A casuística ufológica regis-trada em Portugal, muitas vezes relacionada à mani-festações folclóricas, vemde longa data e tem se intensificado nos últimos anos. Entre os casos mais conhecidos está a famosa lenda da Luz da Caniceira, conhecida por Mãe do Ouro no Brasil, mas também chamada por alguns de Alma Penada. A estranha luminosidade tem o formato de uma bola de futebol e persegue pessoas e animais. Recentemente, um guarda florestal estava fazendo sua ronda noturna na zona de Alcácer do Sal, a cavalo, quando se deparou com uma misteriosa luz, que passou a segui-lo. O tal clarão acompanhou-o até em casa e parou acima da chaminé da residência do guarda, onde permaneceu por determinado tempo. Incomodado, ele saiu com uma arma em punho e disparou contra o objeto não identificado. Isso não tem sido muito raro em terras lusitanas.
Segundo o relato de vizinhos da testemunha, a luz simplesmente se desfragmentou em pleno ar. Porém, depois de alguns segundos, se reconstituiu e entrou pela chaminé da residência, matando o homem com violência. As pessoas que estavam fora da casa observando a situação socorreram o guarda imediatamente. Entretanto, ele faleceu poucos minutos depois, vítima de queimaduras que se alastravam pelo corpo. Alguns, mais desavisados, chegaram a dizer que se tratava de suicídio, o que foidesmentido pelos vizinhos que presen-ciaram a inusitada aparição.
Além disso, conforme eles, o guarda florestal não teria qualquer motivo para tirar a própria vida. Esse caso é um dos mais bizarros da rica e volumosa casuística portuguesa. Outra ocorrência interessante foi protagonizada, durante à noite, por um jovem chamado Paulo. Ele estava com o pai cuidando de um rebanho de ovelhas, próximo à região de Boavista, quando viu surgir no céu uma luz bem pequena, semelhante a uma ponta de cigarro, que aumentou gradualmente até chegar ao tamanho de uma bola de futebol. Receoso, Paulo aproximou-se do pai, que lhe disse para ter calma, não atirando pedras nem “respon-dendo mal aquilo” – os mais antigos respeitavam a tal luz e não a ofendiam com xingamentos. Os dois passaram então a ignorá-la, na esperança de que fossem finalmente deixados em paz.Porém, repararam que esta os seguia para onde quer que fossem. Passadas algumas horas, Paulo notou que a luz se dissolveu, desaparecendo definitivamente, desta vez, felizmente, sem ataques aos observadores. Histórias desse tipo são muito conhecidas em Portugal. Segundo os mais velhos, a luz seria a alma de uma menina, o que deu origem à lenda da Luz da Caniceira.
De acordo com o folclore local, uma menina estava junto com a mãe, fazendo pão, quando algo muito incomum se sucedeu. Em determinado momento, como a criança estava muito inquieta, sua mãe mandou que colocasse mais lenha no fogo, mas quando a menina o fez, foi empurrada para dentro do mesmo. Algumas horas depois, ao abrir a porta do forno, teria saído dele uma bola de luz que matou imediatamente a maldosa mãe! Essa história é muito conhecida pelos populares, tendo sido contada também pelos meus avós, que afirmam se tratar de um caso verídico. Para eles, a estranha luz era a alma da menina revidando contra a progenitora, mas há quem alegue que a lenda tenha uma conotação ufológica. Por volta de 1980, um grupo de amigos que estavam em uma caçada noturna, na zona do Torrão do Alentejo, pôde observar um estranho objeto oval. Em determinado momento, abriu-se uma porta por onde saíram centenas de estranhas bolas com o mesmo formato da Luz da Caniceira, espalhando-se pelo campo e tomando diversas direções. O artefato principal subiu na vertical e desapareceu entre as nuvens. Algumas pessoas alegaram tratar-se de “obra do diabo”. Entretanto, os mais céticos concluíram que poderia ser apenas uma anomalia natural, causada talvez por algum efeito eletromagnético.
