Desde o avistamento de nove discos voadores pelo piloto civil norte-americano Kenneth Arnold, em 1947, que o fantástico, o impossível e o bizarro vêm delineando a Ufologia, motivo pelo qual esta disciplina, tão promissora, nunca ultrapassou os limites da paraciência [Que se aproxima ou está ligado ao que é científico, mas não é reconhecido como tal]. O termo disco voador, aliás, em sentido estrito, nunca serviu para definir adequadamente esses enigmas que ora pairam no ar, ora submergem nos oceanos e ora se transladam para o invisível, para as outras dimensões da matéria. Disco, em suma, soa muito genérico para rotular objetos muitas vezes piramidais, esféricos, triangulares, disformes ou mesmo polimorfos, que são, ou parecem ser, metálicos, gasosos, plasmáticos, luzes sólidas, verdadeiros fantasmas dos céus em aparições efêmeras.
A possível tecnologia destas naves surpreende até os que estão familiarizados com que há de mais avançado. Usariam eletromagnetismo? Antigravidade? Energia fotônica ou nuclear? A magia ainda parece sempre a melhor forma de comparação. E o que dizer dos tripulantes? São sirianos, aldebaranos, alfa-centaurinos, reticulianos? Já abandonamos a velha crença ingênua das décadas de 50 e 60, de que seriam marcianos, venusianos ou jupterianos. Naquele tempo, o romantismo da ficção científica gerava clássicos como O Dia em Que a Terra Parou [Dirigido por Robert Wise, em 1951], no qual Klaatu preocupava-se com o futuro do Sistema Solar. A ciência astronômica e exobiológica já demonstrou, sem sombra de dúvida, que estamos sós no Sistema Solar. Não existem seres inteligentes ou outras civilizações entre Mercúrio e Plutão — e soam falsas quaisquer premissas de que os discos venham do causticante Vênus, do desértico Marte, do hipergasoso Júpiter ou do gélido Urano. A Terra é a verdadeira pérola de vida no sistema. Estaríamos, portanto, recebendo visitas de fora de nossa família solar?
Profundas sequelas na humanidade
No entanto, a maioria dos filmes que registraram supostos ou alegados discos voadores em voo pela nossa atmosfera é inconsistente e não prova de que estamos sendo realmente visitados — nada menos do que 90% das ocorrências podem ser descartadas como enganos, fraudes ou fenômenos naturais, nesta ordem. Estudiosos especializados na área analisaram milhares de películas e chegaram a obter um filtro capaz de rejeitar até 99% dos casos — um grande avanço nas metodologias de pesquisa e na seriedade no tratamento das ocorrências. Porém, no entanto, o fenômeno persiste — e cresce a cada dia.
Ponto para a Ufologia, que vem amadurecendo. Resta uma pequena margem de casos inexplicados, de apenas um a 10%, e que se aplica também às dezenas de milhares de testemunhos, abduções e contatos via telepatia, psicografia ou mediunidade. Apesar dessa introdução um tanto desalentadora, o Fenômeno UFO em si é incontestavelmente real. Ele tem deixado sequelas profundas na humanidade, desafiado cientistas e militares e preocupado governos de todas as nações. E ainda tem se infiltrado nas religiões e na espiritualidade de centenas de grupos tradicionais ou de vanguarda — se os UFOs não existissem, isso significaria que a humanidade estaria acometida pela maior crise de histeria e paranoia coletiva da história.
Uma ideia preconcebida criou bases profundas e arraigadas entre as tantas teorias aventadas para tentar explicar a presença de nossos visitantes, o que prejudicou a compreensão total do fenômeno. Em 1938, um editor novato chamado Raymond Palmer assumiu a inexpressiva direção da revista de pulp fiction [Literatura popular, barata, descartável] Amazing Stories e deu início a uma nova série de histórias recheadas de donzelas em perigo e monstros espaciais gigantes. Vislumbrando as promessas tecnológicas da época, inspirando-se em obras como as do inglês Charles Fort, autor de O Livro dos Danados [Editora Hemus, 1985] e estimulando ao máximo a capacidade imaginativa, modernizou o gênero do realismo fantástico e, por extensão, a própria ficção científica.
Imaginário coletivo
A tiragem da revista só aumentava ao longo dos anos, até que, em 1948, na esteira do sucesso, Palmer resolveu lançar a revista Fate, dedicada exclusivamente à insurgente mania dos discos voadores, que ele mesmo, em grande parte, ajudou a forjar. Assim, a hipótese extraterrestre (HET), advinda da ficção científica dos anos 30, 40 e 50, acabou contaminando todo o imaginário coletivo da população e da imprensa sensacionalista norte-americana. Qualquer visão de UFO era logo associada às naves voadoras de Flash Gordon ou Buck Rogers. Logicamente, só podiam ser visitantes do espaço. Entretanto, Arnold descrevera não exatamente discos, mas asas voadoras similares a uma “bolacha mordida”, em tudo semelhantes aos projetos aeronáuticos secretos alemães que vieram à tona após a derrota do eixo nazifascista na Segunda Guerra Mundial.
Temos que reconhecer que, por mais que se atribua o desenvolvimento de transistores, chips e outras tecnologias a tal “engenharia reversa”, aplicada no disco resgatado em julho de 1947 em Roswell, no Novo México, a verdade é que grande parte da indústria de guerra atual foi baseada em modelos e pesquisas da Alemanha nazista — existem teorias de que os próprios alemães teriam recebido tecnologia de ufonautas de Hiperbórea, um mundo paralelo abaixo da superfície, além do polo. Essa região notável, dentro da chamada Terra Oca nunca foi localizada geograficamente. Muitos acreditam que seja uma região dimensional, e que certos escolhidos da alta cúpula hitlerista, sob a proteção de seres nórdicos que dirigem Hiperbórea, refugiaram-se nesse local no pós-guerra.
