
O Fenômeno UFO é algo de incontestável relevância para os mais variados países do mundo, independentemente de serem desenvolvidos ou de estarem em desenvolvimento, especialmente no que diz respeito às suas defesas militares. Não há nações neste planeta com governos minimamente responsáveis que não se preocupem com a questão, em particular as do chamado Primeiro Mundo, que dispõem de orçamentos bilionários para ter sob controle seus territórios, protegidos de invasores por terra, água e ar. Do minúsculo Uruguai à todo-poderosa Rússia, da pacífica Suécia aos moderníssimos Estados Unidos, e até mesmo do Brasil à introspectiva Coréia do Norte, todos estes e muitos outros países se preocupam com a questão e têm algum tipo de programa de controle e investigação da manifestação ufológica em seus territórios, sobretudo seus espaços aéreos.
Os EUA são a Nação que mais investe em segurança nacional, tendo um orçamento militar da ordem de centenas de bilhões de dólares anuais. Parte desses recursos são empregados no constante monitoramento dos oceanos ao seu redor, da fronteira com o México e, principalmente, de seu espaço aéreo, além de terras estrangeiras. Uma rede fabulosa de equipamentos de vigilância e guerra é usada ininterruptamente para garantir que nenhuma surpresa ocorra, apesar do sistema nem sempre ser eficiente, como se viu nos ataques a Nova York em 11 de setembro de 2001. Claro que toda essa parafernália eletrônica e digital, mantida por exércitos de milhares de homens, tem a função exclusiva de rastrear os céus atrás de UFOs ou prevenir seu ingresso no território do país. A função primordial do sistema é evitar ataques de países inimigos, mas ele também se mostrou seguramente efetivo também na detecção de objetos voadores não identificados por vias áreas, muitas vezes definidos posteriormente como naves de procedência alienígenas. A idéia geral é: ainda que o sistema não consiga impedir a invasão, pelo menos ele mostra aos militares como agem os intrusos.
Investigação ufológica — O processo de vigilância da ação de civilizações que se aproximam da Terra e vasculham nosso meio ambiente atrás de itens de seu interesse – material genético ou biológico, riquezas minerais ou vegetais, ou ainda uma pesquisa de nossa confusa sociedade planetária – é uma prática habitual em mais de 60 países, segundo estimativa de ufólogos norte-americanos ligados à Mutual UFO Network [Rede Mutual de Ufologia, MUFON]. Entre eles está o Brasil, que já sabemos ter, desde os anos 60, programas de investigação oficial, militar e secreta do Fenômeno UFO, assim como os Estados Unidos, que mais gasta com tal atividade e que comanda, em escala global, uma política de acobertamento ao tema – que o Brasil segue. Aqui, a Força Aérea Brasileira (FAB) tem seus programas dentro do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) e do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) para manter-se sempre informada dos acontecimentos ufológicos. Em nosso continente, o já citado Uruguai, além do Chile, Argentina, Peru, Colômbia e Equador, possuem programas semelhantes, embora apenas os dois primeiros os admitam publicamente.
Na América do Norte, México, Canadá e Estados Unidos têm não apenas projetos análogos de investigação ufológica, como estes são os mais potentes do planeta e estão profundamente interligados, principalmente devido a razões de vizinhança. E não se iludam aqueles que crêem que o México é apenas um coadjuvante no processo. Na Europa, França, Rússia, Bélgica, Espanha e Portugal, em diversos momentos das últimas décadas, já informaram publicamente ou demonstraram reservadamente interesse e apreensão com a manifestação do Fenômeno UFO. Na França, o próprio presidente Alain Giscard d’Estaing foi à TV, em rede nacional, ainda nos anos 70, admitir à população que os UFOs eram assunto de segurança nacional. Na Ásia, a China também já declarou investigar oficialmente o assunto e o Japão demonstrou preocupação com ele. Da Oceania, nada sabemos.
Enfim, não restam dúvidas de que nossos visitantes cósmicos atraem a atenção das autoridades mundiais – isso desde os primórdios da Ufologia, ainda nos anos 40. Tanto que, em variadas épocas, presidentes, políticos e militares ocupando posições-chave falaram sobre o assunto. “Fico imaginando quão rapidamente nossas diferenças na Terra, enquanto nações, cairiam ao chão caso tivéssemos todos que enfrentar uma ameaça externa ao planeta”, disse na Assembléia Geral das Nações Unidas ninguém menos que o ex-presidente Ronald Reagan, isso quando ainda estava no cargo, para espanto de todos.
Esta edição traz quatro textos interessantes sob vários pontos de vista, que abordam a questão da participação militar na investigação e acobertamento do Fenômeno UFO na esfera governamental de pelo menos um país, os Estados Unidos. Eles mostrarão que aquela Nação tem suas instituições – CIA, FBI, Agência Nacional de Segurança etc – profundamente envolvidas na questão. Como é sabido que os EUA instituíram a política mundial de acobertamento e a controlam até hoje, impondo-a ao resto do globo, uma análise da forma como tratam a Ufologia é no mínimo algo de grande importância, como se verá nos artigos. Em particular, a abordagem de que, mesmo com um orçamento fabuloso para lidar com a questão, os UFOs continuam frustrando suas expectativas e surgem cada vez mais abertamente, em formatos e com comportamentos variados, sobre os céus norte-americanos. Talvez isso estimule a intensificação da referida política de acobertamento, mas talvez, pela irritação que os UFOs causam nas autoridades, ela leve ao seu fim.