A aparição de Fátima, no começo do século passado, é uma das mais claras manifestações do Fenômeno UFO que tivemos notícia em toda a história da humanidade
– Joaquim Fernandes
A tese não é aceita pela Comunidade Ufológica Portuguesa. Afinal, como poderiam tais luzes ser um fenômeno natural se demonstravam um comportamento inteligente? Eu mesmo tive o privilégio, junto com mais quatro amigos, de observar, em uma noite, a luz que nos seguia esgueirando-se com velocidade impressionante entre os pinheiros. Voava muito baixo, próximo à copa das árvores, evitando os troncos de forma inteligente. Em outra ocasião, uma luminosidade me acompanhou quando estava de moto, a mais de 100 km/h, sempre mantendo distância de aproximadamente 30 m. Esses e outros casos insólitos ainda hoje são comuns em Portugal, porém de uma forma menos intensa.
Ciência e religião — O ano de 1954 representou um marco histórico para a Ufologia na Europa, principalmente por ter acontecido uma “invasão” de UFOs em Portugal, embora existam importantes relatos anteriores a esta época, como a famosa aparição mariana de Fátima, ocorrida nos primórdios do século passado [Veja UFO 106]. O chamado Mistério de Fátima confrontou ciência e religião. De um lado, fiéis católicos defendiam veementemente a tese de que se tratava de um milagre. Já os cientistas buscavam incansavelmente explicações. Uma das tentativas de compreender o fenômeno resultou no livro As Aparições de Fátima e o Fenômeno OVNI [Editorial Estampa Ltda, 1995], dos autores Joaquim Fernandes e Fina d’Armada – ela já havia publicado, em 1980, O que se Passou em Fátima em 1917, em que questionava a natureza divina ou miraculosa dos fatos registrados pela Igreja Católica. A obra de 1995 demonstra que as aparições em Fátima podem ser explicadas se entendermos que a suposta aparição não passa de uma entidade espacial, ainda que não seja fácil justificar os motivos que a levaram a se mostrar em locais inóspitos e pouco habitados, revelando-se a pessoas mais simples, como os chamados “pastorinhos de Fátima”.
Há ainda a Teoria Geofísica, segundo a qual os extraterrestres se aproveitariam da energia natural da crosta terrestre e das condições ambientais do planeta – e Fátima apresenta cenário propício a isso – para orientar a trajetória das naves. Os estudiosos que se dedicam à investigação do Fenômeno UFO neste país levaram em conta todas as alternativas disponíveis. Entretanto, a mais plausível para explicá-lo é, sem dúvida, a hipótese extraterrestre, que se sobrepõe à Teoria Divina. A aparição de Fátima não foi um acontecimento astronômico, visto que toda a situação se passou na atmosfera, a baixa altitude do solo. Podemos dizer também que caso o Sol se deslocasse até próximo da Terra, como relatado pelas testemunhas, os demais planetas e satélites do Sistema Solares teriam sido afetados, o que, como se sabe, não ocorreu. Os incidentes em Fátima antecederam a onda ufológica de 1954, quando foram observados fenômenos
semelhantes em todo o território português. Um dos mais marcantes aconteceu em 04 de setembro de 1957, na Península Ibérica, onde os pilotos José Lemos Ferreira, acompanhado pelos sargentos Salvador Oliveira, Manuel Marcelino e Alberto Gomes Covas, protagonizaram um contato imediato com um UFO. Eles haviam deixado a Base Aérea de Ota, em Portalegre, em direção a Córdoba, Espanha, comandando quatro aviões F-84, da Força Aérea Portuguesa (FAP). Era um vôo de rotina, com sistema de navegação noturna, mas quando estavam voltando à base, notaram no céu, bem à frente das aeronaves, a aproximadamente 8.500 m de altitude, uma esfera de luz azul e verde que estava pairando no ar. Ela reduzia e aumentava o próprio tamanho sem parar. Mais próximos de Coruche, uma vila do Distrito de Santarém, os militares puderam observar nitidamente o objeto, que tinha o formato de um dedo curvado.
Enquanto se aproximavam, o UFO assumiu uma cor vermelha e partiu em direção à esquadrilha de F-84. Foi nesse momento que um dos pilotos viu mais dois pontos luminosos. Enquanto alertava os demais, outro militar notou um novo objeto no céu. Por fim, quatro artefatos amarelos e esféricos se somaram ao primeiro observado, que parecia comandar as demais naves.