Os ufólogos vêm agrupando, ao longo das décadas, a imensa e variada galeria tipológica de seres em cinco grandes categorias razoavelmente coerentes — alfa, beta, gama, delta e ômega —, das quais apenas duas se destacam como executoras da grande maioria das intervenções: os alfas e os betas. Os primeiros, também chamados de grays [Cinzas], variam de 90 cm a 1,5 m altura, apresentam compleição física esquálida, cabeça grande desproporcional ao corpo e imensos olhos negros. São considerados maléficos devido à sua atitude invariavelmente fria e calculista perante o sofrimento ou reações humanas. São os responsáveis pelas chamadas abduções, nas
quais a pessoa capturada a sua revelia é submetida a contragosto a uma série de exames médicos, experimentos genéticos e coletas de materiais orgânicos como óvulos, esperma e sangue.
Livre arbítrio humano
Não raro também obrigam o abduzido a copular com fêmeas humanoides dentro do UFO. Conseguem induzir homens e mulheres a uma excitação anormal e de grande prazer. Já o tipo beta, também chamado humano ou nórdico, varia de 1,8 a 2,5 m de altura, e em termos de constituição física se equipara em perfeição e beleza aos deuses do Olimpo. São louros ou morenos, com olhos claros e amendoados — são considerados benevolentes devido a seu aparente respeito ao livre arbítrio humano. Difundem mensagens espiritualistas, benfazejas, ecológicas ou pacifistas. Não abduzem, mas antes convidam seus contatados a com eles viajar em suas naves brilhantes e reluzentes e mantêm um comportamento sempre amistoso, explicando espontaneamente quase todos os aspectos de seu mundo de origem.
Estes visitantes extraterrestres conseguiriam induzir homens e mulheres a se sentirem privilegiados, escolhidos, eleitos para a missão de intermediários entre eles e nós, arautos e inauguradores de uma nova era. Mas ambos os tipos são dotados das mesmas habilidades de contrariar todas as nossas leis físicas, atravessar materiais sólidos, desmaterializar-se, anular a gravidade e a inércia, alterar estados de consciência, efetuar contatos psíquicos via telepatia, psicografia ou mediunidade, andar por dimensões paralelas — além de modificar à vontade suas aparências. Em várias ocasiões já foram vistos atuando em conjunto. Projetores extrafísicos, como Wagner Borges, consultor da Revista UFO e diretor do Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas (IPPB), afirmam que esses extraterrestres são comumente encontrados nos planos espirituais.
O comportamento de nossos visitantes extraterrestres indica que podem usar disfarces para nos observar. Eles podem ter as mais variadas aparências e se mostram ora amistosos, ora hostis, dependendo de seus interesses
Tais entidades estariam favorecendo a criação de centenas de grupos de contatos em todo o mundo. Para tanto, mantêm uma espécie de vínculo paranormal com seus escolhidos. Alguns dos mais conhecidos foram o grupo Rama, de Sixto Paz, no Peru, a Fundação Unarius, de Ruth Norman, nos Estados Unidos, o movimento Raeliano, de Claude Vorilhon, na França. Esses grupos costumam ter uma vida muito efêmera ou inconstante, cheio de altos e baixos, crescendo repentinamente e desaparecendo ou minguando seus quadros com o tempo. Em geral, afirmam peremptoriamente estar em contato permanente com seres superiores vindos das estrelas, confederações de planetas, comandantes de astronaves etc.
Ego de sensitivos
Na realidade tais associações vagueiam entre a mentira, a crença infundada e contatos com espíritos enganadores e entidades ou seres negativos que perambulam por aqui mesmo. Dos grupos que sobrevivem, alguns têm seus quadros sempre totalmente renovados, pois as pessoas vão se desligando assim que a empolgação inicial desvanece e descobrem que não estão sendo orientadas por nenhum grupo superior ou das estrelas, e sim pelo ego de sensitivos ou mesmo por gente sem escrúpulos — pelos frutos se conhece a árvore, e os “espaciais” deixam muito a desejar. De tudo o que ensinam, não há praticamente nada que já não tivesse sido alguma vez transmitido pela própria tradição antiga.
A vida dos seguidores, quase sempre, é abalada por uma série de eventos desastrosos. Muitos abandonam suas famílias e seus empregos, outros vendem seus bens e investem tudo no grupo, alguns enlouquecem e, no final, todos se veem frustrados. As informações de uns não convergem com as de outros, ou seja, mais um completo desserviço espiritual. Nada de aproveitável resulta desses contatos ditos superiores, mas, mesmo assim, por incrível que pareça, neste exato momento milhares de pessoas estão deixando-se enganar por espertalhões deste e de outros planos, perdendo tempo, dinheiro e principalmente o equilíbrio mental e o bom-senso. Em pouco tempo serão sugadas suas energias físicas, psíquicas e monetárias. Constroem-se retiros, templos, bases de preservação, quando na verdade nada disso é preciso, pois todas as respostas estão em nós mesmos.
Entretanto, um aspecto de grande importância na análise de supostas atividades extraterrestres em nosso planeta, refere-se ao fato de todos os cinco tipos classificados apresentarem a mesma morfologia básica do ser humano, ou seja, cabeça, tronco e membros. Seu tamanho varia bastante, mas sempre dentro do padrão humano, que vai do pigmeu africano ao jogador de basquete. São também dotados dos nossos cinco sentidos, com o acréscimo de um sexto, o psíquico, nos moldes do que é idealizado pelo Movimento Nova Era. Porém, é claro, totalmente desenvolvido. Praticam as suas operações na atmosfera terrestre respirando muito bem o nosso ar, tanto ao nível do mar, quanto sobre os picos mais altos ao redor do Titicaca. Até nossos melhores atletas sofrem com essas alterações bruscas de altitude — nossa temperatura ambiente também não os incomoda, nem no escaldante Nordeste brasileiro ou nas congeladas regiões polares.
Sistema imunológico perfeito
As emanações eletromagnéticas do nosso Sol são bem absorvidas pelos seus organismos ultrarresistentes. A nossa gravidade e pressão atmosférica não os afetam em nada. Vagueiam livremente e sem nenhuma proteção especial ou evidente, o que é outro dado incrível, já que nossos astronautas, no espaço ou na superfície da Lua, necessitam de roupas pressurizadas e locomovem-se com muita dificuldade e mau jeito. E diferente do filme Guerra dos Mundos [Dirigido por Steven Spielberg em 2005], seu sistema imunológico é perfeito, e nossos microrganismos não afetam suas funções vitais — estão mais à vontade aqui do que nós mesmos. Cabe-nos, portanto, perguntar: como é possível a um ser extraterrestre legítimo, oriundo de um planeta distante, outra estrela, estar perfeitamente adaptado a todas as condições climáticas, atmosféricas e gravitacionais de nosso globo?
