A fotografia de uma rocha com um misterioso corte angular tirada pelo rover Curiosity causou controvérsia nas redes sociais. Em meio a ânsia por evidências extraterrestres, astrônomos amadores e curiosos varrem imagens de Marte em busca de estruturas artificiais. Seria esse o caso?
Os internautas delinearam todo tipo de teoria sobre o que se observa na imagem, muitos afirmando que um ângulo tão preciso e polido, que parece “cortado a laser”, só poderia corresponder a algo fabricado, de origem artificial – os possíveis restos de construções pertencentes a uma civilização que habitou Marte no passado remoto. E essa não é a única imagem a gerar tal questionamento.
Em primeiro lugar, e para esclarecer qualquer dúvida, a foto original da qual foi feito o zoom pode ser encontrada no site da NASA clicando aqui. Foi tirada pelo rover Curiosity no Sol 2639 (08 de janeiro de 2020, 14:56:42 UTC) pela Mastcam, quando estava entre a ravina Vera Rubin e a base do monte Greenheugh.
Foi ressaltado também que a estrutura possui uma espécie de “beiral”, que gera a sombra que paira sobre o corte angular mais pronunciado. Da mesma forma, houve quem continuasse a encontrar outras anomalias na mesma fotografia, que levavam à sugestão de que talvez pudessem ser os restos de uma estátua ou edifício destruído. Nesse caso, não seria estranho que os restos de uma civilização tão antiga ainda estivessem pela superfície, considerando as constantes tempestades de areia no planeta vermelho?
Eis a estranha pedra que gerou polêmica. Formação natural ou evidência de antigas civilizações?
Fonte: NASA
Outros simplesmente apontavam para uma explicação geológica, citando exemplos de rochas sedimentares com ângulos e linhas retas na própria natureza terrestre —embora neste caso não conheçamos a composição e a história da rocha marciana. E, lógico, poderia ser um simples caso similar à pareidolia, fenômeno psicológico comum em todos os seres humanos, conhecido por fazer as pessoas reconhecerem imagens de rostos humanos, animais ou outros que sejam familiares em objetos, sombras, formações de luzes e em qualquer outro estímulo visual aleatório.
Por enquanto, ficamos apenas com isso, outra “anomalia” nas imagens enviadas por rovers na superfície de Marte. Algo que estimula a nossa imaginação à distância, mas que in situ, quando lá colocarmos astronautas, pode estimular uma espécie de geologia e, por que não, arqueologia.