O Narval, um instrumento conhecido como espectropolarímetro estelar, foi instalado no telescópio Bernard Lyot, nos Pirineus franceses. O objetivo do artefato é analisar os campos magnéticos de estrelas e, mais especificamente, os efeitos desses campos nas estrelas e planetas ao seu redor.
“Campos magnéticos são ingredientes essenciais das vidas das estrelas. Eles não são apenas marcadores da história, mas têm papel fundamental na evolução das estrelas”, disse Pascal Petit, astrônomo do Laboratório de Astrofísica de Toulouse-Tarbes e diretor científico do Narval.
Segundo o Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, graças ao Narval o Telescópio Bernard Lyot passa a ser o principal observatório no mundo dedicado ao estudo de campos magnéticos. “Apesar da importância dos campos magnéticos, pouco se sabe sobre eles. Mesmo o campo magnético solar permanece um mistério para nós”, disse Petit, destacando a importância do Narval.Segundo informações da Agência Fapesp, apenas outro instrumento é capaz de fazer este tipo de análise. É o Espadons, que equipa o Telescópio Canadá-França-Havaí. Com a chegada do Narval, os cientistas comemoram a totalidade da cobertura do magnetismo estelar, uma vez que o Sol se põe no Havaí quando está nascendo nos Pirineus.
Para demonstrar o potencial do Narval, a estrela SU Aurigae, localizada a 450 anos-luz do Sol, foi escaneada continuamente pelo Narval e pelo Espadons por um grupo internacional de astrônomos.
“Com apenas pouco milhões de anos de existência, a SU Aurigae é cerca de mil vezes mais nova do que o Sol. Nessa idade, uma estrela ainda não está totalmente formada e continua a atrair o material que está em torno dela”, explica Jean-François Donati, diretor de pesquisa do CNRS e projetista dos dois espectropolarímetros estelares.