Segundo o relato dos pilotos, o avistamento durou cerca de 30 minutos, quando então um deles alertou: “Vem sobre nós!” Os militares desfizeram a formação rapidamente, evitando “por um milagre”, como disseram, a colisão com o UFO. Após um rasante sobre os F-84, os objetos desapareceram sem deixar vestígios. Os pilotos se mantiveram por uns breves minutos no local, colocando-se novamente em formação para se acalmarem do susto e depois seguiram para a base. O comandante José Lemos Ferreira, ex-chefe do Estado Maior da Força Aérea Portuguesa, que hoje é general da reserva, alega ter sido vítima de preconceito ao relatar o ocorrido. “A observação foi considerada de difícil explicação e as autoridades militares da época não tiveram nenhuma preocupação em se debruçar sobre o assunto. Aliás, recebi do estrangeiro mais comentários do que propriamente de Portugal. Fizemos um relatório que seguiu somente para a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, explicou Ferreira.
Mesmo assim, em entrevista ao Centro de Estudos Astronômicos e de Fenômenos Insólitos (CEAFI), o comandante alegou que era noite e os UFOs se deslocavam muito rapidamente. Desta forma, segundo ele, não seria possível precisar se estavam próximos ou muito distantes dos aviões. “Se eu vir um avião e puder identificá-lo, conhecendo suas características e dimensões, logicamente determinarei a distância em que se encontra. Já em relação a objetos que desconheço, não tenho como saber”, disse o militar. Enquanto os céticos desacreditavam o relato, o Instituto de Geofísica de Coimbra apresentava registros de alterações magnéticas detectadas até às 14h00 do dia seguinte ao evento ufológico. Foram identificadas oscilações consideráveis nos índices checados. Nesse mesmo ano, Antônio Magalhães Castela, que estava caçando com alguns amigos na Serra da Condeixa, avistou um UFO oval que se deslocava rapidamente. Ele mudava repentinamente de posição, estacionava por breves momentos e partia novamente em velocidade supersônica. Pouco depois desapareceu no horizonte. O fenômeno, também notado por outras testemunhas, foi noticiado no jornal local Diário de Notícias, atestando a antigüidade com que fenômenos deste porte ocorrem em Portugal.
Em rota de colisão — Duas décadas depois, em 19 de setembro de 1976, em Lisboa, um avião da empresa Transportes Aéreos Portugueses (TAP) esteve em rota de colisão com um disco voador. Grande parte dos 110 passageiros a bordo puderam avistar o UFO, cerca de seis minutos após a decolagem, mas os radares da Torre de Controle de Lisboa e da Torre Militar de Montijo nada detectaram. O avistamento ocorreu no trajeto entre o Rio Tejo e a cidade do Montijo. Já no ano seguinte, em 17 de junho de 1977, o piloto José Francisco Rodrigues, da esquadra 31 de Tancos, da FAP, teve um dos mais enigmáticos avistamentos descritos no país. Durante um vôo de treino sobre a Barragem Castelo de Bode, observou um artefato em uma das nuvens abaixo da sua posição. Inicialmente, julgou tratar-se de uma aeronave de carga, pois o objeto tinha uma coloração branca com uma pequena mancha escura na frente, o que levou o piloto a pensar que fosse o sistema de radar do avião. Ele contatou a torre de controle para saber se havia algum movimento aéreo no local. A resposta foi negativa.
Rodrigues então efetuou uma manobra de reconhecimento na tentativa de captar algum sinal no radar. Sua tentativa foi recompensada, pois a 6 m da sua posição, às 11h00, observou um objeto que aparentava ter uns 15 m de comprimento, enquanto que uma parte estaria coberta pelas nuvens, não possibilitando observar mais detalhadamente. Ainda assim, como o artefato se deslocava a baixa velocidade, o piloto pôde notar que tinha janelas opacas. Poucos minutos depois, o UFO partiu em velocidade impressionante, desaparecendo numa fração de segundos. No mesmo momento, o motor do avião – um modelo DO-27 – começou a falhar e parou. Após alguns instantes em queda livre, o comandante conseguiu religar a aeronave a tempo de evitar uma catástrofe e retornar à base.