E mais: como podem enxergar na mesma frequência do espectro? Como podem sintonizar telepaticamente seu cérebro, se é totalmente diverso do nosso? Como podem ter padrões lógicos, filosóficos e éticos compatíveis com a maioria das crenças espiritualistas orienta
is, bíblicas ou antigas? Como podem, estando vivos na matéria, compartilhar também o mundo dos espíritos? Alguns projetores garantem que todos são apenas espíritos umbralinos [Do umbral, reino obscuro e sombrio no limiar de mundos] disfarçados de ETs para enganar e obsedar as pessoas. Não é possível fechar essa questão, mas tem havido muita enganação ao longo do tempo. É hora de refletir, pois somente aqui na Terra existem milhares de espécies diferentes — é a chamada biodiversidade. Há nadadores, voadores e terrestres, vertebrados e invertebrados, carnívoros e herbívoros, sexuados e assexuados, hermafroditas, répteis, mamíferos, marsupiais, quelônios, aves etc.
Ufologia com espiritualidade
Como pode um ET ser tão bem adaptado a este planeta quanto nós? Não deveriam ser muito diferentes? O peixe trazido para fora d’água perece, e dependendo da profundidade de onde venha, estoura. O pinguim trazido pelas correntes marítimas morre ao aportar nas praias tropicais. Os pássaros migram em busca de estações mais amenas, assim como os ursos hibernam. Toda forma de vida tem seu habitat natural apropriado à sua sobrevivência. O ser humano na Lua, sem proteção, seria queimado pelo Sol, pereceria por falta d’água e de oxigênio e sua pressão interna o mataria. Por que alguém de outro planeta estaria isento de todas as consequências das leis fundamentais da biologia, da física e da química? A menos que fosse alguém, de alguma forma, originário daqui mesmo. Alguma forma de vida intrínseca à própria Terra.
Devemos nos concentrar em outras teses para explicar o que parece inexplicável. Os ufólogos criticam a ciência por sua ortodoxia e seus preconceitos, porém incorrem nos mesmos erros quando não abrem o leque de possibilidades e insistem erroneamente que os UFOs são apenas espaçonaves extraplanetárias, tripuladas por civilizações inteligentes do universo e ponto final. Subsiste uma margem mínima de questionamentos — é aqui que reside toda a base da nossa problemática. Na busca de uma resposta mais compatível com os fatos, urge recorrermos a teorias alternativas, mesmo sendo as mais complexas e controversas. Ouso defender, por exemplo, a ligação da Ufologia com a espiritualidade, não propriamente o aspecto benéfico dos contatos, e sim suas formas mais perigosas e negativas. Talvez estejamos sentados em cima de um barril de pólvora prestes a explodir, sem sequer nos darmos conta de sua natureza destrutiva — precisamos ter consciência disso.
Entre os livros históricos, a Bíblia narra uma luta incessante entre os anjos fiéis e os anjos decaídos, o bem e o mal. É nessa luta que vem sendo travada há mais de 4.000 anos que se encontra a resposta para muitos de nossos enigmas atuais. Um dos piores obstáculos para o devido entendimento é o excesso de reducionismo que antropomorfiza [Empresta forma ou atributo humano] demais esses mensageiros celestes, bem como as manifestações dos Elohim. Tendemos a adaptar todos os relatos à nossa estreita visão científica e cartesiana. Adequamos a nuvem ao disco voador, o anjo ao astronauta e Deus a um comandante geneticista extraterrestre. É o limite da nossa compreensão atual, então descartamos todo o resto como tolices. Não nos atemos ao que é fundamental, ou seja, o âmago espiritual das escrituras.
Enfraquecimento espiritual
Uma vez que muito antes do surgimento do homem na face da Terra já existiam anjos e mensageiros divinos que formavam o “exército celeste”, os deuses antigos, anjos, querubins etc não poderiam ser extraterrestres. Quando da primeira rebelião, o anjo chamado Lúcifer voltou-se contra o Criador, arrebanhando um terço de suas fileiras. O final do embate é também muito conhecido — todos os rebelados foram precipitados na Terra, onde foram presos por toda a eternidade. Só depois é que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, conferindo-lhe o direito e a capacidade de reinar sobre todos os outros seres viventes, crescer e multiplicar-se. E os anjos decaídos que já andavam por aqui? Estava criado o primeiro conflito de interesses no globo.
Mas quais seriam aqueles que herdariam a Terra? O homem, coroa da criação, protegido divino ou os anjos rebeldes, inteligentes e poderosos, denominados “potestades do ar”, senhores da atmosfera, livres da gravitação pela própria natureza? Essas inteligências aceitariam uma segunda derrota ou fariam de tudo para escravizar a humanidade e destruí-la? Domínio sempre foi uma questão de força. Se ele ainda não se firmou totalmente, é por causa de uma grande força contrária ainda presente. Vivemos uma época de grande afastamento de nossas proteções naturais e divinas, um verdadeiro enfraquecimento espiritual. O mal, a cobiça, a sede de poder e a luxúria estão imperando cada vez mais — aqueles que vêm tentando o domínio usarão todas as nossas fraquezas contra nós mesmos. Todo tipo de crença, filosofia ou engano. Será que não se passavam por deuses antigamente, e hoje se passam por extraterrestres? Não serão versáteis em sua apresentação?
Vejamos que os UFOs nunca infundiram sensação de paz, harmonia ou bem-estar. Muito pelo contrário. Em 1977, A Amazônia foi assolada por uma onda de avistamentos de luzes alcunhadas adequadamente pelo termo chupa-chupa, já que atacavam as pessoas para retirar seu sangue [Veja edições UFO 114 a 117, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br]. Sangue é vida, é essência espiritual materializada. Houve muitos casos de morte e de pessoas atemorizadas. O impacto social foi tão grande que a aeronáutica investigou esses casos sob o codinome de Operação Prato. O biólogo Daniel Rebisso Giese escreveu um livro obrigatório abordando essa fenomenologia com um titulo bastante sugestivo: Vampiros Extraterrestres na Amazônia [Belém, edição do autor, 1991], no qual ele diz: “Parece evidente que os discos voadores arrebatam seres humanos e animais. Muitos extraem órgãos e membros importantes dos animais”.
