Embora os desenhos em plantações tenham começado a surgir no Hemisfério Norte, principalmente na Inglaterra, a partir do final dos anos 70 e começo dos anos 80 — o que lhes valeu o nome inicial de círculos ingleses —, já há alguns anos eles passaram também a surgir no Hemisfério Sul, como a Revista UFO tem insistentemente mostrado desde 2008. Aqui no Brasil, os casos se concentram primordialmente na cidade de Ipuaçu, no estado de Santa Catarina e, desde o ano passado, também em Prudentópolis, no Paraná, sempre com a mesma característica de aparecerem na mesma época do ano [Veja edições UFO 228 e 229]. Agora sabemos que os agroglifos também se manifestam na Argentina, e, tal como aqui, em lugares específicos e na mesma época em que temos os nossos.
Como acontece com os desenhos em colheitas de cereais do Hemisfério Norte, principalmente os europeus, por aqui eles também começaram a aparecer em campos de plantações de trigo, tanto no Brasil quanto na Argentina, em desenhos simples que aos poucos foram ficando mais sofisticados. Se levarmos em conta a teoria de que os sinais são algum tipo de tentativa de comunicação ou de mensagem enviada por civilizações extraterrestres, é lógico pensar que comecem de forma mais simples e básica e que se tornem mais intricados com o passar do tempo — talvez as inteligências por trás do fenômeno estejam tentando nos ensinar uma linguagem diferente daquela que conhecemos.
Pesquisa em Chicoana
Há anos temos visto surgirem os agroglifos no Brasil, sendo que, em alguns deles, tais figuras também apareceram nas mesmas épocas em solos argentinos, com características semelhantes às dos brasileiros, se não idênticas. Em 01 de novembro deste ano, por exemplo, esta autora recebeu um telefonema do pesquisador Marcelo Villagra, da cidade de Chicoana, na província de Salta, noroeste da Argentina, que investigava em conjunto com o colega Alfredo Zéjel um agroglifo que surgira em uma plantação da região — como sempre, o cereal afetado era trigo. Eu já estivera em contato com Villagra no ano de 2014, auxiliando e orientando na pesquisa de outros casos, juntamente com Carlos Iurchuk, correspondente internacional da Revista UFO no país.
Ao chegarem ao local, os pesquisadores Villagra e Zéjel encontraram o tempo chuvoso, o que ajudou na pesquisa, pois eram os únicos presentes ao local, sem a incômoda ação de curiosos. Tentaram contato com o dono da plantação, mas não o encontraram, provavelmente por ser final de semana, mas conseguiram chegar até o interior dos círculos, tomando as necessárias precauções para não danificar as plantas ou o agroglifo. Uma vez dentro da figura, Villagra e Zéjel colheram amostras do solo e da vegetação, fotografam e filmaram tudo o que puderam e seguiram para outros locais — tentaram descobrir outros agroglifos que eventualmente pudessem ter surgido naqueles dias nos campos próximos, mas nada foi encontrado.
Conforme constataram, o desenho que os estudiosos encontraram aparentava já ter alguns dias. Esta autora e sua equipe também haviam estado na mesma região em 17 de outubro de 2015, pela mesma razão investigativa, mas nada havia de diferente no local. Mais tarde, entrevistando os habitantes da região, os pesquisadores souberam que o desenho havia surgido no dia 25 de outubro. Embora, por enquanto, não se tenha apurado relatos de avistamentos de UFOs sobre a área afetada, comum nestes casos, também não há evidências de que a imagem fora obra de alguém querendo se divertir. Apenas para recordarmos, os agroglifos brasileiros de 2015 surgiram primeiro em Prudentópolis (PR), na manhã de 06 de outubro, e então em Ipuaçu (SC), em 31 do mesmo mês.
A curiosa formação
O agroglifo de Chicoana era uma formação de grandes proporções e lembrava muito outro desenho que surgiu na Inglaterra, nos anos 90. Formado por nove círculos de tamanhos diferentes, ligados entre si por retas de mais ou menos 1 m de comprimento e poucos centímetros de altura, ele se estendia por aproximadamente 100 m na plantação. Os círculos que compunham a imagem tinham tamanhos diferentes, variando entre 7 m o maior e 4 m o menor. Do círculo menor partiam algumas estruturas que lembravam raios, mas é difícil dizer exatamente o que representam. Sem dúvidas, tratou-se de uma figura muito complexa e linda, tal como elas vêm ocorrendo no vizinho Brasil.
Por ser muito recente, muitos dados ainda não foram colhidos e outros carecem de um exame mais aprofundado. De qualquer maneira, parece não restar dúvidas de que, seja quem forem os autores desses desenhos, eles agora voltaram seus olhos para a América do Sul. Se os desenhos representam uma mensagem ou forma de comunicação, como se supõe, talvez nossos irmãos do norte não a tenham entendido corretamente e os autores dos agroglifos agora tentam falar conosco. E além disso, outra coisa é certa: há uma evidente conexão nas figuras que surgem no Brasil e Argentina, dados os seus formatos e, principalmente, sua data de manifestação. Precisamos, agora, unir esforços para compreender que conexão é esta.