Relatos de pilotos, como o acima descrito, comprovam a atuação de seres alienígenas em nosso planeta. No entanto, mesmo com tais provas – e em alguns casos com fotografias e filmagens – as forças militares insistem em demonstrar pouco interesse no assunto, alegando simplesmente que as naves avistadas eram artefatos convencionais ou fenômenos naturais. Parecem esconder algo. Tal como ocorreu na Serra da Gardunha, na época da ditadura salazarista, em que um disco voador teria caído na região. Até hoje não foi possível confirmar a veracidade da história, já que o governo não permite o acesso aos arquivos relacionados ao incidente. Moradores da região dizem que a polícia teria recolhido os destroços do UFO e abafado o caso. Há ain
da outros relatos sobre acontecimentos na mesma serra, onde testemunhas julgam existir uma base alienígena intraterrestre. Um exemplo disso é o caso de um objeto voador não identificado que aterrissou na Base Militar Aérea de Beja, conforme o depoimento de dois militares. O UFO estaria, inclusive, guardado em um dos hangares do quartel, sob alegação de que se trata de “um satélite impregnado de poeira cósmica radioativa”.
Acobertamento de informações — Além do ocorrido na Serra da Gardunha, há outros casos de acobertamento de informações ufológicas por parte das autoridades. No dia 01 de junho de 2004, por exemplo, um objeto invadiu o espaço aéreo português, levando mais uma vez as forças militares a afirmarem perante a imprensa desconhecer o episódio, embora a nave tenha sido detectada por vários postos de controle e de radares, e ainda avistada por centenas de pessoas. O curioso nesse caso é que, enquanto muitos observavam a passagem do disco voador, outros relatavam a presença de estranhos objetos voadores no norte do país, possivelmente vindos de Espanha. O jornal Correio da Manhã do dia anterior já havia noticiado que o jovem Eduardo Silva, 25 anos, estagiário do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), tinha registrado um estranho artefato discóide ao fotografar a Barragem de Monte Novo, entre Reguengos e Évora. Ele estava acompanhado de três amigos. Teria tal avistamento alguma relação com o que seria verificado um dia depois? Conforme matéria veiculada no jornal, pilotos da Aeronáutica portuguesa seguiram um estranho objeto fusiforme. Questionado sobre a operação, o coronel Barbosa, do Estado Maior das Forças Armadas, manteve a política de acobertamento. Disse que não existiam quaisquer informações, embora tenha admitido que as autoridades militares estiveram investigando registros anômalos, verificados nos radares, e depoimentos da população local.
Existem inúmeros relatos intrigantes para se somarem aos indícios de que o país vem sendo regularmente visitado por naves alienígenas, como o de um pastor da região de Alentejo, ao sul de Portugal. Em uma noite de verão, ele estava indignado devido ao desaparecimento de ovelhas e à mutilação de alguns bichos, ocorridas em sua propriedade e para o que não conseguia explicação. Julgando tratar-se da atuação de uma raposa, resolveu fazer uma vigília para surpreender o predador que lhe dera prejuízos. Foi até a sua casa buscar alguns utensílios, mas no trajeto sentiu-se mal, incomodado, embora não tenha conseguido identificar o motivo da inquietação. Momentos depois, já no campo, percebeu que as ovelhas estavam muito agitadas, e então se posicionou com uma arma em punho, pronto para atirar caso a raposa aparecesse.
De repente, avistou um homem que parecia estar à sua procura. Antes que chegasse até o pastor, ambos foram surpreendidos por uma luz muito forte e brilhante. Era tão intensa que iluminou a área como se fosse dia. O estranho objeto, que era totalmente silencioso, subiu na vertical numa velocidade vertiginosa, até desaparecer. Espantado, o fazendeiro nem sequer se lembrou de usar a própria arma, apenas se limitou a olhar petrificado e aterrorizado para aquela nave no céu. Logo depois do avistamento, pegou sua motocicleta, mal falando com o homem que o havia procurado. Antes de ir para casa, porém, resolveu tratar do estranho fenômeno com alguns conhecidos, e por isso foi até um bar nas redondezas. Chegando lá e relatando o fato, foi ridicularizado pelos presentes, que consideravam os UFOs “coisas da imaginação”. Nem mesmo as afirmações do homem que o havia procurado no campo, e que nesse ínterim também havia chegado ao estabelecimento, foram suficientes para convencer as pessoas. Desde então, nunca mais desapareceram ovelhas do rebanho do pastor. Curiosamente, a maioria dos relatos e observações de estranhos objetos é verificada em zonas rurais, como em Alentejo. Uma das explicações para isso seria a de que se tratam de expedições alienígenas em busca de algum mineral, planta ou mesmo uma “parada estratégica” para consertar UFOs avariados, tese um pouco mais exótica, mas nem por isso desprezível.