Seriam os mesmos deuses primitivos sedentos pelo nosso líquido vital? Tudo leva a crer que sim. Na década de 60, em West Virgínia, Estados Unidos, houve uma onda de aparições de UFOs. Simultaneamente, animais foram encontrados mortos e mutilados em várias fazendas. O mais bizarro, no entanto, foram as aparições do chamado de mothman nesses locais. Tratava-se de uma espécie de homem-morcego de 1,5 a 2 m de altura, cinzento ou castanho, muitas vezes sem cabeç
a aparente, mas com olhos vermelhos e brilhantes na altura do pescoço — voava em alta velocidade sem bater as asas, soltava guinchos semelhantes aos dos morcegos e exalava um odor repelente.
UFOs e vítimas de possessão
Eis o que concluiu o ufólogo John Keel, um dos que mais se dedicaram a investigar essas aparições insólitas: “A demonologia vem há séculos estudando casos que em tudo se parecem com os de UFOs. E que as vítimas de possessão sofrem dos mesmos traumas físicos e emocionais que os contatados e vítimas de UFOs”. De forma assemelhada, Porto Rico celebrizou-se, na segunda metade da década de 90, com os casos de ataques do chupacabras, um monstrengo peludo, do tamanho aproximado de um homem, com olhos vermelhos, unhas compridas e cortantes como facas, que chupava o sangue de animais e atacava seres humanos. Sempre foram vistos nas proximidades de locais de avistamentos de UFOs e chegou-se a aventar que fossem animais extraterrestres domesticados para roubar sangue ou que eram soltos para que se alimentassem — não demorou a que esses ataques se transladassem a outros países, inclusive o Brasil.
Cabe aqui lembrar que em todos os rituais de magia negra, as entidades sempre fazem questão de sangue. Os animais são dotados de hipersensibilidade, principalmente em relação ao perigo. Nos mais diversos casos em que animais domésticos ou selvagens estiveram de frente com o Fenômeno UFO, eles se comportaram manifestando intenso terror. Os cães latem desesperados, o gado fica alvoroçado e os cavalos saem em disparada. De tão apavorados, destroem cercas, porteiras e correntes. Quando, na década de 60, Geraldo Simão Bichara foi abduzido dentro do quartel da Escola de Sargentos das Armas (ESA), em Três Corações (MG), toda a guarnição da cavalaria escapou, arrebentando correntes — e foram difíceis de serem recapturados e acalmados.
Assim, a presença de UFOs nunca passa despercebida — ao contrário, sempre infunde apreensão e desperta instintos de autopreservação. Não é para menos, pois cavalos, bois, carneiros etc, sempre foram as vítimas preferenciais dos extraterrestres, chupacabras etc, que extirpam seus órgãos reprodutores, olhos, orelhas, ânus e outras partes vitais. É lícito concluir que os tripulantes dos UFOs, aparentemente, não se importam com o impacto negativo que o encontro dessas carcaças produz. O mínimo que cientistas espaciais verdadeiros fariam ao conduzir alguma pesquisa seria não deixar vestígios de suas atividades, recolher os espécimes necessários e destruir o material não aproveitado, principalmente ante a uma cultura tão agressiva ou reagente como a nossa.
Declarações espantosas
No entanto, o que parece é que nossos visitantes não se preocupam nem um pouco com isso — por acaso não estariam fazendo o mesmo com seres humanos? Na Represa de Billings, zona sul de São Paulo, um pescador foi encontrado morto e mutilado [Pensou-se inicialmente que o caso teria ocorrido na Represa de Guarapiranga, na mesma cidade]. Apesar de nenhum UFO ter sido avistado naqueles dias, seu corpo apresentava mutilações idênticas às encontradas em muitos animais atacados por eles. Lábios, orelhas, olhos, ânus e partes internas do abdômen foram retirados. Discutiu-se muito a possibilidade de ataques por animais silvestres, mas o relatório da autópsia deixou margem a dezenas de perguntas e muitas dúvidas. Talvez o relato mais impressionante a respeito disso seja o de John Lear, piloto e filho do ex-dono da companhia de aviação Lear Jet e que trabalhou para o governo norte-americano por muitos anos.
Tendemos a adaptar todos os relatos à nossa visão científica e cartesiana. Adequamos a nuvem ao disco voador, o anjo ao astronauta e Deus a um comandante geneticista extraterrestre. Não nos atemos ao que é fundamental
Lear conta que um dos primeiros homens a ser mutilado foi o cabo de esquadra Jonathan P. Lowett, que em 1956 trabalhava no campo de White Sands. O corpo desse militar teria sido encontrado três dias depois que um comandante da força aérea testemunhou seu rapto por parte de um objeto em forma de disco, às três da madrugada. “Seus órgãos genitais foram retirados e o reto foi arrancado até o intestino grosso. Seus olhos e sangue desapareceram sem sinal de colapso vascular. Acredita-se que toda a operação foi feita com a vítima ainda viva”, disse o piloto. Outro a tratar do assunto foi Milton William Cooper, ex-militar e ex-agente da Inteligência da Marinha norte-americana, falecido em 2001, que também fez declarações espantosas.
Para Cooper, corpos humanos mutilados teriam sido encontrados por todo o território dos Estados Unidos, junto de animais que sofreram o mesmo fim. “Agora tínhamos certeza de que nem todos os raptados eram devolvidos com vida. Descobrimos que essas entidades tinham estado e estavam manipulando as massas através de sociedades secretas, de bruxarias, de magias, de ocultismo, de filosofias e temas religiosos”. Vendo as coisas por um ângulo histórico, temos o apócrifo Livro de Enoque, escrito em aramaico, que traz um relato muito detalhado acerca dos povos da serpente, da queda dos anjos e da batalha do bem contra o mal. A escritura nos conta como 200 anjos rebelados desceram dos céus para se apossarem da Terra.
