galileo Galilei, personagem absolvido de suas “heresias” pelo papa João Paulo II e agora alvo de homenagem da própria Igreja. Na oportunidade, o padre Chris Impey, astrônomo da Universidade do Arizona e um dos principais cientistas do Vaticano, disse estar certo de que, “em alguns anos, outras formas de vida no universo serão encontradas, seja no Sistema Solar ou fora dele”.
Enfim, algo parece estar realmente sendo gestado. Uma grande revelação a respeito de vida extraterrestre pode acontecer a qualquer momento — e não seria surpresa que viesse de Roma. Afinal, quem há dois mil anos declarou ao mundo que “a casa do meu Pai tem muitas moradas”?
Fátima, um segredo que atravessa os séculos
por Marco Petit
Como inúmeros casos bíblicos em que se manifestaram seres pertencentes ao chamado “mundo divino”, a entidade contatada e observada pelos três principais protagonistas das aparições de Fátima transmitiu a eles previsões sobre nosso futuro imediato que, em conjunto, passaram a ser denominadas simplesmente de A Mensagem de Fátima. Seu teor, pelo menos em parte, já se realizou. Mas, ao contrário do desejo expresso da entidade, parte de suas previsões foi mantida longe da humanidade por decisão da Igreja Católica, suscitando inúmeras interpretações.
Para expressiva parcela de estudiosos do assunto, inclusive religiosos, a parte mantida em segredo faria menção ao final dos tempos, a uma grande guerra global e incluiria até detalhes do fim da Igreja Católica. Para outros pesquisadores, esta parte oculta conteria informações sobre a chegada de extraterrestres ao planeta e a um contato oficial e definitivo. O fato é que, depois de décadas de silêncio e de evidente “desobediência”, em 2000, quando ninguém mais esperava essa divulgação, houve a liberação de um dado que acabou suscitando ainda mais polêmica, devido o conteúdo levado a público.
A revelação aconteceu em conferência pública realizada no Vaticano, em 26 de junho, tendo à frente o arcebispo Tarcísio Bertone, na qualidade de secretário da Congregação para a Doutrina da Fé. Mas foi o então cardeal Joseph Ratzinger, hoje o papa Bento XVI, que presidiu o ato do referido grupo. Entretanto, seu conteúdo foi desconsiderado por muitos, pois entrava em contradição com comentários que já haviam sido feitos antes, inclusive pela própria Lúcia, uma das videntes de Fátima. Além disso, a mensagem mantida durante tanto tempo em segredo, segundo as palavras de Ratzinger, se restringia apenas à profecia sobre o atentado sofrido pelo papa João Paulo II, em 13 de maio de 1981, quando o turco Mehmet Ali Agca disparou contra o religioso na Praça de São Pedro, acertando-o dois tiros.
Contradição evidente
Sobre esse assunto e os motivos para a manutenção do segredo, o próprio João Paulo II já havia declarado: “Por causa da gravidade do conteúdo, meus predecessores na cátedra de São Pedro privilegiaram uma disposição diplomática. Já deveria ser suficiente a cada cristão saber o seguinte: na medida em que se pode ler que os oceanos submergirão partes inteiras da Terra, que os homens serão chamados de volta a qualquer momento, e aos milhões, então já não se deveria mais ansiar pela revelação desse segredo. Rezem e não continuem a perguntar, confiem na mãe de Deus para todo o resto”.
Joseph Ratzinger, ainda cardeal, fez certa vez uma declaração que hoje não se encaixa na atual revelação do terceiro segredo. Chegou a colocar em xeque a origem da profecia, expondo que uma mensagem que comprometa os ensinamentos do evangelho não poderia ter vindo de Deus. E foi mais além: classificou as mensagens como “públicas”, caso venha de Deus, e “privadas”, caso venha por outros meios. Não se sabe exatamente o que ele quis dizer com isto. O fato é que, apesar de toda a mística, envolvimento e suposto reconhecimento que a Igreja fornece aos episódios de Fátima, o Vaticano até hoje não endossou a origem divina daqueles fatos. Não há um posicionamento assim. Por quê? Talvez o próprio conteúdo ainda não divulgado da mensagem recebida em 1917 esteja na raiz deste segredo.