Outra ocorrência relevante foi protagonizada pelo professor João Oliveira e noticiada no Correio da Manhã. Ele estava fotografando o pôr-do-Sol no miradouro do Serrado das Freiras, no Arquipélago de Açores, quando, além das belezas naturais do lugar, registrou um objeto voador não identificado. “Sinceramente, não sei o que era. Fiz uma série de fotografias do lugar e, na terceira, apareceu aquela coisa, uma bola branca”, contou Oliveira. Ele enviou a foto para análise a um instituto de investigações ufológicas, obtendo a confirmação de que era um UFO. “Disseram que se trata de um objeto de grandes dimensões, possivelmente extraterrestre. O que sei é que em determinado momento aquela coisa estava lá, e, em seguida, já não estava”, explicou o professor. Famoso pela rica casuística ufológica local e pelo desaparecimento de barcos e aviões, o arquipélago já foi comparado ao Triângulo das Bermudas [Área imaginária localizada ao longo da costa sudeste dos EUA, cujos vértices são formados pelas Bermudas, Miami e San Juan de Porto Rico. É também conhecida como Triângulo do Demônio, Triângulo da Morte, Mar das Feiticeiras, Mar dos Barcos Perdidos, etc. Leia em UFO 071].
Professora testemunha uma nave — A professora de física e química Nídia Fidalgo, da localidade de Povoação, já está acostumada a avistar estranhos objetos voadores não identificados. Ela tem o hábito de observar as estrelas à noite e, em uma dessas madrugadas, em abril de 2005, notou um estranho fenômeno. “Uma cruz branca estava estática no céu estrelado e quase sem nuvens. Tinha duas bandas largas e esbranquiçadas, que se cruzavam perpendicularmente e, no meio, ou seja, onde se interceptavam, tornavam-se mais claras”, disse. Dois meses depois, Nídia voltou a ver a tal cruz no céu por quatro vezes, exatamente no mesmo local. O artefato tinha as mesmas características do primeiro avistamento.
Um dos relatos mais antigos daquela região é o de Serafim Vieira Sebastião, que em 31 de janeiro de 1968, então com 36 anos, estava de guarda na Base das Lajes, que servia de paiol de munições. “Estava ouvindo o jogo de futebol entre o Setúbal e o Sporting, quando, de repente, o rádio des
ligou. Ouvi um zumbido e saí para fora do paiol. Foi quando vi um objeto estranho”, contou. Segundo ele, a nave tinha cerca de 6 m de comprimento, era oval e metálica. “Certamente, não era avião, nem balão ou helicóptero”, garante. Imediatamente, Sebastião chamou seus superiores e todos ficaram observando o UFO por mais alguns instantes. Em estado de choque, o guarda precisou ser levado para o hospital local, onde foi atendido. Ao receber alta, na manhã do dia seguinte, foi escoltado por policiais até o aeroporto, onde embarcou em um avião. Embora não se saiba o destino da viagem, apuramos que ele foi submetido a inquérito oficial das autoridades aeronáuticas de Portugal e dos Estados Unidos. Outro caso interessante e curioso aconteceu no Aeroporto de Santa Maria, em 09 de julho de 1965. Várias pessoas testemunharam as evoluções de um UFO por cerca de 10 minutos e notaram que, estranhamente, todos os relógios do local haviam parado. O relato delas foi confirmado pelo diretor do aeródromo na época, Mário Fernandes. De acordo com ele, a nave era branca e semelhante a um cilindro.