Armas, sortilégios e feitiçaria
Ainda segundo o Livro de Enoque, proscrito pela Igreja no cânon das obras reconhecidas como autênticas e divinamente inspiradas, Azaziel ensinou o fabrico de armas, Amazarak os sortilégios, encantamentos e propriedades das raízes, e Samyaza, a feitiçaria. Pela sua traição, foram condenados a permanecerem encarcerados aqui para sempre, nunca mais retornando ao céu. Não são poucos os pesquisadores que sabem que as montanhas estão habitadas por seres invisíveis, mesmo que não concordem entre si quanto à natureza desses habitantes. Anjos decaídos são tidos como uma possibilidade por grupos judaicos e cristãos. Esses seres, que no passado trouxeram a magia e a feitiçaria, estariam ainda hoje controlando essas técnicas malignas, como alerta Cooper, e se passando por ETs?
Dependendo do ângulo em que se observam tais informações, percebemos que as peças se encaixam perfeitamente. E assim, um dos casos mais interessantes que relaciona Ufologia com religiosidade foi pesquisado pelo psicólogo e ufólogo decano Húlvio Brant Aleixo, fundador e presidente do Centro de Investigação Civil dos Objetos Aéreos Não Identificados (Cicoani), e divulgado no Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos sobre Discos Voadores (SBEDV), de setembro de 1973, editado pelo pioneiro ufólogo alemão Walter Karl Bühler. É conhecido como Caso Bebedouro, e o que se segue é apenas uma síntese do alentado relatório de Aleixo:
“José Antonio da Silva, soldado da Polícia Militar de Minas Gerais, foi abduzido no dia 04 de maio de 1969 enquanto pescava, em Bebedouro, por seres pequenos de um metro e 20 cm de altura que o atingiram com um raio paralisante e o arrastaram para dentro de um estranho aparelho. Após levantar voo, ele pôde observar que tinham cabelos longos e avermelhados, barba espessa e pele clara, olhos grandes verde-amarelados, nariz afilado e comprido, boca larga e orelhas grandes”.
“O homem viu alguns vãos, onde estavam enfileirados, em decúbito dorsal (barriga para cima), quatro homens nus, aparentemente mortos. Amedrontado e temendo ser o próximo, apanhou um rosário que sempre trazia consigo e começou a rezar. Os tripulantes ficaram irritadiços e arrancaram seu crucifixo. Subitamente, surgiu somente para José um vulto de um homem de um metro e 70 cm, magro, barba e cabelos compridos, pele clara e usando roupas escuras até os pés como um monge. Essa presença o tranquilizou, e os tripulantes decidiram imediatamente libertá-lo. Foi deixado a 32 km da cidade de Vitória”.
Hierarquias
O relato acima faz lembrar a declaração de L. Warren, de que os ETs sabem exatamente o que é uma religião, mas nada podem divulgar. “Tal revelação os destruiria completamente”. Segundo ele, essa informação lhe foi passada por eles mesmos ao contatado A. Bestenza. Fica claro nestes relatos que existe algo muito maior do que meras visitas de extraterrestres. Por que a oração os irritaria? Será que odeiam que apelemos para hierarquias espirituais acima deles? E se as temem, sabem que estão errados, que serão subjugados.
Tratando de conceitos clássicos da casuística ufológica, sabemos que é quase uma regra que, antes de um contato ou abdução, uma estranha névoa surja no ambiente, como se fosse uma pré-materialização de um ser ou UFO. Isso apenas confirma que eles vêm sempre do invisível. Whitley Strieber, famoso abduzido e escritor norte-americano, autor dos bestsellers Comunhão [Record, 1987] e Transformation [Transformação, The Breakthrough Books, 1988], refere-se a um insistente cheiro de enxofre que sentia durante as aparições dos seres. No incidente ocorrido em Varginha, em janeiro de 1996, as três meninas que viram o ser marrom de olhos vermelhos também relataram o odor de enxofre. Trata-se de um detalhe comum na casuística e não preciso lembrar que é típico da mitologia demonológica.
Sempre mudando de dimensão
A respeito disso, o cientista francês Pierre Gerard conclui: “A conduta dos UFOs é mais adequada ao ocultismo do que à física, e o comportamento dos ETs é idêntico ao dos demônios do passado”. Pode-se avaliar que a grande maioria das manifestações estruturadas de naves e seres sejam materializações esporádicas, com duração de algumas horas, apenas para a realização de algum objetivo concreto. Essa situação forçada demanda a manipulação de altas quantidades de energia que não podem ser mantidas indefinidamente. Assim, findo o prazo ou interrompido o processo, esses ufonautas retornam ao seu plano dimensional ou espiritual original — daí a quase total escassez de fragmentos ou provas de sua presença. Ficamos apenas com os efeitos secundários, como alteração do solo, vegetação chamuscada ou queimaduras e marcas nos seres humanos.
Talvez jamais encontremos uma base física de operações, apesar de suspeitarmos das coordenadas de dezenas somente no Território Brasileiro — teoricamente elas estão lá, mas quando chegamos ao local só o que vemos são florestas e montanhas. Se dispuséssemos de um poderoso aparelho de raios-X, capaz de perscrutar o interior de uma montanha ou o fundo de uma fossa abissal, ainda assim nada encontraríamos, pois não estão neste mundo físico, mas habitam o invisível. A juíza Denise Frossard é uma autêntica testemunha disso. Em 1993, ao amanhecer, na praia do Leblon, no Rio de Janeiro, ela e alguns amigos avistaram um objeto cilíndrico prateado e com intensa luminosidade, conforme seu relato: “Ele fazia movimentos erráticos e se deslocava rapidamente. Ele não partiu em nenhuma direção específica. Ele simplesmente desapareceu em pleno ar”. Ou seja, estão sempre mudando de dimensão.
Homens de preto
Não podemos também desprezar a cultura ufológica em torno dos chamados homens de preto, que também parecem não pertencer à nossa dimensão concreta. Trajados à moda dos agentes da CIA, comportam-se de maneira aparentemente ilógica — seus carros negros surgem do nada e somem da mesma maneira. Visitam testemunhas-chave envolvidas com contatos extraterrestres e delas exigem silêncio. À primeira vista, parecem agentes do governo. Os legítimos, porém, são seres dimensionais, manipuladores da matéria, que se apresentam dessa forma justamente para camuflarem sua real natureza. Se fossem apenas agentes terrestres investigando ocorrências não seriam tão perigosos, mas se tratam de agentes da grande conspiração que permeia nosso mundo dominado pela obscuridade e ignorância espiritual.
Vendo as coisas por um ângulo histórico, temos o apócrifo Livro de Enoque, escrito em aramaico, que traz um relato muito detalhado acerca dos povos da serpente, da queda dos anjos e da batalha do bem contra o mal
Nessa miríade de fatos que orbitam a
casuística ufológica, sabemos que nossos visitantes extraterrestres sistematicamente recusam um contato físico programado, alegando sempre, é claro, o nosso despreparo. Já os seus contatados, via de regra, afirmam que estiveram com eles, viajaram pelo espaço ou mesmo visitaram seu planeta natal — e como é sabido, nunca puderam trazer sequer uma lembrancinha qualquer da espaçonave. O suíço Eduard “Billy” Meier alega que manteve centenas de contatos com extraterrestres altamente espiritualizados das Plêiades em sua chácara na Suíça. Ele, ao contrário dos demais, trouxe afinal uma amostra metálica que chegou a ser analisada pelo laboratório de pesquisas da IBM, na Califórnia. Mas qual era o nome da tripulante com quem manteve contato? Semjaze, nome praticamente igual à Semyaza ou Samyaza, líder dos anjos caídos descrito por Enoque.
“Realidade paralela”
A amostra de Meier era totalmente incomum quanto à estrutura, fundição e constituição. Porém, o mais incrível é que simplesmente evaporou no laboratório, demonstrando ter também uma natureza material induzida, logo se desmaterializando — não era real ou da nossa realidade. O próprio astrofísico Joseph Allen Hynek, de formação científica ortodoxa e materialista, declarou com todas as letras: “O que mais me intriga nos UFOs é seu isolamento no espaço e no tempo. As aparições duram pouco e vem do nada e voltam para o nada. Isso sugere muito mais uma realidade paralela do que visitas de um planeta distante”.
Igualmente parte deste quebra-cabeça, não são poucos os grupos e seitas que afirmam que os próprios UFOs são seres vivos. O mais polêmico e conhecido é a seita uforeligiosa Cultura Racional, com sede em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Seu fundador, Manoel Jacinto Coelho, já falecido, afirmava em sua série de livros Universo em Desencanto que os UFOs são as próprias entidades extraterrenas — o que ele chamava de “seres do mundo racional”, que vêm ao plano físico da Terra. Coelho dividia as entidades que atuam no astral da Terra em inferiores ou negativos, os quais incorporam se passando por espíritos, caboclos e exus. Já os seres racionais surgiriam como bolas ou discos luminosos, e ambos estão interessados nos seres humanos. Será que desde sempre não estivemos no centro de uma grande disputa entre o bem e o mal?
As afirmações de Coelho nos remetem às sondas ufológicas, bolas luminosas de pequeno tamanho, variando de 10 cm a 1 m de diâmetro, frequentemente observadas em locais de alta incidência de aparições, principalmente no litoral e interior dos estados — demonstram comportamento inteligente, voam desde grandes altitudes como também ao nível do solo. Já foram filmadas no céu, em florestas e sobre o telhado de residências, vide o célebre filme do bairro de Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Muitas vezes entram pelas janelas de casas e apartamentos fazendo uma espécie de vistoria no local, daí terem sido denominadas sondas, pois se supõem que sejam aparelhos rastreadores de espaçonaves maiores.
Entidades da mata
Em muitos casos as sondas ufológicas se dividiram em mais de uma, atravessaram paredes ou mesmo foram cortadas por um facão ou chicote. Alguns pesquisadores e pessoas do interior creem que estão vivas e são entidades da mata, como a Mãe do Ouro, o Boitatá, a Caipora ou mesmo fadas, dependendo da região em que aparecem. Em certas ocasiões parecem pulsar, crescem e diminuem de tamanho — e ora têm aparência sólida, ora translúcida, e desmaterializam-se com facilidade. Nunca conseguimos capturar um só desses aparelhos, apesar de surgirem aos milhares em redor do globo. Nunca deixaram um só rastro, partícula ou refugo passível de análise laboratorial. Seriam alguma manifestação viva, consciente e dimensional, e não algum tipo de objeto rastreador mecânico ou eletrônico?
Em meados dos anos 80, o ufólogo Oswaldo Soares e sua esposa subiram um mirante na serra da cidade de Extrema, sul de Minas Gerais, pois naquela época havia uma grande incidência de avistamentos na região. Durante aquela noite de vigília, bolas luminosas vermelhas surgiram no horizonte. As pessoas ali reunidas decidiram mentalizar para que houvesse uma aproximação. Imediatamente elas se deslocaram em sua direção. Instintivamente, sua esposa levantou as mãos espalmadas para as luzes e disse: “Se forem de Deus que se aproximem, caso contrário, não!” De repente, as luzes se apagaram e um clima
apreensivo tomou conta das pessoas.
O que pensar de fatos assim? Seriam, afinal, positivos ou negativos? E episódios ufológicos como o do vigia Antonio Carlos Ferreira, abduzido na cidade de Mirassol (SP), causam ainda mais espanto. Em 1979 ele foi capturado no pátio de uma fábrica de móveis e forçado a copular com uma fêmea grotesca, de cabelos vermelhos, pele fria e mau hálito. Seus captores eram seres de 1,2 m de altura, cabeça, olhos e boca grandes, nariz fino e comprido, orelhas pontiagudas e cabelo carapinha vermelho. Prometeram melhorar sua vida e aconselharam que não se casasse no religioso — mas que tipo de viajante especial daria esse tipo de conselho a um terrestre? O que esses “gnomos espaciais” teriam contra a fé ou a religiosidade das pessoas?