Espaço aéreo interditado — Os funcionários da fábrica Repsol YPF, que processa produtos químicos, localizada em Sines, também no Alentejo, puderam avistar um UFO por duas horas, das 05h00 às 07h00 de um dia frio. Segundo eles, o disco voador estava à 200 m de altitude, próximo a uma das torres da indústria, e causou muita estranheza, já que, por medidas de segurança, o espaço aéreo no local é interditado para vôos de aeronaves. Os operários, curiosos, ficaram a observar o fenômeno, enquanto os seguranças não sabiam o que fazer. Um deles chegou a fotografar e filmar o artefato, que era multicolorido. Alguns céticos chegaram a dizer que se tratava de uma estrela, pois o objeto se deslocava lentamente, como que cambaleando. Às 07h00, a nave partiu rumo ao horizonte e desapareceu. Dias depois, acionei a Associação de Pesquisa OVNI (Apovni) para investigar o caso. Os pesquisadores verificaram que, no dia anterior ao avistamento coletivo, uma pessoa relatou ter visto um disco voador em Sines, às 23h30, juntamente com outras oito testemunhas. O UFO se deslocava no sentido Norte-Sul, a grande velocidade e altitude. Repentinamente, no entanto, parou e começou a emitir um forte clarão. Ao tomarem conhecimento do fenômeno na fábrica, os membros da Apovni passaram a cogitar a hipótese de se tratar do mesmo objeto, graças à grande semelhança entre os dois artefatos e às características igualmente idênticas.
Dia 11 de setembro de 2005, em pleno Bairro Marítimo, em Sines, aguardando o jogo entre os times Benfica e Sporting, em um café local, tive o privilégio de conhecer um ferrenho pescador benfiquista que, após alguns minutos de conversa, começou a falar sobre o Fenômeno UFO. Dois dias depois nos encontramos na região da Ribeira, onde me relatou o avistamento de objetos submarinos não identificados (OSNIs) e UFOs. Segundo ele, tudo começou em 1977, quando estava pescando com outras seis pessoas. Todo o grupo observou subitamente uma luz que estava imóvel a uns 150 m da embarcação, absolutamente silenciosa. Julgaram ser um helicóptero, o que era normal na época, devido ao trabalho da vigilância da Marinha Costeira, de fiscalização para coibir o contrabando. Contudo, o objeto se aproximou a uma velocidade moderada e mergulhou no mar, bem próximo do barco, iluminando a água. Inquietos e preocupados, os pescadores resolveram puxar as redes, mas o motor que as recolhia, assim como o da embarcação, não funcionava. Cada vez mais amedrontados, tentaram acionar a Capitania dos Portos via rádio, mas este também estava inoperante. Ficaram à deriva. Alguns minutos depois, o UFO emergiu a pouco mais de 15 m do barco, a alta velocidade, dando um banho de água salgada em todos os tripulantes. Em seguida, os motores e o rádio voltaram a funcionar e eles retornaram para o porto de Sines. Outros pescadores já haviam relatado ocorrências semelhantes dias antes desse incidente.
Ponto luminoso — Conforme relatado pela testemunha, a cor da nave oscilava entre o branco e o amarelo e iluminava uma área de cerca de 200 m ao redor da embarcação. Para os pescadores, “aquela coisa não era tripulada por homens. Suas acrobacias eram muito rápidas. Aquilo só poderia ser alguma coisa vinda de fora da terra ou então algo que estava no fundo do mar há muitos anos”. Pouco depois de o pescador me contar o fato, outro homem se juntou a nós e confirmou que tais luzes são vistas com grande freqüência, não somente por pescadores, como também por agentes da Polícia Marítima e da Brigada Fiscal. Apesar de não querer falar muito sobre o assunto, receoso de alguma coisa, ele ficou feliz ao saber que estávamos investigando os fenômenos. Concluímos que os objetos visualizados foram operados por alguma inteligência – e de tal forma que não eram nem mesmo detectados pelos radares. Nossa primeira testemunha, que avistou o UFO com os colegas, informou ainda que conhecia uma vítima que sofreu queimaduras no corpo, provocadas por um objeto que se aproximou da pequena embarcação em que estava. Segundo essa pessoa, a nave ficou a poucos metros de altura, obrigando-a a saltar na água em pleno inverno.
Numa recente vigília, realizada dia 31 de agosto de 2005, na costa norte de Sines, junto da região da Marisqueira, foi observado, às 05h45, um objeto que sobrevoou algumas embarcações de pesca. As atenções se voltaram para o UFO devido ao seu lento deslocamento e baixa altitude. A coloração intensa, com predominância do amarelo-torrado e do vermelho Ferrari, também chamou a atenção dos pescadores e de quem estava em terra. O tempo estava excelente, com boa visibilidade, temperatura amena e agradável e uma Lua muito bonita, em quarto minguante. O objeto se deslocava de sul para norte, em direção à Serra da Arrábida Setúbal. Tinha um pequeno ponto luminoso muito reluzente e que alternava sua intensidade. A minha posição em relação ao objeto era de leste para oeste, num ângulo de 23 graus. O UFO estava a cerca de um quilômetro de altitude e a 1,5 km de distância da costa, onde as embarcações estavam ancoradas. Durante o fenômeno, um avião chegou a passar acima da estranha luz, o que reforça a tese de que se tratava de um disco voador, e não de um mero satélite. O avistamento durou aproximadamente 15 minutos, até que o objeto sumiu na neblina matinal. São muitos os relatos de estranhas luzes que sobrevoam as embarcações ou que vagueiam nas imediações da região de Sines, uma das cidades de casuística ufológica mais intensa de Portugal, considerada um verdadeiro laboratório para estudos de casos.
“Diabo caçando alma
s” — As ocorrências têm despertado cada vez mais pessoas para a pesquisa do Fenômeno UFO, o que contribui para desmistificar os fenômenos, considerados outrora como coisas diabólicas pelos pacatos das áreas visitadas. Por isso, quando as ditas sondas – chamadas Luz da Caniceira – atacavam, a população ficava atemorizada, acreditando que se tratava do “diabo caçando almas”… Por outro lado, os religiosos definiam o fenômeno como uma luz de Deus que os guiava por bons caminhos. Outros relacionavam as aparições a lendas místicas e esotéricas da Idade Média. Com o passar dos anos e o avanço de novas tecnologias, a divulgação dos casos ufológicos na imprensa e a disseminação de informações pela internet popularizou o assunto e as pessoas passaram a encarar a Ufologia com mais objetividade e naturalidade em meu país. Enquanto acontecia a corrida espacial entre Rússia e Estados Unidos, as pessoas mudavam significativamente a postura com respeito aos avanços científicos. Se o homem vai à Lua, por que outras civilizações mais evoluídas, com meios de transporte aprimorados, não podem se deslocar até a Terra? Esse é o pensamento da maioria das pessoas, principalmente dos mais jovens, que têm fomentado a pesquisa do Fenômeno UFO. Hoje as pessoas olham e observam mais o céu, tanto diurno quanto noturno, em busca de algum avistamento ufológico.
Quem é o Nuno Alves?
Além de ufólogo e investigador da Associação de Pesquisa OVNI (Apovni), Nuno Alves, 28 anos, é palestrante reconhecido em Portugal. É ex-militar da Polícia do Exército e atua como segurança particular. Reside em Sines, onde se dedica a duas grandes paixões: Ufologia e fotografia. “Encaro o estudo dos casos ufológicos com muita seriedade e respeito. Recebo fotografias de pessoas de diversos países para analisar e procuro sempre estar em contato com outros pesquisadores para trocar informações e impressões”, diz. É para aprimorar esse intercâmbio que criou a Apovni [www.apovni.org]. O investigador conta que despertou para o estudo dos casos ufológicos em 1998, quando foi testemunha de um avistamento. “Eram 22h00 e eu estava no meio da mata, quando vi um UFO de formato tubular, semelhante a um charuto. Ele estava a cerca de 150 m de mim. Pude avistar o objeto por um tempo, mas depois ele simplesmente sumiu”.
Foi a partir dessa observação que Alves começou a estudar o assunto. “O que para mim era uma busca por mais respostas acabou se transformando em uma paixão”, diz. Recentemente, além dos fenômenos relatados por testemunhas em Sines, o ufólogo se dedica à investigação da energia eletromagnética proveniente das fábricas petroquímicas da cidade, que poderia atrair os seres extraterrestres. Segundo ele, tal energia se transforma em ondas de rádio. “Uma tecnologia mais avançada, de algum ser alienígena por exemplo, pode ainda converter a energia em combustível”, analisa o estudioso. O ufólogo também trabalha em um projeto que visa reativar a antiga torre de controle de Sines, para ser utilizada exclusivamente nas pesquisas astronômicas e ufológicas. Seu e-mail é: nuno_ovnis@yahoo.com.br.