Buscando encontrar uma resposta razoável para o Fenômeno UFO, Linda E. Catoe consultou centenas de jornais e livros, e ao final compilou um relatório de 400 páginas para a Força Aérea Norte-Americana (USAF), hoje depositado na Biblioteca do Congresso Americano. Todo esse exaustivo trabalho a levou a concluir que “a maior parte da casuística ufológica está ligada à metafísica, entidades invisíveis, poltergeist ou possessão. Inúmeros incidentes que vêm sendo publicados já eram conhecidos há muito tempo pelos teólogos e parapsicólogos”. Linda não é ufóloga, religiosa ou cética — mas uma pessoa comum e curiosa que procedeu a uma análise fria e imparcial.
Até tu, Ashtar Sheran?
Não haveria artigo que tratasse das eventuais intenções ou modus operandi de nossos visitantes extraterrestres sem uma referência ao “comandante supremo” Ashtar Sheran. Curiosamente, ele se anuncia como um ser humano — aparentemente tal como nós — procedente de um planeta do sistema estelar de Alfa Centauro que vem à Terra para nos auxiliar. Mas na raiz de suas alegadas mensagens há erros grosseiros, a começa
r pela aludida procedência — hoje sabemos que dificilmente haveria condições para um ser de complexão semelhante à humana sobreviver em mundos que existissem em um sistema como o de Centauro. Suas variáveis são muitas e as condições de pressão, gravidade, temperatura e eletromagnetismo de tais planetas seriam totalmente diversas às da Terra, tornando insustentável uma vida nativa igual a nossa, como afirma Ashtar Sheran.
Ele e seus alegados aliados, além de vários outros supostos comandantes, dizem que Jesus Cristo está sempre em sua “nave estrela” supervisionando suas operações — e que promoverão uma operação de resgate para a humanidade. Novamente aqui existe uma apelação para a religiosidade. É muita falta de originalidade para quem vem de tão longe. E como se não bastasse tudo isso, envolvem até mesmo o nome do Cristo em suas mensagens, buscando a aprovação de nossa parte, o que sugere mais um intrincado sistema de desinformação do que um contato real. O que mais espanta é que muitos pesquisadores recorrem aos relatos bíblicos, livros sagrados ou textos apócrifos só quando lhes convém, porém rejeitam sempre outras partes mais abrangentes que detalham ou revelam a natureza espiritual dos fenômenos — somente eles teriam o detector de mentiras sobre cada versículo.
Até o momento, a totalidade das informações acerca da procedência dos UFOs e seus objetivos vem dos próprios extraterrestres ou de hipnoses regressivas. Mas, no primeiro caso, por que deveríamos confiar neles? Afinal, como podemos acreditar em alguém que vive nas sombras, não faz um contato oficial e não expõe claramente seus objetivos a ninguém? Algo de concreto deve justificar sua presença, mas e se o objetivo final for lesivo ao ser humano? Por que diriam a verdade? Se estivessem oferecendo auxílio, por que passariam décadas, séculos e milênios na clandestinidade? São questões a se pensar.
Cenários mentais fictícios
E já quanto à hipnose regressiva, que já foi amplamente debatida, é sabido que a pessoa hipnotizada pode fazer uma narrativa fiel daquilo que acredita ser real. O dirigente da sessão também pode induzir, voluntariamente ou não, o paciente a adequar-se às suas próprias crenças pessoais — algumas pessoas são muito influenciáveis até mesmo em estado de vigília, mas quase todos são influenciáveis por falsas memórias quando em estado de transe hipnótico. O mais grave é que seres negativos têm poderes psíquicos capazes de criar qualquer cenário fictício na mente das pessoas. A situação torna-se tão real que o corpo reage instintivamente aos estímulos mentais, sentindo frio ou calor, formando marcas ou sinais, gerando uma carga emocional capaz de imprimir ansiedade, terror e traumas duradouros na sua mente consciente.
Enfim, a mente pode curar ou matar, criar ou destruir, é o campo fértil para se moldar crenças, sentimentos ou qualquer coisa, principalmente no transe. Os nossos melhores hipnólogos não conseguem penetrar numa determinada área da memória dos abduzidos. Esta área intocada guarda, certamente, a verdade sobre as abduções, o real objetivo dos sequestros, das visitas noturnas e da manipulação sexual — se fosse algo de bom não seria tão seguramente protegido, alegam alguns estudiosos. E mais: se eles têm o poder de fazer esse tipo de bloqueios, por que nunca bloqueiam a história toda? Por que o indivíduo não se lembra somente de ter visto uma luz e pronto? Por que criar a falsa sensação de experiência extraterrestre? O que realmente estará por trás disso tudo?
O norte-americano Dave Hunt, autor de mais de 20 livros com vendas totais que superam três milhões de exemplares, conduziu profundas pesquisas em áreas como profecias, misticismo oriental, fenômenos psíquicos, seitas e ocultismo. Ele explica que, no estado normal de vigília, o espírito da pessoa detém o domínio do corpo biológico, mas quando exercita práticas como a yoga, a meditação e a hipnose, essa conexão natural é relaxada pelo estado alfa — assim, outros espíritos ou entidades negativas podem assumir o controle temporário da mente, provocando visões que não existem e implantando mentiras de todos os tipos, como falsas mensagens e vivências. Portanto, é muito temeroso aceitar como reais tudo aquilo que obtemos através dos estados alterados de consciência, e os UFOs são geradores por excelência desse tipo de estado.
Repovoando o mundo
Retornando às escrituras, em Gênesis encontramos uma interessante citação: “E vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram belas, tomaram para si as que lhes agradavam. E depois que os filhos de Deus coabitaram com as filhas dos homens, elas geraram os nefilins, homens gigantes e afamados na antiguidade”. Foram os primeiros seres híbridos na história. Nefilim vem do radical nefal, que significa caídos. Essa miscigenação pode ter sido uma das principais causas do extermínio que viria logo a seguir com o Dilúvio — somente Noé e sua família foram considerados puros pelo Senhor e, portanto, salvos para repovoar o mundo.
Em outros lugares do globo, vários personagens também foram escolhidos, instruídos e salvos. Não teria sido um critério racial ou espiritual que determinou os que deveriam perecer? Já outros pesquisadores veem nesse extermínio o fim de uma tentativa dos anjos de elevar a humanidade por meio de sua própria semente divina, que gerava os nefilins. Seguindo esta linha de raciocínio, o próprio Yaweh seria um dos filhos de luz que se negaram a descer à matéria e, portanto, seria um falso deus — em sua batalha pelo poder, ele teria destruído os nefilins, que viriam a promover um processo avançado de crescimento espiritual e, por conseguinte, contrário a seus objetivos de dominação planetária.
Teria
feito de Nóe e sua descendência um povo eleito para servi-lo e construir seu reino na Terra. Assim, o Cristo, que representava novamente um filho de luz para soerguer o homem, teria sido perseguido por um conchavo de interesses do Sinédrio [Grande Conselho dos notáveis de Israel, estabelecido depois do exílio para o governo da comunidade judia] em Roma, por isso crucificado. Apesar de haver uma aparente contradição nisso, não são poucos os que concordam que a filosofia de Yaweh, o Senhor dos Exércitos, nada tem nada a ver com a filosofia do Deus Pai de Amor do Cristo, que afrontou os ensinamentos dos sacerdotes. O Livro de Enoque confirma alguns detalhes interessantes sobre isso. “O Senhor disse a Miguel: vá e anuncia o castigo que espera Samyaza e todos os anjos que se uniram às mulheres e se conspurcaram com toda espécie de impureza. E quando seus filhos forem exterminados, prende-os sob a terra, até o dia do julgamento final”. Por coincidência, muitas das bases de supostos ETs estão sempre sob a terra, debaixo de montanhas.
Apalpada por mãos invisíveis
Uma das maiores autoridades mundiais nas abduções alienígenas, o professor de história americana na Universidade de Temple, Filadélfia, David Jacobs, defende em seus alentados e rigorosos livros A Vida Secreta [Rosa dos Tempos, 1998] e A Ameaça [Rosa dos Tempos, 2002], que os ETs estão desencadeando uma nova onda de miscigenação. Serão novamente os nefilins nascidos dos filhos decaídos na Terra? Estaria essa nova raça híbrida sendo criada para dominar e herdar o planeta? Em seu livro O Portal [Madras, 2001], o investigador de polícia e ufólogo José Guilherme Raimundo inclui o relato impressionante de uma mulher seviciada por extraterrestres. Enquanto assistia televisão, uma luz azulada entrou em sua casa, causando interferência e chiados no aparelho. Ela sentiu-se paralisada e um cheiro nauseante de enxofre tomou conta do ambiente.
Logo em seguida a moça foi envolvida por uma luminosidade que fez seu medo desaparecer, ao mesmo tempo em que ouvia em sua mente as seguintes palavras: “Não temas. Nada faremos”. De repente, ela sentiu mãos invisíveis apalparem todo seu corpo, suas coxas e seus órgãos genitais. Foi suspensa no ar e uma coisa sólida e vibrante penetrou em sua vagina — ela sentiu um prazer fora do normal e muito intenso. Ainda estava tonta quando ouviu a acalentadora frase: “Terminou. Você está livre, mas voltaremos a procurá-la um dia”. No seu íntimo a mulher desejou poder revê-los e recebeu como resposta: “Você vai nos ver, entretanto não somos os seres que você verá, pois não podemos nos deixar enxergar como realmente somos”.
Em muitos casos as sondas ufológicas se dividiram em mais de uma, atravessaram paredes ou mesmo foram cortadas por um facão ou chicote. Alguns pesquisadores e pessoas do interior creem que estão vivas e são entidades da mata
Neste relato, note-se que, logo no início, os seres se anunciam como se fossem os anjos da Bíblia, prometendo que não fariam nada de mal e relevando serem de paz, para, na sequência, tomarem à força o que vieram buscar. Sejam quem forem, não respeitam o livre arbítrio humano, tergiversam, induzem a um estado anestésico e manipulam a intimidade das pessoas. Estimulam a crença do eleito, do privilegiado, e disparam mecanismos de excitação antinatural. Obliteram sorrateiramente sua verdadeira face, posando como seres de aparência futurista, quando na verdade reconhecem que não podem se mostrar. Mas qual será a realidade que insistem em esconder?
Mensageiros do engodo
Para finalizar, qualquer referência ao presente tema ficaria incompleta sem uma citação ao renomado matemático franco-americano Jacques Vallée. Em sua obra mais polêmica, Messengers of Deception: UFO Contacts and Cults [Mensageiros do Engodo: Contatos Ufológicos e Cultos, Bantam Books, 1980], ele conclui que “existe um paralelo impressionante entre os tripulantes de UFOs e a concepção popular dos demônios”. Em Confrontos [Editora Best Seller, 2003], ele vai ainda mais longe: “Os exames médicos realizados em abduzidos costumam acompanhar manipulação sexual sádica, que lembra os contos medievais de encontros com demônios”.
Vallée pondera que os ufólogos não avançam na compreensão do fenômeno porque o abordam pelo prisma errado — não estaríamos vivenciando ondas sucessivas de visitas do espaço, e sim lidando com algum sistema de controle. Os UFOs seriam um meio para reformular os conceitos humanos, um empreendimento mundial de sedução subliminar. Mas por que, afinal, estariam tentando alterar nossos valores? É possível que estejamos sendo vítimas de algo que subsiste nas entrelinhas da história. Por que tudo em volta desses seres é tão obscuro, secreto e confuso? Urge deixarmos os preconceitos e hesitações de lado e partirmos em busca de novos caminhos para explicar toda essa fenomenologia. A hipótese extraterrestre está ultrapassada e cheia de furos. Talvez devamos concentrar nossas buscas na mente, no
espírito e, principalmente, neste mundo — ainda há muito que se explicar aqui mesmo, em vários outros níveis da matéria.
Estimulam a crença do eleito e disparam mecanismos de excitação antinatural. Obliteram sorrateiramente sua verdadeira face, posando como seres de aparência futurista, quando na verdade reconhecem que não podem se mostrar
Sobre isso, o leitor é convidado a refletir em torno dessas ponderações de Vallée: “Como alternativa para a hipótese extraterrestre, proponho considerar o Fenômeno UFO como uma manifestação física de uma forma de consciência estranha aos humanos, porém capaz de coexistir conosco na Terra. Quando o UFO se torna visível na realidade cotidiana, eu creio que consiste em uma entidade física com massa, inércia, volume e energia, bem como uma janela para outro tipo de realidade. Nesta realidade alternativa, as testemunhas descrevem man